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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Deuteronômio



A chave do Deuteronômio é a obediência. O termo significa repetição da Lei.
O nome do livro de Deuteronômio, ou “segunda lei”, sugere sua natureza e propósito. Figura, segundo consta na Bíblia, como o último dos cinco livros de Moisés, fazendo um resumo e pondo em relevo a mensagem que os quatro livros precedentes contêm. Não significa isto que se trata de mera repetição do que ficou dito anteriormente. Sem dúvida, Deuteronômio faz parte dos acontecimentos históricos que se deram previamente, em particular no Êxodo e em Números. Contudo, vai além destes relatos, visto que os interpreta e os adapta.
Através deste livro, os acontecimentos estão repletos de significado. Moisés proporciona-nos bastante história, mas em quase todos os casos relaciona os acontecimentos com a lição espiritual que sublinham. Toma a legislação que Deus dera a Israel havia quase 40 anos, e as adapta às condições de vida da coletividade na terra para a qual Israel se mudaria em breve.
Quando este livro foi escrito, a nação de Israel se encontrava na terra de Moabe, ao leste do rio Jordão e do mar Morto. Numa oportunidade anterior, Israel havia falhado, por falta de fé, ao não entrar na Palestina. Agora, 38 anos depois, Moisés reúne o povo escolhido e procura infundir-lhe fé que capacitará a avançar em obediência. Diante deles está a herança. Os perigos, visíveis e invisíveis, jazem além. Acompanha-os Deus, a quem chegaram a conhecer melhor durante suas experiências na região do Sinai, região deserta e escarpada. Moisés compreende, corretamente, que os maiores perigos que os assediam estão na esfera da vida espiritual; sendo assim, sua mensagem acentua o aspecto espiritual. O Senhor Deus deles é o único Senhor; foi Ele quem os libertou da escravidão. Deu-lhes a Lei. Selou uma aliança com eles. São o Seu povo. O Senhor exige devoção e adoração exclusivas. Seus caminhos são conhecidos do povo. Mediante longa experiência, Israel aprendeu que o Senhor honra a obediência e castiga a transgressão. Agora, em um novo sentido, Israel age por sua própria conta, sob a direção do Senhor e em sua própria casa.
O livro abrange toda uma gama de perguntas que surgem desta nova fase da vida de Israel. Sua atitude para com o Senhor é, naturalmente, o principal problema. Moisés, com toda a diligência de que é capaz, convida Israel a confiar de todo o coração no Senhor, e a fazer das leis divinas a força diretriz de suas vidas. Esta Lei, se obedecida, infundirá vida e fará que os israelitas sejam um povo destacado entre todas as nações. Receberão bênçãos, e as nações reconhecerão que seu Deus é Senhor. Porém, se Israel imitar a conduta das nações vizinhas, esquecendo-se de seu Deus, então sobrevirá a aflição e, finalmente, será espalhada entre os povos.
Através do livro todo se acentua a fé somada à obediência. Em um sentido verdadeiro, esta é a chave do livro.
Nas páginas do livro de Deuteronômio se declara que Moisés é o autor dos discursos que abrangem a maior parte da obra. É evidente que a narrativa de sua morte, que consta do final do livro, foi escrita por outro autor, provavelmente Josué. Daí que é inteiramente apropriado referir-se a Deuteronômio como o quinto livro de Moisés.

Harold B. Kuhn

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