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domingo, 30 de abril de 2023

120 – O Êxodo (Êxodo 12 – 14)


Os33(versículo de Êxodo 12) egípcios pressionavam o povo para que se apressasse em sair do país, dizendo: “Todos nós morreremos!” Então34 o povo tomou a massa de pão ainda sem fermento e a carregou nos ombros, nas amassadeiras embrulhadas em suas roupas.

Os37 israelitas foram de Ramessés até Sucote. Havia cerca de seiscentos mil homens I a pé, além de mulheres e crianças. Grande38 multidão de estrangeiros de todo tipo seguiu com eles, além de grandes rebanhos, tanto de bois como de ovelhas e cabras.

Ora40, o período que os israelitas viveram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. No41 dia quando se completaram os quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do SENHOR saíram do Egito.

Quando17(versículo de Êxodo 13) o faraó deixou sair o povo, Deus não o guiou pela rota da terra dos filisteus, embora este fosse o caminho mais curto, pois disse: “Se eles se defrontarem com a guerra, talvez se arrependam e voltem para o Egito”. Assim18, o SENHOR fez o povo dar a volta pelo deserto, seguindo o caminho que leva ao mar Vermelho. Os israelitas saíram do Egito preparados para lutar.

Moisés19 levou os ossos de José II, porque José havia feito os filhos de Israel prestarem um juramento, quando disse: “Deus certamente virá em auxílio de vocês; levem então os meus ossos daqui”.

Os20 israelitas partiram de Sucote e acamparam em Etã, junto ao deserto. Durante21 o dia o SENHOR ia adiante deles, numa coluna de nuvem III, para guiá-los no caminho, e de noite, numa coluna de fogo III, para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e de noite.

Após a fuga dos israelitas, o faraó mudou de ideia com relação e deixá-los partir. Ele perseguiu os israelitas com o seu exército, até alcançá-los onde tinham acampado, próximo ao mar, perto de Piarote. Quando os israelitas viram o exército do faraó, ficaram aterrorizados.

Disse15(versículo de Êxodo 14) o SENHOR a Moisés: “Erga16 a sua vara e estenda a mão sobre o mar, e as águas se dividirão para que os israelitas atravessem o mar em terra seca”.

A19 coluna de nuvem também saiu da frente deles e se pôs atrás, entre20 os egípcios e os israelitas.

Então Moisés obedeceu. Naquela noite, ele levantou o cajado sobre o mar, e as águas se dividiram. Os israelitas fizeram a travessia, tendo uma muralha de água à direita e outra à esquerda. Os egípcios os seguiram pelo mar, mas Deus lançou-os em confusão e fez cair as rodas dos carros de guerra.

Moisés27 estendeu a mão sobre o mar, e ao raiar do dia o mar voltou ao seu lugar. As28 águas voltaram e encobriram os seus carros de guerra e os seus cavaleiros, todo o exército do faraó que havia perseguido os israelitas mar adentro. Ninguém sobreviveu.

 

v     Para entender a história

Os israelitas fornecem provas cabais de que Deus arquitetou sua libertação. O Êxodo é o início do plano de Deus para o seu povo. Sob a liderança do seu servo Moisés, Deus tira em segurança os israelitas do Egito, para começarem sua viagem à Terra Prometida.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Seiscentos mil homens – Tratava-se de homens com idade de serviço militar (vinte anos ou mais). Um censo feito tribo a tribo deu um total exato de 603.550 (Números cap. 1), o que sugere uma comunidade de mais de dois milhões de pessoas, contando-se mulheres e crianças. Entretanto, um número tão grande pode ser simbólico, indicando que os israelitas eram numerosos por serem abençoados por Deus.

                                   II.     “Os ossos de José” – Moisés estava cumprindo uma promessa feita a José, no leito de morte. Lembrando as palavras de Deus para Abraão (Gênesis 15:13-16), José sabia que os israelitas voltariam a Canaã. E fez os israelitas jurarem que os seus restos mortais seriam levados com eles (Gênesis 50:24-25).

