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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Xô, Preguiça!

Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio!
Ela não tem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento.
Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso?
Quando se levantará de seu sono?
Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado.

(Texto de Provérbios 6:6-11)


Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

domingo, 24 de junho de 2012

Salmo 91

Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-Poderoso pode dizer ao SENHOR:
“Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”.
Ele o livrará do laço do caçador e do veneno mortal.
Ele o cobrirá com as suas penas, e sob as suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dele será o seu escudo protetor.
Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia, nem a peste que se move sorrateira nas trevas, nem a praga que devasta ao meio-dia.
Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá.
Você simplesmente olhará, e verá o castigo dos ímpios.
Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do SENHOR o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda.
Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra.
Você pisará o leão e a cobra; pisoteará o leão forte e a serpente.
“Porque ele me ama, eu o resgatarei.
Eu o protegerei, pois conhece o meu nome.
Ele clamará a mim, e eu lhe darei resposta, e na adversidade estarei com ele; vou livrá-lo e cobri-lo de honra.
Vida longa eu lhe darei, e lhe mostrarei a minha salvação”.

Uma dica: leia este Salmo diariamente, até que ele esteja “escrito” em seu coração e em sua mente. Mentalize-o e relembre-o em oração todos os dias.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Estudar a Bíblia

II Timóteo 3:16-17
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.

