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domingo, 31 de maio de 2020

O Sopro do Espírito


João 20:19-22
Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se quando viram o Senhor. Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo”.

Foi necessária uma intervenção firme de Jesus para que os discípulos superassem o bloqueio causado por Sua morte na cruz, e assumissem a missão recebida de serem portadores da Boa Nova da salvação.
 A cena evangélica apresenta Jesus ressuscitado indo ao encontro dos discípulos, trancados numa sala, por medo dos judeus. A pressão externa, somada à experiência traumática da cruz, levou-os ao desânimo, pondo em risco o projeto que lhes fora confiado.
A presença do Ressuscitado, augurando-lhes paz, devolveu-lhes a esperança. Os discípulos se alegraram ao constatarem que o Senhor estava vivo, presente à missão que o Pai Lhe confiara.
Seria preciso passar por um processo de reconstrução interior, para se capacitarem para esta missão. Por isso, o Ressuscitado “soprou sobre eles” e lhes concedeu o Espírito Santo e o poder de perdoar, reconciliando os pecadores com Deus.
Tal dom do Espírito fazia-se necessário para os discípulos, confrontados como um mundo hostil. Repletos do Espírito divino podiam, agora, sair pelo mundo para oferecer a todos a vida eterna que Jesus concedia em abundância aos que acreditassem n’Ele.

Um texto do Padre Ari Antônio da Silva, amigo deste Blog.

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quarta-feira, 27 de maio de 2020

16 – Jesus Escolhe Seus Apóstolos (Lucas 5-6)



Um1 (versículo de Lucas 5) dia, estando de pé junto ao Lago Genezaré I, Jesus2 viu dois barcos à beira d’água... Entrou3 num deles, o que pertencia a Simão, e4 disse a este: “Vamos para mais longe e atira as redes de pescar II”. Simão5 retrucou: “Mestre, nós trabalhamos duro a noite toda e nada pescamos. Mas, pela tua palavra, vou lançar as redes”.
Quando6 assim fizeram, capturaram tal quantidade de peixes que as redes começaram a se romper. Por7 isso, fizeram sinal aos colegas do outro barco para virem ajudá-los; eles vieram, e os dois barcos ficaram tão cheios que estavam a ponto de afundar. Ao8 ver isso, Simão Pedro se prostrou aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador!” Pois9 ele e seus companheiros estavam assombrados com a pesca que haviam feito, e10 assim também estavam Tiago e João, filhos de Zebedeu, sócios de Simão. Então Jesus disse a Simão: “Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens”. Então11 eles empurraram seus barcos para a margem, deixaram tudo e o seguiram III...
Jesus27 viu um coletor de impostos chamado Levi sentado à sua banca. “Segue-me”, disse a ele, e28 Levi se levantou, deixou tudo, e o seguiu.
Levi29 ofereceu em sua casa um grande banquete a Jesus, e vieram muitos coletores de impostos e outras pessoas. Mas30 os fariseus e escribas recriminaram os discípulos: “Por que vocês comem e bebem com cobradores de impostos e ‘pecadores’”?
Jesus31 lhes respondeu: “Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu32 não vim chamar os justos, mas os pecadores para se arrependerem”.
Num12 (versículo de Lucas 6) dia, Jesus foi a um monte para orar e passou a noite orando a Deus. Ao13 amanhecer, chamou os discípulos e escolheu doze IV deles, denominando-os apóstolos: Simão14 (a quem deu o nome de Pedro), seu irmão André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus15, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Simão chamado Zelote, Judas filho de Tiago e16 Judas Iscariotes, que o iria trair.

v     Para entender a história
O número de apóstolos – doze – corresponde ao das tribos que fundaram Israel. A palavra apóstolo significa “mensageiro”, e os apóstolos de Jesus levariam sua mensagem a pessoas de todas as nações. O novo “Israel” que eles estão para criar será o Reino de Deus. 

v     Curiosidades
                                      I.     “Lago Genezaré” – Este era outro nome do Mar da Galileia, ou Mar de Tiberíades (no Evangelho de João) e Chinereth (no Antigo Testamento). Lago de água doce, ele mede cerca de 20 km de comprimento e 11 km de largura e é atravessado pelo Rio Jordão.
                                   II.     “Atira as redes de pescar” – A pesca era a principal ocupação nas aldeias em volta do lago. Grande parte da vida pública de Jesus se passou nesta região, e pelo menos quatro de seus apóstolos eram pescadores.
                                III.     “Deixaram tudo e o seguiram” – O Evangelho de João diz que alguns discípulos já haviam encontrado brevemente Jesus, depois do seu batismo. Eles eram seguidores de João Batista e o ouviram mencionar Jesus como o Messias. Creram em Jesus e voltaram com ele para a Galileia (João 1:32-50).
                                IV.     “Escolheu doze” – Jesus escolheu pessoas com as usuais fraquezas humanas. Os doze apóstolos seguiriam Jesus por toda parte e aprenderiam com ele.

