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domingo, 30 de junho de 2019

Levantar, Deixar e Seguir



Lucas 5:27-28
Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano chamado Levi, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Levi levantou-se, deixou tudo e o seguiu.

Imediatamente antes desta passagem, Jesus havia curado um paralítico, que havia sido descido em uma maca por seus – do paralítico – amigos, por uma abertura do telhado na casa onde Jesus ensinava. Jesus perdoou-lhe os pecados e o curou. Isso causou um desconforto aos “religiosos” presentes. A passagem é esta em Lucas 5:17-26:
Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar os doentes. Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus.
Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: “Homem, os seus pecados estão perdoados”.
Os fariseus e os mestres da lei começaram a pensar: “Quem é esse que blasfema? Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?”
Jesus, sabendo o que eles estavam pensando, perguntou: “Por que vocês estão pensando assim? Que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se e ande’? Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” — disse ao paralítico — “eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. Imediatamente ele se levantou na frente deles, pegou a maca em que estivera deitado e foi para casa louvando a Deus. Todos ficaram atônitos e glorificavam a Deus, e, cheios de temor, diziam: “Hoje vimos coisas extraordinárias!”
  Podemos ver, nesta passagem, a fé não do paralítico, mas a dos seus amigos, fé esta que foi percebida por Jesus. Podemos ver também como Jesus conhecia os pensamentos dos circundantes. E também podemos ver a incredulidade e a inveja dos fariseus e mestres da lei, pois não podiam aceitar que havia Alguém – além deles – que ensinava acerca de Deus e – ainda – perdoava pecados e curava – o que eles não podiam fazer.
Voltando ao início, foi depois deste contexto, depois de Jesus deixar este local, que ele encontrou Levi – que também é conhecido como Mateus e escreveu o Evangelho que leva seu nome – sentado na coletoria, pois ele era publicano – cobrador de impostos para os romanos –, e os publicanos eram mal-vistos pelo povo, comparados a abjetos “pecadores”.
Jesus não fez caso da profissão de Levi/Mateus, nem se ele tinha boa ou má fama diante dos outros, nem levou em consideração seu passado – apenas o chamou. Nem se relata aí se Ele bateu um papinho inquiridor com Levi/Mateus antes. O que a Escritura diz é que Ele passou e apenas o chamou. Não leu ficha corrida, nem fez retrospectivas, nada – o chamou. É bom lembrarmo-nos, ainda, que, no contexto antecedente, Jesus havia demonstrado aos líderes religiosos que Ele tinha autoridade para perdoar pecados. Assim, depois disso, nada importava sobre a condição precedente de Levi/Mateus. Era soberania de escolha de Jesus chamar quem Ele queria.
Impressiona o fato de que, depois do siga-me, Levi/Mateus levantou-se, deixou tudo e o seguiu. E este é o mote do que quero transmitir neste texto.
Primeiro, levantou-se. Ora, como publicano mal-visto aos olhos do povo, talvez constrangido por ser visto como um “pecador”, psicológica e espiritualmente Levi/Mateus “estava no chão”, caído em espírito, prostrado diante do que se poderia considerar uma “má conduta” aos olhos dos “religiosos”. Poderíamos dizer que, espiritualmente, ele estava paralisado, como aquele que havia sido baixado numa maca até onde Jesus estava. Mas ele não “ficou no chão”, nem “sentado” em cima do seu desânimo e da sua condição, nem paralisado diante do “chamado” de Jesus. Ele levantou-se.
Depois, deixou tudo. Em se querendo dizer que ele deixou a coletoria e seu trabalho como publicano, podemos ampliar o conceito também ao campo psicológico e espiritual: ele deixou para trás seu estado anímico deprimente diante do “chamado” de Jesus. Não deixou algumas coisas, uma parte, mas deixou tudo. Muitas vezes é necessário a nós também um desprendimento e um desapego daquilo que nos retém no caminho da vida; deixar tudo, por assim dizer. Prestar atenção ao que Levi/Mateus fez. Ele deixou tudo.
Por fim, seguiu a Jesus. E seguir a Jesus quer dizer seguir a Jesus. Pedro, uma vez diante da pergunta de Jesus se eles – os Seus discípulos – também queriam deixá-Lo e irem embora, saiu-se com esta: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (João 6:68). Noutra vez, Pedro dissera: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16). Depois deste “Tu”, não pode haver “também Tu”, ou “Tu maior que outros”, ou “Tu és também, assim como há outros”. Não. Depois de dizermos “Tu és o Cristo”, deve haver somente Ele; somente Jesus! Em assim reconhecendo, podemos também fazer como fez Levi/Mateus. Ele seguiu a Jesus.
Assim como passei, em parágrafos acima, o contexto do que acontecera imediatamente antes desta passagem onde Jesus convida Levi/Mateus a segui-Lo, quero agora apresentar o contexto imediatamente após, que está em Lucas 5:29-32:
Então Levi ofereceu um grande banquete a Jesus em sua casa. Havia muita gente comendo com eles: publicanos e outras pessoas. Mas os fariseus e aqueles mestres da lei que eram da mesma facção queixaram-se aos discípulos de Jesus: “Por que vocês comem e bebem com publicanos e ‘pecadores’?”
Jesus lhes respondeu: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”.
 Novamente os “religiosos” – que arrogavam a si o monopólio da espiritualidade, do ensino e do “caminho” para Deus – não apenas se manifestaram, mas se manifestaram de forma queixosa, não a Jesus, mas a Seus discípulos, questionando o por que eles se misturavam e confraternizavam com aqueles que eram tidos como “pecadores”. Interessante é vermos que não foram os discípulos que responderam a eles, mas o próprio Jesus.
E é Jesus que disse o que disse: Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento. Até porque, como ensinam as Escrituras, dentro do contexto humano, não existe ninguém que seja justo: Não há nenhum justo, nem um sequer (Romanos 3:10). Além disso, assim como Ele demonstrara que tinha – e segue tendo – autoridade para perdoar pecados, justificando, assim, ao pecador diante de Deus, assim também a Palavra nos ensina Quem justifica o justo – Quem torna o justo em justo: E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou (Romanos 8:30).
Assim, em estando nós doentes espiritualmente, Ele Se apresenta como o Médico da nossa alma. Mesmo estando injustificados e injustificáveis diante d’Ele e da vida, Ele mesmo nos justifica, ao nos chamar. Contudo, essa cura espiritual e esta justificação se dão mediante o nosso aceitar o Seu convite a segui-Lo.
E Ele nos chama todos os dias, a cada amanhecer, a cada “hoje”, como ensina o escritor aos Hebreus: Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado, pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio. Por isso é que se diz: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião” (Hebreus 3:12-15).
Então, assim como se diz de Levi/Mateus, que de cada um de nós, a cada dia, possa também se dizer: levantou-se, deixou tudo e o seguiu.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Habacuque



A chave deste livro é: o justo viverá pela sua fé.
Habacuque, o profeta-filósofo, perturba-se com a gravíssima iniquidade de Judá. Mas, em contraste com seu contemporâneo Jeremias, sente maior solicitude pela aparente relutância de Deus em julgar, do que pela falta de arrependimento do povo. A destruição, a violência e a falta de consideração pelas leis divinas florescem sem que ninguém as refreie (1:2-4), apesar das ardentes rogativas do profeta pedindo a intervenção divina.
Deus responde a Habacuque que, dentro em breve, ele receberá a resposta; os ferozes e ímpios caldeus (babilônios) serão a vara de Deus que açoitará a Judá diante dos próprios olhos de Habacuque (1:5-6).
Em vez de aliviar a carga do profeta, esta resposta torna-a mais pesada, ficando Habacuque angustiado por um novo e mais espinhoso problema: como pode Deus, cujos olhos são tão puros que não podem contemplar o mal, permanecer em silêncio enquanto uma nação ímpia, sedenta de sangue, destrói uma nação mais justa que ela (1:13)? O profeta procura um lugar solitário para esperar a resposta de Deus (2:1).
A resposta vem mediante uma das mais sublimes declarações das Escrituras Sagradas: o justo pela sua fé (ou fidelidade) viverá; o justo será preservado no dia da angústia, porque dependeu de Deus, o que faz que se possa depender d’Ele; certa e repentina será a retribuição dos invasores cheios de soberba, que compreenderão que a tirania não faz sentido e a idolatria é uma inutilidade (2:6-19). A resposta finaliza com um mandamento de silêncio universal diante do Deus soberano (2:20).
Com a convicção de que a justiça triunfará, o profeta eleva seu coração numa prece rogando a Deus que realize uma obra portentosa como a que realizara no Êxodo e no monte Sinai (3:2-15). Depois de descrever o majestoso esplendor do Onipotente, Habacuque reafirma sua confiança no Deus de sua salvação, por meio de uma das mais emocionantes confissões que encontramos nas Escrituras Sagradas (3:17-19).
Nada se sabe acerca do profeta Habacuque, excetuando-se as qualidades pessoais que podemos discernir em seus escritos. Várias datas têm sido sugeridas para este livro, mas o período mais provável é o que se encontra entre o ano de 605 a.C., data da vitória de Nabucodonosor sobre os egípcios em Carquemis, Síria, e o ano de 597 a.C., quando os exércitos babilônios invadiram Judá.

David A. Hubbard

domingo, 23 de junho de 2019

A Sabedoria do Alto



Tiago 3:17
Mas a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera.

Borboleteando pelo Google, buscando o significado da palavra “sabedoria”, encontrei algumas definições que desejo aqui compartilhar:
Sabedoria é um substantivo feminino, sendo a característica de uma pessoa sábia e que significa um conhecimento extenso e profundo de várias coisas ou de um tópico em particular.
A sabedoria muitas vezes é indicativa de uma pessoa instruída, que tem muito juízo, bom senso e se comporta com retidão.
Quando a sabedoria é usada para fazer coisas não tão boas, ela pode ser sinônimo de astúcia, esperteza ou manha.
A palavra sabedoria tem origem no latim sapere e é um conceito que também tem um componente cultural e de tradição, sendo que, muitas vezes, culturas diferentes dão origem a tipos distintos de sabedoria, como, por exemplo, a sabedoria oriental.
A sabedoria pode vir de várias fontes: a sabedoria divina, por exemplo, é aquela que é proveniente de Deus ou de outras entidades que sejam consideradas divinas – dependendo de em que lugar do planeta se esteja.
A sabedoria é uma das características mais mencionadas a respeito de Deus. Deus é classificado como Onisciente, ou seja, sabe e conhece todas as coisas. Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! (Romanos 11:33).
Na Bíblia também é mencionada a sabedoria do rei Salomão, filho do rei Davi, que foi o rei mais próspero de Israel, sendo também considerado o homem mais sábio do Antigo Testamento e um dos mais sábios de toda a Bíblia. Deus deu a Salomão sabedoria, discernimento extraordinário e uma abrangência de conhecimento tão imensurável quanto a areia do mar. A sabedoria de Salomão era maior do que a de todos os homens do oriente e do que toda a sabedoria do Egito (I Reis 4:29-30).
Achei interessante esta descrição de sabedoria, tanto a humana quanto a divina, e a encontrei na seguinte fonte: www.significados.com.br/sabedoria/
Bem, digo, daqui para frente e em palavras minhas, que muito se buscou, em todos os tempos, por sabedoria.
Quero ressaltar que sabedoria se encontra não somente em indivíduos letrados e de alto conhecimento ampliado, acadêmico, prático, mas também em pessoas muito simples, que levam estilo de vida o mais aparentemente destituído dessa característica sábia, mas que são, em si mesmas, possuidoras de uma sabedoria tamanha. Veja que encontramos, pelos interiores sertanejos, nos pequenos rincões, pessoinhas que carregam em si um grande saber de vida; muitas vezes mal e mal falam um português minimamente culto, mas nos aconselham de forma tal que saímos impressionados!
O salmista nos dá uma pista muito clara, dizendo assim: O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem seus preceitos revelam bom senso (Salmo 111:10).
O escritor dos Provérbios complementa: Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos; se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento; se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto; se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o SENHOR e achará o conhecimento de Deus (Provérbios 2:1-5).
É inerente ao ser humano esse espírito do saber, da descoberta e, principalmente, da compreensão. Ansiamos por compreender, por pacificarmo-nos diante da vida pela face do saber e entender os porquês.
Quando a Palavra fala de sabedoria que vem do alto, fala daquela sabedoria que não vem de nós mesmos, mas que nos invade pela procedência de Deus, que parte d’Ele para residir em nós.
E aí a Palavra nos descreve como é a sabedoria de Deus, em contraposição à sabedoria humana. Assim:
A sabedoria humana pode ser mesclada; a de Deus é pura.
A sabedoria humana pode ser inquieta; a de Deus é pacífica.
A sabedoria humana pode ser cruel; a de Deus é amável.
A sabedoria humana pode ser incompreendida; a de Deus compreende.
A sabedoria humana pode ser mísera; a de Deus é misericordiosa.
A sabedoria humana pode ser infrutífera; a de Deus tem bons frutos.
A sabedoria humana pode ser parcial; a de Deus é imparcial.
A sabedoria humana pode ser bajuladora; a de Deus é sincera.
Okay, você pode discordar do que se descreve acima como características da sabedoria humana. E pode discordar com razão, pois a sabedoria humana, por mais profunda que seja, é e sempre será passível de erros e incompleta em si mesma. Além disso, a descrição de sabedoria humana que pontuei logo acima a tirei da minha própria sabedoria humana. Mas você não pode, se for sincero consigo mesmo, discordar das características da sabedoria que vem do alto, de Deus. Esta é absoluta em si mesma! Além disso, é a que é descrita em Sua Palavra, usada como base aqui e que aparece acima, logo abaixo do título deste texto.
Se nos parece faltar sabedoria bem agora, podemos – e deveríamos mesmo! – seguir o conselho de Tiago: Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar... (Tiago 1:5-6).
Esta é a sabedoria divina, que vem do alto, vindo habitar em todo coração que se abre a ela, e que por ela pede a Quem a concede de bom grado.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Naum



Chave do livro: sentença contra Nínive.
Naum descreve o poderoso imperialismo de uma nação despótica e pagã, e declara o triunfo certo e final da justiça e soberania de Deus.
A causa imediata da profecia foi a premente questão da justiça de Deus e Sua fidelidade às promessas. A Assíria, grande potência militar e econômica, havia dominado os destinos das nações limítrofes, inclusive Judá. Ao impor pesados tributos e exigir onerosa escravidão, aquela potência havia transformado Judá em um estado quase vassalo. A fim de proteger-se, Judá estabelecera alianças com outras nações, esquecendo-se da promessa de Deus de que Ele protegeria a nação, bem como Seu povo. Portanto, era fraca a vida nacional de Judá. Sua vida espiritual enfraquecia-se cada vez mais e sua segurança territorial corria constante perigo por causa das incursões de hordas procedentes de Nínive. Surgiu, pois, a pergunta: “Esqueceu-se Deus de Judá? Por que prospera esta nação perversa da Assíria enquanto nós sofremos? São vazias as promessas de Deus?” E enquanto Judá não recebia resposta a tais perguntas, a desesperação se apoderava do povo.
De repente, ouviu-se a voz retumbante de Naum, que dizia: “Nínive cairá. Deus preservará Seu povo.” Esta profecia parecia inacreditável para os de limitada compreensão espiritual. O propósito da profecia era duplo: predizer a destruição de Nínive por causa de seu pecado e aliviar a aflição e desesperança de Judá, assegurando-lhe que a promessa de Deus é fiel. A profecia tem um único assunto: Nínive cairá, Judá será vindicada. Em seu estilo literário, o livro é, ao mesmo tempo, poético e profético, harmonizando a vívida linguagem metafórica com o estilo rude e direto da declaração profética. O primeiro capítulo é, antes de tudo, um salmo, ao passo que os capítulos 2 e 3 são proféticos.
Naum começa sua mensagem mediante uma declaração intrépida relativa à natureza que toma vingança. O Senhor toma vingança e é cheio de furor. O Senhor toma vingança contra os Seus adversários e guarda a ira contra os Seus inimigos (1:2). Este tema satura o livro. Considerando que a Assíria pecou ao desprezar a Deus, será totalmente destruída. Judá foi desleal por não confiar implicitamente em Deus, estabelecendo aliança com outras nações. A queda e destruição de Nínive deve ser uma advertência para ela. A mensagem de Naum é aplicável a todas as eras. Os que, com arrogância, resistem a Deus e não confiam na Sua provisão e cuidado, sentirão inevitavelmente Sua ira; os que n’Ele depositam sua fé, esses serão preservados em virtude do amor divino.
Pouco sabemos de Naum, excetuando-se o que se nos diz neste breve livro. Seu nome não é mencionado em nenhuma outra parte das Escrituras Sagradas, com a possível exceção da linha genealógica citada em Lucas. Tudo o que dele sabemos é que viveu em Judá, provavelmente em Elcos, localidade que não se pode indicar com certeza, e que foi contemporâneo de Jeremias. A palavra Naum significa consolo. De acordo com os melhores cálculos, o livro foi escrito por volta do ano de 620 a.C.

Clarence B. Bass

domingo, 16 de junho de 2019

Simplesmente Se Entregando Para Ser Aceito de Novo



          Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado.
          Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me. Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe. Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria.
          Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei. Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria, e os ossos que esmagaste exultarão. Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
          Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável. Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito. Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer. Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem para ti.
          Livra-me da culpa dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação! E a minha língua aclamará a tua justiça. Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios, e a minha boca anunciará o teu louvor. Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se não eu os traria. Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.
          Por tua boa vontade faze Sião prosperar; ergue os muros de Jerusalém. Então te agradarás dos sacrifícios sinceros, das ofertas queimadas e dos holocaustos; e novilhos serão oferecidos sobre o teu altar.
      
          (Texto do Salmo 51)

          Este Salmo Davi escreveu quando o profeta Natã veio falar com ele, repreendendo-o por este ter cometido adultério com Bate-Seba.
          Davi ficou profundamente compungido, dando-se conta do tamanho do erro que havia cometido. Houve consequências práticas, como ocorre em tudo na vida, pela lei da semeadura e colheita, da ação e reação, da causa e consequência. Porém, Davi se arrependeu, reconheceu seu erro, e o confessou perante o Senhor. E não somente isso; escrevendo esse Salmo, o tornou conhecido – seu erro – de todos, agora sem medos e sem reservas. Sem dúvida, um gesto de grandeza de espírito, ainda que o seu espírito estivesse quebrantado e contrito, como assim estava seu coração, sua alma, enfim, todo o seu ser.
          Davi ensina, assim, que para voltar a ser grande, diante do erro, é preciso tornar-se pequeno e humilde.
          Davi ensina que é preciso simplesmente se entregar, para ser aceito de novo.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,

          Kurt Hilbert

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Miqueias



Os três primeiros capítulos da profecia de Miqueias declaram os juízos de Deus contra Israel e Judá, e o desastre iminente que está à espera dessas nações.
Os capítulos 4 e 5 oferecem consolo e esperança em face do que acontecerá no futuro, quando a casa do Senhor for estabelecida sobre os fundamentos de uma paz duradoura; um remanescente voltará para Sião, resgatado do cativeiro na Babilônia; um Libertador procedente de Belém fará que Seu remanescente justo se constitua em bênção para a terra; e a terra será purificada da idolatria e da opressão.
Os capítulos 6 e 7 declaram o caminho da salvação mediante uma analogia de um pleito ou contenda judicial; o Senhor é o reclamante, Israel o reclamado. Lembrando a Seu povo o livramento do Egito, e falando-lhe da natureza da verdadeira adoração, Deus deplora Seus tesouros de impiedade e de opressão. Esta declaração se faz seguir pela confissão de culpa da parte de Israel e pela oração, pedindo ao Senhor que volte e pastoreie Seu rebanho como o fez no passado. Miqueias termina com uma pergunta: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?” Somente Ele pode perdoar e demonstrar compaixão ao povo de Sua aliança.
Miqueias era natural de Moresete, aldeia localizada perto de Gate, na região setentrional da Filístia, a trinta e cinco quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Provavelmente era agricultor. Seu ministério de profeta abrange o reinado de três reis, desde o ano de 738 até 698 a.C., aproximadamente. Não se menciona o nome de seu pai, razão por que os estudiosos concluem que sua família era de condição humilde. Miqueias é mestre consumado no emprego da poesia clássica hebraica. Defende a causa dos camponeses oprimidos e se põe contra os ricos arrogantes. Seus apelos em favor da verdadeira religião são igualados somente por Tiago (compare 6:6-8 com Tiago 1:27).

Ross E. Price

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Andar Com Fé Eu Vou



Hebreus 11:8
Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo.

Andar pela fé significa darmos o passo seguinte em nossa vida confiando naquilo que o Senhor, por Sua Palavra, nos tiver revelado. Depois de revelada a vontade d’Ele para conosco, nos cabe obedecê-Lo e seguir.
Uma bela definição de fé é esta: Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos (Hebreus 11:1).
 A Palavra de Deus, que comumente é também chamada de Bíblia no meio cristão, é muito mais que o livro chamado de Bíblia, de capa a capa. Aliás, como escrevia João no Evangelho que leva o seu nome, se tudo o que Cristo é, ensinou e fez, fosse escrito, não haveria biblioteca que chegasse. Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos (João 21:25). Descontada a superlatividade da emoção de João ao escrever o que escreveu, é por aí mesmo, ele tem razão.
Assim, percebemos que a Palavra, muito além do que chamamos de Bíblia, a Palavra é Jesus e Jesus é a Palavra, como o mesmo João escreve no início do seu Evangelho. No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio (João 1:1-2). Assim, digo que a Bíblia deve ser lida a partir de Jesus, tendo n’Ele a chave interpretativa.
Dito isto, sigamos com a Palavra acima usada como mote para este texto. Esta Palavra diz que Abraão seguiu, pela fé, o chamado de sair de onde estava e dirigir-se a uma terra que nem sabia onde estava, mas confiava n’Aquele que lhe dissera para fazer o que iria fazer.
Abraão andou pela fé. Aliás, este é outro ensinamento que levamos: mesmo Abraão não tendo Google Earth naquele tempo – ou GPS ou Waze – e, naturalmente, não poder visualizar via satélite para onde estava sendo instruído a ir, ele foi. Ele foi! Não só foi segundo o que entendeu por fé, mas viveu segundo o que entendeu por fé – e obedecendo ao que entendera. Porque vivemos por fé, não pelo que vemos (II Coríntios 5:7).
Em nossos dias, também somos chamados a andar pela fé!
Gilberto Gil, numa de suas composições, escreveu e cantou que “andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar...”. E a fé em Deus não falha mesmo, assim como Deus não falha!
Nós é que, vez ou outra, falhamos. Mas, quando falhamos e nos arrependemos, Deus nos perdoa e nos impulsiona a seguir pela mesma fé n’Ele!
E a nossa herança é a eternidade em comunhão com Ele, vivendo essa eternidade e essa herança desde já.
Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando uns aos outros. Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez a fim de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna. Fiel é esta palavra, e quero que você afirme categoricamente essas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Tais coisas são excelentes e úteis aos homens (Tito 3:3-8).

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

domingo, 2 de junho de 2019

Jonas




Por seu conteúdo e intenção, o livro de Jonas revela a universalidade e a compaixão da graça divina. Insinua-se este fato em 3:10, e em 4:11 se confirma de modo inequívoco.
O livro é de caráter biográfico. Começa e termina com o Senhor falando a Jonas. Em primeiro lugar, Jonas é comissionado para anunciar um juízo; finalmente, o Senhor faz ver Sua misericórdia e Sua compaixão. Entre estas duas representações do caráter de Deus encontramos a resposta de Jonas à justiça e à compaixão divinas. No princípio Jonas se nega a aceitar a ordem do Senhor, temendo que os pagãos se arrependam e Deus demonstre misericórdia. O coração magnânimo de Deus, que perdoa aos pagãos arrependidos, estabelece nítido contraste com o espírito estreito, intolerante, não perdoador de Jonas.
Uma vez que o livro não faz afirmação alguma sobre seu autor, é de supor-se justificadamente que o autor seja o próprio Jonas. Ele é filho de Amitai (1:1) e, sem dúvida, o mesmo filho de Amitai que profetizou durante o reinado de Jeroboão II (compare-se com II Reis 14:25).

Claude A. Ries