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sexta-feira, 27 de março de 2015

Qual é o bem do Evangelho em sua vida?

        
          Porque eu digo que creio no Evangelho? — é a pergunta que todo discípulo de Jesus deve se fazer de vez em quando. Isto porque em fases distintas da vida a gente mantém diferentes perspectivas de quem é Deus para nós, quem somos nós para Ele, e quais são nossas motivações em relação a Deus no que diz respeito ao nosso modo de viver a fé e, sobretudo, de senti-la e expressá-la no mundo.
          A maioria das pessoas pensam que a única maneira de servir a Deus é se dedicando às programações da igreja, a ter gosto por reuniões de oração, e não ter vergonha de “falar de Jesus” a todos os que encontrarem.
          O trabalho na vida normal é, para tais pessoas, uma coisa suportável, na melhor das hipóteses. Mas, a maioria sofre o trabalho, pois gostaria de servir apenas a causa de Deus, que é fazer a igreja crescer e, assim, dominar a sociedade com a influência dos cristãos.
          Enquanto isto, entre os pastores, a motivação para pregar a palavra vai da admiração aos “maiores” líderes, ao querer ser útil a Deus, ao ter um nome entre os grandes, ou porque o indivíduo sente que se ele não defender a verdade, ela corre o risco de se perder na Terra.
          Sem falar daqueles que pregam apenas porque precisam fazê-lo, pois servem-se desse expediente a fim de ganhar dinheiro.
          Não podemos esquecer também do pastor cansado e desanimado, e que prega gemendo, pois, caso pudesse viver sem o dinheiro da igreja, ele mesmo se aposentaria de tudo.
          Existem ainda os sinceros, e que pregam com amor aflito e angustiado, pois creem que se não anunciarem a Jesus, e não plantarem novas igrejas na Terra, o mundo inteiro está perdido, posto que Deus está de mãos amarradas e sem voz no planeta, a não ser que nos disponhamos a falar e agir por Ele.
          De um modo geral, a maioria se acostumou a ser “de Jesus”, e não tem nem coragem de perguntar se aquela fé é verdade na vida dele, se realiza em sua existência o bem prometido.
          Quando a existência vai se mostrando tão aflita como a de qualquer outro ser humano da Terra, e quando o “benefício espiritual” não se manifesta como amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e domínio próprio — mas sim como infelicidade, amargura, ânsia persecutória, juízos e frustrações; então, a honestidade manda perguntar: O que está errado? É o Evangelho que não é verdade? Ou será que eu, na verdade, é que não vivo em verdade o que é o Evangelho?
          Tem gente que pensa que o Evangelho é o corpo de doutrinas da igreja e seu modo de entender o mundo. Tem gente que pensa que o Evangelho é algo para se ensinar, pois, seria pela propagação da informação que a salvação visitaria a Terra.
          Tem gente que pensa que o Evangelho é a igreja, de tal modo que ele mesmo é capaz de se referir ao crescimento da igreja no país como o “crescimento do Evangelho”.
          O Evangelho é a Boa Nova.
          O Evangelho é a certeza de que Deus se reconciliou com o mundo, em Cristo; e que agora os homens podem se desamedrontar, pois foi destruído aquele que tem o poder da morte — a saber: o diabo; bem como foram libertos aqueles que estavam sujeitos à escravidão do medo da morte por toda a vida.
          Quem crer está livre, e pronto para começar a andar na paz. Ora, para se ter prazer em pregar o verdadeiro Evangelho — sem medo, sem ameaça, sem barganha, e sem galardão quantitativo, mas apenas qualitativo —, só se o coração estiver grato e cheio de amor. Ou seja: só se o indivíduo estiver tão pacificado na graça, que pregar seja algo tão simples quanto o é para uma mangueira dar seus próprios frutos.
          Quando o Evangelho é a Boa Nova que livra do medo, então, anunciá-lo só é possível como puro e simples fruto da alegria e da gratidão contente.
          Eu acredito no poder do amor, da alegria, da gratidão e do contentamento. Por tais realidades espirituais é que a Boa Nova pode ser vivida e anunciada sem que a morte participe da motivação.
          A alegria de conhecer a Deus é o único motivador que deve motivar o anúncio do Evangelho. Portanto, quando o benefício do Evangelho se manifesta como bem espiritual — e que se expressa como amor, alegria, paz, bondade, benignidade, longanimidade, mansidão e domínio próprio na existência do indivíduo —, então, o seu anúncio não é nunca uma forçação de barra, mas algo próprio e simples, e gera alegria nos corações dos que ouvem, pois, antes de ouvirem, eles mesmos viram o Evangelho na existência daquele que o anuncia.
          O Evangelho é Verdade. Mas só é ele que está sendo anunciado quando o resultado realiza libertação interior, pacificando o coração.
          Do contrário, tem o nome de Evangelho, mas não é o Evangelho mesmo.
          Tem gente que se acostumou à miséria de uma existência sem paz e sem libertação do medo, e continua pensando que isto tudo é culpa do diabo, ao invés de perguntar a si própria: Será que aquilo no que creio é de fato o Evangelho?
          Preste atenção: o diabo tem poder, mas não tem nenhum poder quando o Evangelho da graça liberta a consciência humana do medo.
          Deste dia em diante o diabo não participa mais de nossa vida, nem quando a gente peca. Isto porque uma coisa é pecar sem consciência da graça. Outra é pecar com a consciência da graça.
          No primeiro caso estabelece-se tristeza amargurada. No segundo caso, surge a renovação da consciência, brotando o arrependimento feliz e cheio de produções de vida.
          Quando o Evangelho é crido, o medo se vai. Então, o diabo perde seu poder.
          Assim, sem medo, o homem pode começar a se negar, pois ele já não tem que negar quem é.
          Assim, assumindo quem ele é, morre o “si-mesmo”, que é quem ele não é, mas apenas “demonstra ser”.
          Aí, neste ponto, começa a jornada de uma crescente libertação na verdade.
          E o resultado é um mergulho cada vez mais profundo na paz que excede a todo entendimento.
          Cristãos nervosos afligem-se com doutrinas.
          Discípulos de Jesus usufruem a verdade como libertação e pacificação.
          Onde há o Evangelho, aí há paz!
                      
          Um texto de Caio Fabio D'Araújo Filho


sexta-feira, 20 de março de 2015

Olhos em Deus


          2º Crônicas 20:12
          “Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti”.

          O rei Josafá estava diante de uma sinuca de bico: fora avisado que Jerusalém estava para ser atacada por um numeroso exército inimigo e ele não sabia o que fazer. Então, junto com os sacerdotes e o povo, prostrou-se no Templo e orou, pedindo ajuda. Encerrou sua oração com as palavras acima, confessando que não sabia o que fazer.
          Para um rei, e diante do povo, confessar incapacidade de maneira tão explícita poderia ser um sinal de fraqueza. Mas o histórico de Josafá mostrava que ele andara com Deus durante todo o seu reinado e, assim, o povo não o olharia com desconfiança diante dessa confissão. A história segue dizendo que Deus lhe respondeu rapidamente, por intermédio de um profeta e, posteriormente, a vitória coube a Josafá.
          Mas, diante da corajosa confissão do rei, quero destacar uma parte da frase acima e direcioná-la a nós: “os nossos olhos se voltam para ti”. Que legal isso! O depósito de confiança e o olhar voltados para Deus.
          Quantas vezes nós confessamos a nossa incapacidade e o nosso “não saber o que fazer” diante de Deus? Temos essa atitude de coragem e, ao mesmo tempo, de humildade? Deveríamos.
          Deveríamos poder dizer em nossas orações, diante de qualquer situação que se apresente em nossa vida, diante de qualquer decisão que tenhamos que tomar, diante de tudo, enfim, “Senhor, meus olhos estão voltados para ti. Mostra-me o que fazer, pois eu não sei, mas sei que Tu sabes”.
          Muitas vezes, baseados em nossas experiências de vida, achamos que sabemos o que fazer, como proceder e como agir. Há muitos, inclusive, que acham que sempre sabem o que fazer. Mas, sejamos honestos: na grande maioria das vezes não estamos seguros quanto ao que fazer. Então, por que não pedimos o conselho do Senhor? Ele sabe o que é melhor. Coloquemos em nossas orações, e fiquemos de olhos abertos, olhando para Ele, isto é, para a Sua Palavra, para o Seu conselho, para a Sua indicação. Saberemos, então, o que fazer. Quando nos sentirmos seguros quanto a algo, então é a resposta do Senhor a nos orientar.
          Basta experimentar. Nosso relacionamento com Deus tem que ser experimental. Não pode ser só teórico. Deus saberá – sempre! – nos responder e nos indicar o melhor caminho, a melhor direção, a melhor decisão. Basta que nosso olhar esteja voltado para Ele.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
        Kurt Hilbert

sexta-feira, 13 de março de 2015

A Receita Mágica

1º Pedro 3:10
          Pois, “quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade”.


Devo iniciar estes escritos
com as mais solenes escusas.
Foi com nobre intuito,
lançando um laço fortuito,
só para chamar sua atenção.
Veja o título: foi uma armadilha.
Mas foi com boa intenção.
De mágica, nada tem a receita,
mas, em mirada de espreita,
cativou seu olhar de interesse
(vai dizer que não!?):
          Que negócio é esse?
          Magia no mundo cristão?
Não. Não se trata de magia.
Se trata de fé e atitude.
          Mas a receita funciona, então?
Funciona. Funciona, sim!
Veja:
          Se quer amar sua vida,
          e se quer que sua vida o ame,
          por favor, nunca reclame
          disto, daquilo, daquele lá...
          Se quer ver seus dias felizes,
          por favor, plante boas raízes,   
          fale coisa boa, coisa nobre, coisa e tal...
          Guarde sua língua do mal.
          Que seus lábios pronunciem a verdade,
          estirpes de felicidade,
          que não haja voz de falsidade.
E a receita se tornará real!
Mas não será magia, ato de encanto.
Será resultado de fé.
Será encantador!


Kurt Hilbert

quinta-feira, 5 de março de 2015

Abandonando a Deus



          2º Crônicas 12:1
          Depois que Roboão se fortaleceu e se firmou como rei, ele o todo o Israel abandonaram a lei do SENHOR.

          Roboão, filho de Salomão, sucedeu seu pai como rei de Israel e impôs pesadas medidas sobre o povo, o que causou a divisão do reino. Dez tribos se separaram, e ficaram sob o domínio de Roboão somente as tribos de Judá e Benjamim. As dez tribos separatistas continuaram a ser chamadas de reino de Israel, com posterior capital em Samaria, enquanto que as duas outras, sob o domínio de Roboão, ficaram conhecidas como o reino de Judá, com capital em Jerusalém.
          Feito esse colóquio histórico e introdutório, para que nos possamos situar geograficamente e de forma sócio-política, vamos entrar na passagem acima. Consta que durante uns três anos, tanto rei quanto povo, permaneceram fieis às leis de Deus, e o reinado fortaleceu-se. Depois disso, degringolaram e largaram de mão o fiel seguimento ao SENHOR, para darem-se a outros tipos de cultos, mesclando e prostituindo – esse termo é muito usado no Antigo Testamento – a sua religiosidade e o seu relacionamento com Deus.
          Visto que a promessa que Deus dera, através dos profetas, a Davi e a seu filho Salomão, de que, se o reinado se mantivesse fiel às Suas leis, sua dinastia permaneceria para sempre, entende-se o que aconteceu. Pelo fato do rei Roboão e o povo abandonarem o seguimento a Deus, houve as divisões do reino, as invasões por povos estrangeiros, seguidas de derrotas militares, até o exílio e a devastação – sob a batuta de reis posteriores a Roboão – tanto dos reinos de Israel quanto de Judá. Hoje, sob a luz de Cristo, e lendo-se o texto sagrado sob essa luz, entendemos que este permanecer para sempre se referia a Jesus, pois este foi, do ponto de vista natural, descendente de Davi. E é o reinado espiritual, por assim dizer, do Cristo que está destinado a permanecer para sempre. Mas voltemos o olhar para o enfoque do reinado político, de Israel e de Judá. Poderíamos concluir, pelas promessas divinas a Davi e a Salomão, que também o reinado político poderia permanecer para sempre. Não se pode dizer que não, uma vez que uma promessa de Deus, acompanhada pelo devido seguimento do homem, torna-se imutável. Mas isto são divagações...
          O que desejo enfatizar é a atitude de Roboão e do povo: Depois que Roboão se fortaleceu e se firmou como rei, ele o todo o Israel (Judá) abandonaram a lei do SENHOR. Depois que se sentiram fortes, abandonaram a Deus. Conclui-se que, enquanto se sentiam fracos, instáveis, necessitados, ficaram firmes no SENHOR. Depois que se sentiram por cima da carne seca, babau fiel seguimento. E, neste ponto, quero olhar para mim. Como estou eu? Como eu faço? Que tipo de relacionamento tenho com Deus? Quando estou fraco o busco e, quando fico forte, o abandono?
          Que tipo de atitude tenho com Deus? E que tipo de atitude tem você? Vamos refletir nisso, e vamos buscar em nosso interior as respostas.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
        Kurt Hilbert