                                III.     “Coluna de nuvem... coluna de fogo” – Nuvens e fogo são símbolos da presença imediata de Deus. Essas colunas são uma demonstração visual para os israelitas de que Deus está presente para guiá-los e protegê-los em sua jornada.

 

- O Mar Vermelho: O mar recebeu este nome porque, periodicamente, as suas águas assumem uma cor marrom-avermelhada, por causa de algas mortas. Estende-se por 2.100 KM, do Canal de Suez ao Golfo do Áden, separando África e Arábia.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.


domingo, 23 de abril de 2023

Mais Pontes e Menos Muros!


 

2º Timóteo 2:24

Ao servo do Senhor não convém brigar, mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente.

 

Mesmo que haja sempre um discurso de tolerância, seja nas mídias, seja nas instituições, ou mesmo no dia a dia, na nossa convivência em sociedade, o fato é que vivemos num tempo onde o limite entre tolerância e intolerância é tênue.

Nos mais diversos tópicos abordados, sejam políticos, filosóficos, clubísticos, e mesmo teológicos ou religiosos – especialmente nestes –, escorregar para a discussão e a intolerância é extremamente fácil.

Aqui e agora, quero falar especificamente das tolerâncias e intolerâncias concernentes aos temas da fé.

Conquanto a fé seja sempre um tema pessoal e intransferível, parece que somos impulsionados a coletivizá-la.

Dia desses li nalgum lugar que “as verdades espirituais são tantas quanto forem as pessoas no nosso planeta”. Esta afirmação tem um fundo de verdade, posto que cada um de nós enxerga tudo na vida – e não somente a fé – pelas suas próprias lentes, e estas diferem de pessoa para pessoa.

Para os cristãos, por óbvio, a verdade é Cristo e, em assim sendo, a verdade não é um conceito, mas uma Pessoa. Ainda assim, cada um de nós tem experiências únicas e exclusivas com o Cristo. Ainda que formemos a Igreja e esta é indivisível como conceito, somos todos tijolinhos diferentes dentro dela, ou, como diz o apóstolo Paulo, membros diferentes do mesmo Corpo, interligados entre si: Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros (Romanos 12:4-5).

Há no mundo um número expressivo de religiões, religiosidades e caminhos espirituais.

Mesmo dentro do cristianismo, há uma elevadíssima quantidade de subdivisões, entre denominações eclesiásticas, grupos, seitas e afins.

Há países onde não há liberdade religiosa, e aí o caso adquire particular delicadeza, pois as divergências e imposições não se limitam ao campo das ideias e dos conceitos, mas extrapolam-se à imposição da força que coage e amedronta, causando mesmo risco de vida.

Há países, como o nosso, em que há liberdade religiosa e de credos, mas, mesmo que não haja imposições coercitivas, a delicadeza com que se deve tocar nestes assuntos é sempre, no mínimo, recomendável, para não causar inconvenientes e constrangimentos. Ou seja, por aqui o caso também não é simples, como poderia e deveria ser – está se pisando em ovos o tempo todo.

O grande problema ocorre quando olhamos apenas para o nosso umbigo – que achamos ser, claro, o melhor e o mais bonito! –, achando que apenas nós ou nosso grupo temos razão, que nós somos os detentores, os administradores e os despenseiros das benesses de Deus. Ou seja, é conforme a doutrina que o meu grupo dita, ou então está errado!

Achamos também que cabe imputar nossa religiosidade/espiritualidade aos outros, como uma espécie de missão divina a nós outorgada, colocando-nos como soldados de uma milícia evangelizadora, uma espécie de “tropa de elite” de Jesus.

Mas não deveria ser assim! Muito antes pelo contrário!

Se queremos ter um modelo de modus operandi, olhemos para Jesus – sempre olhemos para Ele!

Jesus nunca coagiu ninguém. Ele sempre deixou as pessoas livres para que, ao Seu convite, O seguissem, se quisessem: Então Jesus chamou a multidão e os discípulos e disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8:34). Ele nunca disse algo do tipo: “Você precisa seguir-me, caso contrário sofrerá alguma punição”.

A Palavra usada aqui como mote para este texto diz que “ao servo do Senhor não convém brigar”. E prossegue dizendo que “sejamos amáveis para com todos, aptos para ensinar, pacientes”. A amabilidade e a paciência são gomos do “fruto do Espírito” de Jesus: Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22-23). E a seiva que alimenta esse fruto do Espírito é o amor!

Assim, sempre que pregarmos o Evangelho a alguém, que o façamos com respeito às diferenças e com amor!

É tempo de mais pontes e menos muros!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 16 de abril de 2023

119 – A Passagem e a Última Praga (Êxodo 11 – 12)


Disse1(versículo de Êxodo 11) então o SENHOR a Moisés: “Enviarei ainda mais uma praga I sobre o faraó e sobre o Egito. Somente depois desta ele os deixará sair daqui e até os expulsará totalmente”.

O1(versículo de Êxodo 12) SENHOR disse a Moisés e a Arão, no Egito: “Este2 deverá ser o primeiro mês do ano para vocês II. Digam3 a toda a comunidade de Israel que no décimo dia deste mês todo homem deverá separar um cordeiro ou um cabrito, para a sua família, um para cada casa. O5 animal escolhido será macho de um ano, sem defeito, e pode ser cordeiro ou cabrito. Guardem-no6 até o décimo quarto dia do mês, quando toda a comunidade de Israel irá sacrificá-lo, ao pôr-do-sol. Passem7, então, um pouco do sangue nas laterais e nas vigas superiores das portas das casas nas quais vocês comerão o animal. Naquela8 mesma noite comerão a carne assada no fogo, juntamente com ervas amargas e pão sem fermento III. Ao11 comerem, estejam prontos para sair: cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão IV. Comam apressadamente. Esta é a Páscoa do SENHOR”.

“Naquela12 mesma noite passarei pelo Egito e matarei todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e executarei juízo sobre todos os deuses do Egito V. Eu sou o SENHOR! O13 sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito”.

“Este14 dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes celebrarão como festa ao SENHOR. Celebrem-no como decreto perpétuo”.

Então21 Moisés convocou todas as autoridades de Israel e lhes disse: “Escolham um cordeiro ou um cabrito para cada família. Sacrifiquem-no para celebrar a Páscoa!”

“Obedeçam24 a estas instruções como decreto perpétuo para vocês e para os seus descendentes. Quando25 entrarem na terra que o SENHOR prometeu lhes dar, celebrem essa cerimônia. Quando26 os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significa esta cerimônia?’, respondam-lhes27: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando matou os egípcios”. Então o povo curvou-se em adoração. Depois28 os israelitas se retiraram e fizeram conforme o SENHOR tinha ordenado a Moisés e a Arão.

Então29, à meia-noite, o SENHOR matou todos os primogênitos do Egito, desde o filho mais velho do faraó, herdeiro do trono, até o filho mais velho do prisioneiro que estava no calabouço, e também todas as primeiras crias do gado. No30 meio da noite o faraó, todos os seus conselheiros e todos os egípcios se levantaram. E houve grande pranto no Egito, pois não havia casa que não houvesse um morto.

Naquela31 mesma noite o faraó mandou chamar Moisés e Arão e lhes disse: “Saiam imediatamente do meio do meu povo, vocês e os israelitas! Vão prestar culto ao SENHOR, como vocês pediram. Levem os seus rebanhos, como tinham dito, e abençoem a mim também”.

