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quarta-feira, 29 de julho de 2020

24 – Mais Forte Que a Tempestade e os Espíritos (Marcos 4-5)



Naquele35(versículo de Marcos 4) dia, quando caiu a noite, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem”. Deixando36 para trás a multidão, eles o levaram no barco, tal como estava. Havia também outros barcos com ele. Levantou-se37 uma furiosa ventania I, e as ondas quebravam sobre o barco, a ponto de quase inundá-lo. Jesus38 estava na popa, dormindo sobre uma almofada. Os discípulos o acordaram, dizendo: “Mestre, não te importas que afundemos?”
Ele39 se levantou, repreendeu o vento e falou às ondas: “Quietas! Silenciem!” Então o vento amainou e tudo ficou calmo. Ele40 disse aos discípulos: “Por que tanto medo? Ainda não têm fé?” Eles41 ficaram aterrorizados e perguntaram uns aos outros: “Quem é este, que até o vento e as ondas lhe obedecem?”
Eles1(versículo de Marcos 5) cruzaram o lago para a região dos gerasenos II. Quando2 Jesus saiu do barco, veio ao seu encontro, saindo dos túmulos, um homem com um espírito maligno. Esse3 homem vivia nos túmulos III, e ninguém podia prendê-lo, nem mesmo com correntes. Pois4 ele fora muitas vezes acorrentado de mãos e pés, mas rompia as correntes e quebrava os ferrolhos dos seus pés. Ninguém era forte o bastante para dominá-lo. Noite5 e dia, entre os túmulos e nas colinas, ele gritava e se feria com pedras.
Quando6 viu Jesus à distância, ele correu, caiu de joelhos à sua frente e7 gritou o mais alto que pode: “Que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Jura a Deus que não me atormentarás!” Pois8 Jesus lhe dizia: “Sai deste homem, espírito maligno!”
Então9 Jesus lhe perguntou: “Qual é o teu nome?”
“Meu nome é Legião IV, respondeu ele, “pois somos muitos”. E10 implorava insistentemente que Jesus não o expulsasse do lugar.
Na11 colina ali perto, estava pastando uma grande manada de porcos V. Os12 espíritos rogaram a Jesus: “Manda-nos para os porcos; deixa-nos entrar neles”. Ele13 permitiu, e os espíritos malignos se foram e entraram nos porcos. A manada – cerca de dois mil – precipitou-se pelo barranco em direção ao lago, e todos se afogaram.
Os14 que cuidavam dos porcos correram e contaram aquilo na cidade e na região, e as pessoas acorriam para ver o que acontecera.
Quando15 chegaram, o homem estava vestido e sentado calmamente com Jesus. Os16 que haviam presenciado o milagre falaram dos espíritos e dos porcos. As pessoas ficaram espantadas e perceberam que Jesus era um homem de grandes poderes. Tiveram17 medo e lhe pediram que fosse embora.
Quando18 Jesus estava entrando no barco, o homem que tinha estado possesso implorou para ir com ele. Jesus19 não deixou, mas lhe disse: “Volte para a sua família e lhes conte o quanto o Senhor fez por você e como ele foi misericordioso com você”. Assim20, o homem foi embora e começou a divulgar em Decápolis o quanto Jesus tinha feito por ele. E todas as pessoas se admiravam.

v     Para entender a história
Jesus demonstra a sua autoridade sobre as forças naturais e sobrenaturais, e assim a fé de seus discípulos vai aumentando. A população heterogênea de Decápolis presencia a milagrosa transformação de um possesso, que se torna o primeiro missionário entre os gentios.

v     Curiosidades
                                      I.     “Levantou-se uma furiosa ventania” – O Mar da Galileia (um lago, na verdade) está situado numa bacia cercada de montanhas. É conhecido pelas súbitas e violentas tempestades. Ventanias como esta narrada no texto são provocadas pelo choque entre o ar frio do Mediterrâneo e o ar quente e úmido que cobre o lago.
                                   II.     “A região dos gerasenos” – Jesus vai a Decápolis, região com dez cidades gregas. Uma delas – Gerasa – dominava a área sobre a margem do lago.
                                III.     “Esse homem vivia nos túmulos” – Provavelmente, ele era um gentio (um não-judeu) pobre e separado de sua família e comunidade. Algumas pessoas muito pobres viviam em grutas de túmulos, que ainda existem hoje perto da atual aldeia de Kursi.
                                IV.     “Meu nome é Legião... pois somos muitos” – Uma legião romana consistia em perto de 5.000 homens. A turba de espíritos que possuía o homem reconheceu o poder de Jesus sobre eles.
                                   V.     “Na colina ali perto, estava pastando uma grande manada de porcos” – Muitos não-judeus viviam na Galileia e em Decápolis. Os judeus não criavam porcos, pois os consideravam os mais impuros de todos os animais. A destruição dos porcos simboliza a remoção da impureza do homem.

Decápolis: Significa dez cidades, em grego. Localizava-se ao sul do lago da Galileia.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 26 de julho de 2020

Os Falsos Pastores e os Falsos Profetas



Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!”, diz o SENHOR. Portanto, assim diz o SENHOR, Deus de Israel, aos pastores que tomam conta do meu povo: “Foram vocês que dispersaram e expulsaram o meu rebanho, e não cuidaram dele. Mas eu cuidarei de vocês pelos seus maus procedimentos”, declara o SENHOR. “Eu mesmo reunirei os remanescentes do meu rebanho de todas as terras para onde os expulsei e os trarei de volta à sua pastagem, a fim de que cresçam e se multipliquem. Estabelecerei sobre eles pastores que cuidarão deles. E eles não mais terão medo ou pavor, e nenhum deles faltará”, declara o SENHOR.
Dias virão”, declara o SENHOR, “em que levantarei para Davi um Renovo justo, um rei que reinará com sabedoria e fará o que é justo e certo na terra. Em seus dias Judá será salva, Israel viverá em segurança, e este é o nome pelo qual será chamado: O SENHOR é a Nossa Justiça”.
“Portanto, vêm dias”, diz o SENHOR, “em que não mais se dirá: ‘Juro pelo nome do SENHOR, que trouxe os israelitas do Egito’, mas se dirá: ‘Juro pelo nome do SENHOR, que trouxe os descendentes de Israel da terra do norte e de todas as nações para onde os expulsou’. E eles viverão na sua própria terra”.
Acerca dos profetas:
Meu coração está partido dentro de mim; todos os meus ossos tremem. Sou como um bêbado, como um homem dominado pelo vinho, por causa do SENHOR e de suas santas palavras. A terra está cheia de adúlteros, e por causa disso a terra chora e as pastagens do deserto estão secas. Seu modo de vida é perverso e o seu poder é ilegítimo.
“Tanto o profeta como o sacerdote são profanos; até no meu templo encontro as iniquidades deles”, declara o SENHOR. “Por isso, o caminho deles será como lugares escorregadios nas trevas, para as quais serão banidos, e nelas cairão. Trarei a desgraça sobre eles, no ano do seu castigo”, declara o SENHOR.
“Entre os profetas de Samaria vi algo repugnante: Eles profetizaram por Baal e desviaram Israel, o meu povo. E entre os profetas de Jerusalém vi algo horrível: Eles cometem adultério e vivem uma mentira. Encorajam os que praticam o mal, para que nenhum deles se converta de sua impiedade. Para mim são todos como Sodoma; o povo de Jerusalém é como Gomorra”.
Por isso assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas:
“Eu os farei comer comida amarga e beber água envenenada, porque dos profetas de Jerusalém a impiedade se espalhou por toda esta terra”.
Assim diz o SENHOR dos Exércitos:
Não ouçam o que os profetas estão profetizando para vocês; eles os enchem de falsas esperanças. Falam de visões inventadas por eles mesmos, e que não vêm da boca do SENHOR. Vivem dizendo àqueles que desprezam a palavra do SENHOR: ‘Vocês terão paz’. E a todos os que seguem a obstinação dos seus corações dizem: ‘Vocês não sofrerão desgraça alguma’. Mas qual deles esteve no conselho do SENHOR para ver ou ouvir a sua palavra? Quem deu atenção e obedeceu à minha palavra? Vejam, a tempestade do SENHOR! A sua fúria está à solta! Um vendaval vem sobre a cabeça dos ímpios. A ira do SENHOR não se afastará até que ele tenha completado os seus propósitos. Em dias vindouros vocês o compreenderão claramente. Não enviei esses profetas, mas eles foram correndo levar sua mensagem; não falei com eles, mas eles profetizaram. Mas se eles tivessem comparecido ao meu conselho, anunciariam as minhas palavras ao meu povo e teriam feito com que se convertessem do seu mau procedimento e das suas obras más”.
“Sou eu apenas um Deus de perto”, pergunta o SENHOR, “e não também um Deus de longe? Poderá alguém esconder-se sem que eu o veja?”, pergunta o SENHOR. “Não sou eu aquele que enche os céus e a terra?”, pergunta o SENHOR.
“Ouvi o que dizem os profetas, que profetizam mentiras em meu nome, dizendo: ‘Tive um sonho! Tive um sonho!’ Até quando os profetas continuarão a profetizar mentiras e as ilusões de suas próprias mentes? Eles imaginam que os sonhos que contam uns aos outros farão o povo esquecer o meu nome, assim como os seus antepassados esqueceram o meu nome por causa de Baal. O profeta que tem um sonho, conte o sonho, e o que tem a minha palavra, fale a minha palavra com fidelidade. Pois o que tem a palha com o trigo?”, pergunta o SENHOR. “Não é a minha palavra como o fogo”, pergunta o SENHOR, “e como um martelo que despedaça a rocha?”
“Portanto”, declara o SENHOR, “estou contra os profetas que roubam uns dos outros as minhas palavras. Sim”, declara o SENHOR, “estou contra os profetas que com as suas próprias línguas declaram oráculos. Sim, estou contra os que profetizam sonhos falsos”, declara o SENHOR. “Eles os relatam e com as suas mentiras irresponsáveis desviam o meu povo. Eu não os enviei nem lhes autorizei; e eles não trazem benefício algum a este povo”, declara o SENHOR.
“Quando este povo ou um profeta ou um sacerdote lhe perguntar: ‘Qual é a mensagem pesada da qual o SENHOR lhe encarregou?’, diga-lhes: Vocês são o peso! E eu os abandonarei”, declara o SENHOR. “Se um profeta ou um sacerdote ou alguém do povo afirmar ‘Esta é a mensagem da qual o SENHOR me encarregou’, eu castigarei esse homem e a sua família. Assim dirá cada um de vocês ao seu amigo ou parente: ‘O que o SENHOR respondeu? O que o SENHOR falou?’ Nunca mais mencionem a expressão: ‘Esta é a mensagem da qual o SENHOR me encarregou’, senão essa palavra se tornará uma ‘carga’ para aquele que a proferir; porque vocês distorcem as palavras do Deus vivo, do SENHOR dos Exércitos, do nosso Deus. É assim que vocês dirão ao profeta: ‘Qual é a resposta do SENHOR para você?’ ou ‘O que o SENHOR falou?’ Mas se vocês disserem: ‘Esta é a mensagem da qual o SENHOR me encarregou’, assim diz o SENHOR: Vocês dizem: ‘Esta é a mensagem da qual o SENHOR me encarregou’, quando eu lhes adverti que não dissessem isso. Por isso me esquecerei de vocês e os lançarei fora da minha presença, juntamente com a cidade que dei a vocês e aos seus antepassados. Trarei sobre vocês humilhação perpétua, vergonha permanente, que jamais será esquecida”.

(Texto de Jeremias, cap. 23)

Comentário 1: Usando uma linguagem metafórica/profética, Jeremias passava, já naqueles idos tempos, um retrato do que acontecia então, mas também um retrato do que acontece hoje no meio de muitas igrejas/instituições, especialmente no que tange aos líderes/administradores destas instituições. É sempre importante ficar atento, para diferenciar-se o trabalho sério daquele que não é.
Comentário 2: Sobre os falsos pastores que andam em suas igrejas/franquias extorquindo o povo e sobre os falsos profetas que, dos seus púlpitos e “em nome de Jesus”, fazem as suas profetadas, não necessito escrever nada além do que o profeta Jeremias, lá pelos anos 625 a 586 a.C. – esse sim, em nome do SENHOR – já escrevia.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 22 de julho de 2020

23 – O Semeador (Marcos 4)



Jesus1(versículo) começou a pregar junto ao lago. A multidão em volta era tão grande que ele entrou num barco e ali se sentou, enquanto as pessoas ficavam na margem. Ele2 lhes ensinava muitas coisas por parábolas I e dizia: “Escutem!3 Saiu um semeador a semear. À4 medida que lançava as sementes, algumas caíram à beira do caminho, e vieram as aves e as comeram. Outras5 caíram em terreno pedregoso, onde havia pouca terra. Brotaram logo, pois o solo era raso. Mas6, quando veio o sol, as plantas ficaram queimadas e, como não tinham raízes, secaram. Outros7 grãos caíram entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, que não frutificaram. E8 outros caíram em terra boa. Brotaram, cresceram e deram frutos, multiplicando-se por trinta, sessenta e até cem”.
Então9 Jesus disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Estando10 ele sozinho, os doze e outros à sua volta lhe indagaram sobre a parábola. Ele11 lhes disse: “A vocês foi revelado o mistério II do Reino de Deus. Mas, aos outros, tudo é dito por parábolas...”
Então13 Jesus lhes perguntou: “Não entenderam a parábola? Como, então, entenderão as outras? O14 semeador semeia a palavra III. Algumas15 pessoas são como os grãos à beira da estrada, onde a palavra é semeada. Assim que elas a escutam, vem Satanás e leva embora a palavra semeada. Outros16, como o grão semeado em lugares pedregosos, ouvem a palavra e logo a acolhem com alegria. Mas17, como faltam raízes, isso dura pouco. Quando vem um dissabor ou perseguição por causa da palavra, eles logo desistem. Outros18 ainda, como grãos semeados entre espinhos, escutam a palavra. Mas19 os atrativos desta vida, as seduções da riqueza e os desejos de outras coisas vêm e abafam a palavra, tornando-a infrutífera. Outros20, como grãos semeados em boa terra, ouvem a palavra, aceitam-na e dão frutos – trinta, sessenta ou mesmo cem vezes mais do que o semeado...”
Disse-lhes22 mais: “Nada há de oculto que não venha a ser revelado IV, e tudo que está encoberto está assim para ser trazido à luz. Quem23 tem ouvidos para ouvir que ouça...”
Com33 muitas outras parábolas semelhantes, Jesus trazia a palavra a eles, de modo que pudessem compreender. Ele34 nada lhes dizia sem usar uma parábola. Mas, quando estava só com seus discípulos mais próximos, explicava tudo.

v     Para entender a história
Tal como o semeador que tem de superar muitos obstáculos para fazer frutificar sua cultura, Jesus sabe que não será fácil convencer as pessoas a aceitarem seus ensinamentos. O sentido dessa parábola é a importância do “solo”. Para que a mensagem crie raízes e frutifique, as pessoas precisam escutar com espírito aberto e coração receptivo.

v     Curiosidades
                                      I.     “Ele ensinava... por parábolas” – Jesus ensinava usando histórias da vida diária para ilustrar verdades espirituais ou morais. Muitas vezes, as histórias continham sentidos ocultos. Elas têm o nome de parábolas, do grego parabole, que significa “colocado ao lado”, ou comparação. Os Evangelhos registram cerca de trinta parábolas contadas por Jesus.
                                   II.     “A vocês foi revelado o mistério” – Nem mesmo os discípulos entendiam sempre as palavras de Jesus. Sabendo que sua missão em breve seria transferida a eles, Jesus se empenhava em explicar.
                                III.     “O semeador semeia a palavra” – Jesus é o semeador que semeia palavras, em vez de sementes. Seus ensinamentos encontram muitos obstáculos. A mensagem que ele traz é muitas vezes desconsiderada, incompreendida ou abandonada por causa das tentações de coisas materiais. As “sementes” só dão fruto entre os que aceitam os ensinamentos de Jesus e vivem de acordo com eles.
                                IV.     “Nada há de oculto que não venha a ser revelado” – Para ensinar, Jesus usa parábolas porque elas têm mais impacto no ouvinte. Sua intenção não é esconder a verdade – ele insiste com as pessoas para procurarem o “sentido oculto” de suas histórias. Assim que o captarem, as pessoas estarão mais propensas a levarem a mensagem ao coração.

 Grãos para o pão: Cultivavam-se, entre os contemporâneos de Jesus, a cevada, o trigo e o sorgo; sobretudo a primeira, que se adaptava a solos mais pobres. Assado em formato achatado, o pão era o principal alimento para a maioria.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 19 de julho de 2020

Já Está Feito!



2º Coríntios 1:21
Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo.

A vida traz questionamentos. Muitos, por vezes. Até mesmo naquilo que depositamos fé, podem nos suscitar questões. Na verdade, para quem está em Deus por e em Cristo, já não deveria haver mais nenhuma questão! Mas, por vezes, há.
E aí, diante das questões existenciais da fé – que são as mais penosas –, muitos buscam as respostas pelas informações bíblicas que supostamente não foram ainda interiorizadas, ou buscam em pregações, ou buscam por meio de conversas com outras pessoas – algumas delas também mergulhadas em questionamentos.
E há ainda o perigo psicológico/espiritual de buscar em outras literaturas ou fontes espirituais – muitas delas que não se coadunam com o Evangelho de Jesus Cristo, ou mesmo que o contradizem e negam. Neste campo em especial, há literaturas – especialmente as de autoajuda  revestidas de aparente piedade e “verdade”, que falam à nossa racionalidade, à nossa lógica linear simplista, ou aos nossos sentimentos, e travestem-se de “verdade”. Mas sentimentos, emoções e sensações podem ser enganosas, como o Senhor nos ensina: O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? (Jeremias 17:9). Sim, o coração é enganoso e enganável. Por isso, não vá atrás daquela frase de efeito que diz: “Siga o seu coração”. Muitos, por segui-lo, deram-se mal, lamento dizer! Eu digo: siga a Palavra!
Outro perigo é andarmos divididos, descontinuados, interrompidos, inconstantes.
A divisão e a inconstância são grandes perigos à fé. Sobre andarmos divididos, Jesus já ensinava, advertindo: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá (Mateus 12:25). Aqui Ele nos fala de pensamentos, de filosofias de vida, de doutrinas ou ideologias. Quando temos a Sua Palavra ao nosso lado, na verdade, já não deveriam existir olhos expectantes para outras coisas (falo aqui de coisas de cunho espiritual/psicológico, não de cultura, conhecimento e saberes intelectuais, que são sempre bem-vindos).
Para quem tem Cristo consigo, não deveria haver outros “mestres”. Deveria haver em nós a profunda convicção de Pedro, que dizia com segurança: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna (João 6:68).
Voltemos, agora, a olhar para a Palavra que uso aqui como mote para este texto, que diz que é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo.
Simples! Já não é uma questão nossa, já não depende do nosso mérito, já as respostas aos questionamentos não dependem de nós – a ação de Deus não é meritocracia, é graça, favor imerecido! Não vem de nós, vem de Deus!
De mim vem a decisão de querer, como Jesus dizia: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Mateus 16:24). Assim, se quero permanecer firme em Cristo, tenho que, sim, querer, mas, uma vez querido da minha parte, não necessito me preocupar, pois Deus faz com que eu fique firme.
Tenho que, no entanto, concomitantemente buscar junto a Ele essa firmeza através da oração e da Palavra: Orem continuamente (1º Tessalonicenses 5:17). “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos” (João 8:31).
Lembro de uma concordância cíclica que Jesus ensinou, quando se tratava do relacionamento das pessoas com Ele, e de como esse relacionamento havia sido trazido à existência. Observe que curiosa concordância e complemento de uma coisa com a outra, quando primeiro Ele diz: “Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei” (João 6:37). E depois complementa isso: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim(João 14:6).
Assim, para irmos a Jesus Cristo, é o Pai Quem nos dá a Ele. Depois, só vamos ao Pai, por Ele, Jesus Cristo. Fecha-se, assim, um círculo hermético divino!
D’Ele nada nem ninguém me tira – salvo eu mesmo –, pois tenho essa garantia, pela Palavra: “Asseguro-lhes que aquele que crê tem a vida eterna” (João 6:47). E ainda: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar de minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai (João 10:27-29). E conclui definitivamente: Eu e o Pai somos um (João 10:30).
Podemos entender dessa forma: decido-me por Cristo (e Quem despertou em mim essa decisão foi o Pai); renovo conscientemente essa decisão todos os dias; fico em paz e descansado n’Ele, deixando todas as questões nas Suas mãos pela oração; e sigo, dia a dia, passo a passo, sabendo que n’Ele tudo já está feito por mim. A mim cabe perseverar! Sim, a mim cabe tão-somente perseverar até o fim!
Assim, já não me angustio mais por questões existenciais, posto que Ele já me tem alcançado todas as respostas – se a você não, releia o texto –, até mesmo para as perguntas que ainda não tenho. E, ainda que alguma resposta não me tenha chegado à consciência, sei que está a caminho, pois confio no remetente!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 15 de julho de 2020

22 – Fé e Poder de Salvação (Lucas 7)



Quando1 (versículo de Lucas 7) Jesus acabou de dizer tudo isso ao povo, ele entrou em Cafarnaum I. Estava lá muito doente e à morte o servo de um centurião, que o prezava muito. O3 centurião ouvira falar de Jesus II e a ele enviou alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse e curasse seu servo. Quando4 encontraram Jesus, eles lhe rogaram enfaticamente: “Este homem merece que lhe faça isso, pois5 ama a nossa nação e nos construiu a sinagoga...”
Ele6 não estava longe da casa do centurião quando este enviou amigos para lhe dizer: “Senhor, não se incomode, pois não sou digno que entre em minha casa... Mas7 diz somente uma palavra e meu servo estará curado. Pois8 eu também estou sob uma autoridade e tenho soldados debaixo de mim. Digo a um ‘vá’, e ele vai; e a outro ‘venha’, e ele vem. E digo ao meu servidor ‘faça isso’, e ele faz”.
Ao9 ouvir isso, Jesus se admirou e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: “Eu lhes digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé”. Então10 os homens que haviam sido enviados voltaram à casa e encontraram o servo recuperado...
Um36 dos fariseus convidou Jesus para um jantar e, assim, ele foi à casa do fariseu e se reclinou à mesa III.  Sabendo37 que Jesus comia ali, uma mulher que fora pecadora trouxe um frasco de alabastro com perfume IV e, colocada38 atrás dele, junto de seus pés, começou a lavá-los com suas lágrimas. Enxugou-os com seus cabelos, e os beijou e ungiu com perfume.
Vendo39 isso, o fariseu que o convidara disse consigo: “Se este homem fosse um profeta, saberia quem está tocando nele e que espécie de mulher ela é – uma pecadora”. Jesus40 lhe respondeu: “Simão, tenho algo a lhe dizer”. “Fale, mestre”, disse ele. “Dois41 homens deviam dinheiro a um credor. Um deles lhe devia quinhentos denários e o outro cinquenta. Nenhum42 deles tinha como pagar e, por isso, ele perdoou ambas as dívidas. Qual dos dois o amará mais?” Simão43 respondeu: “Suponho que aquele que tinha a maior dívida...” “Você julgou certo”, disse Jesus.
Em44 seguida ele se voltou para a mulher e disse a Simão: “Você vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os meus pés; ela, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Você45 não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. Portanto47, eu lhe digo, que os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pois ela amou muito V. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama”.
E48 Jesus disse a ela: “Seus pecados estão perdoados”. As49 outras visitas murmuraram entre si: “Quem é este que até perdoa pecados?”
Jesus50 disse à mulher: “Sua fé a salvou; vá em paz”.
  
v     Para entender a história
A fé tem o poder de mudar qualquer situação. A fé do centurião em Jesus salva a vida do seu servo. A fé da mulher aparece na sua manifestação espontânea de gratidão. Sua humildade contrasta com o orgulho do fariseu. Jesus quer que as pessoas percebam que a atitude errada impede a salvação.      

v     Curiosidades
                                      I.     “Ele entrou em Cafarnaum” – Cafarnaum era a base de Jesus durante a sua pregação na Galileia. Cidade movimentada, era o centro da indústria pesqueira e a terra de Pedro e outros discípulos pescadores.
                                   II.     “O centurião ouvira falar de Jesus” – Um centurião era um oficial romano que comandava cerca de oitenta homens. Este centurião era, provavelmente, um oficial não-judeu da força auxiliar de Herodes Antipas, governador da Galileia.
                                III.     “Ele... se reclinou à mesa” – Os judeus ricos adotaram o uso romano de comerem reclinados numa espécie de divã. As pessoas se apoiavam no lado esquerdo, com os pés para longe da mesa, e pegavam a comida com a mão direita.
                                IV.     “Um frasco de alabastro com perfume” – Faziam-se perfumes de várias plantas, ervas e especiarias, importadas da Índia, Egito, Pérsia e Arábia. Só os perfumes mais caros eram guardados em frascos de alabastro. Os perfumes mais baratos, de uso diário, eram colocados em frascos de cerâmica. O alabastro é uma pedra macia e transparente que pode ser talhada e polida. O de melhor qualidade era importado do Egito.
                                   V.     “Pois ela amou muito” – Em hebraico, “amar” era uma expressão que significava “mostrar gratidão”. Uma pessoa com uma grande dívida seria mais grata pelo seu perdão do que outra com uma dívida pequena. A mulher é muito mais pecadora que o fariseu, mas está realmente arrependida e sua fé em Jesus lhe traz o perdão.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 12 de julho de 2020

A Insensatez da Idolatria


“Assim diz o SENHOR, o rei de Israel, o seu redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último; além de mim não há Deus. Quem então é como eu? Que ele o anuncie, que ele declare e exponha diante de mim o que aconteceu desde que estabeleci meu antigo povo, e o que ainda está para vir; que todos eles predigam as coisas futuras e o que irá acontecer. Não tremam, nem tenham medo. Não anunciei isto e não o predisse muito tempo atrás? Vocês são minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não existe nenhuma outra Rocha; não conheço nenhuma”.
Todos os que fazem imagens nada são, e as coisas que estimam são sem valor. As suas testemunhas nada veem e nada sabem, para que sejam envergonhados.
Quem é que modela um deus e funde uma imagem, que de nada lhe serve?
Todos seus companheiros serão envergonhados; pois os artesãos não passam de homens. Que todos eles se ajuntem e declarem sua posição; eles serão lançados ao pavor e à vergonha.
O ferreiro apanha uma ferramenta e trabalha com ela nas brasas; modela um ídolo com martelos, forja-o com a força do braço. Ele sente fome e perde a força; passa sede e desfalece.
O carpinteiro mede a madeira com uma linha e faz um esboço com um traçador; ele o modela toscamente com formões e o marca com compassos. Ele o faz na forma de homem, de homem em toda a sua beleza, para que habite num santuário.
Ele derruba cedros, ou talvez apanhe um cipreste, ou ainda um carvalho. Ele o deixou crescer entre as árvores da floresta, ou plantou um pinheiro, e a chuva o fez crescer. É combustível usado para queimar; um pouco disso ele apanha e se aquece, acende um fogo e assa um pão. Mas também modela um deus e o adora; faz uma imagem e se encurva diante dela. Metade da madeira, ele a queima no fogo; sobre ela ele prepara sua refeição, assa a carne e come sua porção. Ele também se aquece e diz: “Ah! Estou aquecido; estou vendo o fogo”. Do restante ele faz um deus, seu ídolo; inclina-se diante dele e o adora. Ora a ele e diz: “Salva-me; tu és meu deus”.
Eles nada sabem, nada entendem; seus olhos estão tapados, não conseguem ver, e suas mentes estão fechadas, não conseguem entender.
Ninguém pára para pensar, ninguém tem o conhecimento ou o entendimento para dizer: “Metade dela usei como combustível; até mesmo assei pão sobre suas brasas, assei carne e comi. Faria eu algo repugnante com o que sobrou? Iria eu ajoelhar-me diante de um pedaço de madeira?”
Ele se alimenta de cinzas, um coração iludido o desvia; ele é incapaz de salvar a si mesmo ou de dizer: “Esta coisa na minha mão direita não é uma mentira?”

(Texto de Isaías 44:6-20)

Comentário: Muitas vezes se usam objetos ou imagens artesanais apenas como uma espécie de muleta, para “materializarem” algo que é somente espiritual. O Senhor nos ensina que isso não é necessário; basta confiarmos n’Ele em nossas preces e orações, pois Ele ouve e atende a quem pede com fé, segundo o que for melhor e segundo a Sua vontade. A idolatria aqui descrita pelo profeta Isaías não se refere apenas a imagens esculpidas de divindades ou personalidades santificadas diante das quais reverentemente se ajoelham alguns e dedicam suas preces e devoções. Também é idolatria o fanatismo cegado a uma causa, ideologia ou personalidade humana. A todos devemos sempre o nosso respeito, mas nunca idolatria, segundo a Palavra do Senhor deixa claro.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

domingo, 5 de julho de 2020

21 – O Sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7)



Ao1 (versículo de Mateus 5) ver as multidões, ele subiu à encosta de um monte e se sentou I. Seus discípulos se aproximaram, e2 ele começou a lhes ensinar, dizendo:
Bem-aventurados3 II os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados4 os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados5 os humildes, pois herdarão a terra. Bem-aventurados6 os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados. Bem-aventurados7 os misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados8 os puros de coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados9 os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados10 os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados11 serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se12 e exultem, porque grande é a sua recompensa no céu, pois da mesma forma perseguiram os profetas antes de vocês”.
Vocês13 são o sal III da terra. Mas, se o sal perde o seu sabor, como restaurá-lo?... Vocês14 são a luz IV do mundo. Uma cidade sobre um monte não pode ficar escondida. E15 nem as pessoas acendem uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma tigela. Elas a colocam no candeeiro, para iluminar a todos os que estão na casa. Assim16, que também a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus”.
“Não17 pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas V; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes18 a verdade: enquanto existirem céus e terra, não desaparecerá da Lei a menor letra, nem o menor traço, até que tudo seja cumprido. Quem19 transgredir o menor desses mandamentos e ensinar assim aos outros será considerado menor no Reino dos Céus, mas quem os pratica e ensina será chamado grande no Reino dos Céus. Pois20 eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos Céus...”
Jesus deu alguns exemplos de como seguir o espírito da Lei. Se era verdade que homicídio e adultério eram ilegítimos, também estava errado cultivar os pensamentos pecaminosos que levavam a tais atos. Ele explicou que por vezes a Lei fora mal interpretada.
“Vocês38 ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente VI. Mas39 eu lhes digo: não resistam à pessoa má. Se alguém lhes bater na face direita, ofereçam também a outra. E40 se alguém processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa...”
“Vocês43 ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas44 eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para45 que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus... Sejam48 perfeitos, como perfeito é o Pai celestial de vocês”.
“Cuidem1 (versículo de Mateus 6) para não praticarem as suas ‘boas obras VII diante dos homens, a fim de serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial”.
“Ao2 ajudarem os necessitados, não o anunciem com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas a fim de serem admirados pelos homens... Para3 que a ajuda de vocês permaneça secreta, não4 deixem que a sua mão esquerda saiba o que faz a direita...”
“E5, ao orarem, não façam como os hipócritas VIII, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas, para serem vistos... Mas6, ao orarem, entrem em seu quarto, fechem a porta e orem ao Pai de vocês, que é invisível... Não7 fiquem sempre repetindo as mesmas coisas, como fazem os pagãos, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos... É9 assim que vocês devem orar IX:”
“‘Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha10 o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O11 pão nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa-nos12 as nossa dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E13 não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o reino, o poder e a glória, para sempre. Amém’”.
“Não19 juntem para vocês tesouros na terra X... e20 sim tesouros no céu XI, que a traça e a ferrugem não destroem e os ladrões não arrombam nem furtam, pois21 onde estiver o tesouro de vocês, aí também estará o seu coração. Não25 se inquietem com a sua vida, com o que comer ou beber; ou com o corpo, com o que vestir... Os32 pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas”.
“Busquem33 em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”.
“Não1 (versículo de Mateus 7) julguem, para que vocês não sejam julgados...”
“Em12 todas as coisas, façam aos outros o que gostariam que fizessem a vocês XII, pois isso resume a Lei e os Profetas”.
“Entrem13 pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à destruição, e muitos entram por aí. Mas14 estreita é a porta e árduo o caminho que conduzem à vida, e poucos os encontram... Nem21 todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas somente quem faz a vontade do Pai que está nos céus...”
“Assim24, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha XIII. Caiu25 a chuva, transbordaram os rios, os ventos sopraram e bateram naquela casa; nem por isso ela caiu, pois estava fundada na rocha. Mas26 quem as ouve e não as põe em prática é como um homem imprudente que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu27 a chuva, transbordaram os rios, os ventos sopraram e bateram naquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda!”
Quando28 Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino.

v     Para entender a história
Jesus quer que seus discípulos entendam com clareza a vontade de Deus. Altamente respeitados pela sociedade, muitos chefes religiosos geram confusão com seus maus exemplos, e Jesus expõe a hipocrisia existente sob sua “virtude” espiritual. O Sermão da Montanha é um guia para os discípulos na sua missão de difundir pelo mundo os ensinamentos de Jesus.     

v     Curiosidades
                                      I.     “Ele subiu à encosta de um monte e se sentou” – A “encosta do monte” era a subida íngreme na margem oeste do Mar da Galileia. Jesus ia fazer a seus discípulos um discurso formal e, por isso, se sentou, como faziam os mestres do seu tempo. A multidão escutou o sermão à distância.
                                   II.     “Bem-aventurados” – As palavras de Jesus são conhecidas como “bem-aventuranças”. Quem põe a vontade de Deus acima da sua própria, alcançará um pleno estado de felicidade.
                                III.     “Vocês são o sal” – O sal purifica e impede a deterioração. Os verdadeiros discípulos de Jesus trazem estas qualidades ao mundo.
                                IV.     “Vocês são a luz” – Como a luz nas trevas, os discípulos iluminarão espíritos que ainda ignoram o caminho para Deus e serão um exemplo a ser seguido. Podemos notar que Jesus transfere aos seus discípulos as características que o Mestre vem trazer.
                                   V.      “A Lei ou os Profetas” – As Escrituras judaicas dividem-se em Lei, Profetas e Escritos. Jesus é a realização das profecias do Antigo Testamento. Os chefes religiosos distorceram a Lei de Deus e a interpretaram mal. O seu verdadeiro sentido é revelado nos ensinamentos de Jesus.
                                VI.     “Olho por olho, dente por dente” – Essa expressão encontra-se na Lei de Talião. Jesus diz às pessoas que não se vinguem das ofensas. Deus será o último juiz e punirá os que pecaram e não se arrependeram.
                             VII.     “Boas obras” – Dar esmola, orar e jejuar eram as três principais atividades religiosas daquele tempo. Jesus insiste em que tais atos devem ser sinceros, e não demonstrações públicas de falsa piedade.
                          VIII.     “Ao orarem, não façam como os hipócritas” – Convidava-se, naquele tempo, um homem para ficar defronte da sinagoga dirigindo as orações. Ser escolhido para isso era uma honra, e alguns usavam isso como ocasião de vanglória. A oração é um contato pessoal com Deus; por isso, Jesus ensina que as pessoas devem orar na intimidade e humildemente.
                                IX.     “É assim que vocês devem orar” – Jesus ensina uma oração para os discípulos orarem em grupo. Esse modelo de oração tornou-se central no culto cristão e é conhecido como a “Oração do Senhor” ou o “Pai Nosso”.
                                   X.     “Tesouros na terra” – As pessoas não devem ser movidas pelo ganho material, pois a riqueza terrena é efêmera.
                                XI.     “Tesouros no céu” – Ao empenharem-se a viver virtuosamente, as pessoas terão sua recompensa no céu.
                             XII.     “Façam aos outros o que gostariam que fizessem a vocês” – Duzentos anos depois de Jesus ter proferido essas palavras, o imperador romano Alexandre Severo as gravou em ouro na sua parede. Por isso é chamada de “regra de ouro”. Esse ensinamento de Jesus é um guia simples e prático que qualquer pessoa pode consultar nas suas relações com os outros.
                          XIII.     “Como um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha” – Muitos escutarão Jesus e concordarão, mas só os que aplicarem os seus ensinamentos na vida diária sobreviverão às pressões da vida e alcançarão a plenitude junto a Deus.

 Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.