Discípulos de Jesus: Muitos mestres tiveram discípulos que os seguiam. Esses discípulos eram alunos, que escolhiam o seu mestre, aprendiam a Torá com ele e seguiam estritamente o seu ensinamento. Jesus quebrou essa tradição; ele escolheu os seus discípulos – e não estes a ele. Entre seus muitos discípulos, escolheu um círculo íntimo de doze, que são os apóstolos.
 Mulheres discípulas: O grupo de discípulos de Jesus incluía mulheres, o que era novidade na época. O Evangelho de Lucas diz que “os doze estavam com ele e também algumas mulheres... Maria (chamada Madalena), Joana, mulher de Cuza, Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus próprios bens” (Lucas 8:2-3).

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 24 de maio de 2020

Uma Oração Davídica



Inclina os teus ouvidos, ó SENHOR, e responde-me, pois sou pobre e necessitado. Guarda a minha vida, pois sou fiel a ti. Tu és o meu Deus; salva o teu servo que em ti confia! Misericórdia, SENHOR, pois clamo a ti sem cessar. Alegra o coração do teu servo, pois a ti, SENHOR, elevo a minha alma. Tu és bondoso e perdoador, SENHOR, rico em graça para com todos os que te invocam.
Escuta a minha oração, SENHOR; atenta para a minha súplica! No dia da minha angústia clamarei a ti, pois tu me responderás.
Nenhum dos deuses é comparável a ti, SENHOR, nenhum deles pode fazer o que tu fazes.
Todas as nações que tu formaste virão e te adorarão, SENHOR, glorificarão o teu nome. Pois tu és grande e realizas feitos maravilhosos; só tu és Deus!
Ensina-me o teu caminho, SENHOR, para que eu ande na tua verdade; dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome. De todo o meu coração te louvarei, SENHOR, meu Deus; glorificarei o teu nome para sempre. Pois grande é o teu amor para comigo; tu me livraste das profundezas do Sheol(a).
Os arrogantes estão me atacando, ó Deus; um bando de homens cruéis, gente que não faz caso de ti procura tirar-me a vida. Mas tu, SENHOR, és Deus compassivo e misericordioso, muito paciente, rico em amor e em fidelidade. Volta-te para mim! Tem misericórdia de mim! Concede a tua força a teu servo e salva o filho da tua serva(b). Dá-me um sinal da tua bondade, para que os meus inimigos vejam e sejam humilhados, pois tu, SENHOR, me ajudaste e me consolaste.

(a)                  Essa palavra pode ser traduzida por sepultura, profundezas, pó ou morte.
(b)                  Ou salva o teu filho fiel.

(Texto do Salmo 86)

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 20 de maio de 2020

15 – Jesus em Nazaré (Lucas 4)



Jesus14 (versículo de Lucas 4) voltou à Galileia I com o poder do Espírito, e por toda a região corriam notícias a seu respeito. Ele15 ensinava nas sinagogas II e todos o prezavam.
Ele16 foi a Nazaré, onde fora criado, e no sábado se dirigiu à sinagoga, como de costume. E ficou de pé para ler III. Foi-lhe17 entregue o rolo do profeta Isaías IV. Desenrolando-o, ele encontrou o trecho onde está escrito: “O18 Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para anunciar liberdade para os prisioneiros, devolver a luz aos cegos, livrar os oprimidos, proclamar19 o ano da graça do Senhor V”.
Então20 ele enrolou o pergaminho, devolveu-o ao assistente e se sentou. Na sinagoga, os olhos de todos estavam postos nele, que21 começou por lhes dizer: “Hoje cumpriu-se a Escritura VI que acabaram de ouvir”.
Todos22 falavam bem dele e se admiravam com as belas palavras que saíam dos seus lábios. “Não é este o filho de José?” – perguntavam.
Jesus23 lhes disse: “Certamente aplicarão a mim o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Faz aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”.
“Lhes24 digo a verdade” – prosseguiu. “Nenhum profeta é aceito em sua terra. Lhes25 garanto que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu ficou fechado por três anos e meio e não choveu, e houve muita fome no país. Mas26 Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região de Sidom. E27 havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado, só Naamã, o sírio”.
Ouvindo28 isso, todos na sinagoga se enfureceram. Eles29 se levantaram, puseram-no para fora da cidade e o levaram ao alto de uma colina onde a cidade fora edificada, para atirá-lo do rochedo. Mas30 ele, passando no meio da multidão, seguiu seu caminho.

