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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Naum



Chave do livro: sentença contra Nínive.
Naum descreve o poderoso imperialismo de uma nação despótica e pagã, e declara o triunfo certo e final da justiça e soberania de Deus.
A causa imediata da profecia foi a premente questão da justiça de Deus e Sua fidelidade às promessas. A Assíria, grande potência militar e econômica, havia dominado os destinos das nações limítrofes, inclusive Judá. Ao impor pesados tributos e exigir onerosa escravidão, aquela potência havia transformado Judá em um estado quase vassalo. A fim de proteger-se, Judá estabelecera alianças com outras nações, esquecendo-se da promessa de Deus de que Ele protegeria a nação, bem como Seu povo. Portanto, era fraca a vida nacional de Judá. Sua vida espiritual enfraquecia-se cada vez mais e sua segurança territorial corria constante perigo por causa das incursões de hordas procedentes de Nínive. Surgiu, pois, a pergunta: “Esqueceu-se Deus de Judá? Por que prospera esta nação perversa da Assíria enquanto nós sofremos? São vazias as promessas de Deus?” E enquanto Judá não recebia resposta a tais perguntas, a desesperação se apoderava do povo.
De repente, ouviu-se a voz retumbante de Naum, que dizia: “Nínive cairá. Deus preservará Seu povo.” Esta profecia parecia inacreditável para os de limitada compreensão espiritual. O propósito da profecia era duplo: predizer a destruição de Nínive por causa de seu pecado e aliviar a aflição e desesperança de Judá, assegurando-lhe que a promessa de Deus é fiel. A profecia tem um único assunto: Nínive cairá, Judá será vindicada. Em seu estilo literário, o livro é, ao mesmo tempo, poético e profético, harmonizando a vívida linguagem metafórica com o estilo rude e direto da declaração profética. O primeiro capítulo é, antes de tudo, um salmo, ao passo que os capítulos 2 e 3 são proféticos.
Naum começa sua mensagem mediante uma declaração intrépida relativa à natureza que toma vingança. O Senhor toma vingança e é cheio de furor. O Senhor toma vingança contra os Seus adversários e guarda a ira contra os Seus inimigos (1:2). Este tema satura o livro. Considerando que a Assíria pecou ao desprezar a Deus, será totalmente destruída. Judá foi desleal por não confiar implicitamente em Deus, estabelecendo aliança com outras nações. A queda e destruição de Nínive deve ser uma advertência para ela. A mensagem de Naum é aplicável a todas as eras. Os que, com arrogância, resistem a Deus e não confiam na Sua provisão e cuidado, sentirão inevitavelmente Sua ira; os que n’Ele depositam sua fé, esses serão preservados em virtude do amor divino.
Pouco sabemos de Naum, excetuando-se o que se nos diz neste breve livro. Seu nome não é mencionado em nenhuma outra parte das Escrituras Sagradas, com a possível exceção da linha genealógica citada em Lucas. Tudo o que dele sabemos é que viveu em Judá, provavelmente em Elcos, localidade que não se pode indicar com certeza, e que foi contemporâneo de Jeremias. A palavra Naum significa consolo. De acordo com os melhores cálculos, o livro foi escrito por volta do ano de 620 a.C.

Clarence B. Bass

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