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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Queremos ser Curados?

          João 5:6
          Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: “Você quer ser curado?
 
          Essa passagem bíblica se dá quando Jesus estava em frente ao Tanque de Betesda, aonde iam muitos doentes em busca de cura. Acreditavam que se alguém se banhasse nas águas do tanque, era curado. Segundo diz a Escritura, um anjo agitava a água e o primeiro que conseguisse entrar nela depois de agitada, alcançava a cura.
          Havia ali um paralítico que fazia trinta e oito anos estava neste estado, o de paralisia, e buscava entrar também naquele tanque, mas não conseguia, visto o seu estado de imobilidade, e sempre alguém entrava antes dele.
          Jesus, o vendo e, certamente, se compadecendo do seu estado, fez a pergunta acima citada: “Você quer ser curado?” O homem lhe falou que não contava com ajuda de ninguém para entrar no tanque, por isso não alcançava a cura. Jesus o curou sem que fosse preciso entrar no tanque, e ele pegou sua maca e saiu andando.
          A história é linda, mostra que necessitamos de ajuda para alcançar as nossas curas, sejam elas quais forem; mostra, também, que alguns não se importam em ajudar aos outros, antes passam-lhes à frente para eles próprios se beneficiarem.
          Mas quero voltar à pergunta de Jesus, e ater-me numa reflexão sobre ela. “Você quer ser curado?”, Ele perguntou.
          Parece um tanto óbvia a resposta que adviria de uma pergunta assim: “Claro que quero!”
          Mas, então, por que Jesus perguntou?
          Penso que Ele perguntou por uma razão: mostrar-nos que temos que fazer a mesma pergunta a nós mesmos: Queremos ser curados?
          Temos que parar, refletir e procurar perceber o que nossa alma realmente quer. Será que a alma sempre quer a cura? Será que a alma deseja continuar a viver aqui, em nosso plano físico? Racionalmente, responderemos que sim. Mas a alma é espiritual, e o espiritual nem sempre é racional – na verdade, poucas vezes é. Por isso Jesus nos pergunta: “Queremos mesmo?”
          Perceba que aquele homem estava paralisado há trinta e oito anos. Será que nunca, nunquinha mesmo, ele conseguiu ajuda para entrar no tanque? Ele tentou mesmo? Sempre?
          Uma das doenças que mais nos paralisa no século XXI é a depressão. A depressão paralisa a alma, paralisa o ânimo da vida. Ficamos como que sobre uma maca de imobilidade anímica. Necessitamos de ajuda para entrar no tanque do ânimo, da motivação, do querer de novo. Podemos ficar nessa paralisia por anos. Queremos mesmo ser curados? É isso que nossa alma quer? Perguntemo-nos.
          Perguntemo-nos diante de qualquer “doença” na nossa vida. Existem muitas doenças, e as da alma eu quero salientar: a intolerância, o preconceito, a descriminação, a presunção, a arrogância, a indiferença, o egoísmo, a ganância, a falsidade, etc. Vamos parar aqui, para não nos deprimirmos seguindo a lista. Essas são todas doenças da alma, muito mais nocivas que qualquer doença do corpo. Jesus pode nos curar delas. De novo a pergunta: Queremos mesmo ser curados?
          E há as doenças físicas também, que podemos apresentar a Deus e buscar também a cura para elas. Mas uma doença física, em grande parte das vezes, é psicossomática. São as doenças da alma solidificando-se e manifestando-se em nossos corpos físicos. De novo a pergunta: Queremos ser curados?
          Pergunte à sua alma. Tire um tempo para refletir, sossegue seu coração, respire fundo e pausadamente, e pergunte-se: Quero mesmo ser curado?
          Quando a resposta for “sim”, a cura vem. Veja: quando a resposta for sim, e não se a resposta for sim, pois o sim parece racionalmente óbvio, mas a alma nem sempre é racional – poucas vezes é.
          Foi por isso que Jesus perguntou àquele paralítico:Você quer ser curado?
          É por isso que Ele nos pergunta: Você quer ser curado?
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
              Kurt Hilbert

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A NOVA LÓGICA DA FÉ CENTRA-SE EM CRISTO

          O ponto de partida para o ser humano que anseia pela felicidade deve partir da fé em Jesus Cristo, embora outras religiões bem mais antigas que o cristianismo tem sua razão de ser, pois, através delas Deus também se manifestou e foi preparando a humanidade, para no momento certo se dar a conhecer a todos os humanos. Houve um crescimento paulatino no decurso dos tempos até que chegando ao amadurecimento histórico, o “Divino insere-se no humano”, para se aproximar e nos indicar o caminho que ao longo dos séculos e na oscilação da temporalidade e sem muita clareza, o povo ia ansiosamente à busca de uma resposta à pergunta de quem nós somos, o que estamos fazendo neste mundo, para onde caminhamos e que sentido tem viver, sabendo que caminhamos impreterivelmente para a morte. O homem sempre se questionou o “para onde vamos”. Por outro lado, a abertura para Jesus Cristo percebeu-se uma transformação qualitativa em relação ao tempo, que segundo a lógica de Deus Pai, nos oferecia “...o dom originário que sustenta a vida”. (Lumen Fidei- nº19). Ao contemplarmos o Jesus histórico e ressuscitado sentimos em nossa carne que nos abrindo a Ele vimos que: “...podemos ser transformados, deixando que a salvação atue em nós e torne a vida fecunda, cheia de frutos bons”.(Ibidem). Portanto, nossa salvação e o sentido do estar aqui neste mundo, se manifestam ao reconhecermos o “primado do dom de Deus”. “É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef. 2,8).

O AMOR QUE NOS PRECEDE NOS TRANSFORMA A PARTIR DE DENTRO E AGE EM NÓS E CONOSCO

          Paulo apóstolo, vê num texto do Deuteronômio uma exegese profunda ao verificar em Moisés quando esse disse: “Deus não está demasiado alto nem demasiado longe do homem” (Dt.30,11-14). O apóstolo vê nessa afirmação de Moisés, a proximidade da palavra de Deus que se concretiza na presença de Jesus no cristão. Nós temos que ser a manifestação concreta da pessoa de Cristo em nossa vida diária e com a convicção de que: “Cristo desceu à terra e ressuscitou dos mortos: com a sua encarnação e ressurreição, o Filho de Deus abraçou o percurso inteiro do homem e habita nos nossos corações por meio do Espírito Santo”. (Lumen Fidei” – nº20). E segue o texto: “A fé sabe que Deus Se tornou muito próximo de nós, que Cristo nos foi oferecido como grande dom que nos transforma interiormente, que habita em nós, e assim nos dá a luz que ilumina a origem e o fim da vida, o arco inteiro do percurso humano”(ibidem). Dentro dessa visão da fé podemos inferir de que há uma transformação em nossa vida, que se expressa no “amor” que vai além de nós mesmos. Partindo dessa ótica podemos afirmar: “O cristão pode ter os olhos de Jesus, os seus sentimentos, a sua predisposição filial, porque é feito participante do seu Amor, que é o Espírito; é neste Amor que se recebe, de algum modo, a visão própria de Jesus”. (Lumen Fidei – nº21). De maneira que fora da presença do Espírito que o infunde nos nossos corações à conformação do “Amor” é impossível confessar Jesus como Senhor (1Cor.12,3).

O CRISTÃO FORMA UM SÓ CORPO EM CRISTO E COM OS IRMÃOS DA FÉ SEM PERDER A INDIVIDUALIDADE

        Essa é uma afirmação importante dentro do contexto da cultura contemporânea, embora, sempre em contraposição ao modismo da New Age=Nova Era, pois a mesma quer unir tudo para diluir tudo num todo (holismo), que está em alta em certas “espiritualidades” que deslocam o valor da individualidade para um intimismo, aliás, nocivo à realização da própria pessoa, porque a mesma faz perder o “EU”, que a identifica como tal. Ora, olhando a figura de Jesus, vemos o espelho nosso que retrata a unidade, embora deva ficar claro de que essa mesma unidade não reduz o cristão como uma parte do “todo anônimo”. Ao contrário, mantém a unidade na diversidade e sempre salvaguardando a individualidade e o “eu” de cada ser humano. Isso é o respeito à personalização do “Humano”. “A fé tem uma forma necessariamente eclesial, é professada partindo do corpo de Cristo, como comunhão concreta dos que creem”.(Lumen Fidei –nº22). E continua: “A partir deste lugar eclesial, ela abre o indivíduo cristão a todos os homens (...) uma vez escutada, a palavra de Cristo, pelo seu próprio dinamismo, transforma-se em resposta no cristão, tornando-se ela mesma palavra pronunciada, confissão de fé”. (Ibidem). Partindo desse pressuposto inferimos de que a fé não é um ato isolado, mas nasce da escuta e se destina a ser pronunciada e a ser anunciada, pois a fé torna-se operativa no cristão a partir do dom recebido, a partir do Amor que o atrai para Cristo. (Gl.5,6). São Paulo nos diz: “Como hão de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão de acreditar, falar, sem alguém que O anuncie?” (Rm.10,14). Assim se conclui de que: “A fé torna-se operativa no cristão a partir do dom recebido, a partir do Amor que o atrai para Cristo” (Gl 5,6), e nos torna participantes do caminho da Igreja, peregrina na história rumo à perfeição. “Para quem foi assim transformado, abre-se um novo modo de ver e a fé torna-se luz para os seus olhos” (Ibidem). Pense e reflita.

Este texto é uma gentileza do Padre Ari Antônio da Silva, amigo deste blog, e que pode ser lido também em http://padreari.blogspot.com.br/

sábado, 21 de setembro de 2013

Embarcado

João 6:21
          Então resolveram recebê-lo no barco, e logo chegaram à praia para a qual se dirigiam.

                                                      
Eu, errante navegante,
buscava um porto, um destino.
Brincar de barco, coisas de menino,
brincar de vida, coisas dum instante.
A vida, um sopro do divino,
tal qual o sopro do vento
que açoita minha nau.
A vida, quase um naufrágio!
Ei-lo vindo... andando sobre a água?!
          Bem-vindo! Aporte!
          Navegando a vida, num estágio,
          preciso mesmo dum suporte.
          Entra! O barco é teu!
                     O barco é nosso!
                     Acho que posso
                     dar-te uma mão.
                     Dá-me o timão,
                     eu conduzo.
Dum navegar confuso
A um navegar seguro.
A praia, o porto, o destino (terra à vista!), o futuro!
          Obrigado, capitão!

Kurt Hilbert

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ética, Caráter e Desafio

          Eu tinha elencado outro texto para enviar esta semana por e-mail às pessoas da minha lista de contatos e para postar em nosso blog. Tinha. Mas diante do que tenho visto, especialmente zapeando por alguns programas religiosos na TV, mudei de idéia e resolvi escrever o que vai abaixo para compartilhar com todos.
          Na empresa onde trabalho há uma plaquinha que diz assim: “Ética é o que você faz quando está todo mundo olhando. O que você faz quando não há ninguém por perto chama-se caráter”. É bem isso!
          No meio televisivo, radiofônico e outras mídias, tem pipocado programações religiosas às pencas. Dizem pregar o Evangelho, dizem anunciar a Palavra, dizem fazer a “obra de Deus”. Dizem outras coisas também. Alguns fazem um trabalho sério, transparente, honesto. Sempre há os bons, e que bom que os há! Sempre há os que agem com o coração. Eu gostaria de falar somente destes. Mas, para além dos que agem com o coração, há os que agem com e para o bolso – o deles. E estes não são poucos! Eu não gostaria de falar sobre eles. Mas tem que se fazê-lo.
          Criaram-se verdadeiras empresas da fé, conglomerados, espalhando igrejas como se fossem franquias, com metas de arrecadação e vitórias sobre a “concorrência”. Concorrem e carneiam-se entre si em busca de fiéis a quem possam depauperar o bolso em favor do seu “ministério”. Prometem curas, prosperidade, fazem teatros e apresentações charlatânicas. Transformam o pseudo-altar num palco – de horrores. Enganam, na maior cara dura, pobres seres humanos em busca de alguma coisa que as ajude a sair da desilusão da vida. Prometem céus e terra em troca de dízimos, ofertas, patrocínios, e outras formas de extorquir dinheiro. Se você acha que o banco do qual você é cliente abusa na cobrança de taxas disso e daquilo, experimente freqüentar ou parar vinte minutos em frente a um desses programas religiosos. Os bancos são fichinha perto deles!
          E esses líderes religiosos enriquecem. Como enriquecem! Compram fazendas, carrões, helicópteros, redes de TV, investem em empresas privadas, fazem o escambal. O Eike Batista e o Roberto Justus seriam aprendizes perto deles. Você sabia que o que uma igreja arrecada é isento de tributação? E que se pode abrir uma igreja, com CNPJ e tudo, com menos de R$ 500,00? Pois é.
          Há ainda os que distorcem pontos bíblicos isolados e fora de contexto para darem suporte e destilarem seus próprios venenos e preconceitos contra minorias, contra opções e inclinações pessoais de outros.
          E qual é a parte nociva disso tudo? Além de enganarem a muitos em favor de si, ainda prejudicam e jogam no lixo o que de mais precioso há. Lembro de uma passagem que diz: “O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vocês” (Romanos 2:24). As pessoas, de um modo geral, já não suportam mais ouvir falar de igreja, de Evangelho, de Cristo, por causa desses charlatões que dominam a mídia e enganam à luz do dia “em nome de Jesus”. Posso estar exagerando um pouco – mas só um pouco, talvez. A regra é essa. Experimente conversar com as pessoas, e ouça o que dizem. Provavelmente até quando recebem um e-mail, onde no assunto consta algo relacionado com Cristo, já o deletam sem ao menos dar uma olhadinha. Não as critico; possivelmente já estão enfadadas com o tema. O nome Jesus Cristo ainda abre muitas portas, mas o trabalho desses pilantras fecha outras tantas.
          O próprio Cristo dizia, com respeito a – alguns – líderes religiosos do Seu tempo: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo” (Mateus 23:13).
          Mas Jesus era um cara sabido. Olha só o que Ele dizia há dois mil anos, nos alertando para essas coisas: “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente” (Mateus 24:24-25).
          Também em Seu tempo, Jesus se indignou e chutou o pau da barraca, expulsando os vendilhões do Templo, debaixo de chicotadas e pontapés.
          De novo: não podemos enfiar tudo no mesmo saco. Há gente muito boa nesse meio, que ajuda, que tira drogados das ruas, que faz o bem de modo desinteressado, que faz as coisas com alegria e amor, que pode dizer de si mesmo que vem “em nome de Jesus”. Há gente boa. Mas também há muita gente má. É disso que falo. Como disse acima, eu queria falar só das coisas boas. Mas não dá. Há de se alertar para a bandidagem, para a formação de quadrilhas, para o crime organizado que há no meio religioso. Isso sempre houve. Mas agora, potencializado pela mídia, vem à tona com muito mais força. E ataca com muito maior voracidade. E o pior é que o povo cai nessa conversinha fiada! Eu olho para isso e digo a mim mesmo: isso não tem nada a ver com a doutrina de Cristo!
          Agora, para não dizerem que não falei de flores, quero falar de coisas boas também: há muito trabalho sério sendo feito. E quero chamar a atenção para isso: não despreze o Evangelho por causa de meia-dúzia – ou bem mais que meia-dúzia – que faz barulho e engana. Não despreze pessoas sinceras por causa dos pilantras. Receba a Palavra, ouça quem vem para divulgá-la, abra-se para Cristo. Você saberá, você sentirá, o que é de verdade e o que é caô. Deus lhe mostrará o que vem d´Ele e o que não vem.
          Há, sim, muita carência de ética no meio religioso. E há ainda mais carência de caráter. Mas há também um desafio para todos os que agem nesse meio com honestidade, transparência e verdade: transmitir a doutrina de Cristo sem desistir, sem se deixar abater, sem esmorecer ou largar de mão. É um trabalho de formiguinha, mas que é abençoado quando feito com amor e com verdade.
          Quem quer receber a Verdade, a receberá.  E quem gosta de ser enganado, continuará sendo. A qual turma pertencemos?
          É claro que o trabalho de divulgação do Evangelho precisa ser financiado. Mas temos que ter cuidado onde nos metemos. Temos que abrir o olho para não sermos tapeados. Temos que pedir a Deus que Ele nos mostre o Caminho, a Verdade e a Vida!
          “Vocês receberam de graça; dêem também de graça” (Mateus 10:8).
          Prometo que semana que vem virei com um assunto mais ameno, mais doce e menos amargo...

          Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
               Kurt Hilbert

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Desilusão...

          No mesmo dia em que as mulheres tinham encontrado a sepultura vazia e levado a mensagem dos anjos, sobre a ressurreição de Jesus Cristo, ao círculo dos discípulos, dois desses discípulos puseram-se a caminho de uma aldeia localizada a duas horas de caminho de Jerusalém. Eles também tinham recebido as boas novas das mulheres, mas sabiam tão pouco o que fazer com essa informação como os restantes discípulos reunidos em Jerusalém, que achavam que a notícia da ressurreição era «conversa fiada». Por isso, os dois peregrinos só tinham um único tema de conversa: a sua desilusão profunda face a tudo o que acontecera.
          É possível que também nós sejamos um dia profundamente desiludidos. As nossas expectativas não foram satisfeitas; ou até aconteceu o contrário daquilo que nós esperávamos. Estamos desiludidos com o apóstolo, com o sacerdote, com os irmãos e irmãs, com alguém que nos é muito próximo.
          Talvez até estejamos desiludidos com o amado Deus e já não o conseguimos entender. Até a comunidade pode parecer-nos estranha, afastada, já não entendemos nada do que se passa lá; tudo acabou por acontecer de maneira diferente à que nós esperávamos. Tudo parece já não ter sentido e ter sido em vão, já só se sente um vazio interior.
          Ninguém está salvo de ter de passar por momentos de amarga desilusão. Como acontece com todos os males e obstáculos incontornáveis, a questão mais importante será a pergunta: como é que eu lido com tais situações? A forma mais fácil parece ser a de fugir, afastar-se, sair da comunhão. E alguns até se afastam de Deus por estarem desiludidos com Ele. Mas isso não vai resolver nem ajudar a superar a desilusão, antes pelo contrário. Muitas vezes, ela continua a apoquentar-nos no nosso interior e acompanha-nos durante anos, como uma sombra escura, talvez até mesmo durante uma vida inteira.
          Os discípulos de Emaús conseguiram ajuda, pois pediram ao Senhor: “Fica connosco!” O Senhor atendeu esse pedido, sentou-se juntamente com eles à mesa, ceou com eles e tudo se resolveu (Lucas 24).
          O Senhor consegue tirar-nos desse estado de desilusão profunda e sabe como voltamos à alegria. É preciso que não lhe viremos as costas, mas que lhe digamos o nosso desejo: Senhor, fica comigo, não me abandones. Não quero perder-te. Embora já não te consiga entender, embora esteja desiludido contigo, ajuda-me, por favor, eu quero ficar junto de Ti! Se este desejo, esta ansiedade de estar em unanimidade com Cristo, de ter comunhão com Ele, prevalecer sempre forte na nossa vida, o Senhor poderá e irá ajudar-nos sempre.
          Quando eu deixo de entender este mundo, e também o amado Deus, quando tudo acontece de forma diferente à que eu imaginava, eu penso no Senhor Jesus e em como seria se Ele agora viesse ter comigo e me perguntasse: “Amas-me?” Então eu diria: “Senhor, para ser sincero, eu não te estou a entender, mas sei uma coisa com toda a certeza: eu amo-te de todo o coração!” E então eu sei: Ele ajuda. E tudo ficará em ordem de novo.

Retirado de um Serviço Divino do Apóstolo Maior 
Fonte: http://igrejanovaapostolica.org/site/ndice/portugus/palavra_do_ms/palavras_do_ms/view-details-id-59.htm