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domingo, 30 de setembro de 2018

O Pastor e o Seu Rebanho



          “Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos”. Jesus usou essa comparação, mas eles não compreenderam o que lhes estava falando.
          Então Jesus afirmou de novo: “Digo-lhes a verdade: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem. O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”.
          “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem, abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca o rebanho e o dispersa. Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas”.
          “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”.
          Diante dessas palavras, os judeus ficaram outra vez divididos. Muitos deles diziam: “Ele está endemoninhado e enlouqueceu. Por que ouvi-lo?” Mas outros diziam: “Essas palavras não são de um endemoninhado. Pode um demônio abrir os olhos dos cegos?”
          Celebrava-se a festa da Dedicação, em Jerusalém. Era inverno, e Jesus estava no templo, caminhando pelo Pórtico de Salomão. Os judeus reuniram-se ao redor dele e perguntaram: “Até quando nos deixará em suspense? Se você é o Cristo, diga-nos abertamente”.
          Jesus respondeu: “Eu já lhes disse, mas vocês não creem. As obras que eu realizo em nome de meu Pai falam por mim, mas vocês não creem, porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um”.
          Novamente os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo, mas Jesus lhes disse: “Eu lhes mostrei muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?”
          Responderam os judeus: “Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, porque você é um simples homem e se apresenta como Deus”.
          Jesus lhes respondeu: “Não está escrito na Lei de vocês: ‘Eu disse: Vocês são deuses’? Se ele chamou ‘deuses’ àqueles a quem veio a palavra de Deus (e a Escritura não pode ser anulada), que dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo? Então, por que vocês me acusam de blasfêmia porque eu disse: Sou Filho de Deus? Se eu não realizo as obras do meu Pai, não creiam em mim. Mas, se as realizo, mesmo que não creiam em mim, creiam nas obras, para que possam saber e entender que o Pai está em mim, e eu no Pai”. Outra vez tentaram prendê-lo, mas ele se livrou das mãos deles.
          Então Jesus atravessou novamente o Jordão e foi para o lugar onde João batizava nos primeiros dias do seu ministério. Ali ficou, e muita gente foi até onde ele estava, dizendo: “Embora João nunca tenha realizado um sinal miraculoso, tudo o que ele disse a respeito desse homem era verdade”. E ali muitos creram em Jesus.
   
          (Texto de João Cap. 10)

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Rute



A chave deste livro é a redenção.
O livro de Rute descreve a direção providencial de Deus na vida de uma família israelita. Devido à morte do genitor e de seus dois filhos em terra estrangeira, correm perigo o nome e a herança desta família. Contudo, a situação extrema do homem é a oportunidade de Deus. Por força da conduta de um parente que, inspirado por nobres ideais, cumpre suas obrigações, a linha hereditária permanece inalterada. A união de Boaz, o hebreu, e Rute, a moabita, converte-se no meio pelo qual Deus cumpre seu misericordioso propósito. Com relação à mensagem toda das Escrituras Sagradas, o livro nos proporciona uma perspectiva da história do Natal e dos acontecimentos do Pentecostes. A genealogia culmina no rei teocrático Davi, a cuja linha genealógica é prometida o advento do Messias. Isto ocorre com a inclusão de uma mulher de descendência moabita, mediante a qual se abre diante de nossos olhos a perspectiva pentecostal do significado universal do Messias: não é somente o Salvador de Israel, mas da raça humana.
No grego, e em traduções posteriores, o livro de Rute vem em seguida ao de Juízes, visto que foi em seu tempo que ocorreu a história narrada neste livro. Na Bíblia hebraica, faz parte dos chamados Escritos Sagrados, uma subdivisão dos cinco pergaminhos que se liam em público nos dias de festa de Israel. A história de Rute culmina na época da colheita. Este relato era lido, em geral, durante a semana, ou festa da colheita do trigo, que se denominou mais tarde festa de Pentecostes. Não se conhece seu autor. O anúncio do capítulo 1:1, no sentido de que a história aconteceu “nos dias em que julgavam os juízes”, indica que, no momento em que era escrito, a época dos juízes pertencia ao passado. Pela forma como o autor escreve acerca de Davi em 4:17 e da genealogia em 4:18-22, fica demonstrado que conhecia o esplendor do reino de Davi. Esta consideração indicaria que o livro foi escrito antes que o reinado perdesse sua glória, possivelmente na última parte do reinado de Davi ou imediatamente depois.


P. A. Verhoef

domingo, 23 de setembro de 2018

Os Encontros e Seus Mistérios



Bom é ficar o máximo possível de tempo perto dos que amamos, afinal, não há nenhuma garantia quanto ao minuto seguinte.
A vida é muito rápida, rara e escapa por entre os dedos como água, como um vapor, um hálito, como o vento.
Tristes os que sabem que poderiam ter ficado mais perto dos que amavam, mas não ficaram.
Reconciliemo-nos o mais rápido possível e celebremos o amor e a amizade.
Vale muito um “eu te amo” sincero, reiterado e materializado no chão da vida a partir de encontros e reencontros.
Alegro-me com aqueles que insistem comigo para nos encontrarmos, me fazendo vencer a tendência ao enclausuramento e uma vida solitária, egoísta, ensimesmada ou com os de sempre, não permitindo novas aproximações ou reaproximações.
Muito obrigado aos que insistem comigo! Nunca me arrependo de ter me encontrado com alguém.
Tenho idade, histórias, experiências e vida suficientes pra me lembrar dos que encontrei pela última vez; alguns, poderia descrever em detalhes o último encontro.
Creiam, como gostaria que eles não tivessem partido, para ter a chance de ficar mais um pouco, dizer o que nunca disse, abraçar como nunca abracei e me despedir para valer.
Hoje, luto comigo mesmo para não perder a chance de estar perto dos que amo e, de alguma forma, insistir que os amo.
Sim, uso todas as vias possíveis para isto e, sempre que posso, tento vencer a preguiça, a acomodação, as zonas de conforto que crio, os sentimentos estranhos, as sensações esquisitas, as percepções erradas e me levanto para ir ao encontro de alguns.
Deus me ajude com saúde e a vocês todos também, para nos vencermos e nos entregarmos aos encontros e seus mistérios.
Que vençamos os motivos que nos separam – aliás, alguns pelos quais nunca deveríamos ter nos separado – e reconciliemo-nos uns com os outros em favor do bem; nosso bem e, certamente, de muitos.

Um texto de Carlos Bregantim

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Juízes



O título do livro dos Juízes provavelmente foi sugerido pelo versículo 16 do capítulo 2, que diz: “Suscitou o Senhor juízes, que os livraram da mão dos que os pilharam”. Os juízes eram pessoas cheias do Espírito Santo, que em épocas de emergência nacional conduziram o povo à guerra e, depois de libertá-los da opressão estrangeira, continuavam dirigindo os destinos da nação na paz. Exerciam as funções de magistrados militares e civis.
Mediante convite feito a duas tribos ou mais para realizar uma ação conjunta, vários dos juízes prepararam o caminho para a união das doze tribos na futura monarquia.
Na tríplice divisão da Bíblia hebraica – Lei, Profetas e Escritos – o livro dos Juízes acha-se entre os Profetas.
O livro dos Juízes contém a história dos treze juízes que governaram Israel desde a morte de Josué até a época de Eli e Samuel. É possível que alguns dos juízes tenham governado simultaneamente em diferentes regiões. O livro dos Juízes abrange um período de aproximadamente 400 anos.
Juízes é um livro valioso pelas provas históricas que apresenta sobre o desenvolvimento da religião de Israel durante os primeiros anos da conquista. O livro abrange períodos de transição que se iniciam com a vida incerta e desintegrada das tribos, até organizar-se uma federação que, finalmente, culminou na formação da monarquia. As lutas internas das diversas tribos, com seus problemas individuais, no meio de uma população estrangeira, são vistas com maior clareza nos Juízes do que no Pentateuco ou em Josué.
Conquanto profetas posteriores tenham feito apelo mais vigoroso à consciência do homem, o livro dos Juízes nos apresenta uma filosofia da história que demanda a atenção do crente moderno. O descuido das ordenanças do Senhor e a adoração de deuses falsos conduzem ao castigo, ao passo que o arrependimento sincero proporciona o favor divino. O fato de que Deus trata com a nação em face da atitude desta para com as leis morais divinas, merece hoje nossa consideração.
Na ausência de informação precisa, várias sugestões têm sido apresentadas com respeito ao autor do livro dos Juízes. A opinião mais aceita é que Samuel, além de seu cargo de profeta, compilou o livro. A época em que foi escrito este livro, pode ter sido durante sua retirada da vida pública. A evidência interna insinua que o livro já estava em circulação antes de Davi conquistar Jerusalém. Sem dúvida alguma, o escritor empregou anais escritos deixados por juízes anteriores, relativos à época e aos acontecimentos de seu respectivo governo.


Fred E. Young

domingo, 16 de setembro de 2018

E Deus Veio à Terra!



          No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio.
          Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.
          Surgiu um homem enviado por Deus, chamado João. Ele veio como testemunha, para testificar acerca da luz, a fim de que por meio dele todos os homens cressem. Ele próprio não era a luz, mas veio como testemunha da luz. Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens.
          Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.
          Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
          João dá testemunho dele. Ele exclama: “Este é aquele de quem eu falei: aquele que vem depois de mim é superior a mim, porque já existia antes de mim”. Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.
   
          (Texto de João 1:1-18)

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Josué



A chave deste livro é a conquista.
O livro de Josué é a continuação, por assim dizer, do Pentateuco. Moisés morreu na terra de Moabe, contemplando a terra prometida. A Josué, seu sucessor, coube a missão de dirigir o povo de Israel através do Jordão e na terra prometida. A maior parte do livro descreve a conquista de Canaã e a divisão da terra entre as tribos de Israel. Depois da queda de Jericó e de Ai, e da capitulação de Gibeon, na região central de Canaã, Josué teve de enfrentar duas coligações sucessivas de estados cananeus, uma na região meridional capitaneada pelo rei de Jerusalém, e a outra no norte, sob as ordens de Jabim em Hazor. Contando com a ajuda divina, Josué pôde conquistar tanto o sul como o norte, e distribuir a terra entre as tribos. Contudo, formaram-se bolsões de resistência, e cada uma das tribos teve a responsabilidade de ocupar a terra que lhe foi designada. O livro de Josué registra a história de Israel desde a nomeação de Josué como sucessor de Moisés até sua morte, aos 110 anos de idade.
O título do livro indica que Josué é seu personagem principal. O livro em si mesmo é anônimo, embora exista sólida evidência interna de que foi escrito por uma testemunha ocular dos muitos acontecimentos aí descritos. Em sua forma atual, porém, o livro é posterior a Josué, cuja morte registra. A conquista de Debir por Otniel e de Laís pelos danitas ocorreu depois da morte de Josué. O livro talvez tenha sido escrito por um dos “anciãos que ainda sobreviveram” depois de Josué, que empregou o material escrito pelo próprio Josué (24:1-26).

Charles F. Pfeiffer

domingo, 9 de setembro de 2018

Jesus é o Mais Inteligente e o Maior Líder?



Esta é uma reflexão sobre o “Jesus corporativo”, o “Jesus dos negócios”, o “Jesus da prosperidade”, o “Jesus self-service”.
Tem surgido uma enxurrada de livros tipo “Jesus, o Maior Psicólogo e Líder Que Já Existiu”, em  que se tenta aplicar ideias e atos de Cristo para o mundo corporativo.
A questão é que, aparentemente, Jesus descumpria uma premissa básica da liderança que era a hierarquia de tratamento. Parece que Ele tratava uns discípulos melhor do que outros.
No episódio do Getsêmani, por exemplo, Ele leva um grupo para orar com Ele, deixando os outros em local mais distante. Sem falar de João, que era conhecido como o “discípulo amado”, termo equivalente hoje ao “queridinho do chefe”.
Resumindo, Cristo tratava uns discípulos “melhor” que outros. É possível ser um bom líder fazendo diferenciação entre os subordinados (ou seguidores)?
Estas questões acima foram levantadas por um leitor.
Pessoalmente, acho esses livros o fim da picada, bem como o resultado que eles criam — o qual é reducionista, utilitário, mercantilista, empobrecedor do Evangelho. E põem Jesus numa espécie de lista dos “dez mais”, apenas.
Jesus não é chefe e nem modelo de chefia para nada neste mundo, exceto para a comunidade da fé, na qual Ele não é chefe, mas Senhor.
E por que Jesus não serve para esse padrão de liderança? Ora, é que Ele só é líder se for antes Deus para a pessoa. Do contrário, é uma furada tomá-Lo como líder do que quer que seja, pois Seu modo de “ir adiante” dos que O seguem, não convida ao sucesso, mas ao “tomar a cruz e segui-Lo”.
Além disso, Jesus nunca Se preocupou em fazer jogos de equilíbrio de poder. Ele escolhe a quem quer e para o que quer. E se alguém pergunta “E quanto a este? Qual será o papel dele?”, a resposta de Jesus viola todos os jogos e princípios, posto que apenas pergunta de volta: “Que te importa? Quanto a ti, segue-me”.
Ele não dá explicações acerca do que faz. Não diz por que uns têm mais ou menos talentos, ou por que uns são curados e outros não, ou por que torres caem na cabeça de alguns e não na de outros, ou por que demora tanto a fim de tomar a administração dos maus, ou por que elogia o administrador infiel, ou por que o paradigma do amor do Pai não é a Lei, mas a misericórdia do amor, ou por que trabalhadores da última hora recebem tanto quanto os da primeira.
E mais: Ele não faz nada contra Judas (no que seria uma espécie de gestão preventiva) até que Judas mesmo se entregue — embora Ele diga: “Um de vós é diabo”. Ou ainda: “Um de vós é o traidor!”
Quando os discípulos disputam entre si sobre o tema importância e poder – usando as referências de poder que eles estavam tentando adotar acerca de quem era o maior ou o mais importante entre eles —, Jesus apenas disse: “Entre vós não é assim”.
Assim, os maiores amigos, Pedro, Tiago e João, são também os mais censurados nas narrativas dos Evangelhos. Pedro, nem se fala! João, que põe a cabeça no peito de Jesus, é chamado em Lucas de “filho do trovão” – era João quem desejava torrar os samaritanos com “fogo do céu” — e, acerca dele, Jesus diz, incluindo a todos: “Vós não sabeis de que espírito sois!” E Tiago leva na conta tudo o que João leva naquele episódio, sem falar que ambos os “amigos” também pediram à própria mãe para interceder por eles, para que ficassem um à direita e outro à esquerda de Jesus na “consumação dos séculos”.
Assim, os mais íntimos não são poupados pela verdade, antes a ela são mais expostos, e isto trazendo auto-revelação dolorida. Pedro ouve que, em atentando contra o caminho para a cruz, ele se tornara um “Satanás”. João pergunta quem é o traidor, mas não ouve nada em resposta. E Tiago, que deseja ficar – e até ser posto ou à direita ou à esquerda de Jesus –, é decapitado em Jerusalém tempos depois.
Sim, Ele tem três amigos “mais amigos”, de maior afinidade, mas não de maiores privilégios. Sobem para a transfiguração, mas de lá descem para toda sorte de repreensões para não surtarem com a “glória”.
Também Marta, Maria e Lázaro são afirmados como amigos. Mas não há tráfico de influência. Quando Lázaro adoeceu e Jesus foi informado de que “aquele a quem Jesus amava estava doente”, Ele ainda permaneceu mais alguns dias onde estava; e não foi até que julgou próprio ir. Ele é amigo de Marta, mas não a poupa do “Marta! Marta!” tão famoso para todos nós.
Jesus não liderava de modo a atender aos interesses de uma empresa. Sua política de gestão, ou converteria a todos, ou levaria a empresa à falência. Ele manda dar, e não reter. Emprestar, e não preservar. Diz que dinheiro é uma potestade poderosa, e não pode ter lugar de qualquer relevância na vida de seu possuidor. Não tem senso de auto-preservação mercadológica e/ou marqueteira. Anda com quem não deve andar. Deixa de lado figuras importantes ao “negócio” e dá valor a quem não tem aparentemente nada a acrescentar. Choca os clientes com mais potencial – fariseus, escribas e autoridades do templo. Não cuida bem de Sua imagem, e nem faz questão de que o façam. Expõe-Se o tempo todo. É capaz de entrar numa casa para jantar e quebrar todas as etiquetas, como o fez muitas vezes. É capaz de amar alguém, mas não facilitar a vida da pessoa, como foi com o “jovem rico”. Ao mesmo tempo, é capaz de insistir, sem explicação, para que alguns venham e sigam-No, enquanto diz que outros não têm o direito de ir ver um campo recém adquirido, ou de cumprir os dias da lua de mel, ou até de sepultar o pai.
Ora, esse modo de proceder não é o de um líder humano e nem para homens serem liderados. Não! O que se tem em Jesus é o modo de Deus tratar a vida e os homens, ou seja, sem qualquer política a ser verificável. Tudo é particular. Tudo visa individuação. Tudo tem aplicabilidade exclusiva. Cada um é cada um — e Ele é tudo em todos!
Dito isto, podendo escrever um longo livro sobre o assunto – não falta material —, digo que esses livros são apenas produtos que enriquecem o autor, mas não levam ninguém à consciência do que seja o Evangelho e de Quem é Jesus.
É bonitinho. Parece ser bonzinho para Jesus. É aparentemente positivo. Faz de Jesus um “mais, mais” — ou até um “must”. Só não O faz ser quem Ele é: “Deus conosco”!
Desse modo, sendo breve, o que tenho a dizer é que tais livros não passam de uma tentativa marqueteira e mercadológica de achar um “nicho”. E, após isto, vender muitos livros e fazer muitas palestras pagas para um monte de incautos, que não conhecem o Evangelho, a ponto de pensarem que Jesus é daquele jeito. Sim, Jesus vira um “guru do mercado”. Nada, além disso. 
Esta é minha opinião.
Jesus é Senhor de tudo, mas não é líder de nada!


Um texto de Caio Fabio D’Araújo Filho

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Deuteronômio



A chave do Deuteronômio é a obediência. O termo significa repetição da Lei.
O nome do livro de Deuteronômio, ou “segunda lei”, sugere sua natureza e propósito. Figura, segundo consta na Bíblia, como o último dos cinco livros de Moisés, fazendo um resumo e pondo em relevo a mensagem que os quatro livros precedentes contêm. Não significa isto que se trata de mera repetição do que ficou dito anteriormente. Sem dúvida, Deuteronômio faz parte dos acontecimentos históricos que se deram previamente, em particular no Êxodo e em Números. Contudo, vai além destes relatos, visto que os interpreta e os adapta.
Através deste livro, os acontecimentos estão repletos de significado. Moisés proporciona-nos bastante história, mas em quase todos os casos relaciona os acontecimentos com a lição espiritual que sublinham. Toma a legislação que Deus dera a Israel havia quase 40 anos, e as adapta às condições de vida da coletividade na terra para a qual Israel se mudaria em breve.
Quando este livro foi escrito, a nação de Israel se encontrava na terra de Moabe, ao leste do rio Jordão e do mar Morto. Numa oportunidade anterior, Israel havia falhado, por falta de fé, ao não entrar na Palestina. Agora, 38 anos depois, Moisés reúne o povo escolhido e procura infundir-lhe fé que capacitará a avançar em obediência. Diante deles está a herança. Os perigos, visíveis e invisíveis, jazem além. Acompanha-os Deus, a quem chegaram a conhecer melhor durante suas experiências na região do Sinai, região deserta e escarpada. Moisés compreende, corretamente, que os maiores perigos que os assediam estão na esfera da vida espiritual; sendo assim, sua mensagem acentua o aspecto espiritual. O Senhor Deus deles é o único Senhor; foi Ele quem os libertou da escravidão. Deu-lhes a Lei. Selou uma aliança com eles. São o Seu povo. O Senhor exige devoção e adoração exclusivas. Seus caminhos são conhecidos do povo. Mediante longa experiência, Israel aprendeu que o Senhor honra a obediência e castiga a transgressão. Agora, em um novo sentido, Israel age por sua própria conta, sob a direção do Senhor e em sua própria casa.
O livro abrange toda uma gama de perguntas que surgem desta nova fase da vida de Israel. Sua atitude para com o Senhor é, naturalmente, o principal problema. Moisés, com toda a diligência de que é capaz, convida Israel a confiar de todo o coração no Senhor, e a fazer das leis divinas a força diretriz de suas vidas. Esta Lei, se obedecida, infundirá vida e fará que os israelitas sejam um povo destacado entre todas as nações. Receberão bênçãos, e as nações reconhecerão que seu Deus é Senhor. Porém, se Israel imitar a conduta das nações vizinhas, esquecendo-se de seu Deus, então sobrevirá a aflição e, finalmente, será espalhada entre os povos.
Através do livro todo se acentua a fé somada à obediência. Em um sentido verdadeiro, esta é a chave do livro.
Nas páginas do livro de Deuteronômio se declara que Moisés é o autor dos discursos que abrangem a maior parte da obra. É evidente que a narrativa de sua morte, que consta do final do livro, foi escrita por outro autor, provavelmente Josué. Daí que é inteiramente apropriado referir-se a Deuteronômio como o quinto livro de Moisés.

Harold B. Kuhn

domingo, 2 de setembro de 2018

Deus é Amor


          Amados, amem-se uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós.
          Sabemos que permanecemos nele, e ele em nós, porque ele nos deu do seu Espírito. E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo. Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor.
          Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele. No amor na há medo; ao contrário, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.
          Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão.
          Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus, e todo aquele que ama o Pai ama também o que dele foi gerado. Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos.

          (Texto de I João 4:7 a 5:3)

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert