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domingo, 20 de dezembro de 2015

Luz do Mundo

João 9:5
           “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.

  
“Enquanto estou no mundo,
sou a luz do mundo”.
Enquanto estou pensando
em como isso me toca,
penso que Cristo foca
em nossos íntimos
para que não sejamos ínfimos,
mas repletos de tudo.
Penso nesta Sua palavra
e percebo que lavra
em campo de sentimentos.
Ele sabia quem era,
Ele sabia onde estava,
Ele sabia o que representava
ao nosso mundo interno.
Ele não fala do mundo externo,
mas da essência que se é.
Ele fala da nossa fé
que move e que ilumina
com uma luz divina
que temos dentro de nós.
Para isto basta crer
que cada um pode ser
também a mesma luz
que um ao outro conduz.
Isso me faz perceber
que também posso dizer:
“Enquanto estou no mundo,
sou a luz do mundo”.


Que possamos ser luz no mundo à nossa volta, assim como Jesus nos ensina. Que assim seja nesse Natal e no ano que entra.
Feliz Natal e um ano de 2016 muito abençoado! 

Kurt Hilbert

domingo, 13 de dezembro de 2015

Dois Senhores


          Mateus 6:24
          “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.

          Há traduções onde a palavra Dinheiro, na passagem acima citada, é traduzida por Mamon. Este é um termo para descrever riqueza material ou cobiça, e nem sempre é personificado como uma “divindade”. É, essencialmente, um termo de origem hebraica que significa “dinheiro”. Por isso, na tradução para um português mais inteligível, usa-se simplesmente a expressão Dinheiro, assim mesmo, com inicial maiúscula, em virtude da importância a ele referida. Bem, essa introdução é apenas para nos situarmos no exato significado da expressão. Isso feito, vamos entrar no assunto em si.
          Jesus nos ensina que não se pode servir a dois senhores. Isso é uma característica intrínseca da psique humana: não pode haver dedicação ou subserviência a duas coisas em igual estado de importância; uma sempre será dominante. E, etimologicamente, o que é dominante, domina. Quando positiva, abarca e abraça para o bem. Quando negativa, escraviza para o mal.
          Jesus está, então, dizendo que o dinheiro é algo negativo? Não. Ele está falando de senhorio. Quando nós exercemos o senhorio sobre o dinheiro, é positivo. Quando o significado em nossa vida de se ter – ou não se ter – dinheiro domina sobre nós, é negativo. É o tal do quem é mesmo que manda em quem? Se o dinheiro nos serve – para o suprimento de nossas necessidades – ele é o servo e nós o senhor. Se servimos ao dinheiro – quando ele assume uma proporção quase divinizada, quando achamos que na sua ausência ou escassez não podemos viver, e quando fazemos todos os esforços possíveis para termos cada vez mais dele – então ele é o nosso senhor e nós os servos.
          Então, enfatizando outra vez, Jesus está falando aqui de senhorio.
          Quando Ele diz que odiará um e amará o outro, Ele está apresentando uma antítese: o amor e o não amor. Quando servimos a Deus, então O amaremos e não amaremos o Dinheiro – e tudo o que ele representa, especialmente de mal. Quando servimos ao Dinheiro, então o amaremos e não amaremos a Deus – e tudo o que Ele representa de bom.
          Quando Jesus diz que se dedicará a um e desprezará o outro, Ele está nos mostrando claramente onde e em quem depositamos nossos melhores esforços, nossa energia, nosso coração, nossa alma. Nossa vida!
          Dedicar, etimologicamente, é também consagrar; é oferecer; é aplicar; é servir! Podemos nos perguntar, porque perguntar é sempre útil: A quem eu me dedico? A quem eu me consagro (torno-me sagrado para quem)? A quem eu me ofereço? A quem eu me aplico? A quem eu sirvo?
          Desprezar não é – ao que possa parecer à primeira vista ou de forma desavisada e pouco profunda – não considerar. Desprezar é simplesmente não prezar. E não prezar é diminuir ou tirar o valor. Então, quando não prezamos, estamos diminuindo ou tirando o seu valor.
          Quando podemos aplicar isso a Deus, então podemos dizer que prezamos a Ele, e que não prezamos – ou diminuímos o valor – de tudo o que não é Ele.
          Gosto muito de uma canção do Roberto Frejat – antigo Barão Vermelho e parceiro artístico do Cazuza – que diz assim: desejo que você tenha dinheiro / pois é preciso viver também / mas que, ao menos uma vez / você diga a ele quem é mesmo o dono de quem. Frejat também falava, em outras palavras, de senhorio.
          O dinheiro é apenas isso: instrumento de troca de valores. Deus é apenas isso: Tudo.
          Como perguntas finais: Quando estou sem dinheiro, como me sinto? E sem Deus, como me sentiria? Em quem eu deposito minha confiança: em Deus ou no dinheiro? Se estivesse sem Deus, eu me sentiria seguro? E quando estou sem dinheiro ou com pouco dele, ainda assim me sinto seguro?
          Na fonte onde depositamos a nossa segurança, é aí que depositamos o nosso senhorio.
          Para terminar, outra pérola do Mestre: “Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mateus 6:21).

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 6 de dezembro de 2015

Bênção e Multiplicação

Gênesis 1:22
          Então Deus os abençoou, dizendo: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham as águas dos mares! E multipliquem-se as aves na terra”.


Fiz tudo pelo que disse;
faço tudo pelo que digo;
farei tudo pelo que direi.
Sobre tudo o que olhei
pela primeira vez, bendigo
até aqui minha criação:
          Sejam férteis, multipliquem-se,
          reproduzam-se, repliquem-se,
          encham águas,
          encham terras,
          nadem, andem, voem,
          existam e resistam, povoem
          a mãe terra em amplitude,
          repleta de plenitude.
          Haja vida em profusão!
Esta é minha bênção.
Tal qual um pássaro em vôo,
sempre que abençôo,
eis a multiplicação.

  
Kurt Hilbert

domingo, 29 de novembro de 2015

É Para Comer, Não é Para Conhecer o Cardápio!

               
Sem “teologia” e sem “doutrina” de nenhum tipo, a simples leitura do Evangelho nos deixa saber o que é bom para a vida, e como também se deve viver, sem que isto demande nenhuma “explicação” especial àquele que deseja se beneficiar da Boa Nova.
Sim, a Boa Nova não tenta convencer a priori. Ela simplesmente diz: “Me experimente. Se você provar, você saberá que é verdade. Não antes. Não por nenhum outro modo ou meio”.
O convencimento da Boa Nova vem da realização do que é Bom. É simples assim.
Um “evangelho” que seja um pacote de crenças e doutrinas, e uma “embalagem de Deus” segundo algumas teologias, serve muito à criação de um espírito religioso, e que se arroga a ser melhor não por causa do bem que realize, mas em razão da suposta superioridade dos valores de conduta apregoados.
“Eu vim para que tenham vida; e vida em abundância” — jamais poderá ser substituído por “Eu vim para que vocês fiquem sabendo qual é o conjunto da verdade e, assim, sejam superiores aos demais homens ignorantes”.
O único modo de aferição da verdade do Evangelho só acontece na vida, não porque alguém ganhou uma discussão teológica contra um herege, mas sim pelo resultado da existência, se é plena de vida, conforme a justiça, a paz e a alegria no Espírito Santo.
Desse modo, o Evangelho não tenta explicar nada, mas convida a uma confiança que é fruto de se ter tido um toque da graça, e que se transforma numa atração, e que se entrega como rendição, gerando a resposta do “seguir” a Jesus.
Assim, aquele que se entrega a Jesus não recebe um pacote de explicações, mas sim aceita seguir porque foi convencido pela experiência do bem do Evangelho, e que tocou o indivíduo de alguma forma, fazendo-o provar que “o Senhor é bom”.
Portanto, tal pessoa não fica preocupada em “entender Deus”. Sua felicidade está em que Deus a entende. Assim, ela caminha sem querer saber o que Deus está planejando, mas apenas o que Jesus propõe como caminho. E, para ela, cada coisa não é passível de uma explicação, mas sim de uma resposta própria. Desse modo, se impotente, ela ora; se abastada, ela agradece; se visitada pela calamidade, ela confia no bem oculto no amor de Deus; se é objeto de perseguição, ela exulta; se milagres acontecem, ela se alegra; se não acontecem, ela se entrega ao milagre da confiança.
Enfim, tal pessoa, aprende o “como”, não o “porquê” das coisas. Aliás, ela até poderá aprender o “porquê” desde que, antes, tenha a coragem, em fé, de viver conforme o “como” do Evangelho.
É o “como” do Evangelho que explica o seu “porquê” — isso quando explica. E, normalmente, a “explicação” nunca é “lógica pela lógica”, mas sim algo que se experimenta como bem interior, inexplicável, e que convence o coração acerca da verdade pela paz que promove no interior, e cujos frutos se manifestam como “modo” de caminhar.
Não é à toa que Paulo diz que é a “bondade de Deus que conduz ao arrependimento”. Sim, no Evangelho, tudo o que se estabelece como genuíno e duradouro decorre da experiência da bondade de Deus. 
É, portanto, a experiência de Deus como bem para o ser aquilo que muda a mente, que provoca a metanoia, que gera o arrependimento — a mudança da mente e, por conseguinte, de caminho.
Como eu disse no início, o Evangelho não oferece explicações, mas diz como se deve viver. E é desse “como”, que não é um manual de condutas, mas sim um modo de ver, de ser, de valorizar, de desvalorizar, de reagir, de agir conforme princípios e de enfrentar a existência — que vem o crescimento da fé. 