v     Para entender a história
Esta é a primeira vez que Jesus ensina em sua cidade. Ele lê o livro de Isaías, que traz muitas promessas de um Messias e de uma nova era. Jesus diz que esse tempo chegou, mas sabe que é sobretudo em Nazaré que encontrará descrença, pois as pessoas o conhecem desde a infância, bem como à sua família. Sua mensagem é que Deus oferece salvação a todos, não só aos judeus, e isso deixa os nazarenos muito zangados.

v     Curiosidades
                                      I.     “Voltou à Galileia” – Jesus voltou à Galileia depois de ser batizado e ser tentado no deserto – isso se deu na região do Jordão, longe de sua cidade. Em seguida, ensinou na Galileia e voltou à sua cidade, Nazaré.
                                   II.      “Ele ensinava nas sinagogas” – Havia apenas um templo, que ficava em Jerusalém, mas a maioria das cidades judias tinha uma sinagoga. Sua origem remonta ao exílio – a palavra grega synagogue significa “reunião”. O prédio era um lugar de reunião e de ensino, mas especialmente de culto. Muitas vezes, mestres visitantes eram convidados a participar dos ofícios.
                                III.     “Ficou de pé para ler” – Como sinal de respeito à palavra de Deus, os leitores ficavam de pé e em seguida se sentavam para o sermão. A leitura se fazia sempre em hebraico, mas o sermão podia ser feito em aramaico, idioma próximo do hebraico, falado no tempo de Jesus.
                                IV.     “Foi-lhe entregue o rolo do profeta Isaías” – Escritos em rolos de pergaminho, os textos hebraicos do Antigo Testamento eram guardados em cofres especiais. Todo sábado, um assistente (acólito) entregava os textos escolhidos a um leitor, que lia em voz alta um texto da Lei e um dos Profetas.
                                   V.     “O ano da graça do Senhor” – A cada 49 anos, os judeus celebravam o Ano do Jubileu. Então, escravos eram libertados, devolviam-se terras hipotecadas e cancelavam-se dívidas. Isaías falava de uma futura era de ouro, quando o povo de Israel seria libertado de sua miséria (Isaías cap. 61).
                                VI.      “Hoje cumpriu-se a Escritura” – Jesus diz aos ouvintes que ele é o cumprimento da profecia de Isaías.

Elias e Eliseu: estes profetas famosos viveram numa época em que o povo de Israel se recusava a seguir a vontade de Deus. Os hebreus rejeitaram Elias e Eliseu como mensageiros de Deus (as citações que Jesus fez ao falar na sinagoga encontram-se, respectivamente, em I Reis cap. 17 e II Reis cap. 5).

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 17 de maio de 2020

Só Tu!



João 6:68
“Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna”.

Havia muitos discípulos que seguiam Jesus. Doze deles Ele escolheu como Seus apóstolos (enviados) para divulgarem o Evangelho. Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para junto dele. Escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios (Marcos 3:13-15).
Dentre aqueles muitos que O ouviam, nem todos podiam suportar – ter suporte psicológico/espiritual – para acolherem – todas – as Suas palavras. Alguns acharam as palavras d’Ele duras demais e, assim, foram embora. Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?” (João 6:60). Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo (João 6:66).
Diante disso, Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?” (João 6:67).
Atentemos a isto: Jesus não tinha nenhuma ânsia de proselitismo, nenhuma preocupação em ter Seu número de seguidores diminuído, nenhum problema com “contabilidades eclesiásticas”. Se Ele ficasse sozinho, sem seguidor nenhum, ainda assim seria Jesus de Nazaré, o Cristo!
Nos dias de hoje é que vemos muitas pessoas preocupadas com seguidores – de si mesmas! – e com seus “ministérios”, ou com a opinião pública a respeito delas.
Para Jesus, nada disso realmente importava. Para Ele, pelo que podemos ler nas Escrituras, importava apenas que Suas palavras, Sua conduta e Seu modo de ser se coadunassem. E foi por essa postura verdadeira de vida em todo o Seu caminho sobre a terra que ele podia dizer “eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).
E foi por isso também que Pedro respondeu o que respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna”. Pedro – assim como os demais dos Doze – concluiu que eles não tinham a quem ir fora d’Ele, uma vez que o que Jesus lhes trazia remetia ao Eterno!
Para quem se preocupa muito com números e estatísticas, palavras de vida eterna têm pouco valor, pois não são imediatas, mas apontam para o futuro. É por isso que “doutrinas de prosperidade” andam grassando por aí, pois falam das materialidades e quase nunca citam a espiritualidade nem a eternidade.
Mas, no fim, só fica com Jesus quem O compreendeu.
Quem pode dizer “tu tens as palavras de vida eterna” também diz “só tu”. Explico: palavras de vida eterna não brotam de várias fontes, mas duma só. Jesus toma para Si esta exclusividade, sendo Ele a Fonte.
Depois de compreendermos isso, de podermos dizer também “só tu”, não diremos “também tu”, ou “tu entre vários” ou “tu mais do que qualquer outro”. Não! Será “só tu”.
Quando recebemos/compreendemos Jesus, o Cristo de Deus, o Emanuel – Deus conosco –, não haverá mais lugar para “outro”.
Uma alusão clara a isso está descrita na passagem que conta da “transfiguração no monte”, onde Jesus levou três de Seus discípulos e, diante deles, transfigurou-se e apareceram-lhes Moisés e Elias. Depois que Deus “falou da nuvem”, desapareceram todos, restando apenas Jesus diante deles. E, diante desta cena, se diz que os discípulos prostraram-se com o rosto em terra e ficaram aterrorizados. Mas Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantem-se! Não tenham medo!” E erguendo eles os olhos, não viram mais ninguém a não ser Jesus (Mateus 17:6-8).
Diante da glória divina que nos está proposta, quando somos tocados por Ele, podemos erguer os olhos e olhar somente para Cristo! Só Cristo! “Só Tu!”

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 13 de maio de 2020

14 – Início da Vida Pública de Jesus



Jesus cresceu na Galileia e foi lá que ele iniciou sua vida pública e realizou muitos de seus milagres. A Galileia era a mais setentrional das três províncias da Palestina – Galileia, Samaria e Judeia. Pequena área de 70 km de comprimento e 40 km de largura, a Galileia era uma região de densas florestas e terras férteis. A leste, fazia limite com o Rio Jordão e o Mar da Galileia.
Jesus foi criado em Nazaré, mas a maior parte dos acontecimentos descritos nos três primeiros Evangelhos se passou perto de Cafarnaum, cidade próxima, às margens do Mar da Galileia. Jesus visitou muitas cidades e aldeias galileias no início de sua vida pública, todas elas próximas a Cafarnaum, que era a sua base (Mateus 4:13).

Os galileus
A Galileia tinha uma população mesclada de judeus e gentios. Era por vezes mencionada como “Galileia dos gentios” (Mateus 4:15). Tratava-se de uma região bastante isolada, à parte da Judeia e da Samaria, que era habitada sobretudo por não-judeus. Os galileus tinham forte sotaque e por isso eram facilmente reconhecidos (Marcos 14:70). Os da Judeia achavam que o seu sangue judaico era mais puro que o dos galileus e desprezavam o sotaque destes. Muitos não acreditavam que o Messias pudesse vir da Galileia (João 7:41).
O Lago da Galileia (chamado também de Mar da Galileia, apesar de ser de água doce, alimentado principalmente pelo Rio Jordão) era importante fonte de alimento e trabalho. Muitos galileus eram pescadores e havia, no tempo de Jesus, nove grandes colônias em torno do lago. As mais importantes eram Betsaida, Tiberíades e Cafarnaum.

A situação política
A Palestina estava profundamente afetada pela presença romana. Pagava impostos pesados e sofria a humilhação de um exército de ocupação. Durante a vida pública de Jesus, a Galileia era uma província romana, mas tinha um governador palestino, Herodes Antipas. A Judeia, porém, estava sob o governador romano Pôncio Pilatos.
A região retornara ao controle romano em 6 d.C., quando Jesus era menino. Isso havia provocado a revolta de um grupo nacionalista judeu – os zelotes – que organizava atos terroristas contra a força de ocupação. O seu líder foi Judas, o Galileu. Ele e seus seguidores se recusavam a pagar impostos ao imperador romano e lutavam pela independência da Palestina.

A vida pública de Jesus
Jesus pregava ao povo judeu acerca do “Reino de Deus” e do “Reino dos Céus”. Esses termos se referem ao Reino de Deus celestial. Jesus ensinava que, para entrar no Reino de Deus, as pessoas precisavam passar por um renascimento espiritual (João 3:5) e se entregar totalmente a Deus. Fazendo isso, receberiam a vida eterna.

Parábolas e milagres
Para ilustrar um princípio religioso ou lição moral, Jesus usava, como outros mestres do seu tempo, histórias singelas sobre a vida diária, também chamadas parábolas. Muitas delas realçavam a importância do amor e compaixão para com os desafortunados.
Jesus também efetuou muitos milagres. Ele insistia em que não o fazia para a sua própria glória, mas para demonstrar a verdade de sua mensagem. Os Evangelhos registram cerca de 35 eventos milagrosos. Os milagres traziam salvação para os rejeitados, doentes e moribundos.

Os doze discípulos
Entre os seus discípulos, Jesus escolheu doze homens como mensageiros especiais. Esses doze também eram conhecidos como “apóstolos” (Marcos 3:14).  Eles eram pessoas comuns vindas dos campos da Galileia.
Os apóstolos viajavam com Jesus por toda parte, presenciando seus milagres e aprendendo com seus ensinamentos. Jesus então os enviou para difundir a sua pregação, ensinando e curando. Ele também os instruiu à parte, longe da multidão de seguidores, de modo a prepará-los para a sua morte e ressurreição.
· Simão Pedro: Simão Pedro, irmão do discípulo André, era pescador na Galileia. Foi um dos primeiros a serem chamados para seguir Jesus e passou a ser reconhecido como líder e porta-voz dos apóstolos. Jesus mudou o nome de Simão para “Pedro”. Segundo o Evangelho de Mateus, isso ocorreu por ter Simão reconhecido Jesus como o Messias (Mateus 16:16). Ele era o líder do círculo íntimo dos três apóstolos – Pedro, Tiago e João – que eram particularmente próximos de Jesus. Pedro tinha um temperamento impetuoso, mas uma fé inquebrantável em Jesus.
· Tiago: Tiago, outro pescador, era filho de Zebedeu e irmão de João. Devido às suas naturezas impulsivas, Jesus apelidou os dois irmãos de “Filhos do Trovão” (Marcos 3:17). Salomé, sua mãe, também era discípula de Jesus (Mateus 27:56).
· João: João é tido como o irmão mais novo de Tiago, pois sempre é mencionado depois deste. É apontado como o discípulo “a quem Jesus amava” (João 13:23). Tradicionalmente se crê que foi o autor de um Evangelho.
· Mateus: Acredita-se que Mateus seja o mesmo “Levi” que trabalhava como coletor de impostos (publicano) em Cafarnaum e arredores. O povo judeu desprezava os coletores, não só por serem corruptos, mas também por arrecadarem dinheiro para os romanos. Admite-se que também ele foi autor de um Evangelho.
· Tomé: No Evangelho de João, Tomé era conhecido como “Dídimo”, palavra grega que significa “gêmeo” (João 11:16).
· Bartolomeu: O nome de Bartolomeu só aparece nas listas dos apóstolos. Supõe-se que ele seja Natanael, mencionado no Evangelho de João (João 1:45-49).
· Filipe: Como André e Pedro, Filipe vinha de Betsaida (João 1:44). Juntou-se a Jesus na mesma ocasião que Natanael.
· André: André era irmão de Pedro e pescador de Betsaida. Antes de seguir Jesus, fora discípulo de João Batista (João 1:35-40).
· Tiago, Judas Tadeu e Simão: O Novo Testamento lista três outros apóstolos. Eles eram Tiago, filho de Alfeu, Judas Tadeu, filho de Tiago, e Simão, o Zelote. Este Simão possivelmente pertencia à seita fanática dos zelotes.
· Judas Iscariotes: Judas era o único apóstolo de fora da Galileia; sua cidade natal era Kerioth, no sul da Judeia. Na lista dos apóstolos, ele é sempre nomeado por último e mencionado como aquele “que o traiu” (Mateus 10:4). É provável que ele fosse um apóstolo importante, pois era o tesoureiro do grupo.

Família e amigos
Durante a vida pública de Jesus, não há referências a José, mas sua mãe Maria é mencionada duas vezes – uma em Caná, quando Jesus transformou água em vinho, e a outra quando ele pregava a uma multidão de seguidores. Nesta ocasião, Maria quis vê-lo, mas ele disse que sua nova família eram seus discípulos, “os que ouvem a palavra de Deus e a seguem” (Lucas 8:19-21). Depois, Maria também é mencionada durante a crucificação e, depois ainda, quando Jesus aparece já ressuscitado.
Segundo as Escrituras, Jesus tinha quatro irmãos: Tiago (que depois se tornaria um dos principais líderes da igreja em Jerusalém), José, Simão e Judas, bem como irmãs (Mateus 13:55-56).
Os amigos mais íntimos de Jesus eram Lázaro e suas irmãs, Maria e Marta, que viviam em Betânia, próximo de Jerusalém (João 11: 3, 5, 36). Quando foi a Jerusalém, Jesus os visitou três vezes. O Evangelho de João registra como Jesus trouxe Lázaro de volta à vida, quatro dias após sua morte (João cap. 11).

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 10 de maio de 2020

Está Cumprido!



Lucas 16:17
“É mais fácil os céus e a terra desaparecerem do que cair da Lei o menor traço”.

Quando ouviam Jesus falar, os escribas, os fariseus e os doutores da Lei se escandalizavam, pois o que ouviam ia, muitas vezes, contra as suas tradições, interpretações próprias e conveniências.
Frequentemente Jesus era confrontado por causa do não cumprimento de rituais judaicos ou tradições impostas pelos religiosos. Jesus, por Sua vez, denunciava as incoerências e a hipocrisia, contrapondo as acusações com perguntas pertinentes: Então alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram: “Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos antes de comer!” Respondeu Jesus: “E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês?” (Mateus 15:1-3).
Não era raro Jesus ser acusado de estar burlando a Lei, inclusive contrapondo o que por séculos havia sido ensinado aos judeus: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5:43-48).
Jesus não chamava ao cumprimento da Lei para as aparências, para a apreciação de terceiros, para a autopromoção piedosa; Ele chamava para um cumprimento da Lei que era o amor, como bem escreve o apóstolo Paulo: Pois estes mandamentos: “Não adulterarás”, “Não matarás”, “Não furtarás”, “Não cobiçarás”, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei (Romanos 13:9-10).
Ora, por Jesus ser judeu, Ele não estava pregando contra nada da base espiritual. Ele pregava especialmente contra a hipocrisia reinante no meio religioso de então. Foi justamente essa confrontação ao meio religioso/político e a ameaça ao status quo de então que O levou à morte (ainda que este era o planejado eterno que os homens de então desconheciam). Mais ou menos o que acontece em muitos meios eclesiásticos de hoje, onde Jesus é morto em Sua mensagem original e substituído por um Jesus coaching da prosperidade.
Jesus dizia àqueles que o acusavam: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mateus 5:17-18).
E foi o que Ele fez: cumpriu a Lei em Si mesmo, pois toda a Lei e os Profetas (os Escritos Sagrados dos judeus) apontavam para o Cristo. Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida (João 5:39-40).
Jesus era o fim da Lei – sua finalidade e seu cumprimento: Irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos. Posso testemunhar que eles têm zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento. Porquanto, ignorando a justiça que vem de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus. Porque o fim da Lei é Cristo, para a justificação de todo o que crê (Romanos 10:1-4).
Por isso nenhum traço cairia, pois que n’Ele tudo se cumpria!
Jesus é o fim da Lei, dizendo-se com isso não apenas o fim da Lei de Moisés, mas também o fim de toda a condenação sobre o ser humano: Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte (Romanos 8:1-2).
Em Jesus, tudo está consumado, tudo está cumprido. Tendo-o provado, Jesus disse: “Está consumado!” Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito (João 19:30).
Por Jesus deu-se a vinda do Reino de Deus, dizendo-se com isso que o Senhor nos visitou no tempo/espaço/geografia/história em Jesus de Nazaré, o Cristo, Ungido e “Deus conosco”.
Como não há mais condenação de Lei alguma para os que estão em Cristo, por Ele somos abraçados em fé. Em e por fé andamos a cada dia, renovando nossa escolha de vivermos por Ele, uma vez que Ele viveu e vive por nós.
Pois, por meio da Lei eu morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gálatas 2:19-20).
Esta é a suprema consciência que têm aqueles que, a cada manhã, despertam para a vida em Deus!
Que a mensagem de Cristo, o Evangelho, possa cumprir-se em nós!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 6 de maio de 2020

13 – A Pomba e o Demônio (Mateus 3-4)



Então13 (versículo de Mateus 3) Jesus veio da Galileia até o Jordão para ser batizado por João. Mas14 João quis detê-lo I, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”
Jesus15 replicou: “Deixa estar assim; é correto fazermos isso II para cumprirmos toda a justiça”. Então, João concordou.
Logo16 que foi batizado, Jesus saiu da água. Naquele momento, o céu se abriu e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba III e o iluminando. E17 uma voz do céu disse: “Este é o meu Filho a quem amo; com ele, tenho grande contentamento”.
Então1 (versículo de Mateus 4) Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado IV pelo demônio. Depois2 de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O3 tentador veio a ele e disse: “Se és o Filho de Deus, diz a essas pedras para se transformarem em pão”. Jesus4 respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.
Então5 o demônio o levou V à cidade santa e o colocou no ponto mais alto do Templo. “Se6 és o Filho de Deus”, disse-lhe, “atira-te daqui. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens acerca de ti aos seus anjos, que te tomarão em suas mãos para que não tropeces em nenhuma pedra’”. Jesus7 lhe retrucou: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”.
De8 novo, o demônio o levou a um monte muito alto e lhe mostrou todos os reinos do mundo e o seu esplendor. “Tudo9 isso te darei”, disse, “se te inclinares e me adorares”. Jesus10 lhe disse: “Afasta-te de mim, Satanás! Pois está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás’”.
Então11 o demônio o deixou e os anjos vieram e o serviram.

v     Para entender a história
Jesus sabe que pode fazer milagres, mas não quer usar o seu poder para fins pessoais. Ele responde às tentações do demônio citando Deuteronômio 8:3 e 6:16, respectivamente. O demônio (vendo que Jesus lhe respondia com base nas Escrituras) tenta Jesus citando o Salmo 91:11-12, mas Jesus refuta citando Deuteronômio 6:13. Percebe-se que o demônio usa as próprias Escrituras para confrontar Jesus, mas este responde com base nelas também, nos capítulos que relatam a provação de Israel no deserto (capítulos 6-8 de Deuteronômio). A total dedicação de Jesus a Deus mostra que ele está pronto para começar sua vida pública.

v     Curiosidades
                                      I.     “João quis detê-lo” – João achou inadequado batizar Jesus, pois sabia que o Messias não precisava de penitência, do batismo de arrependimento. Ele queria que Jesus o batizasse com o poder do Espírito Santo.
                                   II.     “É correto fazermos isso” – Tanto João como Jesus eram guiados pela vontade de Deus. Jesus já assumia os pecados de seu povo, e seu batismo serviria de exemplo aos que o seguissem.
                                III.     “Ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba” – Na Criação (Gênesis 1:2), o Espírito de Deus pairava sobre as águas, como se fosse uma ave. A pomba que Noé enviou da arca (Gênesis 8:8) assinalava um novo começo para o mundo. A que surge sobre a água do batismo de Jesus simboliza uma nova era.
                                IV.     “Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado” – Assim como Deus conduziu os israelitas ao deserto, onde eles foram provados por quarenta anos antes de entrarem na Terra Prometida, Jesus também foi levado ao deserto para ser posto à prova por quarenta dias, antes de iniciar a vida pública. Ao contrário da maioria dos israelitas, ele não caiu em tentação.
                                   V.     “O demônio o levou” – Não sabemos como o demônio chegou a Jesus, mas as tentações a que ele resistiu foram muito reais.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 3 de maio de 2020

Falando de Algo Fora de Moda


Mateus 24:44
“Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam”.

Aqui Jesus fala de algo que está fora de moda falar nos dias de hoje: a Sua volta.
Com muitas indicações bem claras e entendíveis, Ele fala desse assunto aos Seus discípulos.
Eles já haviam sido preparados para a Sua “partida”. Jesus já lhes ensinara sobre o significado da Sua morte, já lhes indicara sobre a Sua ressurreição, conforme as Escrituras, e agora lhes falava de um tempo ainda – naqueles dias – “futuro”, quando o Seu retorno se daria.
Ele lhes dava indicativos claros: Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai (Mateus 24:36). Fazendo referência às Escrituras antigas, Ele ensinava dizendo “... e eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem. Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão trabalhando num moinho: uma será levada e a outra deixada. Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor (Mateus 24:39-42).
E complementa dizendo que esperá-Lo diligentemente é um ato de fidelidade e sensatez: “Quem é, pois, o servo fiel e sensato, a quem seu senhor encarrega dos de sua casa para lhes dar alimento no tempo devido? Feliz o servo que seu senhor encontrar fazendo assim quando voltar. Garanto-lhes que ele o encarregará de todos os seus bens” (Mateus 24:45-47).
Nos dias atuais, no entanto, muito do que se prega por aí alude às benesses materiais, físicas, sociais e, claro, superficiais. A chamada “teologia da prosperidade” grassa à solta em inúmeros locais chamados de “igrejas”. É impressionante a superficialidade, a rasa base de fé, a enganação e outros adjetivos que se poderiam elencar para descrever essa situação!
Mas nada disso deveria nos surpreender. Pode e deve nos causar repulsa, mas não surpresa. Afinal, Jesus mesmo falou sobre estes nossos dias, onde surgiriam muitos falsos propagadores, o que Ele chamou de “falsos profetas e falsos cristos”.
Vou citar algumas falas d’Ele a esse respeito:
“Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:10-14).
“Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados. Se, então, alguém lhes disser: ‘Vejam, aqui está o Cristo!’ ou: ‘Ali está ele!’, não acreditem. Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente. Assim, se alguém lhes disser: ‘Ele está lá, no deserto!’, não saiam; ou: ‘Ali está ele, dentro de casa!’, não acreditem. Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem (Mateus 24:22-27).
Jesus falava disso àqueles que, naquele tempo, estavam firmes na fé, assim como fala, por Sua Palavra, àqueles que estão firmes na fé também hoje. Jesus falava e fala disso para que não caiamos e não sejamos pegos de surpresa, quando do ápice da existência humana: a Sua volta.
Eu sei, é démodé, mas tem que ser dito: a volta de Jesus ocorrerá!
Alguns filosofam a respeito e espiritualizam esta “volta” como algo que já tenha ocorrido de forma “misteriosa” – ou somente compreensível para quem “sabe das coisas”. Não creio assim.
A Palavra é clara quando fala a este respeito.
Diretamente e de forma clara (só faltou desenhar!), Jesus disse: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mateus 24:30).
Como poderão “todas as nações” verem ao mesmo tempo, se a Terra é redonda e isso não seria possível fisicamente? Quando se trata deste tema, há de se considerar a metafísica e a multidimensionalidade do espaço... mas esse já é assunto para outro momento.
Depois, em seu Apocalipse, o apóstolo João escreve: “Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém” (Apocalipse 1:7). Qual parte do “todo olho o verá” será que não entenderam?
Aqui, quando se fala que “mesmo aqueles que o traspassaram” o verão, já está se falando da multidimensionalidade não do espaço, mas do tempo... também assunto para outro momento.
Para aqueles que julgam que as Escrituras são essencialmente metafóricas e de significado “somente” espiritual – abandonando toda e qualquer literalidade –, lembro que os chamados “gnósticos” na Igreja ainda dos tempos de Paulo e Pedro também criam que havia um certo “mistério alcançável somente àqueles iniciados em profunda gnose (conhecimento)”. Estes se esqueceram por completo do que Jesus, em Sua simplicidade docente, ensinava quando orava: “Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado (Mateus 11:25-26). Isso assim é para que ninguém se jacte da sua “sabedoria” e do “alto grau” que já alcançou na sua “elevação espiritual”.
Mas quero voltar ao mote principal deste texto, sem mais tergiversações.
Muitos esperam pela volta de Jesus, a querem e intensificam suas orações neste sentido. Não a esperam como um conto da carochinha, mas em viva acolhida, a cada dia, e a cada novo dia de novo.
Para estes, destaco um ensinamento de Paulo, para manter viva esta esperança: Eis que eu lhes digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados (1º Coríntios 15:51-52).
Para quem ficou curioso sobre o significado mais amplo desta passagem acima escrita aos irmãos da comunidade de Corinto, eu digo que é muito boa essa curiosidade, pois voltaremos a falar sobre esse tema no futuro – isso se Cristo já não tiver voltado antes...

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert