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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Saia da Zona de Conforto




            Gênesis 12:1
         Então o SENHOR disse a Abrão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei”.
          Dizemos, num ditado popular, que “temos que matar um leão por dia”. Ok, bucolicamente é uma frase legal e de efeito, mas não gosto muito dela, pois insinua a extinção do pobre felino e, em se extinguindo um desses bichanos a cada dia, adeus reis da floresta! Falando sério agora: é uma frase de efeito que nos chama a atenção para a luta de cada dia, tal qual um gladiador romano numa arena, lembrando-nos que a vida não é fácil. Por esse prisma, é uma frase válida. Mostra-nos que não deve haver zona de conforto.
          Zona de conforto, manja? Aquela situação em que podemos nos encontrar esporadicamente, onde nos deixamos seduzir pelo dolce far niente. De vez em quando, uma zona de conforto é boa. Mas ela não pode ser o nosso modo de vida, o nosso padrão. Temos que saber que a vida é uma luta também. A natureza nos ensina isso. Deus a projetou – a natureza – de tal forma que, pela seleção natural das espécies, seguem transmitindo seus genes às gerações futuras aquelas que melhor se adaptam às épocas e situações geográficas que se apresentam. Quem disse que criacionismo e evolucionismo não podem andar juntos? Quem disse que não coexistem? Mas isso já é outro papo.
          Voltando ao assunto deste texto, é preciso saber evitar a zona de conforto, pois ela nos deixa relapsos e descuidados, preguiçosos natural e espiritualmente. E preguiça não é um atributo muito louvável. Proverbialmente, já falava o coletor de ditos: Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento. Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso? Quando se levantará de seu sono? Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado (Provérbios 6:6-11). Mas hein? Pois é!
          A passagem bíblica que encabeça este texto foi vivida por Abrão – quando ele ainda não era Abraão. Ele recebera uma mensagem divina, dando-lhe uma instrução bastante clara: deixar a zona de conforto e rumar ao desconhecido. Desconhecido para ele, Abrão, não para o emissor da mensagem. A sequência da história nos mostra que Abrão acatou a ordem e, depois, as consequências são sentidas por todos nós até hoje – ele foi ricamente abençoado.
          Destrinchando a mensagem, Deus diz a Abrão que ele saia da sua terra. Ur dos caldeus deveria ficar para trás. O que podemos aprender com isso? Que não temos, aqui nesse nosso planetinha azul, uma morada definitiva. Espiritualmente, nossa alma não pertence à terra, mesmo que o nosso corpo esteja naturalmente ligado à terra. Temos que saber que somos peregrinos na terra, que temos uma origem e um destino maior. O que mais podemos aprender? Que devemos nos desprender do materialismo, em busca de algo que, muitas vezes, não sabemos bem o que é, mas confiamos que Deus nos mostre, conforme seguimos adiante. Que mais? Que não nos arraiguemos ao que é menos importante, ao passo que busquemos seguir o que o Senhor, em Sua Palavra, nos indica. Que mais ainda? Bem, cada um pode concluir mais coisas que essa passagem nos ensina.
          Seguindo a cirurgia na mensagem, o Senhor segue dizendo a Abrão: saia do meio dos seus parentes. O que quer dizer “sair do meio dos parentes”? Jesus, no meio dos seus parentes naturais, também pouco pode fazer, pois eles não criam n’Ele, lembra? Na nossa vida natural – veja se você identifica algo conhecido com o exemplo – também temos parentes, membros da família, primos, tios, cunhados; gostamos mais de alguns, menos de outros... Muitos nos ajudam e contribuem para nossa edificação... Outros só querem saber de dar pitaco onde não são chamados – identificou algo? Não é assim? Deus não nos ensina a abandonarmos nossos parentes; Ele nos mostra que temos que nos desvincular das opiniões alheias, que estas não devem balizar nossa vida; Ele nos ensina que temos que pautar nossa vida em nossas próprias opiniões. E é bom – muito bom mesmo! – quando nossas opiniões são edificadas segundo a Sua Palavra. Saia do meio dos seus parentes quer dizer saia do meio das opiniões daqueles que acham que você os deve seguir ou que você lhes deve algo. Não devemos nada a ninguém; podemos e devemos ser gratos às pessoas, mas, dívidas, só as temos com Deus. D’Ele somos devedores sempre, por Sua graça e Seu amor! Às pessoas só devemos o nosso amor.
          Saia da casa de seu pai, segue dizendo. Isso, obviamente, não quer dizer deixar o papai e a mamãe para trás, nem a sua casa, quando ainda não é tempo. Quer dizer, isso sim, que devemos saber que, na vida, temos que fazer nosso próprio caminho, nossa própria história. Não temos que ser, necessariamente, continuadores dos nossos pais, continuadores de seus valores ou da sua visão sobre as coisas. Temos que formar nossas próprias vidas, nossas próprias verdades, nossas próprias estruturas. O legal é que quando, tanto nossos antepassados quanto nós – e nossos descendentes –, decidimos construir nossas verdades, valores e estruturas sobre os fundamentos alcançados por Deus, nossas “histórias de vida” serão muito parecidas. Mas temos que ter nossas experiências. Aproveitemos e aprendamos com a teoria dos pais, mas vivamos nossas próprias práticas.
          Conclui a Palavra dizendo: vá para a terra que eu lhe mostrarei. Aqui se sublima a mensagem. A “terra” aqui, para nós em nossos dias, é a nossa vida e o nosso futuro. Não é uma “terra” física, tal qual a terra prometida de Canaã daquele tempo abraâmico, mas a própria “história da nossa vida”. Em última análise, a “terra prometida” a nós é a eternidade junto a Deus, por meio de Cristo. Eu lhe mostrarei, Ele diz. Quando confiamos em Deus, quando seguimos Sua Palavra, quando vivemos segundo Sua orientação, não nos perdemos, mas alcançamos a nossa meta. Quando Cristo é o ponto central na nossa vida, quando a Palavra é a nossa bússola, peregrinamos seguros e estamos amparados. Saímos da zona de conforto, mas nos confortamos no Senhor.
          O Senhor nos diz, em outras palavras:
          “Tua vida, tua essência, tua alma, não são dessa terra material, mas vem de Mim. Desliga-a da materialidade terráquea, dirija-a à espiritualidade celestial. Desliga tua alma das opiniões e verdades vigentes no mundo, constrói nela tuas próprias opiniões e verdades, e baseia-as em Mim. Não siga a tua vida segundo as tradições mundanas, herdadas de teus antepassados, mas alicerça-a em Mim. Saia das tradições mundanas e adentre a doutrina de Cristo. Esta terra eu quero te mostrar: uma vida de amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, serenidade e domínio próprio. Tu mesmo dominarás a tua vida, quando ficares ligado a Mim. Sai da zona de conforto e conforta-te em Mim. Seja bem-vindo, Meu Filho!”.
          Perdoe a liberdade poética que atribuí às Palavras do Senhor, mas é assim que me sinto, em liberdade poética, quando me vejo absorto em Suas Palavras.
          Convido a você também: Vá para a terra que o Senhor lhe mostra!
          Neale Donald Walsch, um pensador moderno da espiritualidade humana, tem uma frase da qual gosto muito. Diz ele que “nossa vida começa onde termina nossa zona de conforto”. Ao que parece, foi o mesmo recado que Deus enviou a Abrão.
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert
 
 


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Que e Quem é a Palavra?

 
          No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio.
          Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.
          Surgiu um homem enviado por Deus, chamado João. Ele veio como testemunha, para testificar acerca da luz, a fim de que por meio dele todos os homens cressem. Ele próprio não era a luz, mas veio como testemunha da luz. Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens.
          Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne, nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.
          Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como a do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
          João dá testemunho dele. Ele exclama: “Este é aquele de quem eu falei: aquele que vem depois de mim é superior a mim, porque já existia entes de mim”. Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.
          (João 1:1-18)
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

sábado, 18 de janeiro de 2014

Águas Correntes



Salmo 1:3
          É como árvore plantada à beira da águas correntes: dá fruto no tempo certo e suas folhas nunca murcham.
                                                            

Quero estar plantado bem à beira do rio
Quero me envolver em suas cheias
Quero o humo humano quando baixar a água
Quero solo rico ao redor
Quero folhas verdejantes
Quero frutificar quando é tempo
Quero raízes fortes que descem às águas correntes
Quero me arvorar bem alto
Quero a direção dos céus
Quero estar plantado bem à beira de Deus!

Kurt Hilbert


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Pecado, a Fé e o Dever

 
          Jesus disse a seus discípulos:
          É inevitável que aconteçam coisas que levem o povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem. Seria melhor que ela fosse lançada ao mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço, do que levar um desses pequeninos a pecar. Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: “Estou arrependido”, perdoe-lhe.
          Os apóstolos disseram ao Senhor:
          Aumenta a nossa fé!
          Ele respondeu:
          Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: “Arranque-se e plante-se no mar”, e ela lhes obedecerá. Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: “Venha agora e sente-se para comer”? Ao contrário, não dirá: “Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber”? Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que foi ordenado? Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: “Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever”.
          (Lucas 17:1-10)
 
          Nesta curta conversa com seus amigos, Jesus aborda três temas distintos, mas relacionados entre si: o pecado, a fé e o dever.
          Ele menciona que muitos viriam a tropeçar, inclusive na mensagem do Evangelho, quando essa mensagem não fosse transmitida de forma pura e verdadeira. De fato, há muitos que manipulam as Escrituras para tirarem de seus seguidores benefícios em uso próprio. Jesus diz que isso inevitavelmente ocorreria, mas que os que causam isso sofreriam as consequências de seus atos.
          Em seguida, Ele fala do pecado e do perdão. Deus nos perdoa quando confessamos a Ele nossos erros, no intuito de não voltarmos a errar da mesma forma. E Ele nos perdoa da mesma forma como perdoamos, quando perdoamos ao nosso semelhante. E era para isso que Jesus chamava a atenção: devemos perdoar nossos irmãos sempre. Isso é sublime!
          Os apóstolos pediram para Jesus aumentar-lhes a fé. Que pedido maravilhoso! Quantas vezes nós fazemos isso? Como resposta a esse pedido, Jesus lhes estimula a crerem na “pequena fé” que eles já tem, comparando-a a um grão de mostarda – o grão de mostarda é uma pequena semente, mas, quando germina, produz um arbusto de tamanho considerável. Façamos uso da fé que o Senhor já nos deu; assim, ela germinará e produzirá frutos.
          Depois, falando do dever que temos – o dever de, por amor, obedecer aos ensinamentos do Senhor –, Jesus mostra o exemplo de um servo. O servo fiel segue os pedidos do seu senhor e o serve em todas as tarefas a ele confiadas. Mas, mostrando-se humilde, o servo sabe que não é merecedor de especiais agradecimentos, uma vez que apenas cumpriu o seu dever. Humildemente, o servo reconhece que não fez mais do que devia.
          Essa é uma importante ilustração para nós e para nossos dias. Muitas vezes pode acontecer de acharmos que somos merecedores de elogios – especialmente provenientes por parte dos homens – em decorrência das coisas que fizemos, como servos do Senhor. Não. Os elogios não devem ser dirigidos a nós, mas sempre a Ele, pois, sem Ele, nada poderíamos fazer. Assim, quando nos mantemos humildes, Ele nos exalta!
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
Kurt Hilbert

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Meditação



Salmo 1:2
          ... sua satisfação está na lei do SENHOR, e nessa lei medita dia e noite.

                                                              
Dia e noite,
luz e penumbra,
festa e melancolia,
infante e ancião,
triunfo e ruína,
não importa a sina,
medito na sua Lei.
Nisto me regozijo.
De mim mesmo exijo
observância e cumprimento.
No divino mandamento
não me sinto obrigado;
me sinto nobilitado
por estar nos Testamentos.
Que esta meditação
em mim sempre reflita
uma vida bendita
de farta satisfação.

 
Kurt Hilbert