 

v     Para entender a história

Os egípcios não podem mais duvidar do poder supremo de Deus. Os mágicos da corte do faraó foram derrotados, e nada há na natureza que possa ser comparado a esse evento devastador. O ato final de julgamento de Deus dobra a vontade do faraó. Este liberta os israelitas e, humildemente, pede a bênção de Deus.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Enviarei ainda mais uma praga – Este foi o castigo final de Deus para os egípcios e a mais devastadora manifestação do seu poder.

                                   II.     “Este deverá ser o primeiro mês do ano para vocês” – Esta passagem estabelece o calendário religioso do antigo Israel. O Ano Novo será celebrado para recordar a saída de Israel do Egito. O ano religioso coincide com o antigo calendário agrícola hebraico, que se inicia na primavera. O primeiro mês (março/abril) era “abib”, um termo cananeu que significava “amadurecendo o grão”. Posteriormente, foi chamado de “nisan”.

                                III.     “Ervas amargas e pão sem fermento” – O gosto de ervas pretendia lembrar aos israelitas a amargura da sua escravidão. O pão não fermentado simbolizava a pressa com que o povo teve de partir do Egito. Não houve tempo suficiente para o pão crescer.

                                IV.     “Cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão” – Ao fazer isso, eles estariam prontos a sair a qualquer momento. Em geral, os homens dobravam e enfiavam o manto no cinto da túnica, enquanto trabalhavam, para que suas pernas ficassem livres de qualquer impedimento.

                                   V.     “Executarei juízo sobre todos os deuses do Egito” – Os egípcios acreditavam que muitos deuses viviam na terra como animais, e os seus deuses costumavam ter a forma de bichos. A morte dos animais primogênitos demonstrou que os deuses egípcios eram impotentes para proteger os seus adoradores.

 

- Ervas amargas: As ervas amargas originais, provavelmente, eram verduras de salada com sabor amargo, tais como azeda, dente-de-leão, chicórias e alfaces. Hoje em dia, para representar as ervas amargas, em geral se usa rábano.

- A Passagem: Esta festa chama-se Passagem (traduzida também por Páscoa) porque o Senhor “passou sobre” as casas dos israelitas, poupando-os do destino reservado aos egípcios. A ceia da Passagem é servida para lembrar a última noite dos israelitas no Egito, e só começa após escurecer.

- Comemorando a Passagem: Famílias judaicas continuam a observar as tradições da ceia da Passagem. Antes de a comida ser ingerida, a criança mais nova pergunta: “Por que esta noite é diferente das outras?” Então, o membro mais velho da família conta a história da Passagem.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

sábado, 8 de abril de 2023

Por que você não ressuscita mortos nesta Páscoa?


 

A sexta-feira dos judeus começa na quinta-feira às seis da tarde e termina na sexta à mesma hora ao entardecer.

Portanto, na última sexta-feira de vida física/terrena de Jesus Ele foi traído.

Traído, negado e deixado pelos Seus amigos!

Assim, do ponto de vista psicológico/relacional da Páscoa de Jesus, tem-se a sexta-feira das traições, negações, abandonos e maus tratos; tem-se o sábado do silêncio do Traído, o choro dos negantes e a morte por suicídio de um dos traidores emblemáticos, Judas; e no domingo tem-se o grito do Traído vencendo todas as traições com a força da Ressurreição, que perdoa a todos os cativos da morte; posto que a morte, ou o medo de morrer, sejam os fatores que, associados à inveja, frustração ou qualquer outro sentimento que decorra do medo da morte ou da necessidade de não perder a vida ou a oportunidade da existência – façam as pessoas, por caminhos diversos, traírem, negarem ou fugiram do amor antes confessado.

Assim, se a Páscoa nos fala da Libertação da morte e do medo de morrer, bem como nos anuncia a vitória da Ressurreição sobre as garras da morte, do mesmo modo nos fala de nós mesmos; sim, do nosso poder de negar e de trair; bem como do nosso poder de ressuscitar mortos pela via do perdão.

Quem nunca foi traído por algum amigo ou por vários deles?

