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sábado, 27 de agosto de 2022

103 – Abraão e a Aliança de Deus (Gênesis 17 –18)


 

Quando1(versículo de Gênesis 17) Abrão estava com noventa e nove anos de idade o SENHOR lhe apareceu e disse: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso (*); ande segundo a minha vontade e seja íntegro. Estabelecerei2 a minha aliança I entre mim e você e multiplicarei muitíssimo a sua descendência”.

Abrão3 prostrou-se, rosto em terra, e Deus lhe disse: “De4 minha parte, esta é a minha aliança com você. Você será o pai de muitas nações. Não5 será mais chamado Abrão; seu nome será Abraão II, porque eu o constituí pai de muitas nações”.

E Deus prometeu a Abraão que daria a ele e aos seus descendentes a terra de Canaã e que seria o seu Deus. Em seguida, Deus comunicou a Abraão o que deveria fazer para cumprir a sua parte na aliança.

“Esta10 é a minha aliança com você e com os seus descendentes, aliança que terá que ser guardada: Todos os do sexo masculino entre vocês serão circuncidados III na carne. Terão11 que fazer essa marca, que será o sinal da aliança entre mim e vocês. Da12 sua geração em diante, todo menino de oito dias de idade entre vocês terá que ser circuncidado, tanto os nascidos em sua casa quanto os que forem comprados de estrangeiros e que não forem descendentes de vocês. Sejam13 nascidos em sua casa, sejam comprados, terão que ser circuncidados. Minha aliança, marcada no corpo de vocês, será uma aliança perpétua. Qualquer14 do sexo masculino que for incircunciso, que não tiver sido circuncidado, será eliminado do meio do seu povo; quebrou a minha aliança”.

Disse15 também Deus a Abraão: “De agora em diante sua mulher já não se chamará Sarai; seu nome será Sara (**). Eu16 a abençoarei e também por meio dela darei a você um filho. Sim, eu a abençoarei e dela procederão nações e reis de povos”.

Abraão17 prostrou-se, rosto em terra; riu-se IV e disse a si mesmo: “Poderá um homem de cem anos de idade gerar filhos? Poderá Sara dar à luz aos noventa anos?” E18 Abraão disse a Deus: “Permite que Ismael seja o meu herdeiro!”

Então19 Deus respondeu: “Na verdade Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque (***). Com ele estabelecerei a minha aliança, que será aliança eterna para os seus futuros descendentes. E20 no caso de Ismael, levarei em conta o seu pedido. Também o abençoarei; eu o farei prolífero e multiplicarei muito a sua descendência. Ele será pai de doze príncipes e dele farei um grande povo. Mas21 a minha aliança, eu a estabelecerei com Isaque, filho que Sara lhe dará no ano que vem, por esta época”. Quando22 terminou de falar com Abraão, Deus subiu e retirou-se da presença dele.

Naquele23 mesmo dia Abraão tomou seu filho Ismael, todos os nascidos em sua casa e os que foram comprados, todos os do sexo masculino de sua casa, e os circuncidou, como Deus lhe ordenara. Abraão24 tinha noventa e nove anos quando foi circuncidado, e25 seu filho Ismael tinha treze V; Abraão26 e seu filho Ismael foram circuncidados naquele mesmo dia. E27 com ele foram circuncidados todos os de sua casa, tanto os nascidos em casa como os comprados de estrangeiros.

O SENHOR1(versículo de Gênesis 18) apareceu a Abraão perto dos carvalhos de Manre, quando ele estava sentado à entrada de sua tenda, na hora mais quente do dia. Abraão2 ergueu os olhos e viu três homens em pé, a pouca distância. Quando os viu, saiu da entrada de sua tenda, correu ao encontro deles e curvou-se até ao chão.

Disse3 ele: “Meu senhor, se mereço o seu favor, não passe pelo seu servo sem fazer uma parada. Mandarei4 buscar um pouco d’água para que lavem os pés e descansem debaixo desta árvore. Vou5 trazer-lhes também o que comer, para que recobrem forças e prossigam pelo caminho, agora que já chegaram até este seu servo”.

“Está bem; faça como está dizendo”, responderam.

Abraão e Sara mataram o seu melhor cordeiro e prepararam uma refeição com pão, coalhada e leite. Mais uma vez, Deus disse a Abraão que sua mulher teria um filho. Sara ouviu da entrada da tenda a conversa.

Abraão11 e Sara já eram velhos, de idade bem avançada, e Sara já tinha passado da idade de ter filhos. Por12 isso riu consigo mesma, quando pensou: “Depois de já estar velha e meu senhor (****) já idoso, ainda terei esse prazer?”

Mas13 o SENHOR disse a Abraão: “Por que Sara riu e disse: ‘Poderei realmente dar à luz, agora que sou idosa?’ Existe14 alguma coisa impossível para o SENHOR? Na primavera voltarei a você, e Sara terá um filho”.

Sara15 teve medo, e por isso mentiu: “Eu não ri”.

Mas ele disse: “Não negue, você riu”.

 

v     Para entender a história

A promessa original de Deus a Abraão é referendada em um acordo formal. A aliança inclui obrigações de ambas as partes. Abraão e Sara recebem novos nomes, que significam a sua condição como geradores do povo escolhido. Ismael será abençoado, mas Isaque herdará a aliança de Deus.

 

v     Curiosidades

                                      I.     A minha aliança – Na época de Abrão, as relações entre soberanos e seus súditos eram estipuladas por tratados. Abrão e seus descendentes são súditos da autoridade de Deus. Trata-se da aliança de Deus, porque estabelece os termos de seu acordo e lhe dá início.

                                   II.     Seu nome será Abraão – Abrão (pai exaltado) torna-se Abraão (pai de uma multidão de nações). A mudança de nome é a confirmação do papel de Abraão. Ele será o pai de todos que têm fé em Deus. Por isso é também chamado de “o pai da fé”.

                                III.     “Todos os do sexo masculino entre vocês serão circuncidados” – Deus ordena a retirada do prepúcio dos homens. Isto funcionará como uma lembrança física do compromisso com Deus.

                                IV.     “Riu-se” – O verbo hebraico é um trocadilho com o nome “Isaque”, que significa “ele ri”. O nascimento de Isaque transformará o riso de descrença de seus pais em riso de satisfação.

                                   V.     “Ismael tinha treze” – Em algumas culturas do Oriente Médio, meninos são circuncidados na adolescência, para simbolizar a passagem da infância para a idade adulta. Os árabes muçulmanos são circuncidados aos treze anos, como Ismael, do qual, segundo a tradição, eles descendem.

 

- (*) Todo-Poderoso: Hebraico: “El-Shaddai”.

- (**) Sara: Sara significa “princesa”.

- (***) Isaque: Isaque significa “ele ri”.

- (****) Meu senhor: Ou “meu marido”.

- Nômades modernos: Os beduínos levam uma vida parecida com a de Abraão e seu povo. É essencial um lar portátil, porque eles precisam se mudar de um lugar para outro, em busca de pastagens apropriadas para os seus rebanhos. As tendas beduínas são feitas de um tecido de pelo duro de cabra, capaz de resistir a temperaturas extremas e chuvas torrenciais.

- Cerimônia da circuncisão: Os meninos judeus são circuncidados no oitavo dia de vida. Já entre os muçulmanos, que se circuncidam aos treze anos, é tradição os meninos turcos passearem num cavalo branco. Isso mostra as diversas interpretações que este antigo cerimonial tem nos povos do Oriente Médio.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

sábado, 20 de agosto de 2022

Condenações e Salvações


 

João 3:17

“Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que esse fosse salvo por meio dele”.

 

Esta fala de Jesus se dá em Seu encontro com Nicodemos, um proeminente líder religioso do seu tempo, que encontrou-se com Jesus à noite, pois não queria ser visto por seus colegas.

O diálogo de Jesus com este homem girou em torno da essência da vinda do Filho de Deus à terra e de como isso deveria impactar o ser humano, significando, para o ser humano, um momento de tal amplitude que poderia se comparar a um “novo nascimento”.

Em Jesus de Nazaré Deus Se humanizou e visitou a humanidade como um homem, no tempo, na geografia a na história. No tempo e na geografia do planeta, pois ocorreu há dois mil anos em Israel, e na história porque dividiu a História entre a.C. e d.C.

Jesus é chamado de “o Filho de Deus”, mas também de “o Filho do homem”, revelando, assim, Sua natureza divina e humana.

A pergunta que se poderia fazer agora é: Por que disso?

Ou então: Para que Deus Se fez humano e “veio” à terra?

A Palavra de Deus, mais do que conjecturas humanas, responde a estas duas questões.

Primeiro, ela diz “para que não”: não para condenar!