Por isto é que no Evangelho as coisas caminham de fé em fé; assim como também crescem de experiência em experiência (Romanos 5:1-5). E, no final, não se fica entendendo tudo, mas se experimenta o amor de Deus, e que traz consigo uma esperança que não nos deixa jamais confusos acerca de nada, muito menos acerca das tribulações e dos absurdos da existência.
Somente aquele que se abandona e pratica o Evangelho em fé  e conforme toda a confiança, é que experimenta a Verdade conforme Jesus; visto que a Verdade só se faz verdade para o indivíduo, se for por ele provada, conforme Jesus (João 7: 17).
Daí o escritor de Hebreus advertir quanto a se “ter provado os poderes do mundo vindouro” e ter deixado para trás o que se sabe por experiência do coração, conforme a experiência da graça.
O grande mal que se pode fazer a si mesmo, segundo o Evangelho — e sem explicações doutrinário-teológicas — é experimentar o seu bem e, depois, trocá-lo pela religião das normas, mas que não produz bem real à vida; antes pelo contrário, seca-a dos bens originais e dá a ela a presunção da verdade na forma de religião. Aliás, esse é o espírito inteiro da Carta aos Hebreus.
A “Queda” se consumou na experiência, não na especulação acerca da verdade ou da mentira, do bem ou do mal. “Tomou do fruto e comeu” — é o que se diz. Assim foi com o primeiro Adão e, muito mais, é assim concernentemente ao segundo Adão: Jesus. “Quem comer tem a vida... quem de mim se alimenta, por mim viverá...”
Ora, assim como o pecado se fez consumar pela experiência, assim também o bem do Evangelho se faz conhecer pela experiência da fé, e que dá acesso ao fruto da Árvore da Vida.
“Tomai e comei!” – é assim no Evangelho.


Um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho

sábado, 21 de novembro de 2015

Nossa Natureza é Sermos Perdão


          Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?”
          Jesus respondeu: “Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete”.
          [Então Jesus contou uma parábola para ilustrar]
          “Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata(a). Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida”.
          “O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir”.
          “Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários(b). Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga-me o que me deve!’
          “Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei’.
          “Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido”.
          “Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia”.
          “Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”.

          (Texto de Mateus 18:21-35)

a)    Grego: 10.000 talentos. O talento equivalia a 35 quilos.
b)   O denário era uma moeda de prata equivalente à diária de um trabalhador braçal.

          Jesus costumava passar ensinamentos na linguagem que qualquer um poderia entender, desde que Ele percebesse o real interesse pelo entendimento. Assim, para as pessoas mais simples de compreensão, Ele ilustrava o ensinamento contando uma historinha de fácil assimilação, normalmente usando cenas comuns do cotidiano das pessoas daquele tempo.
          Neste caso, para ensinar que nós somos seres do perdão (tanto para pedir, quanto para receber), Ele demonstra que o sujeito que devia uma fortuna impagável a seu senhor, recebeu o perdão da dívida. Mas quando ele mesmo foi interpelado pelo seu conservo, que lhe devia pouca coisa comparado ao que ele devia e lhe havia sido perdoado, ele foi cruel e agiu de forma contrária ao perdão que havia recebido.
          É claro que o Senhor não fala simplesmente de dívidas monetárias. Ele não qualifica o perdão, dizendo qual seria mais ou menos importante, Ele apenas fala em perdão, e perdão geral. Ele fala que nós recebemos de Deus o perdão do que seria impagável, e assim também devemos agir com nosso próximo. Nós perdoamos, porque fomos primeiro por Deus perdoados; nós amamos, porque fomos primeiro por Deus amados.
          Assim, na fé em Cristo, nossa natureza é sermos perdão ambulante, é sermos seres do perdão.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 8 de novembro de 2015

Tempestades e Consequências


          Provérbios 10:25
          Passada a tempestade, o ímpio já não existe, mas o justo permanece firme para sempre.

          Ímpio, segundo o dicionário, é quem não é piedoso. E piedoso é aquele sujeito que tem reverência ao que é sagrado, que tem reverência a Deus.
          A Palavra acima começa nos dizendo que a tempestade passa. Sempre passa. Aliás, tudo passa – tempestades e bonanças passam. Sempre.
          Segue dizendo a Palavra que o ímpio – aquele que não tem reverência a Deus – já não existe após a tempestade. E que o justo, passada a tempestade, fica para sempre.
          Agora, vamos trabalhar um pouquinho com isso.
          Como assim, passada a tempestade, o ímpio já não existirá? Terá ido para onde? Terá sido sorvido pelos ventos e águas tempestuosas ou o quê? Podemos concluir, de bom tom, que, das duas, uma: ou o tal ímpio foi tragado por algum abismo existencial ou trasladado para alguma outra dimensão. E aqui não estou brincando com as palavras.
          Quando alguém passa por uma tempestade existencial na vida, ou esta o derroca para um fundo abismal de alma, mergulhando-o em depressão psicológica, numa doença patológica, física mesmo, manifestada por fatores oriundos da psique, como é grande parte das doenças, ou, então, essa pessoa é catapultada para um estágio espiritual ou psicológico superior ao que se encontrava antes da intempérie. Em outras palavras: em indo para o fundo do poço, ou ela soçobra lá ou de lá sai fortalecida.
          Quando alguém está alicerçado sobre a Rocha – Jesus Cristo – pode até parar no fundo do poço, mas sairá de lá muito maior, psicológica e espiritualmente.
          Então, por que a Palavra diz que o justo permanece firme para sempre? O justo não estaria sujeito às tempestades? Claro que sim! Se até Jesus, com Seus discípulos, encontraram-se em meio a ventos e chuvas, a bordo dum barquinho, a mercê da tempestade... O que aconteceu foi que Jesus acalmou a tempestade, naquele caso.  Quando a Palavra diz que o justo permanece firme para sempre, afirma-se aí que o justo, mesmo passando pela tempestade, quando esta cessa, estará mais fortemente embarcado no barco de Cristo, onde Ele será sempre o timoneiro. O justo – aquele que é justificado pela fé em Cristo, não por seus próprios méritos – permanecerá firme sempre.
          E o ímpio? Este se lascou? Não necessariamente. Quando, em passando pela tempestade, ele se apegar a Cristo, também de lá sairá firme. Quando a Palavra diz que passada a tempestade, o ímpio já não existe, ela diz que a impiedade da pessoa morre lá, na tempestade, e emerge de lá uma pessoa não mais ímpia, mas agora ancorada na fé. Nem sempre é assim – pois sempre dependerá da decisão da pessoa – mas assim poderá ser, se assim decidir.
          Esta é a boa nova. Este é o Evangelho.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,

          Kurt Hilbert

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Deus Vem a Nós


          Eu amo o SENHOR, porque ele me ouviu quando lhe fiz a minha súplica. Ele inclinou os seus ouvidos para mim.
          As cordas da morte me envolveram, as angústias do Sheol(a) vieram sobre mim; aflição e tristeza me dominaram. Então clamei pelo nome do SENHOR: Livra-me, SENHOR!
          O SENHOR é misericordioso e justo; o nosso Deus é compassivo. O SENHOR protege os simples; quando eu já estava sem forças, ele me salvou.
          Retorne ao seu descanso, ó minha alma, porque o SENHOR tem sido bom para você!
          Pois tu me livraste da morte, e livraste os meus olhos das lágrimas e os meus pés, de tropeçar, para que eu pudesse andar diante do SENHOR na terra dos viventes. Eu cri, ainda que tenha dito: Estou muito aflito. Em pânico eu disse: Ninguém merece confiança.
          Como posso retribuir ao SENHOR toda a sua bondade para comigo? Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. Cumprirei para com o SENHOR os meus votos, na presença de todo o povo.
          O SENHOR vê com pesar a morte de seus fieis. SENHOR, sou teu servo. Sim, sou teu servo, filho da tua serva; livraste-me das minhas correntes.
          Oferecerei a ti um sacrifício de gratidão e invocarei o nome do SENHOR. Cumprirei para com o SENHOR os meus votos, na presença de todo o seu povo, nos pátios da casa do SENHOR, no seu interior, ó Jerusalém!
          Aleluia!

          (Texto do Salmo 116)

a)    Sheol: essa palavra pode ser traduzida por sepultura, profundezas, pó ou morte.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 25 de outubro de 2015

A Face do Abismo

Gênesis 1:2
          Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.


Sem forma e vazio,
necessito conformação
pela inconformação que sinto.
          Sinto-me inconformado!
          Sinto-me desconforme!
          Sinto-me deformado!
Necessito preenchimento,
pelo vazio que não sinto.
          Sinto-me a esvaziar-me!
          Sinto-me vão!
          Sinto-me evacuado!
          Sinto-me em expansão!
A não-luz das trevas
cobre meu abismo.
          Sinto-me abismado!
Mas isto é só o princípio;
há o principal:
          O Espírito de Deus move-se sobre mim!


Kurt Hilbert

sábado, 17 de outubro de 2015

Conselhos Insensatos


          Provérbios 8:14
          “Meu é o conselho sensato; a mim pertencem o entendimento e o poder”.

          Nestes dias tenho lido muita coisa sobre a assim chamada Nova Era.
          Para quem não sabe, em poucas palavras, este é um movimento que se originou com mais ênfase na década de 1960 – mesmo que haja divergências quanto à precisão de datas – e, neste início de século XXI tem se intensificado. Não tem uma liderança central, mas tem vários líderes ou gurus espalhados mundo afora, com diferentes técnicas de ensino e diferentes abordagens. Muitos de seus livros são classificados nas livrarias como auto-ajuda, e trazem conselhos de como ter uma vida mais plena, feliz, realizada – e quem não quer isso? – e como alcançá-lo.
          Não vou me aprofundar aqui, até porque meu intento não é descrever a Nova Era, mas enfatizar a importância de permanecermos nos ensinamentos de Cristo. Sim, porque uma das premissas desse movimento é negar – mesmo que maquiada e mascaradamente – a Cristo. Dizem eles que não, mas entre o que dizem e o que deixam nas entrelinhas há uma diferença bem marcante – e perigosa!
          Falam ainda em uma espiritualidade de amplitude mundial, com o sincretismo de diversas formas de fé, formando uma só religiosidade – quase sem Deus. Sublimam o homem e diminuem a importância de Deus – mesmo que o façam de forma sutil. Há até quem diga que se trata de um movimento visando uma “nova ordem mundial”, onde todos seriam controlados e monitorados em tempo integral – mas aí já vai muito de “teoria da conspiração” e, pessoalmente, acho que muitos que vão até esses bordos estão “viajando na maionese”. Mas que há de se ter cuidado, isso sim.
          Agora, vamos falar do que eu realmente quero falar.
          Eu prefiro ficar como o mote de Jesus, quando ensinou a Seus discípulos, em João 8:31-32, dizendo-lhes: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Minha escolha é permanecer na palavra d’Ele, firme, sem ventar por aí. Isso não quer dizer que não leia outras coisas de cunho espiritual – até porque é preciso conhecer as espiritualidades que andam por aí – mas permanecer significa sempre escolher a Cristo. E, de posse do conhecimento sobre outras coisas, alertar para o perigo que possam oferecer. Há um ensinamento antigo que diz que é impossível que saiamos de um moinho sem levarmos um pouco de pó de farinha impregnada em nossas roupas. Verdade. Mas se, ao sairmos do moinho, limparmos nossas roupas, o pó de farinha ficará aí, não nos acompanhará. É isso que faço quando me deparo com ensinamentos diferentes dos de Cristo: deixo lá mesmo, não impregno minha alma com isso; mas agora saberei que existem.
          Permanecendo no mote de Jesus, quero olhar para a palavra que está no cabeçalho deste texto.
          “Meu é o conselho sensato. Isso diz tudo. Quando permanecemos em Cristo, nos impregnamos da sensatez da verdadeira doutrina de Deus. Porque a insensatez que diversas fontes nos vendem pode embaralhar nossa cabeça, e desviar-nos do caminho, que é Cristo. Pode nos tirar o foco da verdade, que é Cristo. E pode roubar-nos a vida, que também é Cristo. 
          Segue dizendo que “a mim pertencem o entendimento e o poder”. Esse “a mim”, é a Deus; não ao homem. Muitas doutrinas por aí vendem pseudo-entendimento. Mas, se não vem d’Ele, não é confiável. Pode parecer bonito, concatenado, simétrico, mas será ilusório. Essa é a verdade, e tenho que dizê-la, mesmo que alguns não gostem. Muitas falsas doutrinas vendem a ilusão que o “poder” está dentro do homem, que independe de Deus. De novo, falam isso de modo maquiado, bonitinho, mas falam. Ora, todo o poder vem do Senhor, nós apenas o podemos ter em nós se permanecemos n’Ele: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (João 15:5).
          Com isso, modestamente, espero ter jogado um pouco de luz sobre a diferenciação entre Deus “de verdade” e as ilusões que nos vendem por aí, disfarçados de auto-ajuda e nova espiritualidade. Para encerrar, uma última palavrinha, para que possamos ficar de olho bem aberto quanto aos conselhos insensatos que borboleteiam por aí: Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo (I Coríntios 3:11).

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 11 de outubro de 2015

(Des)Engessado

1º Samuel 17:38-40
          Saul vestiu Davi com sua própria túnica, colocou-lhe uma armadura e lhe pôs um capacete de bronze na cabeça. Davi prendeu sua espada sobre a túnica e tentou andar, pois não estava acostumado com aquilo. E disse a Saul: “Não consigo andar com isto, pois não estou acostumado”. Então tirou tudo aquilo e em seguida pegou seu cajado, escolheu no riacho cinco pedras lisas, colocou-as na bolsa, isto é, no seu alforje de pastor e, com sua atiradeira na mão, aproximou-se do filisteu.



Armaduras que reluzem
oferecem-nos os amigos.
Querem proteger-nos, armar-nos.
Mas tanto zelo e peso nos ombros
podem engessar-nos.
Como nos moveremos?
Tanta proteção, belezas e dogmas
podem engessar-nos.
Tantos sem saber porquês
podem engessar-nos.
          Não consigo caminhar.
E caminhar é preciso...
... e impreciso.
          É preciso enfrentar meus filisteus.
Na maior parte das vezes
não precisamos de armaduras;
nem mesmo de armas duras
de carregar ou usar.
          Um alforje, cinco pedras e uma funda...
          ... uma Bíblia, cinco palavras e a alma profunda,
          inundada dos atos das palavras.
Basta a liberdade do movimento da fé!
A fé em Deus, que nunca falha,
prepara-nos para a batalha.
          Cadê os Golias da vida?
          Eu estou aqui!
          E venho em nome do SENHOR!


Kurt Hilbert

domingo, 4 de outubro de 2015

Uma Data Importante


          Uma data importante. Pelo menos para quem escreve estas linhas. O dia 06 de outubro marca o início de uma atividade instituída em função da destituição de outra. Explico logo mais, mas, antes, quero falar sobre uma definição, a definição de uma palavra: evangelista.
          Segundo uma pesquisa bem simplesinha, destas retiradas da internet, evangelista é aquele que proclama as Boas Novas – o Evangelho. Fala ainda que evangelista é aquele que, obedecendo a ordem de Jesus Cristo, anuncia a Palavra de Deus, apresentando o Caminho para a salvação eterna. É aquele que, como Timóteo, aceita as instruções que dizem para que se “...faça o trabalho de um evangelista...” (II Timóteo 4:5).
          Portanto, um evangelista não é um cargo, mas um dom e um chamado. O que faz um evangelista ser um evangelista não é uma instituição formal feita por um cargo supostamente superior, mas um chamado do Senhor que é ouvido e aceito. Ainda: ninguém pode instituir ou destituir um evangelista, a não ser o Senhor. Ou ainda: ser um evangelista é um dom – não uma condição superior de quem recebe – mas um dom de graça e dado por graça. E mais ainda: “... os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11:29). Em suma: é um evangelista quem é um evangelista. Ponto.
          Feita essa definição da palavra e das atribuições de um evangelista, quero agora falar daquilo que quero falar desde o início: da especialidade que há na data de 06 de outubro – como disse antes, pelo menos para quem escreve estas linhas.
          Este dia, há 4 anos, marcou o início de uma atividade: compartilhar o Evangelho do Senhor usando meios virtuais, como um blog e um e-mail. Assim, foi criado um blog chamado Livres Discípulos de Cristo, onde são publicados textos que versam sobre a Palavra do Senhor; e iniciou-se a distribuição destes – e outros textos – usando-se o e-mail como veículo.
          Hoje, amplia-se o âmbito, não apenas como uma ferramenta virtual para evangelizar – que é o que faz um evangelista, ele evangeliza –, mas criando-se um conceito segundo o qual “não somos uma igreja – no sentido de instituição formal –, um clube, uma religião ou uma filosofia; ser um livre discípulo de Cristo é um modo de vida”. E este “modo de vida” é compartilhado a cada e-mail que é lido, ou a cada clique que o blog recebe. Ainda, saímos da virtualidade para a concretude, pois os frutos desta atividade podem ser percebidos presencialmente, nos encontros de e com pessoas e nas palavras que trocamos.
          O que se quer é simples. Quer-se viver o cerne da doutrina de Cristo: o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-40). Quer-se permanecer firme na Palavra de Cristo, sendo um discípulo livre por conhecer a Verdade e por ela ser sempre liberto (João 8:31-32). Quer-se ler, estudar e divulgar a Palavra (Mateus 22:29; Provérbios 2:1-5). Quer-se praticar a oração, como Ele ensinou e viveu em Seu dia a dia (Lucas 6:12; I Tessalonicenses 5:17). Quer-se demonstrar no dia a dia, com quem quer que seja, o fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22-23). Quer-se desenvolver os dons do Espírito (I Coríntios 12:7-10). Quer-se produzir obras da fé (I Coríntios 15:58; Tiago 2:26). Quer-se incentivar as pessoas a congregarem na igreja a qual pertencem (Hebreus 10:25). Quer-se promover a integração das pessoas, independentemente da denominação eclesiástica (Romanos 12:4-5). Quer-se, sempre, respeitar as diferenças de pensamento em todos os assuntos (Filipenses 3:15-16). Pode até parecer muita coisa, mas, em essência, é simples e leve.
          Foi dito lá em cima, no primeiro parágrafo, que esta atividade foi instituída em função da destituição de outra. Explico agora: iniciou-se esse movimento porque quem aqui escreve exercia o assim chamado cargo – ou ministério – de evangelista – de forma voluntária – numa instituição/igreja formal, mas que, por questões de discordâncias administrativas/doutrinárias foi desabilitado – essa foi a palavra utilizada por quem o fez – do ministério. Algum tempo depois, recebeu-se o convite insistente para que houvesse o retorno à formalidade do cargo, mas o mesmo já se tornara inviável porque a discordância permanecia – ainda que latente e sempre respeitosa.
          Aqui é importante que uma coisa fique bem clara: apesar da mágoa e da dor inicial, com o passar do tempo ficou claro a quem aqui escreve que todo esse processo foi uma bênção, pois, só assim, foi possível crescer na percepção da verdade e do Evangelho em si. Só por meio desse processo, foi possível deixar de ser um “cumpridor de agenda eclesiástica” para passar a ser um evangelista na essência.
          Ainda mais uma coisa que é importante frisar: todos os envolvidos nesse processo de ruptura estão perdoados – perdoamos e fomos perdoados –, são amados e presentes nas orações, pois, afinal, somos todos irmãos em Cristo a caminho da mesma meta: a eternidade com Deus, já desde aqui e agora e para sempre!
          Pois bem. Contado um bocadinho da história, fica aqui o agradecimento a você, que tem recebido os e-mails ou clicado em nosso blog, que tem dado a alegria de trocar impressões sobre o Evangelho e compartilhar sentimentos e pensamentos, a você que, mesmo que não saiba, tornou-se um irmão ou uma irmã em Cristo, a você que permite caminharmos juntos nesse caminho. Muito obrigado!
          Há 4 anos que compartilhamos o que é ser um evangelista, o que é ser um irmão na imensidão da humanidade, o que é ser um livre discípulo de Cristo, muito além de denominações eclesiásticas ou teologias religiosas, muito além de formalidades, agendas ou o que quer que seja.
          Andamos juntos na existência, às vezes tropeçamos, caímos, levantamos e seguimos, pois assim é a vida. Lembremos: Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).
          De novo e sempre: Obrigado a você que nos lê! Obrigado a Deus por isso e por tudo! De novo! E sempre! Amém!

          Kurt Hilbert