Eu, no que me concerne, de um modo ou de outro, já fui traído muitas vezes, e pelos melhores amigos; amigos que ainda hoje me são os melhores amigos pelo poder da Ressurreição.

Sim, pois Perdão é Ressurreição!

No Evangelho Perdão é o poder que Ressuscita os que se suicidaram ante os nossos olhos, ou que nos traíram quando antes nos confessavam apenas amor.

Praticamente nunca tive amigos que leve ou pesadamente não me tenham traído!

Por vezes é algo involuntário, que não visa atingir a você, mas apenas salvar a própria pele.

Por vezes são traições deliberadas, mesmo que aquele que trai pense que somente faz aquilo porque você já não está mais no círculo da vida dele.

Os temas de tais traições são diversos, bem como sua gravidade ou intensidade destrutiva.

Sim, pois há as traições que negociam você, como fez Judas; e há as traições que negam você, como fez Pedro; e ainda há a traição dos que fogem de medo, racionalizando: “De que adianta a ele que eu agora lhe confirme amizade se ele mesmo já perdeu a chance da vida e da continuidade?”

Todos os meus amigos mais íntimos, de um modo ou de outro, até quando pensam não estar traindo, por vezes traem [...] até quando se calam.

Mas e daí?

O Perdão é a Ressurreição dos que se fizeram mortos para você, mas que pela Graça em seu coração lhe foram devolvidos à sua própria vida, e à vida deles mesmos por você – exclusivamente pelo poder de fazer as marcas da morte serem vencidas pelo Perdão que Ressuscita os traidores, oferecendo-lhes o mundo novo que, em amizade, você lhes oferece; como Jesus fez com Seus amigos.

Quem vive esperando não ser traído pelos seus amigos não entendeu que isso nunca foi ou será possível!

Há um só Amigo que jamais traiu em pensamento, palavras, ações, comissões e omissões!

Os demais, mesmo os melhores, traem; e quem não sabe disso nunca aprendeu o que seja ter amigos e mantê-los apesar de tudo!

Já fui traído por amigos muitas vezes, até quando alguns deles nem imaginavam que estavam me traindo.

Mas e daí?

Afinal, você sabe que já traiu também.

Sim, não apenas quando vendeu alguém ou negou que fosse amigo e íntimo, mas quando fez silêncio, ou aceitou um veredito perverso contra o outro, ou mesmo quando criticou sem dizer, quando cobiçou ainda que sem possuir, quando fez parte de algo [...], por mais sutil que tenha sido, ou até involuntariamente, mas que atingiu a vida do outro.

Nesta Páscoa Ressuscite muitos amigos!

Sim, faça isto perdoando-os; assim como Jesus fez, devolvendo vida aos amigos que Dele haviam se ausentado pela fraqueza do caráter ou mesmo em razão do poder da vergonha [...] por terem feito o que fizeram.

Sim, nesta Páscoa exerça o Poder da Ressurreição praticando a Graça do Perdão; e, desse modo, devolvendo vida a muita gente que, em relação a você, se sente morta para sempre!

Tire esta Páscoa dos ambientes da Ressurreição apenas doutrinária ou tão-somente da fé no Ressuscitado/Histórico!

Esta Páscoa pode levantar mortos ante os seus olhos; sim, não como algo distante de você, porém como aquilo que acontece ao seu lado, bem perto de você.

Ora, isto somente será real e verdadeiro se você reproduzir perdão com a fertilidade dos coelhinhos.

Quem me lê e me entende, esse Ressuscita os mortos; posto que os traga de volta à vida pelo Perdão que ressuscita [...] os que ante nossos sentidos se zumbificaram pela traição, negação, omissão ou comissão que nos fez mal.

Feliz Páscoa para você!

Que todos sejam perdoados!

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)

domingo, 2 de abril de 2023

118 – O Cajado e as Pragas (Êxodo 7 – 10)


Disse8(versículo de Êxodo 7) o SENHOR a Moisés e a Arão: “Quando9 o faraó lhes pedir que façam algum milagre, diga a Arão que tome a sua vara e a jogue diante do faraó; e ela se transformará numa serpente I”.

Moisés10 e Arão dirigiram-se ao faraó e fizeram como o SENHOR tinha ordenado. Arão jogou a vara diante do faraó e seus conselheiros, e ela se transformou em serpente. O11 faraó, porém, mandou chamar os sábios e feiticeiros; e também os magos do Egito fizeram a mesma coisa por meio das suas ciências ocultas. Cada12 um deles jogou ao chão uma vara, e estas se transformaram em serpentes. Mas a vara de Arão engoliu as varas deles. Contudo13, o coração do faraó se endureceu e ele não quis dar ouvidos a Moisés e a Arão, como o SENHOR tinha dito.

Disse14 o SENHOR a Moisés: “O coração do faraó está obstinado; ele não quer deixar o povo ir”.

Disse19 o SENHOR a Moisés: “Diga a Arão que tome a sua vara e estenda a mão sobre as águas do Egito, dos rios, dos canais, dos açudes e de todos os reservatórios, e elas se transformarão em sangue. Haverá sangue por toda a terra do Egito, até nas vasilhas de madeira e nas vasilhas de pedra”.

Moisés20 e Arão fizeram como o SENHOR tinha ordenado. Arão levantou a vara e feriu as águas do Nilo na presença do faraó e dos seus conselheiros; e toda a água do rio transformou-se em sangue II.

Passaram-se25 sete dias depois que o SENHOR feriu o Nilo.

Depois5(versículo de Êxodo 8) o SENHOR disse a Moisés: “Diga a Arão que estenda a mão com a vara sobre os rios, sobre os canais e sobre os açudes, e faça subir deles rãs sobre a terra do Egito”.

Assim6 Arão estendeu a mão sobre as águas do Egito, e as rãs subiram e cobriram a terra do Egito.

Mas15 quando o faraó percebeu que houve alívio, obstinou-se em seu coração e não deu mais ouvidos a Moisés e a Arão, conforme o SENHOR tinha dito.

Então16 o SENHOR disse a Moisés: “Diga a Arão que estenda a sua vara e fira o pó da terra, e o pó se transformará em piolhos por toda a terra do Egito”. Assim17 fizeram, e quando Arão estendeu a mão e com a vara feriu o pó da terra, surgiram piolhos nos homens e nos animais. Todo o pó de toda a terra do Egito transformou-se em piolhos.

Mas19 o coração do faraó permaneceu endurecido, e ele não quis ouvi-los, conforme o SENHOR tinha dito.

Depois20 o SENHOR disse a Moisés: “Levante-se bem cedo e apresente-se ao faraó, quando ele estiver indo às águas. Diga-lhe que assim diz o SENHOR: Deixe o meu povo ir para que me preste culto. Se21 você não deixar meu povo ir, enviarei enxames de moscas para atacar você, os seus conselheiros, o seu povo e as suas casas. As casas dos egípcios, bem como o chão em que pisam, se encherão de moscas”.

“Mas22 naquele dia tratarei de maneira diferente a terra de Gósen, onde habita o meu povo; nenhum enxame de moscas se achará ali, para que você saiba que eu, o SENHOR, estou nesta terra. Farei23 distinção entre o meu povo e o seu. Este sinal miraculoso acontecerá amanhã”.

E24 assim fez o SENHOR. Grandes enxames de moscas invadiram o palácio do faraó e as casas de seus conselheiros, e em todo o Egito a terra foi arruinada pelas moscas.

Mas o faraó continuava se recusando a deixar os israelitas partirem. Então, uma terrível peste matou todos os rebanhos do Egito. Em seguida, Deus mandou descer um pó por sobre toda a terra, e romperam tumores pustulentos em homens e animais. Ele mandou trovões e granizo, que castigaram homens e animais. Um vento oriental soprou através da terra e gafanhotos cobriram o solo. Mas a terra de Gósen continuou sendo poupada.

O21(versículo de Êxodo 10) SENHOR disse a Moisés: “Estenda a mão para o céu, e trevas cobrirão o Egito, trevas tais que poderão ser apalpadas”. Moisés22 estendeu a mão para o céu, e por três dias houve densas trevas em todo o Egito III. Ninguém23 pôde ver ninguém, nem sair do seu lugar durante três dias. Todavia, todos os israelitas tinham luz nos locais em que habitavam.

Então24 o faraó mandou chamar Moisés e disse: “Vão e prestem culto ao SENHOR. Deixem somente as ovelhas e os bois; as mulheres e as crianças podem ir”.

Mas25 Moisés contestou: “Tu mesmo nos darás os animais para os nossos sacrifícios e holocaustos que ofereceremos ao SENHOR. Além26 disso, os nossos rebanhos também irão conosco; nem um casco de animal será deixado. Temos que escolher alguns deles para prestar culto ao SENHOR nosso Deus e, enquanto não chegarmos ao local, não saberemos quais animais sacrificaremos”.

Mas27 o SENHOR endureceu o coração do faraó, e ele se recusou a deixá-los ir. Disse28 o faraó a Moisés: “Saia da minha presença! Trate de não aparecer nunca mais diante de mim!”

 

v     Para entender a história

A primeira praga de Deus atinge o coração da vida egípcia, e segue-se uma praga após a outra, mas, teimosamente, o faraó recusa-se a libertar os israelitas da escravidão. O ritmo de seqüência das pragas e o fato de Gósen ser poupada são evidências da intervenção divina. Deus desafia e derrota o sistema religioso do Egito.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Ela se transformará numa serpente – A serpente era um dos símbolos do poder do faraó. Na parte frontal de sua coroa, o faraó usava uma cobra de ouro, que, segundo se dizia, cuspia fogo nos inimigos.

                                   II.     “A água do rio transformou-se em sangue” – O Nilo era fonte de prosperidade do Egito. Suas águas levavam fertilidade para a terra e peixes para a mesa. O rio também era a principal rota de comércio do Egito. Os egípcios dependiam tanto do Nilo, que o divinizaram na forma do deus Hapi, cultuando o rio com hinos de adoração. Um Nilo vermelho teria tido um significado especial para os egípcios, pois o vermelho era a cor da morte.

                                III.     “Houve densas trevas em todo o Egito” – O deus-sol Rá era a divindade principal do Egito. Os egípcios adoravam o sol de várias formas. A alvorada, o meio-dia e ocaso, cada qual significava uma divindade separada. Os egípcios devem ter ficado aterrorizados por terem sido desligados da fonte de toda a vida, pela escuridão que se fez presente.

 

- As pragas: Pragas eram epidemias, doenças ou desastres que provocavam grande aflição. Em grego, “praga” significa “chicotada” ou “soco”, sugerindo castigo.

- Os deuses egípcios: Textos antigos listam mais de setecentas divindades egípcias. Cada força da natureza era representada por um diferente deus ou deusa. Por todo o Egito, erguiam-se templos impressionantes para a adoração desses deuses, e um enorme corpo sacerdotal executava rituais sagrados em sua homenagem. As pragas demonstraram que os deuses do Egito eram impotentes diante da vontade de Deus.

- Pragas miraculosas ou fenômenos naturais? Nem todas as pragas do Egito podem ser consideradas como fenômenos ou desastres naturais. Vez por outra, o Nilo ficava poluído com sedimentos vermelhos das terras altas da Etiópia, durante a cheia. Aberrações ocasionais no tempo, tempestades de areia que encobriam a luz e várias outras epidemias não eram incomuns no Egito. O aspecto miraculoso desses acontecimentos estava no controle divino por trás deles, evidenciado pelo fato de terem acontecido meticulosamente um após o outro.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.