É aí que se diferencia o Evangelho de Cristo das práticas de muitos “cristãos”: a não condenação. Enquanto que muitos, em nome de Jesus, condenam seu próximo por suas escolhas, suas situações de vida, suas fraquezas, suas inclinações de natureza humana, ou pelo que quer que seja, o Filho de Deus “não veio para condenar”. Isso deveria ficar muito claro para nós!

Depois, a Palavra de Deus revela “para que sim”: Jesus veio para que fôssemos salvos por meio d’Ele. E a Palavra não fala de meia-dúzia de privilegiados; ela fala que Jesus veio “para salvar o mundo”, dizendo, assim, que esta ação divina atinge a todos os seres humanos!

Em Cristo e na Sua mensagem não há acepção de pessoas: “Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com parcialidade, mas de todas as nações aceita todo aquele que o teme a faz o que é justo” (Atos 10:34-35).

Ele diz claramente que gente como eu precisa d’Ele, pois gente como eu sabe de como é fraco, necessitado, incapaz de se ajudar por si mesmo, cônscio de sua natureza psicológica e de sua potencialidade para o pecado. “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:31-32).

O arrependimento em si já é uma graça de Deus, pois alguém apenas pode se arrepender de algo quando toma consciência do seu erro, e essa consciência é despertada pelo Espírito de Deus, que nos convence do pecado: “Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado” (João 16:7-11).

O arrependimento traz conversão, isto é, faz com que a pessoa converta seu caminho, mudando de direção e indo, ao invés de na direção do erro/pecado, em direção a Cristo e Seus ensinamentos.

Conversão é não ter mais nenhum ponto de vista que não seja o do Evangelho!

Se diz muito que não devemos julgar pessoas, mas sim suas atitudes e comportamentos. Isso faz sentido, mas o problema é que, para a maioria de nós, é muito subjetivo diferenciarmos pessoas e atitudes, pois temos a tendência de enxergarmos uma coisa só. É muito difícil entendermos os motivos reais que levam uma pessoa a ter um determinado comportamento. É fácil confundirmos caráter/personalidade com palavras/ações. Não sabemos o que levou uma pessoa a ter determinado comportamento ou fazer determinadas escolhas. Não conhecemos sua real história de vida nem suas motivações mais profundas. Enxergamos, quando muito, parcialmente. Só Deus tem capacidade para julgamentos, pois Ele sim enxerga o todo. E – vejam só – Jesus diz que nem Ele veio condenar!

O que nós podemos fazer é conversar com as pessoas, procurar entender seus motivos, nos colocarmos no lugar delas – isso se chama empatia –, dar conselhos com gentileza nas palavras, e orarmos por e com elas. Ponto. Acabou nossa tarefa. Nada de julgar – e muito menos de condenar!

Voltando ao tema principal destes escritos, poderíamos nos fazer mais uma perguntinha: Jesus veio “salvar o mundo” do quê? Do que precisamos ser salvos?

Ora, toda a mensagem de Cristo se centra no amor!

Assim, Ele nos salva de todas as atitudes e vivências sem amor.

Ele nos salva do não-significado da vida.

Ele nos salva do vazio da vida.

Ele nos salva de não viver de verdade.

Ele nos salva de experimentarmos a ausência de amor divino na infinitude da existência – o que para muitos é o inferno!

Quero agora colocar o contexto todo daquilo que Jesus diz a Nicodemos; quero colocar a Palavra que uso aqui como tema desta crônica dentro do seu contexto.

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que esse fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (João 3:16-18).

Deus amou/ama/amará o mundo – a humanidade.

Através de se crer e viver a mensagem de Jesus a pessoa não perece, mas tem a vida eterna.

Jesus veio ao mundo não para condenar as pessoas, mas para salvá-las.

Quem crê e pratica o que Jesus ensina não é condenado.

Quem escolhe não crer, este a si mesmo se condena, pois recusa o amor.

E veja que interessante sabermos o que é o julgamento: Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más” (João 3:19).

Assim, por esta Palavra de Jesus, somente se condena a si mesmo, aquele ser humano que, em rejeitando a Jesus e Seu significado, rejeita a luz do amor a si mesmo e ao próximo e prefere andar em trevas existenciais. Somente se condena a si mesmo, aquele ser humano que olha para si, para o seu próximo e para a vida, e prefere condenar as suas relações com outros humanos e a vida à escuridão, ao amor às trevas, à cegueira de significados, ao desamor total. Para um ser humano assim, todas as obras são más. Para um ser humano assim, a sua escolha é por sua auto-condenação.

Para todos os outros seres humanos que têm em si um lampejo ou uma faísca – ainda que mínima – de amor a si e ao próximo, há esperança de salvação e vida eterna junto a Deus.

Esta é a mensagem do Evangelho!

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 14 de agosto de 2022

102 – A Promessa de um Filho (Gênesis 15 –16)

 

Depois1(versículo de Gênesis 15) dessas coisas o SENHOR falou a Abrão numa visão I: “Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!”

Mas2 Abrão perguntou: “Ó Soberano SENHOR, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco?” E3 acrescentou: “Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro! II

Então4 o SENHOR deu-lhe a seguinte resposta: “Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro”. Levando-o5 para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”.

Abrão6 creu no SENHOR III, e isso lhe foi creditado como justiça.

Então13 o SENHOR lhe disse: “Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. Mas14 eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens. Você15, porém, irá em paz a seus antepassados e será sepultado em boa velhice”.

Ora,1(versículo de Gênesis 16) Sarai, mulher de Abrão, não lhe dera nenhum filho. Como tinha uma serva egípcia, chamada Hagar, disse2 a Abrão: “Já que o SENHOR me impediu de ter filhos IV, possua a minha serva; talvez eu possa formar família por meio dela V”. Abrão atendeu à proposta de Sarai. Quando3 isso aconteceu já fazia dez anos que Abrão, seu marido, vivia em Canaã. Foi nessa ocasião que Sarai, sua mulher, entregou sua serva egípcia Hagar a Abrão. Ele4 possuiu Hagar, e ela engravidou.

Quando se viu grávida, começou a olhar com desprezo para a sua senhora. Então5 Sarai disse a Abrão: “Caia sobre você a afronta que venho sofrendo. Coloquei minha serva em seus braços, e agora que ela sabe que engravidou, despreza-me. Que o SENHOR seja o juiz entre mim e você”.

Respondeu6 Abrão a Sarai: “Sua serva está em suas mãos. Faça com ela o que achar melhor”. Então Sarai tanto maltratou Hagar que esta acabou fugindo.

O7 Anjo do SENHOR encontrou Hagar perto de uma fonte no deserto, no caminho de Sur VI, e8 perguntou-lhe: “Hagar, serva de Sarai, de onde você vem? Para onde vai?”

Respondeu ela: “Estou fugindo de Sarai, a minha senhora”.

Disse-lhe9 então o Anjo do SENHOR: “Volte à sua senhora e sujeite-se a ela”.

Disse10 mais o Anjo: “Multiplicarei tanto os seus descendentes VII que ninguém os poderá contar”.

Disse-lhe11 ainda o Anjo do SENHOR: “Você está grávida e terá um filho, e lhe dará o nome de Ismael, porque o SENHOR a ouviu em seu sofrimento. Ele12 será como jumento selvagem; sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele, e ele viverá em hostilidade contra todos os seus irmãos”.

Este13 foi o nome que ela deu ao SENHOR que lhe havia falado: “Tu és o Deus que me vê”, pois dissera: “Teria eu visto Aquele que me vê?” Por14 isso o poço, que fica entre Cades e Berede, foi chamado Beer-Laai-Roi (*).

Hagar15 teve um filho de Abrão, e este lhe deu o nome de Ismael VIII. Abrão16 estava com oitenta e seis anos de idade quando Hagar lhe deu Ismael.

 

v     Para entender a história

Ao contrário de Abrão, que esperava pacientemente que Deus cumpra a sua promessa, a dúvida de Sarai leva à impaciência. Abrão contenta-se em confiar em Deus, mas Sarai decide cuidar pessoalmente do assunto. A desintegração e a discórdia indicam que o plano de Sarai não é do desejo de Deus e que Ismael não é o filho prometido a Abrão.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Numa visão – Uma visão é uma revelação sobrenatural. É diferente de um sonho, pois a pessoa está acordada.

                                   II.     Um servo da minha casa será o meu herdeiro – Nas antigas culturas do Oriente Médio, um homem rico e sem filhos podia adotar como herdeiro um dos criados do sexo masculino. Tal prática é registrada em textos escritos em tabletes de argila datados de 2500 a 1500 a.C., descobertas em Nuzi, no rio Tigre, perto de Kirkuk, no atual Iraque.

                                III.     “Abrão creu no SENHOR – Esta é a primeira referência explícita de fé, na Bíblia. Abrão confia em Deus para o cumprimento da promessa.

                                IV.     “Me impediu de ter filhos” – Sarai não compartilha a fé de Abrão. Culpa a Deus pela sua infertilidade.

                                   V.     “Formar família por meio dela” – A proposta de Sarai era um antigo costume, confirmado pelos textos de Nuzi e pelo Código de Hamurabi. A esposa principal tinha autoridade sobre filhos nascidos de uma escrava-esposa.

                                VI.     “Caminho de Sur” – A localização exata de Sur é desconhecida. O nome significa “muro” e se refere às fortificações na fronteira oriental do Egito. Hagar está fugindo para o Egito, o país onde nasceu.

                             VII.     “Multiplicarei tanto os seus descendentes” – Ismael, o filho de Hagar, teve doze filhos. Eles se tornaram chefes tribais de um povo nômade conhecido como ismaelitas.

                          VIII.     “Lhe deu o nome de Ismael” – Ismael significa “Deus ouve”. Abrão acolhe as palavras que o Anjo disse a Hagar: “O SENHOR a ouviu em seu sofrimento”.

 

- (*) Beer-Laai-Roi: Isto é, “o poço daquele que vive e me vê”.

- Os Tabletes de Nuzi: Cerca de 20 mil tabletes foram encontrados em Nuzi, uma antiga cidade da Mesopotâmia. Eles revelam uma cultura sofisticada e têm registros detalhados de contratos públicos e privados, tais como acordos de compra e aluguel.

- O Código de Hamurabi: Contava-se que o rei Hamurabi da Babilônia (1792 – 1750 a.C.) recebeu o seu código dos deuses da justiça babilônios. O código é um complexo sistema de leis. Ele é baseado no princípio que o forte não deve ferir o fraco.

- Descendentes de Ismael: Os árabes muçulmanos afirmam ser descendentes de Abrão através de Ismael.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 7 de agosto de 2022

O Tesouro

 

Lucas 12:34

“Onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração”.

 

Qual é o seu tesouro?

Você possui algum?

Todos nós temos algo ao qual possamos chamar de “meu tesouro”.

Para alguns pode ser a família, ou uma pessoa em especial. Para outros pode ser o reconhecimento social. Para outros pode ser adquirir conhecimento. Para outros pode ser o poder de influenciar a outros. Para outros pode ser o poder pelo poder. “Subir na vida” pode ser um tesouro para outros. Ganhar dinheiro pode ser um tesouro. A carreira profissional pode ser um tesouro. A lista poderia continuar por páginas e páginas, pois cada um é cada um e cada um tem seus valores e suas buscas.

Se fizermos uma análise criteriosa da vida, identificaremos nosso tesouro pessoal. Inevitavelmente você achará o seu.

E então? Qual é o seu tesouro? É possível responder agora?

Seja o seu tesouro qual for, aí estará o seu coração!

Jesus disse isso, e Ele tem razão. Ele sempre tem!

E o que é o nosso coração, segundo o sentido que Jesus dá ao termo? Nosso coração é quem somos, nossa essência.

No nosso tesouro estaremos em essência, despendendo nossas energias e vida para acalentá-lo. É assim que é.

Segundo a essência do Evangelho, nosso tesouro deveria ser o Reino de Deus e a sua justiça, que deveríamos buscar sempre em primeiro lugar. Quem disse isso? Adivinhe. “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

Antes, Jesus havia dito assim: “Portanto, eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?” (Mateus 6:25-26).

E acrescentou: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Mateus 6:27).

E acrescentou ainda: “Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas” (Mateus 6:31-32).

Noutro momento, ainda falando de tesouros, Ele diz assim: “O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo” (Mateus 13:44).

Com essa comparação/parábola, Jesus ensinava que uma pessoa que valoriza o Reino de Deus em sua vida como se um tesouro fosse, desfaz-se psicologicamente de tudo que tenha outros valores, e passa a construir seus valores em cima desse novo tesouro: seu relacionamento com Deus. Em cima desse tesouro/relacionamento, haverá amor para a família, para os amigos/irmãos e os irmãos/amigos, para suas tarefas diárias e até para seus planos para o futuro, mas tudo será construído e valorizado com base no amor/graça de Deus!

Quando o nosso tesouro passa a ser nosso relacionamento com Deus, e o viver por Ele e o viver n’Ele passam a ser nosso modo de vida, então todo o demais fluirá em graça para e por nós.

Este é um ensinamento de como se deve viver, segundo o que Jesus ensina que seja vida de verdade.

E então, para terminar, volto à pergunta: Qual é o seu tesouro?

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert