Pesquisar neste blog

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Números



A chave deste livro é a peregrinação.
O livro de Números deriva seu nome em nossas Bíblias em português, como nas versões latina e grega, dos dois censos nele narrados. Em realidade, o livro forma uma divisão de um conjunto maior, o Pentateuco. Entre os escribas judeus ele era conhecido principalmente pelo nome de “no deserto”, que em hebraico é uma só palavra, “bemidbar”, título tomado do primeiro versículo. É um título apropriado, de vez que o tema do livro gira em torno das vicissitudes e vitórias do povo de Israel desde o dia em que deixou a zona sul do Sinai até chegar às fronteiras da Terra Prometida.
O livro de Números parece, às vezes, constituir uma coleção não muito estruturada de informações, narrativas e rituais ou lei civil. Contudo, estas informações são sempre pertinentes à história, ao passo que os pronunciamentos legais surgem, com frequência, das exigências da situação na vida, tal como a autorização para celebrar uma páscoa especial (9:1-14) em circunstâncias que impediam a observância da páscoa regular; ou o pedido das filhas de Zelofeade (27:1-11), cujo resultado foi que Deus estabeleceu medidas para a herança das filhas quando não houver filho sobrevivente.
No aspecto histórico, o livro de Números começa onde termina o Êxodo, dando lugar necessariamente às seções de narrativas dispersas de Levítico. Abrange um período de aproximadamente 40 anos na história da caminhada de Israel sobre a Palestina. Conquanto estes anos descrevam, em geral, a peregrinação, é evidente que o povo residiu ao sul de Canaã, principalmente na zona conhecida como o Neguebe, não muito distante de Cades-Barnéia, durante 37 anos. No decorrer desse período, o tabernáculo foi o ponto central tanto da vida civil como da religiosa, visto como era onde Moisés exercia suas funções administrativas. Presume-se que o povo seguia os costumes dos povos nômades, vivendo em tendas e apascentando os rebanhos nas estepes semi-áridas. Nestas circunstâncias, o povo necessitava da provisão especial divina de alimentos e água.
No livro de Números, Deus é apresentado como um soberano que exige absoluta obediência à Sua santa vontade, mas que também demonstra misericórdia ao penitente e obediente. Assim como o pai educa e castiga os filhos, Deus dirige a Israel, seu povo amado. Escolhe entender-Se com o homem servindo-Se de mediadores. Destes, Moisés é único, embora outros talvez estejam dotados de dons proféticos e até mesmo um pagão, Balaão, pode ser usado, visto como Deus é o Deus dos espíritos e de toda a carne.
No Novo Testamento se encontram diversas referências ao livro de Números, em que o livramento do Egito é considerado como modelo terreno da redenção eterna. Afirma-se que as experiências no deserto estão registradas para nossa admoestação (I Coríntios 10:11). Nosso Senhor Jesus Cristo referiu-se ao incidente da serpente de bronze como ilustração da forma em que Ele próprio será levantado a fim de que os que creem n’Ele não pereçam, mas tenham a vida eterna.
Tanto judeus como cristãos tradicionalmente têm considerado Moisés o autor do livro de Números. Considerando que o período mosaico é, quando menos, de 1300 anos antes de Cristo, o livro, em sua forma atual, passou por muitas mãos, e mesmo no hebraico tem sido transcrito de um tipo de escritura para outro. Sem dúvida, existem aqui e acolá adições editoriais. Expoentes extremos da crítica literária têm procurado negar que Moisés pudesse ter escrito qualquer parte do livro, e têm procurado dividi-lo em documentos que datam de períodos diferentes da história de Israel. Todavia, os descobrimentos arqueológicos têm demonstrado a antiguidade das leis, das instituições e das condições de vida descritas no livro de Números. A opinião de que o livro de Números procede da pena de Moisés e do período no qual ele viveu é apoiada, também, pela profunda veneração que os judeus tinham por Moisés e pelos escritos sagrados a ele atribuídos.


David W. Kerr

domingo, 26 de agosto de 2018

Por Que Preciso de Jesus?



          Marcos 7:20-23
          “O que sai do homem é que o torna ‘impuro’. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’”.

          Serei bem conciso e resumidinho neste texto, pois não preciso me alongar; também neste caso, menos é mais.
          Existe uma noção de que o ser humano é intrinsecamente bom, e essa é uma noção da época em que vivemos. Alguns autores que escrevem sobre espiritualidade afirmam isso, algumas vezes de forma clara, outras de forma subliminar, nas entrelinhas.
          Mas não é o que Deus diz através de tantas passagens na Bíblia. Ele colocou a Sua Lei para nos mostrar que não somos bons, e que estamos sempre andando na contramão da Sua Palavra enquanto Lei – é o que atesta o apóstolo Paulo, falando da “Lei de Moisés”.
          Em Sua Palavra se tornando o Cristo, no Evangelho, Ele vem para nos salvar e redimir da condição de maus e caídos – e por graça, não pela Lei!
          Preciso de Jesus simplesmente porque sou mau em essência. A humanidade é. Basta olhar para milhares de anos de História. Basta me examinar com acuidade e sinceridade. Não evoluímos, como seres humanos e espirituais. Involuímos.
          Basta que eu olhe para mim: eu sei quem eu sou, eu sei a máquina que dirijo, eu sei do meu hardware e do tipo de software que carrego do nascimento.
          Eu sei que do interior do meu coração vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Eu sei a pessoa que sou!
          Eu sei que tenho em mim a potencialidade de cometer tudo isso que Jesus descreve que está no coração humano. Sim!
          Então, sei que de mim e por mim mesmo nada de bom sai, pois a árvore produz frutos de acordo com sua natureza.
          Como Jesus mesmo ensina, o Espírito me convence do meu pecado. Mas, pelo mesmo Espírito de Cristo sou conduzido a um Caminho, a uma Verdade e a uma Vida que me permite uma nova oportunidade – que posso ou não agarrar, depende sempre de mim. Mas, em a agarrando, há a potencialidade de mudança de – minha – natureza.
          Minha natureza em Cristo – e só n’Ele – é que me pode salvar!
          Por isso preciso de Jesus, o Cristo!
          Por Cristo e por Seu Evangelho posso deixar de ser mau em essência, e conformar minha mente e minha alma de acordo com a mente de Cristo, como escreve o apóstolo Paulo. Por e em Cristo – e por Sua graça! – tenho como andar renovado, refeito, renascido, andar no chão da vida, da existência, como alguém que encontrou em Quem se refugiar e descansar. Alguém que agora sabe em Quem está a sua paz!
          Se nisso eu estiver, de alguma forma, errado, Deus, que conhece tudo, sabe disso também e estará comigo sempre. Mas não creio que esteja errado, pois foi Jesus Quem me revelou isso por Sua Palavra, como se pode ver.
          E Ele revela isso, por Sua Palavra, a todas as pessoas que à Sua Palavra derem ouvidos.
          “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Marcos 7:16).

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Levítico



A chave deste livro é a santidade. O termo Levítico faz referência aos levitas.
Conforme diz o nome, Levítico, o terceiro livro de Moisés, ressalta a função dos sacerdotes de Israel, membros da tribo de Levi, aos quais Deus escolheu para prestar serviços em seu santuário (Deuteronômio 10:8). Portanto, muitos crentes pensam que o Levítico é uma espécie de manual técnico que orientava os antigos sacerdotes nos pormenores das cerimônias que o povo de Deus já deixou de observar, e por isso mesmo, o Levítico é hoje o menos prezado dos livros do Pentateuco. Contudo, devemos afirmar que sua mensagem estava dirigida originariamente aos israelitas, mas também, concomitantemente, a todos os crentes (Levítico 1:2). Suas verdades continuam sendo de principal significado para o povo de Deus, visto que o Levítico constitui a primeira revelação pormenorizada do tema vivo da Bíblia em geral, isto é, a revelação da forma mediante a qual Deus restaura o homem perdido. Tanto a atividade redentora de Deus como a conduta do homem que se apropria de tal redenção se acham resumidas no versículo-chave, que diz: “Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus” (20:26).
A fim de realizar a salvação e restaurar o homem ao seio de seu Criador, é preciso prover um meio de acesso a Deus. A primeira metade do Levítico (capítulos 1 a 16) apresenta-nos, assim, uma série de medidas de caráter religioso que representam a forma mediante a qual Deus redime os perdidos, separando-os de seus pecados e suas conseqüências. Os diversos sacrifícios (capítulos 1 a 7) eram figuras, por assim dizer, da morte de Cristo no Calvário, onde aquele que não tinha pecados sofria a ira de Deus em nosso lugar, para que pudéssemos ser salvos de nossa culpa (II Coríntios 5:21; Marcos 10:45). Os sacerdotes levitas (capítulos 8 a 10) prefiguravam o serviço fiel de Cristo ao efetuar a reconciliação pelos pecados do povo (Hebreus 2:17). As leis da limpeza e purificação (capítulos 11-15) deviam constituir-se em lembranças perpétuas do arrependimento e da separação da impureza, que deve caracterizar os redimidos (Lucas 13:5), enquanto o dia culminante do culto de expiação (capítulo 16) proclamava o perdão de Deus para os que se humilhassem mediante uma entrega fiel a Cristo, o qual proporcionaria acesso ao próprio céu (Hebreus 9:24).
Mas a salvação não é apenas separação do mal: abrange uma união positiva ao que é bom, justo. De modo que a segunda metade do Levítico (capítulos 17-27) apresenta uma série de padrões práticos do que o homem deve aceitar a fim de viver uma vida santa. Esta conduta prática inclui expressões de devoção em assuntos cerimoniais (capítulo 17), na adoração (capítulos 23 a 25), mas giram em torno de assuntos de conduta diária do amor sincero a Deus, e citando desta parte do Levítico: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (19:18).
Em sua forma, o Levítico existe principalmente como legislação expressa por Deus: “Chamou o Senhor a Moisés e... disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes...” (1:1-2). As duas narrativas históricas (capítulos 8 a 10 e 24:10-22) servem-nos de pano de fundo para assuntos de caráter legislativo. E a única variante em sua forma, o sermão final de exortação de Moisés (capítulo 26), é seguido de um apêndice de leis que regulam matérias que em si mesmas não são obrigatórias (capítulo 27).
Quanto ao autor deste livro, em mais de 50 pontos em seus 27 capítulos, o Levítico afirma ser palavra de Moisés dirigida por Deus. O Novo Testamento também cita o livro ao dizer: “Ora, Moisés escreveu...” (Romanos 10:5). Os críticos que relegam o Levítico a um milênio depois de Moisés, fazem-no a expensas da integridade da evidência bíblica. As Sagradas Escrituras descrevem o Levítico como livro dado a Israel pouco depois que os israelitas foram adotados como o povo da aliança de Deus (Êxodo 19:5). Fora-lhes dada a Lei moral básica, o Decálogo (Êxodo 29:43; 40:34). A seguir, vem o Levítico, segundo Deus o havia prometido (Êxodo 25:22), como guia para a conduta e para a adoração. Sua legislação e seus acontecimentos abrangem tão-somente algumas semanas de tempo, desde o levantamento do tabernáculo por parte de Moisés (Êxodo 20:17), até a partida de Israel do monte Sinai, menos de dois meses depois (Números 10:11), no mês de maio de 1445 a.C., segundo datas fixadas pela maioria dos exegetas evangélicos.

J. Barton Payne

domingo, 19 de agosto de 2018

Seguir, Salvar ou Perder



          Marcos 8:34-37
          “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?”

          Certa feita Pedro, respondendo a Jesus sobre quem eles – os discípulos – diziam que Ele era, disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16). Este foi um reconhecimento que não fora lhe dado por deduções humanas, por filosofias ou por crenças religiosas, mas fora-lhe revelado “pelo Pai”, como Jesus em seguida à sua resposta lhe diria. Reconhecer a Jesus como o Cristo, como nosso Senhor e Salvador, é uma dádiva que Deus nos concede. Não chegamos a este reconhecimento por méritos, por intelectualidade, pela filosofia, nem por outras fontes espirituais.
          Noutra ocasião, Pedro disse a Jesus: “Senhor, para quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (João 6:68).  Esse reconhecimento de Pedro nos deveria instigar, nos deveria fazer pensar um pouquinho. Poderíamos também nos perguntar: “Para quem irei eu? Quem tem palavras de vida eterna?” Se nossa resposta a nós mesmos e a Jesus for um “só Tu, Senhor”, então não deveria haver mais dúvidas. Depois de “só Tu”, não há “também Tu”, ou “Tu mais que outros”... “Só Tu” é o reconhecimento que nos faz perceber só Jesus em nossa vida, como o mantenedor que necessitamos. Passamos a olhar só para Ele, como aconteceu com os discípulos no monte da transfiguração que, após se depararem com Jesus transfigurado diante deles, na companhia de Moisés e Elias, e ouvindo a voz de Deus, passaram a somente ver Jesus. Diz assim: E erguendo os olhos, não viram mais ninguém a não ser Jesus (Mateus 17:8). Depois do reconhecimento de Jesus em nossa vida, não olhamos para mais ninguém como fonte, somente Ele!
          Para segui-Lo – ou acompanhá-Lo – temos que negar a nós mesmos, significando dizer que as nossas ilusões e auto-enganos sobre a vida devem ser postos de lado. Negar isso e assumir a Verdade que passa a habitar em nós, tornando-nos templo do Espírito Santo, é incondicional. Não pode haver segunda opção; depois de “só Tu”, não há mais nada, nem ninguém – nem o nosso self, o nós mesmos.
          Temos que tomar a nossa cruz, ou seja, pregar na cruz todas as coisas que não são coadunadas a Cristo e ao Evangelho, conformar nossa vida a Cristo e ao Evangelho, renunciar o que destoa disso, e segui-Lo no chão da vida, dia a dia, momento a momento. Isso fará toda a diferença.
          Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, diz Ele. Isso me encafifou bastante! Muitas vezes chegamos a um ponto da vida onde nos deparamos com o pensamento de que não temos os bens materiais que, até aquele ponto ou idade, desejaríamos ter. Não somos socialmente quem gostaríamos de ser ou poderíamos ter sido. Nossa “vida privada e pessoal” não está naqueles conformes que imaginávamos que poderia estar. Temos a sensação que “estamos perdendo a vida”. E gostaríamos de estar “ganhando a vida”, ora bolas! Aí, queremos “salvar a nossa vida”. Jesus diz que, se assim pensarmos ou procedermos, “perderemos a nossa vida”!
          Mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará, prossegue Ele. Ao tomarmos aquela decisão de “só Tu”, poderemos ter, nalgum momento, a sensação de “estarmos perdendo a vida”. Afinal, ao invés de conformarmos a nossa vida a Ele, poderíamos correr atrás de outras coisas, correr atrás de “ganhar a vida”. É comum ouvirmos a expressão “tenho que correr atrás, pois não estou com a vida ganha”. Ledo engano. O “correr atrás”, sem Cristo, só nos cansa e não nos faz alcançar nada, no que tange à perenidade. Afinal, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ele nos dá a segurança que, em permanecendo n’Ele e no Evangelho, nossa vida é salva!
          É sempre uma questão de escolha nossa. Nem sempre nossa vida está bem como gostaríamos, mas estará bem se confiarmos no Senhor. É uma questão de a Quem submetemos o senhorio da vida.
          Não importa como estamos neste momento. O Senhor sabe tudo sobre nós: o que nos tem oprimido e feito errar, o que nos pesa no coração, e também o que nos tem trazido alívio no momento do cansaço e da opressão, o que nos tem feito olhar com o desejo de não errar mais, o que tem tornado nosso coração mais leve, etc.
          Ninguém jamais se arrependeu de ter “entregue” a sua vida aos cuidados de Deus por meio de Cristo!
          Na fé em Cristo, nos “realizaremos” por completo!
          Quando “perdemos” a nossa vida – no sentido puramente mundano e terráqueo – “ganhamos” a vida. A “ganhamos” ficando fieis a Jesus e ao Evangelho.
          Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma? Ora, eu não quero trocar minha alma – minha vida – por nada, sabendo que, se e quando estou n’Ele, eu tenho tudo!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Êxodo



Redenção é a chave deste livro. Êxodo significa saída.
Assim como Gênesis é o livro dos começos, Êxodo é o livro da redenção. O livramento dos israelitas oprimidos do Egito é a típica redenção. A severidade da escravidão no Egito (um arquétipo do mundo) e Faraó (um arquétipo de Satanás), exigiam, por assim dizer, a preparação do libertador Moisés (2:1-4:31), um arquétipo de Cristo. A luta com o opressor (5:1-11:10) culmina com a partida (grego, êxodo ou saída) dos hebreus do Egito. São remidos pelo sangue do cordeiro pascoal (12:1-28) e pelo poder de Deus manifestado na travessia do mar Vermelho (13:1-14:31). A experiência da redenção, festejada mediante o cântico triunfal dos redimidos (15:1-21), é seguida pela prova que têm de enfrentar no deserto (15:22-18:27). No monte Sinai a nação redimida aceita a Lei (19:1-31:18). O não depender da graça conduz à infração e à condenação (32:1-34:35). Contudo, triunfa a graça de Deus ao ser dado ao povo o tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios, mediante os quais o povo redimido podia adorar o Redentor e ter comunhão com ele (36:1-40:38).
Embora o livro de Êxodo não declare em nenhum lugar que Moisés fosse seu autor, toda a Lei abrangida pelo Pentateuco, que compreende principalmente a parte que se estende desde Êxodo 20 e atravessa o livro de Deuteronômio, declara mediante termos positivos e explícitos seu caráter mosaico. Afirma-se que Moisés é o escritor do livro do pacto (capítulos 20 a 23) que abrange os dez mandamentos, bem como os juízos e as ordenanças que os acompanham (24:4, 7). Afirma-se que o assim chamado código sacerdotal, que se ocupa do ritual do tabernáculo e do sacerdócio que figura no restante do livro do Êxodo (exceto os capítulos 32 a 34), foram dados diretamente por Deus a Moisés (25:1, 23, 31; 26:1, e assim por diante). O levantamento do tabernáculo apresenta-se como um trabalho “segundo o Senhor havia ordenado...”. Tanto esta terminologia como outras semelhantes aparecem muitas vezes nos capítulos 39 e 40. A paternidade literária mosaica é igualmente ressaltada numa destacada seção narrativa: a vitória de Israel sobre Amaleque (17:4). Em uma referência tomada do capítulo 3 do Êxodo, o Jesus denomina o Pentateuco em geral e o Êxodo em particular, “o livro de Moisés” (Marcos 12:26). A atual exegese conservadora, bem como a tradição, sempre afirmaram que Moisés é o autor. As teorias de alguns críticos não nos oferecem substitutivo adequado para a autenticidade mosaica.

Merrill F. Unger

domingo, 12 de agosto de 2018

O Que Estou Pregando?



          1º Coríntios 2:4-5
          Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.

          Encontro muitos textos na internet, citações entre aspas, declarações e frases de efeito, que falam coisas muito bonitas e estimulantes.
          Gosto de muitas delas, pois são sempre bem-vindas para colocar para cima o ânimo de alguém que está para baixo. Da mesma forma alguns textos em sites e blogs com os quais me deparo, que têm por finalidade, entre outras coisas, animar e conceder força.
          Muitos, porém, o fazem para elevar o ego daquele que posta, mais do que fazer bem a quem lê. É como se dissesse: “Louvores a mim, que ensino a você coisas boas e mostro o caminho”. Aí já acho complicado, pois o que se comunica assim, dessa forma, infla em sabedoria o peito daquele que somente passa a mensagem, pois, muitas vezes, nem sabe como a mensagem lhe veio e nem a fonte ao certo.
          Aqui, no blog LIVRES DISCÍPULOS DE CRISTO, o mote é passar a Palavra e a mensagem que nos vem por meio dela, da Palavra. Aquilo que temos aprendido com a Palavra e aquilo que gostaríamos que chegasse a quem também tem o desejo de aprender com a Palavra, sem darmos bola a qual denominação “pertence” aquele que aqui lê e visita, qual fé professa, quais dogmas segue – ou se não segue nada disso por enquanto. Aqui, neste blog, interessa a Palavra e as boas-vindas a quem vem aqui em busca do alimento concedido pela Palavra. Ponto, nova linha, parágrafo.
          Quero entrar no mote justamente daquilo que o apóstolo Paulo escreve aos irmãos da comunidade de Corinto, para averiguar o que eu mesmo estou pregando. Por isso da pergunta no título deste texto: o que estou pregando?
          Quero muito também que minha mensagem e minha pregação não consistam de palavras persuasivas de sabedoria, pois seria elevar a mim mesmo, uma vez que palavras persuasivas, frases de efeito e pseudo-filosofias espirituais podem ser belas e bem aplicáveis, mas não serão o mote daqui, em que o mote é a Palavra e o que se oriunda dela.
          Não quero persuadir pela “minha sabedoria” – que seria pretensiosa e mínima –, mas fazer como o apóstolo segue em seus escritos: que o que por aqui é postado consista de demonstração do poder do Espírito, uma vez que é o Espírito que nos traz a interpretação correta da Palavra e é somente pelo Espírito que podemos – e devemos – ser tocados ao sermos tocados pela Palavra de Deus. É o poder do Espírito que deve tocar o coração de quem por aqui lê, e não minhas concatenações ou supostas habilidades persuasivas ao escrever.
          Assim, a fé que vocês têm não se baseia na sabedoria humana, mas naquilo que o Senhor quer lhe dar, no poder de Deus. É assim que a fé realmente nasce na alma de quem entra em contato com a Palavra de Deus.
          Toda e qualquer sabedoria humana que por aqui se encontrasse, pouco ou nada acrescentaria. Tudo depende d’Ele. Por isso a glória é d’Ele, e não de quem escreve por aqui e se coloca tão-somente como mensageiro da Palavra.
          Por isso, devo tomar cuidado para transmitir aqui sempre aquilo que o Senhor me revelar, não mais, nem menos. Isso não é uma tarefa assim tão simples. Necessita de comunhão e oração, assim como de um coração receptivo preparado por Ele.
          Com a ajuda do Senhor, andaremos juntos, eu aqui compartilhando neste espaço a Palavra, e aqueles que aqui visitam recebendo aquilo que não se originou da sabedoria humana, mas do poder de Deus e da graça divina.
          Minha saudação a quem aqui leu! E meu agradecimento a quem entendeu!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Gênesis



 A chave do Gênesis é o “princípio”. A palavra origina-se do grego genesis, que significa origem.
 Gênesis pode ser descrito com exatidão como o livro dos inícios. Pode ser dividido em duas porções principais. A primeira parte diz respeito à história da humanidade primitiva (caps. 1-11). A segunda parte trata da história do povo específico que Deus escolheu como o Seu próprio (caps.12-50), para si. O autor apresenta o material de forma extremamente simples. Oferece dez “histórias” que podem ser prontamente percebidas segundo o esboço do livro. Algumas dessas histórias são breves e muito condensadas, mas, não obstante, ajudam a completar o conteúdo. É bem possível que o autor do livro tenha empregado fontes informativas, orais e escritas, pois seus relatos remontam à história mais primitiva da raça humana. Embora muito se tenha escrito sobre o assunto das possíveis fontes literárias do livro de Gênesis, há muitas objeções válidas que nos impedem de aceitar os resultados da análise destas “fontes”.
O livro de Gênesis salienta, por todas as suas páginas, a desmerecida graça de Deus. Por ocasião da criação do mundo, a graça se exibe na maravilhosa provisão preparada por Deus para as Suas criaturas. Na criação do homem, a graça de Deus se manifesta no fato que ao homem foi concedida até mesmo a semelhança com Deus. A graça de Deus se evidencia até mesmo no dilúvio, pela oportunidade dada a Noé e os seus. Abraão foi escolhido, não por merecimento, mas antes, devido ao fato de Deus ser cheio de graça. Em todos os seus contatos com os patriarcas, Deus exibe grande misericórdia: sempre recebem muito mais favor do que qualquer deles poderia ter merecido.
Há outra importante característica do livro de Gênesis que não se pode esquecer, a saber, o modo eminentemente satisfatório pelo qual responde nossas perguntas sobre as origens. O homem sempre haverá de querer saber como o mundo veio à existência. Além disso, sente bem dolorosamente o fato de que alguma grande desordem caiu sobre o mundo, e gostaria de saber qual a sua natureza; em suma, preocupa-se em saber como o pecado e todas as suas tremendas consequências sobrevieram. E, finalmente, o homem precisa saber se existe alguma esperança básica e certa de redenção para este mundo e seus habitantes e de que consiste essa esperança, e como veio a ser posse do homem.
Ninguém pode afirmar com absoluta certeza que sabe quem escreveu o livro de Gênesis. Visto que Gênesis é o alicerce necessário para os escritos de Êxodo a Deuteronômio, e visto que a evidência disponível indica que Moisés escreveu esses quatro livros, é provável que Moisés tenha sido o autor do próprio livro de Gênesis. A evidência apresentada pelo Novo Testamento contribui para essa posição (conforme especialmente João 5:46-47; Lucas 16:31 e 24:44). Na tradição da Igreja, o livro de Gênesis tem sido comumente designado como Primeiro Livro de Moisés. Nenhuma evidência em contrário tem sido capaz de invalidar essa tradição.

Traduzido por João Bentes, da Holman Study Bible 

domingo, 5 de agosto de 2018

A Volta de Cristo



Vou falar um pouquinho de uma coisa que a cristandade pouco fala, que está como que fora de moda hoje em dia, que é a volta de Cristo.
No cap. 24 de Mateus, Jesus, falando a Seus discípulos, mescla duas coisas: a destruição do Templo – que aconteceu por volta do ano 70 DC – e a Sua volta propriamente dita. Leia o cap. inteiro, se quiser...
– Ele fala que haverá enganadores em nome d’Ele;
– Fala que haverá falsos profetas, o amor esfriará, haverá enganos espirituais, e o Evangelho seria pregado a todos;
– Fala que os dias serão abreviados – algo parecido com a sensação que temos hoje de que o tempo passa muito rápido;
– Haverá “milagreiros” fazendo muitos sinais em nome d’Ele – mas serão falsos, e que Ele nos está avisando disso antecipadamente;
– Que a Sua vinda será num instante – usa uma figura de linguagem – como um “relâmpago” que cruza o céu;
– Ele Se chama de “filho do Homem” uma expressão usada em profecias do AT que revela também a Sua humanidade;
– Ele assevera a veracidade daquilo que diz, pois Suas palavras não passariam sem se cumprirem;
– Salienta que ninguém saberá precisar em que momento tudo isso acontecerá, pois só Deus o sabe;
– E nos alerta para que estejamos preparados.
Parece que é de pouco interesse de muitas “igrejas” relembrarem às pessoas destas coisas – algumas instituições cristãs ainda falam disso, mas são poucas.
Resolvi, lendo essas coisinhas hoje, colocar por aqui, a quem interessar possa. Claro que o fiz de modo bem resumidinho, mas é como uma sementinha lançada... quem sabe, brote?
Obs.: aquilo que falei acima, está corroborado pelas passagens abaixo:
Mateus 24:4-5
Jesus respondeu: “Cuidado, que ninguém os engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo!’ e enganarão a muitos”.
Mateus 24:10-14
“Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.
Mateus 24:22
“Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados”.
Mateus 24:24-25
“Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente”.
Mateus 24:26-27
“Assim, se alguém lhes disser: ‘Ele está lá, no deserto!’, não saiam; ou: ‘Ali está ele, dentro de casa!’, não acreditem. Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem”.
Mateus 24:30
“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória”.
Mateus 24:35
“Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão”.
Mateus 24:36
“Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai”.
Mateus 24:44
“Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam”.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert