Lucas
9:24
“Pois
quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha
causa, este a salvará”.
Chegou um momento da minha vida em que desisti
de tudo e me larguei de cabeça.
Me rendi. Foi rendição total, foi entrega, foi
negação, foi “chega”!
Eu não suportava mais!
Eu cheguei à conclusão que eu tinha que
abandonar tudo, me abandonar intelectualmente e, como que por loucura mesmo,
mergulhar em Jesus e só em Jesus, sob
o risco de enlouquecer se não o fizesse.
Nas minhas andanças espirituais, nas minhas
leituras e buscas em tantas fontes, em tantos sites e em tantos vídeos de Youtube,
eu me encontrei, num belo dia, tão afundado, confuso com tanta argumentação e
contra-argumentação de mim para mim mesmo, que, em assim continuando, dentro de
dois ou três anos eu estaria enlouquecido!
Encontrava tudo de tudo, menos paz, fé
tranquila, amor, serenidade, quietude para a alma e um “descansar em Deus”.
Encontrava somente alimento às angústias – não para eliminá-las, mas para fazer
com que adormecessem e ressurgissem mais presentes. E assim que uma angústia
parecia alimentada, surgia outra, e outra, e outra mais.
Então, já que eu iria enlouquecer mesmo, resolvi
que o mais mentalmente salutar a fazer era enlouquecer por vontade própria, ou
seja, mergulhar de cabeça na “loucura do Evangelho”, conforme Paulo escreve em
1º Coríntios 1:18-19.
Só aí, em Jesus e com Jesus – e só Jesus! – eu encontraria salvação
para minha alma e salvação para mim e salvação de mim mesmo. Só aí eu encontraria Caminho, Verdade e Vida. Todo o
demais era morte.
Eu sou um ser que preciso de base. Preciso de
coisas basilares, de “localidades limítrofes”, espiritual e psicologicamente
falando, para poder por aí andar. Isso o Evangelho de Jesus me dá. E só Ele.
Decidi que deixaria de buscar em outras fontes –
pois nelas não encontrava nem me
encontrava. E me deixaria ser buscado – e encontrado – pela única Fonte que me
podia saciar.
Resolvi parar. Resolvi me entregar. E entregue
estou. Entregue nas mãos de Deus.
O mais incrível é que, somente depois que
pulamos de cabeça no Evangelho de Cristo, é que todo o sem-sentido de tudo na vida começa, aos poucos, a fazer sentido. Só aí é que toda a
confusão se dissipa. Só aí percebo que em Jesus minha vida está explicada, e
que não há mais confusão! Mas só depois que o pulo foi pulado.
Neste caminho temos que botar o pé no nada,
porque parece mesmo ser o nada. Só depois que botamos o pé é que começamos a
perceber a base sólida do caminho. Só depois do nada é que percebemos o tudo. E
só caminhando, um pé após o outro, passo após passo, é que começamos a perceber
a paisagem que é este caminhar para e com Deus, em Cristo Jesus.
Este
texto é meu, mas a história não é minha.
Eu
a ouvi de alguém, já há algum tempo, e decidi escrevê-la e compartilhá-la –
mantendo o anonimato do seu personagem –, pois esta pode ser a experiência de
muitos de nós, ao iniciarmos nossa caminhada de vida com Jesus Cristo.
O
primeiro passo, quando é uma expressão da sinceridade da alma e conforme descrito no texto, quase sempre é
dado no “nada”, no “vazio” aparente, somente por fé. Só aí é que se começa a
sentir a solidez do Caminho debaixo dos pés da existência, e se caminha com segurança
e paz.
Kurt Hilbert
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