A chave
do Gênesis é o “princípio”. A palavra origina-se do
grego genesis, que significa origem.
Gênesis pode ser descrito com
exatidão como o livro dos inícios. Pode ser dividido em duas porções
principais. A primeira parte diz respeito à história da humanidade primitiva
(caps. 1-11). A segunda parte trata da história do povo específico que Deus
escolheu como o Seu próprio (caps.12-50), para si. O autor apresenta o material
de forma extremamente simples. Oferece dez “histórias” que podem ser
prontamente percebidas segundo o esboço do livro. Algumas dessas histórias são
breves e muito condensadas, mas, não obstante, ajudam a completar o conteúdo. É
bem possível que o autor do livro tenha empregado fontes informativas, orais e
escritas, pois seus relatos remontam à história mais primitiva da raça humana.
Embora muito se tenha escrito sobre o assunto das possíveis fontes literárias
do livro de Gênesis, há muitas objeções válidas que nos impedem de aceitar os
resultados da análise destas “fontes”.
O livro de Gênesis salienta, por todas as suas páginas, a desmerecida
graça de Deus. Por ocasião da criação do mundo, a graça se exibe na maravilhosa
provisão preparada por Deus para as Suas criaturas. Na criação do homem, a
graça de Deus se manifesta no fato que ao homem foi concedida até mesmo a
semelhança com Deus. A graça de Deus se evidencia até mesmo no dilúvio, pela
oportunidade dada a Noé e os seus. Abraão foi escolhido, não por merecimento, mas
antes, devido ao fato de Deus ser cheio de graça. Em todos os seus contatos com
os patriarcas, Deus exibe grande misericórdia: sempre recebem muito mais favor
do que qualquer deles poderia ter merecido.
Há outra importante característica do livro de Gênesis que não se pode
esquecer, a saber, o modo eminentemente satisfatório pelo qual responde nossas
perguntas sobre as origens. O homem sempre haverá de querer saber como o mundo
veio à existência. Além disso, sente bem dolorosamente o fato de que alguma
grande desordem caiu sobre o mundo, e gostaria de saber qual a sua natureza; em
suma, preocupa-se em saber como o pecado e todas as suas tremendas consequências
sobrevieram. E, finalmente, o homem precisa saber se existe alguma esperança
básica e certa de redenção para este mundo e seus habitantes e de que consiste
essa esperança, e como veio a ser posse do homem.
Ninguém pode afirmar com absoluta certeza que sabe quem escreveu o livro
de Gênesis. Visto que Gênesis é o alicerce necessário para os escritos de Êxodo
a Deuteronômio, e visto que a evidência disponível indica que Moisés escreveu
esses quatro livros, é provável que Moisés tenha sido o autor do próprio livro
de Gênesis. A evidência apresentada pelo Novo Testamento contribui para essa
posição (conforme especialmente João 5:46-47; Lucas 16:31 e 24:44). Na tradição
da Igreja, o livro de Gênesis tem sido comumente designado como Primeiro Livro
de Moisés. Nenhuma evidência em contrário tem sido capaz de invalidar essa
tradição.
Traduzido
por João Bentes, da Holman Study Bible
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