A Bíblia é um conjunto de 66 livros, escrita por – estima-se – cerca de quarenta pessoas diferentes em épocas diferentes, que distam centenas de anos.
A Bíblia é, provavelmente, a maior obra de parceria entre Deus e o ser humano. A Bíblia não é um trabalho de um autor, mas de vários; não reflete apenas as situações de uma época, mas de várias; não aborda apenas um tema, mas vários. Mas toda a Bíblia aponta, em suma, para um mesmo alvo: Cristo.
Ela é uma obra de parceria, pois Deus não desceu “pessoalmente”, pegou um rolo de pergaminho e desatou a escrever. Não. Ela foi escrita pelos homens, mas em uma conexão entranhável com Deus, numa inspiração através do Seu Espírito. Ela revela verdades profundas, mas, ao mesmo tempo, mostra as avaliações e pensamentos humanos de uma época; ela está preenchida da sabedoria divina, mas, ao mesmo tempo, do ponto de vista dos homens que seguraram uma pena e a fizeram deslizar sobre papiros, tabuletas de barro ou pergaminhos. Assim, a Bíblia transpira a inspiração de Deus e, ao mesmo tempo, a interpretação dos homens. Ela vai da pureza e do absoluto de Deus, para as vicissitudes e o relativismo humano. Ela é a obra mais impressionante que existe!
Nessa parceria Deus/ser humano, a Bíblia tem as características humanas, mas, concomitantemente, o DNA divino. E a chancela final, claro, é do redator-chefe, o Espírito Santo de Deus. Por isso o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, estava seguro em afirmar o que está acima, no cabeçalho deste texto.
A Bíblia deve ser estudada. Não deveríamos fugir dessa tarefa. Já ouvi muitas pessoas que se mostram reticentes a isso, ao estudo da Palavra, inclusive pessoas influentes na igreja à qual pertencem. Alegam, alguns, que a Bíblia é de difícil entendimento, ou que deve ser “interpretada” por determinada classe de pessoas, de preferência doutas e iniciadas na teologia. Dizem, algumas pessoas, que o estudo da Bíblia, desacompanhado de uma instrução “avalizada”, pode produzir mais males que bens. Discordo, e apresento alguns argumentos que suportam minha discordância e abonam meu posicionamento de que a Bíblia deve ser explorada e estudada a pleno.
Houve, em idos tempos medievais, clérigos que impediam um conhecimento bíblico da parte do povo, pois temiam que suas instituições religiosas perdessem o poder e que fossem descobertas práticas nelas que não tinham base bíblica. A Bíblia era, para eles, uma ferramenta de manipulação, assim como pensava aquele cara que era o vilão do filme O Livro de Eli (alguém assistiu?). O fato é que muitos líderes de instituições religiosas temiam que, em conhecendo mais a fundo as Escrituras, as pessoas descobrissem que nessas instituições se praticavam coisas que nada tinham a ver com o ensino de Cristo, tradições de homens, ao invés da simples instrução do evangelho. Temiam perder o poder de “condução” cega de seus fiéis, esquecendo-se que devemos ser “fiéis” tão-somente a Cristo, e não a homens ou instituições. Mesmo em tempos atuais, ainda é assim.
Muitas pessoas, especialmente as que são novatas na vida cristã, ou aquelas que, mesmo se denominando cristãs, são “cristãs de domingos” – se é que são – e pouco interessadas no verdadeiro significado de seguir Cristo (e estas são, infelizmente, a maioria), podem, sim, ter enormes dificuldades ao folhear o Livro Sagrado.
Muitas pessoas podem ficar perturbadas por dúvidas. Na Bíblia existem muitas coisas que elas não conseguem entender. Elas perguntam: “Como posso saber qual é o caminho certo? Se a Bíblia é a Palavra de Deus, como posso vencer minhas dúvidas? Como posso entender o que não entendo, o que me deixa perplexo, o que me parece contraditório?” Essas pessoas – e todos nós – podem e devem ficar calmas. Calma, devagar... Deus nunca nos pede que acreditemos em algo sem nos dar suficientes provas sobre as quais possamos alicerçar a nossa fé. A Sua Palavra fala à nossa alma, mas também fala à nossa razão. Há passagens bíblicas às pampas que dão testemunho disso; falam aos nossos sentimentos, ao lado direito do nosso cérebro, responsável por nossas emoções, mas também falam ao lado esquerdo do nosso cérebro, responsável por nossa racionalidade. A Bíblia fala ao mais erudito e ao mais simples dos mortais. E o seu estudo é, também, a mais eficiente ferramenta para o desenvolvimento do intelecto humano, além, obviamente, do desenvolvimento da espiritualidade humana.
Uma das coisas mais impressionantes e, possivelmente, menos percebidas da Bíblia é que Deus, por meio dela, nunca removeu a possibilidade de dúvida. A possibilidade de acreditar e ter fé está lá, mas a possibilidade de sustentar dúvidas também. Quem quiser lê-la procurando “certezas” – pode estar certo disso – as achará; quem for lê-la procurando “dúvidas” e “contradições” – não tenha dúvida disso – também as achará. Essa é uma dicotomia nas Escrituras que precisa ser sabida e entendida: a Bíblia fornece certezas e/ou dúvidas, segundo a intenção com a qual nos aproximamos dela. Quando isso estiver claro para nós – que a Palavra responde às nossas intenções – nunca mais teremos medo de ler ou incentivar o estudo bíblico!
Os que desejam duvidar terão a oportunidade de fazê-lo, enquanto que os que realmente desejam conhecer a verdade poderão encontrar muitas provas onde apoiar a sua fé. Deus se aproxima de nós na mesma medida com que nos aproximamos d’Ele. Ele respeita a nossa vontade. Se nos aproximamos d’Ele com sincera intenção de encontrá-Lo, de crer n’Ele, de fortalecer a nossa fé, de termos uma experiência de vida em comunhão com Ele, Ele diz: “Seja feita a sua vontade!” Se vamos à Bíblia, querendo, com ela, justificar nossas dúvidas e razões de ateísmo ou agnosticismo, apontando para os pontos dúbios que encontrarmos nas Escrituras, Ele também nos diz: “Seja feita a sua vontade!”. “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vocês”, declara o SENHOR (Jeremias 29:12-14). Sobre encontrar Deus nas Escrituras, também podemos pegar emprestada a passagem de Deuteronômio 4:29, onde diz: E lá procurarão o SENHOR, o seu Deus, e o acharão, se o procurarem de todo o seu coração e de toda a sua alma.
É impossível para mentes finitas entender de maneira plena a essência das obras d’Aquele que é Infinito. Para a mente mais iluminada e avançada e para o intelecto mais esclarecido, Deus ainda será um mistério. Em Romanos 11:33, Paulo diz: Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os juízos e inescrutáveis os seus caminhos!
No nosso mundo visível, que descortinamos através dos cinco sentidos, somos cercados de mistérios que não conseguimos entender nem perceber. Mesmo situações simples podem apresentar, para o mais brilhante filósofo, cientista ou observador, dificuldades de serem explicadas e entendidas. Deveríamos, então, ficar surpreendidos e perplexos ao vermos que no mundo espiritual também existem mistérios que ainda não podemos desvendar?
Os céticos apresentam as dificuldades encontradas nas Escrituras como argumento que sustenta o seu ceticismo. Entretanto, se as Escrituras simplesmente apresentassem uma descrição do Senhor que pudéssemos facilmente entender, se a Sua grandeza pudesse ser totalmente compreendida pela finitude da mente humana, se fosse assim tão simples, onde estariam as credenciais divinas de “autoria” da Bíblia? E, se já tivéssemos entendido tudo, onde restaria espaço para crescermos e nos desenvolvermos? Uma mostra de que sempre temos espaço para evoluirmos no nosso relacionamento com Deus está em João 16:12, onde Jesus diz: “Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora”. Ali Ele mostra que a revelação das coisas divinas através da Palavra é um processo gradual e contínuo, revelado pelo Santo Espírito, conforme, individualmente, as pudermos absorver.
Um dos grandes problemas do ser humano é o seu ego. O ego humano não suporta se ver numa situação de pequenez, em que tenha que admitir sua humildade e incapacidade. Não suportamos admitir que ainda não entendemos algo plenamente. Temos o ego dentro de nós gritando que temos a obrigação de sabermos as respostas para tudo. Não suportamos, em nosso egocentrismo, admitir que somos dependentes de Deus e que necessitamos de Sua ajuda, até mesmo – e especialmente – para podermos encontrá-Lo. Aí, por sermos tão resistentes a reconhecer o quão pequenos somos, nos é mais fácil negá-Lo. É mais fácil ao ser humano dizer que não acredita em Deus, que é impossível encontrá-Lo na Bíblia, do que admitir que precisa de ajuda para atingir esse objetivo. E, quando admitimos que precisamos de Sua ajuda, Ele nos ajuda.
Ouço muitas vezes frases do tipo: “Não acredito no Deus da Bíblia”. Ué! E existe outro Deus, que não seja o da Bíblia? Para as pessoas de outras formas de fé, poderíamos fazer a mesma pergunta: Existe, para vocês, outra divindade suprema além da encontrada no Tanach do judaísmo? No Alcorão do islã? No Nobre Caminho Óctuplo do budismo? – ainda que a divindade da busca budista não esteja explícita como a de outras formas de fé, está implícita ao processo de evolução espiritual da doutrina de Buda. Existe outra divindade suprema além da encontrada nos Vedas do hinduísmo? Ou a manifestação de Deus encontrada em outros tantos escritos considerados sagrados por seus seguidores? Existe outro Deus? Deus não é único, apesar das diferentes formas humanas de O conceitualizar? Estou convicto que Deus é único! Deus é único e se mostra como quer, da forma que quer, e para quem quer – a soberania é d’Ele! A boa notícia é que Ele quer se mostrar a todos (João 3:16-17). Ele se “humanizou” para que todos pudessem encontrá-Lo, pois Ele brilha para todos nós (João 1:9). Queremos um caminho seguro para chegar a Ele? Queremos encontrar a verdade? Queremos realmente a plenitude da vida? “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6). Aqui, o conceito do Cristo se nos revela.
Convido a todos a estudarem as Escrituras, sem medos, sem receios. No entanto, devemos ler a Bíblia com oração, pedindo pela ajuda do Espírito Santo, para podermos compreender as coisas com clareza. Deus nos dará, na medida em que formos avançando, conhecimento e sabedoria. Iremos descobrindo, com o passar do tempo – e se formos persistentes –, mais e mais coisas que Ele nos mostrará em Sua Palavra.
Devemos ir aplicando aquilo que entendermos, aquilo que fica claro para nós e que nos toca. Conforme formos colocando em prática, vivendo o que compreendermos, tanto mais nos será revelado. Quando entendemos e não praticamos, Deus não nos revelará mais coisas. Ele ficará esperando até colocarmos em prática o que já sabemos. Aí, então, vem mais matéria. É como na escola: não entenderemos o teorema de Pitágoras enquanto não formos capazes e craques em multiplicar 7 vezes 8. A revelação divina nas Escrituras é um processo, contínuo e infinito, assim como contínuo é o Seu amor por nós e infinita é a Sua sabedoria.
Importante também: ao encontrar nas Escrituras algum ponto dúbio, ainda não entendido ou que estiver confuso, não permita que isso o impeça de viver o que já estiver claro, nem de seguir adiante. Exemplos: pode ser que ainda não compreendamos claramente como pode ser que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo (uma trindade) num só; pode ser que não nos esteja ainda bem claro como Deus é amor e, ao mesmo tempo, justiça; pode ser que ainda não nos esteja bem claro o porque do sacrifício de Jesus, para atender – ao mesmo tempo – à justiça divina e ao amor divino pela humanidade. Mas acredito que já nos esteja bem claro que devemos amar a Deus e ao próximo, e que disto depende toda a Bíblia (Mateus 22:37-40). Então, pratiquemos o que entendemos, que o que ainda não entendemos logo, logo, se tornará claro, à medida que avançamos.
Reforço o convite: estude a Bíblia. Mas apenas o faça se sua intenção for realmente encontrar a Deus. Se assim for, não tenho dúvidas de que você O encontrará, pois Ele mesmo virá ao seu encontro!
Quero, antes de encerrar, lembrar que, além de mergulhar na Bíblia, não esqueçamos de buscar ao Senhor em Sua casa, na Igreja, na comunhão com os irmãos, onde desfrutamos do ouvir a Palavra e dos sacramentos. 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Arqueólogos da Palavra

Colossenses 2:3
Nele (Cristo) estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.

São famosos os filmes de caça ao tesouro, como Piratas do Caribe, com o capitão Jack Sparow e suas estripulias. E quem não viu Indiana Jones, nas suas várias aventuras? Aliás, as histórias do personagem de Harrison Ford são muito boas, pois o professor Jones é – entre uma aventura e outra – um acadêmico de arqueologia, a ciência que serve de pano de fundo para suas aventuras. O trabalho de um arqueólogo é muito interessante, uma vez que estuda a vida e a cultura de povos antigos por meio de escavações ou através de documentos e monumentos por eles deixados. Gosto muito de uma fala do professor Jones, dirigida a um de seus alunos: “Você quer ser um arqueólogo? Então saia do banco da universidade e vá para onde está a história”. Claro que ele não estava incentivando o abandono dos estudos acadêmicos; ele estava ensinando a levar a teoria dos bancos escolares à prática.
Há uma analogia aqui, entre o arqueólogo e aquele que quer seguir o discipulado de Cristo: tal qual um arqueólogo, que escava os sítios arqueológicos em busca de tesouros de conhecimento, um discípulo precisa escavar nas Escrituras, que são o testemunho de Cristo, para encontrar tesouros de sabedoria e conhecimento eternos. Um arqueólogo que ficar apenas na superfície, que não se lançar à profundidade de suas buscas, encontrará pouca coisa, se é que encontrará alguma coisa. Um cristão que se acomodar apenas à superfície de seu discipulado, pouco encontrará e viverá.
Outra analogia há entre a arqueologia e o discipulado de Cristo: tal qual um arqueólogo precisa passar através da teoria à pratica de sua ciência, um cristão necessita, passando pela teoria bíblica da Palavra, chegar à prática da mesma em sua vida cotidiana. Não existe arqueólogo sem preparo acadêmico, mas um arqueólogo de verdade concretiza este preparo no sítio arqueológico. Assim como não existe cristão sem preparo bíblico, mas um cristão de verdade concretiza este preparo no sítio experimental da vida.
É preciso que aprendamos a escavar a Palavra, estando atentos a ela quando a vivemos, seja na leitura ou estudo bíblico, seja na prédica na igreja. Ao estudarmos a Palavra, não devemos estar com os pensamentos dispersos, passando os olhos avoados pelas palavras e páginas sem entendermos o que estamos lendo. Ao ouvirmos a Palavra, não devemos estar na igreja apenas de corpo presente, enquanto nossos pensamentos andam borboleteando por aí, distraídos com as coisas lá fora. Em ambos os casos, devemos estar conscientemente imersos no que estamos fazendo. O contato com a Palavra deve ser feito antecedido por oração, buscando junto ao Espírito do Senhor a orientação e a inspiração para que a possamos interiorizar. Só assim ela será inscrita em nossos corações e mentes.
Um arqueólogo encontra nas descobertas da antiguidade conhecimentos que influenciam a atualidade; é o passado servindo ao presente. Nas antiguidades das sabedorias e conhecimentos bíblicos, encontramos influências divinas para a nossa atualidade, independente da época em que estamos. É a eterna sabedoria de Deus servindo-nos em pleno século XXI. Mas é preciso cavar; ficar só na superfície nos dará apenas um conhecimento e uma sabedoria superficiais. A pá e a picareta das escavações bíblicas são nossa oração e nossa humildade. Assim, poderemos ir fundo!
“O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo” (Mateus 13:44). Com essas palavras, o próprio Cristo nos mostra a importância de darmos valor às coisas divinas. Ele nos ensina a valorizarmos o que realmente é digno de valor, Ele nos ensina a priorizarmos o que é importante, Ele nos ensina a nos mexermos na busca pelo que ansiamos. E Ele sempre soube das coisas, não é mesmo?

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Junho de 2012: As asas de Deus: Paz e graça

04.06.2012 |
No âmbito da inauguração de uma igreja, deparei-me com uma palavra dos Salmos que me emocionou, tanto pela força de expressão como pelo conteúdo profundo. A palavra começa assim: «Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, e por isso, os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias.» (Salmos 36,7-8).

Atrás desta palavra está a imagem dos querubins que estendiam as suas asas sobre o lugar da arca no templo. Estas asas são a proteção de Deus. Todos os que entram e saem da casa de Deus podem sentir a proteção das Suas asas. Estas asas também são a paz e a graça de Deus. A paz e a graça de Deus são-nos oferecidas nos serviços divinos.
Vivemos num tempo em que existe muito desassossego e eu não acredito que isso se vá alterar. Enquanto vivermos aqui na terra e o dia do Senhor não tiver chegado, haverá desassossego entre os povos. Esse desassossego revela-se pelos diversos sinais do tempo. Mas, na casa de Deus, não só podemos encontrar as asas de Deus, como também a Sua paz e a Sua graça. Onde a paz e a graça inesgotável de Deus atuam, todo o desassossego desaparece.
O que importa é que procuremos a proteção debaixo dessas asas e não fiquemos afastados delas. Isso significa, por um lado, que temos de aceitar, em primeiro lugar, a palavra de Deus, depois, já a paz poderá atuar. Se estivermos sentados no serviço divino com um espírito duvidoso e pensarmos: “vamos lá ver o que é que vamos ouvir hoje!”, a paz não pode atuar. Mas, se pelo contrário, aceitarmos a palavra de Deus, a paz entra na nossa alma e todo o resto se torna relativo. Então, chegamos à conclusão de que aquilo que tanto nos ocupava, afinal é passageiro. Por outro lado, se nos debruçarmos perante Deus em humildade, podemos vivenciar a Sua graça. Isso é, por vezes, difícil para nós como seres humanos, uma vez que temos uma forma de pensar egocêntrica.
Daqueles que debaixo das asas encontram proteção diz-se: «Eles se fartarão da gordura da tua casa.» Uma dessas “gorduras” que nos são oferecidas espiritualmente, é o amor do Senhor. Esse amor sacia a alma. A segunda “gordura” é a força na fé, e onde há força na fé também há força para suportar e para vencer. Por conseguinte, podemos por de parte o passado e entregar-nos plenamente à atuação do Senhor. Outra “gordura” é o consolo do Espírito Santo.
A nossa palavra termina com a indicação: «e os farás beber da corrente das tuas delícias.» Se nos entregarmos completamente, ou seja, se aproveitarmos tudo o que o Senhor nos oferece, então a alegria que daí nos advém, é como uma corrente que nos transporta.
Sejamos inteligentes e procuremos abrigo debaixo das asas de Deus e tentemos ficar saciados na Sua casa, ou seja, preenchidos pelo Seu amor, pela força na fé e pelo consolo, então sentiremos alegria: a alegria por sermos filhos de Deus, a alegria por estarmos em ligação com o Senhor, a alegria por termos uma meta maravilhosa pela qual nos podemos orientar. Se assim procedermos, tornar-nos-emos dignos para o grande dia.

Wilhelm Leber
Fonte: http://www.igrejanovaapostolica.org/site/ndice/portugus/palavra_do_ms/palavras_do_ms/view-details-id-44.htm

terça-feira, 5 de junho de 2012

Caráter de Urgência

João 4:46-53
Mais uma vez ele visitou Caná da Galiléia, onde tinha transformado água em vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. A transformação de água em vinho foi o primeiro milagre ou sinal que Jesus realizou. Isso fez com que os discípulos que Ele havia arrebanhado até então cressem n’Ele. Depois de algum tempo, Jesus retornava àquela localidade. Estava lá um oficial do rei, pessoa importante e de notório destaque, que tinha um filho doente, que estava em Cafarnaum. Cafarnaum ficava a quase 30 quilômetros de Caná. Talvez o oficial estivesse em alguma missão real, ou talvez ele trabalhasse em Caná, não se sabe ao certo. O fato é que ele estava ali, e certamente estava muito angustiado, por ter um filho doente em casa.
Quando ele ouviu falar que Jesus tinha chegado à Galiléia, vindo da Judéia, procurou-o e suplicou-lhe que fosse curar seu filho, que estava à beira da morte. Quando Jesus chegou de volta em Caná, Ele já era bem conhecido, pois seus ensinamentos se espalhavam e Ele chamava a atenção das pessoas por onde passava. Por isso o oficial ficou sabendo que Ele estava lá e foi ao encontro d’Ele. Percebemos que o seu filho não estava apenas doente, como se fosse com uma gripe ou outra coisa leve. O caso era grave, pois estava à beira da morte. Dá para imaginar o desespero deste pai, longe de casa, angustiado e, talvez, já com pouca esperança de ver restabelecida a saúde do filho. Mas, ao ouvir falar de Jesus, não teve dúvida: foi ao encontro d’Ele. Sua intenção inicial era levar Jesus até onde seu filho se encontrava – suplicou-lhe que fosse curar seu filho –, só que distava quase 30 quilômetros – e isso em linha reta, imagine as curvas da estrada, talvez fosse uma distância ainda maior. Se Jesus fosse junto até lá, certamente não iria sozinho, seria acompanhado por seus discípulos e por quem mais tivesse o desejo de ver o que Ele poderia fazer para ajudar um menino à beira da morte. Seria uma turma toda, nada pequena, se deslocando a pé ou em lombo de burro. E isso em caráter de urgência, pois não se saberia se poderiam chegar ainda a tempo de fazer alguma coisa, em vista da gravidade da situação.
Disse-lhe Jesus: “Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão”. Jesus estava ciente do impacto que um sinal ou um acontecimento fora da normalidade provoca nas pessoas. Isso as impacta, causa-lhes um espanto que alavanca a credulidade. Por um lado, é bom, mas, por outro, demonstra que o ser humano está sempre se impondo uma auto-limitação, onde é preciso “ver para crer”.
O oficial do rei disse: “Senhor, vem, antes que o meu filho morra!”.  Percebe-se que o oficial não estava nem aí para um simples fato de ver um milagre para poder crer. Ele não estava num estágio de ver para crer. Ele estava num extenuante estágio de caráter de urgência. Ele não tinha tempo para divagações, para ponderações, para tergiversações teológicas, para “testes” com finalidade de tentar se convencer de que Jesus seria o Cristo ou coisa do tipo. Ele não tinha tempo para filosofia ou religiosidade. Ele vivia uma situação de vida ou morte. Vida ou morte de seu filho. Dá para perceber a situação? E outro ponto: na situação em que se encontrava, esse oficial não necessitava ver um sinal para poder crer. Podemos perceber que, de uma certa forma, ele já cria e já tinha fé, caso contrário não teria ido ao encontro de Jesus. Era uma situação de desespero, sim, mas, paradoxalmente, também era uma situação de esperança.
Jesus respondeu: “Pode ir, o seu filho continuará vivo”. O homem confiou na palavra de Jesus e partiu. Aqui chegamos ao ponto alto da história! Jesus, diante do desespero de um pai com um filho doente noutra cidade nem se inclinou a ir com ele, visitar o filho e ver o que poderia ser feito. Ele só disse: “Pode ir, o seu filho continuará vivo”. Hein? “Fica tranqüilo, meu camarada, pode ir. Não esquenta mais, teu guri vai ficar bem”. “Mas o senhor não vem comigo? Vamos lá, é preciso que o senhor o veja. O caso é grave, ele está morrendo, caramba! E o senhor me manda embora, dizendo que ele vai ficar bem? Só isso? Só isso? E quer que eu acredite nisso? O senhor só diz isso e quer que eu acredite que meu filho ficará bom? Ah, eu não acredito nisso! Não é possível! O que é que eu estou fazendo aqui? Perdi meu tempo!”. Se algum de nós estivesse no lugar desse pai, não poderia ser mais ou menos essa a nossa reação? Talvez esperássemos ver algo fantástico, alguém vociferando “esteja curado”, muletas voando ou cadeiras de roda sendo erguidas. Talvez quiséssemos ver “fogo cair do céu”. Mas não aquele homem. Para ele, ouvir “Pode ir, o seu filho continuará vivo” foi o suficiente. Só isso lhe bastou, pois ele confiou na palavra de Jesus e partiu. Ele se foi, acreditando piamente que tudo estava resolvido.
Estando ele ainda a caminho, seus servos vieram ao seu encontro com notícias de que o menino estava vivo. Quando perguntou a que horas o seu filho tinha melhorado, eles lhe disseram: “A febre o deixou ontem, à uma hora da tarde”. Eu me liguei numa coisa aqui, não sei se você percebeu: este homem confiou tanto na palavra de Jesus que ele não saiu de Caná imediatamente, disparado feito louco para ver se o filho estava melhor, para comprovar o cumprimento da palavra do Senhor; ele partiu, provavelmente, no dia seguinte, pois os servos que foram ao seu encontro com a boa notícia disseram que “a febre o deixou ontem. Isso mostra que o homem não desconfiou em nenhum momento do que ouvira de Jesus. Mostra que ele ficou realmente tranqüilo, pois foi com calma ver o cumprimento da palavra. Muito legal isso, não é? E nós? Será que somos capazes de confiar numa única palavra do Senhor, e não só confiar na palavra em si, mas seguirmos o caminho com calma, seguros de que se cumprirá o que a palavra diz? Hein? Boa questão, não é? E mais uma coisinha: os servos do oficial vinham a seu encontro com as boas novas. Quando a palavra do Senhor age e seguimos em confiança, os efeitos do cumprimento da palavra vêm ao nosso encontro!
Então o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho continuará vivo”. Este homem viveu a experiência da vivacidade da palavra do Senhor!
Assim, creram ele e toda a sua casa. Uma única palavra, capacitada para recriar condições plenas de vida, expandiu-se e produziu fé em toda uma família e – quem sabe? – nos vizinhos da família do oficial também; afinal, não é só notícia ruim que corre, notícias boas também correm e se espalham...
Essa história, relatada nas Escrituras, é show de bola! E há outras. Ao invés de perder tempo dando uma espiadinha no Big Brother (que já acabou, ufa!), invista tempo e dê uma espiadinha na Big Bíblia!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO