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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

HOSPINATAL


 

Finalizei o mês de novembro e estou passando dezembro no hospital, acompanhando a internação do meu pai no Arcanjo São Miguel, aqui em Gramado.

Revezo-me com minha irmã nestes cuidados, e sempre aparece uma mãozinha pra ajudar aqui e ali, nalguma coisa.

Hoje, quando posto este texto aqui no Blog, meu pai segue internado, já com perspectiva de alta para os próximos dias.

Mas não somos os únicos a viverem esta situação neste ambiente de recuperação da saúde. Outros também seguem internados, ou acompanham familiares internados. Ou, ainda, são profissionais da área de saúde que passam as comemorações de Natal e Ano Novo cercados pelas paredes hospitalares, rodeados de equipamentos médicos, colegas de trabalho, internados e seus acompanhantes.

Na nossa cidade, já desde há muito, festeja-se o Natal num período de quase três meses, de finais de outubro a meados de janeiro: é o Natal Luz. A cidade toda se ilumina e se enfeita, promove eventos e festividades com motivos natalinos, é uma atmosfera que envolve grande parte da comunidade e turistas – e é um show business também, não há como não mencionar.

O Hospital Arcanjo São Miguel está incrustado numa colina, entre as árvores, e proporciona uma vista de parte do centro da cidade, onde cintilam as luzes natalinas. Vendo isso, me tocou especialmente a situação daqueles que passam os dias no nosocômio, sejam enfermos, familiares ou profissionais – equipe médica, de enfermagem, equipe de limpeza, copa/cozinha, manutenção, administração.

Todos lá estão com suas particularidades, sejam profissionais, sejam pela convalescença direta ou indireta. Além dos profissionais da área, que podem estar com seus familiares, se não nos dias da festividade, mas em suas vésperas ou logo após, há especialmente os doentes, muitos deles que ficam lá por longos dias, buscando sua recuperação. Há aqueles que têm ao seu lado a esposa, o marido, um filho, uma filha, irmãos ou netos, ou amigos e vizinhos, mas há aqueles que estão lá sozinhos, tendo por companhia seus “colegas” de camas e os que os atendem; mas nada nem ninguém têm de familiares, às vezes nem mesmo um amigo que os visite. São corações especialmente solitários e frágeis nesta época, e que necessitam ainda de mais cuidados e carinhos emocionais.

Se não pudermos nos fazer presentes em ambientes hospitalares nestes dias de festas, que ao menos possamos elevar uma prece por todos eles e cada um e uma, pois o Senhor dá Seu jeitinho de tocar as almas mais carentes, e o anúncio do Natal de Seu Filho pode chegar de modos incompreensíveis a nós e tocar o sentimento de cada humano enfermo ou cuidador de quem enfermo está.

Lembro de uma frase tocante de Jesus: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12).

Que o Médico dos médicos visite cada um que necessita do Seu toque curador, e que um Feliz Natal possa se tornar realidade a todos!

Que 2022 venha repleto de saúde e bênçãos, é o meu pedido de Natal!

 

Kurt Hilbert

sábado, 18 de dezembro de 2021

83 – O Apocalipse

 

O Apocalipse ou Revelação é o último livro da Bíblia. É muito diferente em conteúdo, tom e estilo, do resto do Novo Testamento. Os testemunhos primitivos o atribuem a João, o apóstolo e escritor do Evangelho, que o redigiu cerca de trinta anos após as viagens de Paulo (aproximadamente entre os anos 90 e 95 d.C.). Descreve a visão de João do Dia do Juízo Final e dá palavras de encorajamento e de apoio aos cristãos primitivos, que estavam sofrendo perseguições sob os romanos, neste tempo. João escreveu o Apocalipse na ilha de Patmos, para onde fora exilado pelo imperador Domiciano. Dirige-o às Sete Igrejas da Ásia Menor, que estavam aos seus cuidados, naquele tempo.

 

A perseguição dos Cristãos

Pelo fim do século I, os cristãos sofreram duas ondas de perseguição, sob os romanos. Em 64 d.C., Nero acusou os cristãos do incêndio que destruiu a cidade de Roma, e queimou e crucificou a muitos deles. Algumas décadas mais tarde, o imperador Domiciano (81 – 96 d.C.) proclamou que era deus e ordenou que seus súditos o adorassem. Quando os seguidores de Jesus se recusaram a fazê-lo, foram presos, torturados e mortos.

Também enfrentaram feroz oposição dos líderes judeus. A tradição dos primeiros cristãos diz que, após a guerra romano-judaica (66 – 70 d.C.), os cristãos foram proibidos de entrar nas sinagogas. Eram, portanto, forçados a se reunir em locais secretos.

 

O objetivo do Apocalipse

João escreveu o Apocalipse para fortalecer a fé dos cristãos, reprimidos pelas autoridades romanas. Sua principal mensagem foi que Deus triunfaria sobre o demônio (o imperador romano) e ele lhes garantia que o Dia do Juízo estava iminente.

 

O conteúdo do Apocalipse

O livro do Apocalipse pode ser dividido em quatro visões-chave. A primeira retrata Cristo entre as sete igrejas; a segunda mostra sete trombetas, sete vasos de ira e um pergaminho com sete selos; a visão seguinte é da volta de Cristo no Dia do Juízo; e a última é dos novos céus e nova terra. Os três primeiros capítulos do Apocalipse são uma introdução do livro inteiro. Explicam que João recebeu suas visões de um anjo, que age como intermediário do Cristo ressuscitado.

 

As sete igrejas da Ásia Menor

Essas igrejas não eram lugares físicos de adoração, mas comunidades de pessoas que acreditavam em Jesus. Havia mais de sete comunidades cristãs na província romana da Ásia Menor àquele tempo. O motivo pelo qual João dirige sua carta somente a sete pode ser em razão de serem centros postais. Éfeso, Tiatira, Sardes, Pérgamo, Filadélfia, Laodiceia e Esmirna estavam todas situadas numa estrada circular em torno da parte centro-oeste da província. Teria sido fácil que a carta de João circulasse nas comunidades cristãs que rodeavam estas cidades principais.

 

O destino dos doze

João foi perseguido provavelmente porque se recusou a adorar o imperador Domiciano. Vários dos doze primeiros discípulos sofreram destinos parecidos. Diz-se que Pedro morreu como mártir em Roma (provavelmente durante a perseguição de Nero, em 64 d.C.).

O livro dos Atos dos Apóstolos registra que Tiago, irmão de João, foi morto por Herodes Agripa (12:2). A tradição cristã diz que André pregou na Cítia, mas teria sido crucificado na Acaia. Outros escritos cristãos primitivos mencionam a morte dos discípulos restantes, mas a verdade histórica destes relatos é incerta.

 

Escritos apocalípticos

O Apocalipse foi influenciado por um estilo de escrita judaica conhecido como “apocalíptico”, que é a palavra grega para “revelação”. A literatura apocalíptica surgiu em torno do ano 200 a.C., quando os judeus sofreram ocupação e perseguição religiosa sob os governadores sírios (selêucidas). Os selêucidas proibiram a adoração judaica e obrigaram os judeus a se juntarem a eles nas celebrações pagãs. Os escritores apocalípticos aludiam às profecias do Antigo Testamento sobre o reino messiânico. Contrastavam o Reino de Deus com seu sofrimento e ofereciam uma visão de esperança aos judeus. Os escritos apocalípticos muitas vezes contêm referências e símbolos tirados do livro de Daniel.

 

Compreendendo o Apocalipse

É difícil interpretar o Apocalipse, porque usa uma linguagem codificada, um estilo comum dos escritos apocalípticos. Sua mensagem pode ser mais bem compreendida quando vista em relação com fatos, profecias e símbolos do Antigo Testamento.

 

Alusões ao Antigo Testamento

A última parte do Apocalipse lembra os primeiros capítulos do Antigo Testamento (Gênesis caps. 2 – 30). Ela descreve o Paraíso como um novo Jardim do Éden, que contém a “árvore da vida”. A árvore simboliza a vida eterna para os seguidores de Jesus Cristo.

A visão de João do Dia do Juízo Final descreve sete anjos derramando sete vasos de ira sobre a terra (Apocalipse 16). Cada vaso despeja uma praga. Lembram as dez pragas que Moisés fez cair sobre os egípcios (Êxodo 7 – 11).

 

Simbolismo

O Apocalipse baseia-se em linguagem simbólica que, na maior parte, deriva das escrituras do Antigo Testamento. Os números do Apocalipse têm um significado simbólico. O sete aparece freqüentemente. Na tradição hebraica, representa a perfeição e a completude. O Apocalipse retrata sete igrejas, sete visões, sete selos, sete trombetas, sete vasos de ira e sete anjos.

O número seis simboliza a imperfeição. João descreve uma besta, que ilude o povo com falsa adoração (Apocalipse 13:11-18). A besta é representada pelo número 666, que é o código do imperador Nero. Todas as letras gregas e hebraicas têm um valor numérico. O valor total do nome de Nero em hebraico é 666.

 

O cordeiro

O cordeiro é um símbolo recorrente no Apocalipse. Representa Jesus, que se ofereceu a si mesmo como sacrifício definitivo pela humanidade. Esta imagem lembra o Cordeiro Pascal, que foi sacrificado para salvar os israelitas no Egito (Êxodo 12:3).

 

A queda de Babilônia

Uma das visões de João descreve uma prostituta conduzindo um dragão escarlate (Apocalipse 17:3-5). Refere-se à “Babilônia”. No Antigo Testamento, o Império Babilônio é o inimigo do povo judeu, e no tempo da igreja no Novo Testamento, representa o Império Romano como inimigo.

 

O pergaminho dos sete selos

O julgamento final da humanidade é revelado a João por um anjo, que abre os sete selos do pergaminho. João tem sete visões, que representam destruição, sofrimento e fome. Esta imagem vem de Jeremias, que previu o fim do mundo: “Eu os destruirei com espada, fome e praga” (Jeremias 14:12).

 

- Imperador Domiciano: Domiciano ordenou que o povo o chamasse de “Nosso Senhor e Deus”. No livro do Apocalipse, é representado como a besta blasfema.

- A ilha de Patmos: Patmos é uma das ilhas gregas. No tempo de João, era usada pelos romanos para guardar prisioneiros.

- Arcanjo Miguel: No Apocalipse, Miguel dirige os anjos na batalha contra Satanás e suas hostes. No Antigo Testamento, é protetor dos judeus (Daniel 10:21).

- A Besta do Mar: A besta emergindo do mar (Apocalipse 13:1-2) representa os poderes que perseguem os cristãos. Tem corpo de leopardo, pés de urso e boca de leão. Isto lembra a visão de Daniel das quatro bestas (Daniel 7:1-7).

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS. 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Dar o Coração


 

Provérbios 23:26

Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos.

 

Jesus de Nazaré já ensinava, enquanto caminhava conosco fisicamente em nosso planetinha azul, que “onde estiver o tesouro de uma pessoa, aí estará também o seu coração” (Mateus 6:21).

O que Jesus chamava de “tesouro” significa aquilo que nós consideramos o mais importante na vida. Para muitos, o mais importante é a família; para outros, a saúde física; para outros, o trabalho ou a carreira; para outros, ainda, a importância que julgam terem adquirido perante a sociedade; para muitos outros, o mais importante é o dinheiro – e o poder que ele compra; para alguns, é o bem-estar psicológico/espiritual. Cada um tem o seu “tesouro”, ao qual está cativo o seu coração, a sua essência, o seu ser.

E Jesus ainda ensina que aquele tesouro ao qual estiver cativo o nosso coração nos domina e, ainda, que não podemos “ser servos/ser dominados” por dois “tesouros/senhores” ao mesmo tempo. Temos que escolher a quem servir: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mateus 6:24).

Deus nos ensina, na Palavra que aqui serve de mote para este texto, que o nosso coração não só deve estar n’Ele, como deve ser d’Ele: Meu filho, dê-me o seu coração.

Havia um pastor amigo meu – que hoje já está com o Senhor na eternidade – que usava muito essa expressão, com seu carregado sotaque alemão, apesar de ter vindo ao Brasil ainda guri: “Meu filho, dê-me o seu coração, diz o Senhor”. Perdi a conta de quantas vezes, em mais de vinte anos, o ouvi dizer isso. É uma lembrança nostálgica muito agradável...

Numa empresa que eu trabalhava, logo no hall de entrada, havia uma placa que dizia: “Corações e mentes pela empresa”. Minha melhor disposição mental a empresa terá, pensava eu, mas meu coração não. E não tinha.

As ocupações da vida, não raro, pedem o nosso coração. E, muitas vezes, o entregamos sem pestanejar! Deus nos pede o nosso coração e, não raro, pensamos trezentas vezes antes de tomar essa decisão!

Vejamos: o curioso nessa história toda é que Deus “pede” que demos a Ele o nosso coração. Mesmo tendo poder para tomá-lo, Ele não o toma sem nossa permissão. O mundo nos açambarca, insiste em tomar à força o nosso coração, quando somos inundados por coisinhas do cotidiano, que nos tomam todo o tempo.

Deus bate à porta e pede licença. O mundo simplesmente chuta a porta.

Mas a chave da porta do coração está sempre conosco. O mundo entra se lhe abrimos a porta, mesmo estando a esmurrá-la. Deus bate carinhosamente, pacientemente e amorosamente esperando nosso convite para que Ele entre: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Apocalipse 3:20). É o que Jesus diz. Abrimos a Ele?

“Mantenha os olhos em meus caminhos”, segue dizendo o mesmo versículo.

Mesmo o título deste texto remetendo ao tema “dar o coração”, não quero esquecer de comentar sobre esta seqüência da Palavra, a de “manter os olhos no caminho”.

Desde os tempos de Abraão que, obedecendo ao mandamento de Deus lhe dizendo para sair de sua casa, da terra de seus parentes e ir a uma terra que lhe estava por Ele prometida, o “caminho” e o “caminhar” eram termos usuais e bem conhecidos. O povo hebreu fora um povo “caminhante”. Assim, “manter os olhos no caminho” de Deus significava também “estar atento aos Seus ensinamentos/mandamentos”.

Há, na Bíblia, várias menções a este tema: Mostra-me, SENHOR, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em ti o tempo todo (Salmo 25:4-5). Bom e justo é o SENHOR; por isso mostra o caminho aos pecadores. Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho (Salmo 25:8-9). Todos os caminhos do SENHOR são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança (Salmo 25:10). Quem é o homem que teme o SENHOR? Ele o instruirá no caminho que deve seguir (Salmo 25:12). Veja que fiquei só no Salmo 25. Há centenas de ocorrências onde o termo “caminho” aparece, significando, na maior parte das vezes, instruções, mandamentos, orientações, ensinos, enfim, tudo aquilo que o Senhor nos disponibiliza para que “caminhemos” pela vida em Sua segurança.

Por fim – e mais definitivamente – vem Jesus e resume tudo numa só Pessoa: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).

Lembro da passagem onde Jesus levou Pedro, Tiago e João para um monte e Se transfigurou diante deles, aparecendo-lhes Moisés e Elias, uma nuvem luminosa que os encobriu a todos, e uma voz que saía da nuvem. Os discípulos caíram com o rosto em terra e ficaram apavorados. Jesus tocou-lhes e disse que não tivessem medo. Ao levantarem os olhos viram somente Jesus. Você pode ler isso na íntegra em Mateus, no capítulo 17. Sempre me chamou a atenção o ponto que diz que “eles viram somente Jesus”. Diante de tudo, mesmo diante da experiência da sobreposição de dimensões diferentes – a que eles estavam e a que estavam Moisés e Elias –, e mesmo diante da “presença” da voz divina, ao final, tudo o que lhes “restava” era Jesus. Só Jesus permanecia. Só a Ele viam. E é só a Ele que nós precisamos “ver” em nosso “caminho da vida”, dando-Lhe o nosso coração!

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

sábado, 4 de dezembro de 2021

82 – Paulo em Roma (Atos 28)


 

Passados11(versículo de Atos 28) três meses, embarcamos num navio que tinha passado o inverno na ilha; era um navio alexandrino, que tinha por emblema os deuses gêmeos Castor e Pólux I. Aportando12 em Siracusa, ficamos ali três dias. Dali13 partimos e chegamos a Régio. No dia seguinte, soprando o vento sul, prosseguimos, chegando a Potéoli no segundo dia. Ali14 encontramos alguns irmãos que nos convidaram a passar uma semana com eles. E depois fomos para Roma. Os15 irmãos dali tinham ouvido falar que estávamos chegando e foram até a praça de Ápio e às Três Vendas para nos encontrar II. Vendo-os, Paulo deu graças a Deus e sentiu-se encorajado. Quando16 chegamos a Roma, Paulo recebeu permissão para morar por conta própria, sob a custódia de um soldado.

Três17 dias depois, ele convocou os líderes dos judeus III. Quando estes se reuniram, Paulo lhes disse: “Meus irmãos, embora eu não tenha feito nada contra o nosso povo nem contra os costumes dos nossos antepassados, fui preso em Jerusalém e entregue aos romanos. Eles18 me interrogaram e queriam me soltar, porque eu não era culpado de crime algum que merecesse pena de morte. Todavia19, tendo os judeus feito objeção, fui obrigado a apelar para César, não porém, por ter alguma acusação contra o meu próprio povo. Por20 essa razão pedi para vê-los e conversar com vocês. Por causa da esperança de Israel é que estou preso com estas algemas”.

Eles21 responderam: “Não recebemos nenhuma carta da Judeia a seu respeito, e nenhum dos irmãos que vieram de lá relatou ou disse qualquer coisa de mal contra você. Todavia22, queremos ouvir de sua parte o que você pensa, pois sabemos que por todo lugar há gente falando contra esta seita”.

Assim23 combinaram encontrar-se com Paulo em dia determinado, indo em grupo ainda mais numeroso ao lugar onde ele estava. Desde a manhã até à tarde ele lhes deu explicações e lhes testemunhou do Reino de Deus, procurando convencê-los a respeito de Jesus, com base na Lei de Moisés e nos Profetas. Alguns24 foram convencidos pelo que ele dizia, mas outros não creram. Discordaram25 entre si mesmos e começaram a ir embora, depois de Paulo ter feito esta declaração final: “Bem que o Espírito Santo falou aos seus antepassados, por meio do profeta Isaías”:

“‘Vá26 a este povo e diga: Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois27 o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria”’.

“Portanto28, quero que saibam que esta salvação de Deus é enviada aos gentios; eles a ouvirão!” Depois29 que ele disse isto, os judeus se retiraram, discutindo intensamente entre si.

Por30 dois anos inteiros Paulo permaneceu na casa que havia alugado, e recebia a todos os que iam vê-lo. Pregava31 o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, abertamente e sem impedimento algum.

 

v     Para entender a história

Paulo leva a mensagem cristã aos corações do Império Romano. Quando sua tentativa de persuadir judeus romanos falha, reitera sua crença em que o futuro da Igreja Cristã está com os gentios. O Livro dos Atos termina sem registrar os últimos anos do ministério de Paulo.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Castor e Pólux – Na mitologia grega, Castor e Pólux, os irmãos gêmeos filhos de Zeus, foram transformados por seu pai na constelação “Gêmeos”. Zeus lhes deu poder sobre os ventos e as ondas. Muitos marinheiros colocavam carrancas dos gêmeos na proa de seus navios, para protegê-los do mau tempo.

                                   II.     Foram até a praça de Ápio e às Três Vendas para nos encontrar – A comunidade dos cristãos já estava estabelecida em Roma, neste tempo. Sabiam que Paulo estava a caminho da cidade. Seus companheiros cristãos viajaram muitos dias para vê-lo nesses lugares de reunião popular, a meio caminho entre Potéoli e Roma.

                                III.     “Ele convocou os líderes dos judeus” – O imperador Cláudio expulsara os judeus de Roma em 50 d.C. por causa de tumultos. Neste tempo (61 d.C.), muitos judeus retornaram e eram poderosos na corte do imperador Nero. Paulo estava ansioso por falar-lhes, porque sabia que eles podiam influenciar no resultado de seu julgamento.

 

- De Malta para Roma: Primeiro, o navio velejou para Siracusa, a principal cidade da Sicília. Daí, foi para Régio, no extremo sul da Itália, antes de chegar a Potéoli (a moderna Pozzuoli), perto da Baía de Nápoles. Era o principal porto da Itália. A última fase da viagem foi por terra, ao longo da Via Ápia, que era a principal estrada de Roma para o sul da Itália. Paulo levou uma semana para chegar a Roma.

- Via Ápia: Esta estrada romana foi a primeira da rede de estradas iniciada por Ápio Cláudio César, em 312 a.C. Partes dela ainda são visíveis hoje.

- As últimas viagens de Paulo: A Bíblia não menciona o julgamento de Paulo. Suas cartas de Roma sugerem que foi solto e depois visitou igrejas da Ásia Menor, Creta, Grécia e Espanha. Contudo, a Bíblia não registra estas viagens ou como Paulo morreu. Estudiosos modernos creem que possivelmente foi preso novamente e executado durante a perseguição dos cristãos por Nero, por volta do ano 67 d.C.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 28 de novembro de 2021

Como Entender a Vontade de Deus?


 

A vontade de Deus é o Seu querer em relação a todas as coisas. Através de Sua vontade Ele decreta e permite cada ação que ocorre na existência do universo. Deus é soberano e nada pode escapar de Sua vontade. Isso quer dizer que nada acontece fora da vontade de Deus. Se qualquer atividade pudesse acontecer além da vontade de Deus, então Deus não seria Deus, pois haveria algo sobre o qual Ele não teria domínio.

Então se a vontade de Deus se estende sobre todas as coisas, é compreensível a preocupação de muitas pessoas em como entender a vontade de Deus. Essa de fato é uma preocupação válida e importante. Mas antes é preciso considerar o que de fato é a vontade de Deus e o que essa vontade tem a ver conosco.

 

O que a Bíblia diz sobre a vontade de Deus?

A Bíblia fala muito sobre a vontade de Deus, de modo a deixar claro que essa vontade é a causa última de tudo o que acontece. Na Escritura lemos que todas as coisas foram criadas pela vontade de Deus (Apocalipse 4:11).

Além disso, a contínua existência de tudo o que há se deve à própria vontade de Deus. O apóstolo Paulo escreve que Deus “faz todas as coisas segundo o propósito da Sua vontade” (Efésios 1:11). Perceba que o apóstolo usa o particípio presente para ensinar que a operação de Deus no universo de acordo com a Sua vontade, é uma atividade contínua.

Tudo o que acontece, tanto num nível geral como num nível pessoal, está sujeito à vontade de Deus. Num nível geral, a história da humanidade caminha e se desenvolve conforme a vontade de Deus. Deus é quem tem domínio sobre os reinos dos homens (Daniel 4:32). Ele é quem “muda os tempos e as horas; Ele remove os reis e estabelece os reis; e Ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Daniel 2:21).

Num nível pessoal, todos os eventos de nossas vidas ocorrem de acordo com a vontade de Deus, de modo que jamais devemos pensar que temos qualquer controle absoluto acerca do que podemos ou não fazer. Por isso a melhor coisa é dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo” (Tiago 4:13-15).

 

Os diferentes aspectos da vontade de Deus

Uma distinção muito importante sobre a vontade de Deus é aquela que distingue Sua vontade secreta de Sua vontade revelada. Muitos textos bíblicos falam sobre esses dois aspectos da vontade de Deus, mas há um em particular que pontua essa questão de uma forma bem objetiva.

No livro de Deuteronômio lemos: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta Lei” (Deuteronômio 29:29). Perceba que nesse texto Moisés fala de “coisas encobertas” e “coisas reveladas”.

 

A vontade secreta e decretiva de Deus

As “coisas encobertas” das quais o texto de Deuteronômio fala, se tratam da vontade secreta de Deus que inclui os detalhes de como Ele governa o universo, e que obviamente também abrange eventos futuros. Então a vontade secreta de Deus diz respeito aos Seus decretos ocultos. Por isso ela também é chamada de “vontade decretiva”.

Portanto, quando Deus decreta algo, de fato o que Ele decretou acontece. Isso é inevitável, pois se a vontade decretiva de Deus pudesse ser impedida, Ele não seria Deus (Jó 42:2).

Geralmente só temos conhecimento da vontade secreta de Deus depois que os eventos que Ele decretou aconteçam no tempo. Então não adianta tentar “descobrir” a vontade de Deus nesse aspecto, porque isso seria uma busca inútil. O texto bíblico diz que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor”, ou seja, elas não são da nossa conta.

Mas extraordinariamente Deus resolveu nos revelar, através de Sua Palavra, alguns de Seus decretos secretos. Aqui vale enfatizar que não é o homem quem descobriu parte da vontade secreta de Deus, mas Deus é quem livremente decidiu remover o véu e tornar alguns de Seus decretos secretos conhecidos ao homem. Como exemplo disso, podemos citar as profecias bíblicas acerca de eventos futuros.

Também é importante entender que Deus realiza Sua vontade decretiva tanto causativamente quanto por meio da livre ação de Suas criaturas – embora isso não anule a responsabilidade humana nesse processo.

Há um versículo bíblico que mostra claramente essa verdade: “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos” (Atos 2:23). Veja que o texto bíblico diz numa mesma frase que o sofrimento de Cristo aconteceu pela vontade decretiva de Deus, e que aqueles que o crucificaram e o mataram eram responsáveis pela injustiça que fizeram (cf. Atos 4:27-28).

 

A vontade decretiva de Deus e a existência do mal

Aqui fica claro que muitas vezes a vontade decretiva de Deus inclui também os atos pecaminosos de Suas criaturas. Contudo, é preciso sempre manter em mente que isso jamais acorre de modo a tornar Deus o autor do pecado e fazer d’Ele alguém que se deleita com a maldade.

Nós realmente não podemos explicar exaustivamente como isso pode ser possível. Mas na mente do Senhor – que é infinitamente maior que a nossa – isso faz todo o sentido. Por hora, a maioria dos estudiosos defende que a vontade de Deus a respeito do pecado é permissiva e não causativa. Em outras palavras, Deus permite o pecado, mas Ele não efetua o pecado. Além disso, apesar de a vontade de Deus permitir o pecado, isso não significa que Ele tem prazer no pecado.

Portanto, em Sua vontade decretiva Deus pode usar até mesmo as coisas ruins para cumprir o Seu bom propósito. A história de José do Egito é um exemplo claro disso, na qual fazia parte da vontade secreta de Deus tornar em bem o mal praticado pelos irmãos de José contra ele (Gênesis 50:20).

Nesse mesmo sentido, muitas vezes é a vontade de Deus que os crentes sofram (1 Pedro 3:17). Mas ao mesmo tempo, sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o Seu decreto (Romanos 8:28). Então nos decretos de Deus, até mesmo o sofrimento é útil para aperfeiçoar o caráter e amadurecer a fé dos redimidos.

 

A vontade revelada e preceptiva de Deus

O texto de Deuteronômio também fala que há coisas que foram reveladas por Deus. Essas coisas “pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta Lei”. Então a vontade revelada de Deus geralmente contém os Seus preceitos para Suas criaturas. Por isso na maioria das vezes ela é também identificada como a “vontade preceptiva”.

A vontade preceptiva de Deus é a regra de vida que o Senhor ordenou para as Suas criaturas; é aquilo que Deus quer que façamos; são os mandamentos que Ele quer que obedeçamos. Diferentemente da vontade decretiva de Deus que é irresistível – isto é, se cumpre sempre –, a vontade preceptiva de Deus pode ser resistida – ou seja, é desobedecida com freqüência.

 

Como podemos entender a vontade de Deus?

Vimos que podemos falar da vontade de Deus em diferentes aspectos. Mas muita gente desconsidera isso quando pergunta sobre como saber a vontade de Deus. É comum as pessoas quererem “descobrir” a vontade de Deus em relação a eventos futuros na intenção de determinar qual decisão tomar no presente.

Em primeiro lugar, não existe essa coisa de “descobrir a vontade de Deus”. O homem não descobre nada acerca de Deus. Ele apenas recebe o que o próprio Deus resolveu revelar sobre si. Então o correto é falar em “entender a vontade de Deus”.

Conseqüentemente, em segundo lugar, é inútil querer especular sobre a vontade secreta de Deus, pois ninguém tem autoridade para revelá-la além do próprio Deus. Como as informações sobre os eventos futuros fazem parte da vontade secreta e decretiva d’Ele – e a maior parte desses decretos está realmente oculta a nós – devemos desconfiar seriamente de qualquer pessoa que alega possuir uma nova revelação da vontade de Deus, seja para nossas vidas em particular, seja para o rumo da Igreja ou do mundo. Tudo o que Deus de fato quis que soubéssemos sobre Sua vontade decretiva está revelado na Bíblia.

Portanto, em terceiro lugar, a única fonte confiável de revelação da vontade de Deus é a Escritura. É a vontade de Deus revelada na Bíblia que devemos procurar entender e obedecer. Se por um lado a Bíblia revela apenas parte da vontade decretiva de Deus, por outro lado ela revela de forma completa qual é a vontade preceptiva d’Ele.

Portanto, a Bíblia contém tudo o que precisamos saber sobre o que Deus quer que façamos. Mas isso não significa que podemos encontrar na Escritura uma lista de “pode” e “não pode” acerca de todas as situações cotidianas de nossas vidas. Na verdade ela traz de forma clara e objetiva uma série de princípios gerais que, pela iluminação do Espírito Santo, podemos aplicar às nossas vidas – seja na decisão acerca de um casamento, de um emprego novo, de uma mudança de cidade, etc.

 

Vivendo e entendendo a vontade de Deus

Nós devemos nos dedicar a obedecer a vontade de Deus expressa em Seus mandamentos, à medida que confiamos que Sua vontade secreta para nós será cumprida de acordo com Sua natureza santa, sábia, amorosa e justa. Jamais a vontade de Deus será contrária à Sua natureza.

Quando nos virmos em meio a uma situação dolorosa e difícil, devemos saber que nada está à parte da vontade de Deus. Como diz Louis Berkhof: “Deus tem suas razões para querer como quer, razões que o induzem a escolher um fim e não outro; e uma série de meios para realizar um fim, em preferência a outros meios” (Teologia Sistemática).

No mais, a Bíblia diz que devemos confiar no Senhor de todo o nosso coração, pois Ele quer guiar os nossos caminhos (Provérbios 3:5-6). Enquanto confiamos que Ele está conduzindo da melhor forma as coisas que nos estão ocultas, devemos ter prazer em Sua vontade preceptiva que está revelada na Escritura, e meditar nela de dia e de noite. Agindo assim seremos bem-aventurados e separados dos ímpios (Salmo 1:1-4). O apóstolo Paulo resume qual é essa vontade de Deus para nós dizendo: “Está é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Tessalonicenses 4:3).

Por fim, se você quer saber qual a vontade de Deus a respeito de com quem se casar, qual emprego aceitar, qual cidade morar, submeta suas opções à vontade preceptiva de Deus revelada na Bíblia. Então você será capaz de tomar uma decisão que não desobedeça aos mandamentos do Senhor. E se houver mais de uma opção que não seja contrária aos princípios morais e espirituais da Palavra de Deus, então você tem toda liberdade de escolher a que mais lhe agradar.

Quando buscamos saber qual é a vontade de Deus não andamos às cegas, pois Sua Palavra é uma lâmpada para nossos pés e uma luz para os nossos caminhos (Salmo 119:105).

 

Um texto de Daniel Conegero


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domingo, 21 de novembro de 2021

81 – Paulo é Vítima de um Naufrágio (Atos 27 e 28)


 

Quando1(versículo de Atos 27) ficou decidido que navegaríamos para a Itália, Paulo e alguns outros presos foram entregues a um centurião chamado Júlio, que pertencia ao Regimento Imperial. Embarcamos2 num navio de Adramítio I, que estava de partida para alguns lugares da província da Ásia II, e saímos ao mar.

Começando13 a soprar suavemente o vento sul, eles pensaram que haviam obtido o que desejavam; por isso levantaram âncoras e foram navegando ao longo da costa de Creta. Pouco14 tempo depois, desencadeou-se da ilha um vento muito forte, chamado Nordeste III. O15 navio foi arrastado pela tempestade, sem poder resistir ao vento; assim, cessamos as manobras e ficamos à deriva.

No18 dia seguinte, sendo violentamente castigados pela tempestade, começaram a lançar fora a carga. No19 terceiro dia, lançaram fora, com as próprias mãos, a armação do navio. Não20 aparecendo nem sol nem estrelas IV por muitos dias, e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, finalmente perdemos toda a esperança de salvamento.

Visto21 que os homens tinham passado muito tempo sem comer, Paulo levantou-se diante deles e disse: “Os senhores deviam ter aceitado o meu conselho de não partir de Creta, pois assim teriam evitado este dano e prejuízo. Mas22 agora recomendo-lhes que tenham coragem, pois nenhum de vocês perderá a vida; apenas o navio será destruído. Pois23 ontem à noite apareceu-me um anjo do Deus a quem pertenço e a quem adoro, dizendo-me: ‘Paulo24, não tenha medo. É preciso que você compareça perante César; Deus, por sua graça, deu-lhe as vidas de todos os que estão navegando com você’. Assim25, tenham ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá do modo como me foi dito. Devemos26 ser arrastados para alguma ilha”.

Duas semanas mais tarde, o navio se aproximou da terra. Os marinheiros não comiam há viários dias e Paulo os aconselhou a alimentarem-se. Garantiu-lhes que Deus os protegeria. Então, o navio se partiu, mas todos alcançaram a praia em segurança.

Uma1(versículo de Atos 28) vez em terra, descobrimos que a ilha se chamava Malta V. Os2 habitantes da ilha VI mostraram extraordinária bondade para conosco. Fizeram uma fogueira e receberam bem a todos nós, pois estava chovendo e fazia frio. Paulo3 ajuntou um monte de gravetos; quando os colocava no fogo, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se à sua mão. Quando4 os habitantes da ilha viram a cobra agarrada na mão de Paulo, disseram uns aos outros: “Certamente este homem é assassino, pois, tendo escapado do mar, a Justiça VII não lhe permite viver”. Mas5 Paulo, sacudindo a cobra no fogo, não sofreu mal nenhum. Eles6, porém, esperavam que ele começasse a inchar ou que caísse morto de repente, mas, tendo esperado muito tempo e vendo que nada de estranho lhe sucedia, mudaram de ideia e passaram a dizer que ele era um deus.

Próximo7 dali havia uma propriedade pertencente a Públio, o homem principal da ilha. Ele nos convidou a ficar em sua casa e, por três dias, bondosamente nos recebeu e nos hospedou. Seu8 pai estava doente, acamado, sofrendo de febre e disenteria. Paulo entrou para vê-lo e, depois de orar, impôs-lhe as mãos e o curou. Tendo9 acontecido isso, os outros doentes da ilha vieram e foram curados. Eles10 nos prestaram muitas honras e, quando estávamos para embarcar, forneceram-nos os suprimentos que necessitávamos.

 

v     Para entender a história

Apesar da violência da tempestade no mar, Paulo nunca duvidou da promessa de Deus de que chegaria a Roma. Sua fé inspira coragem nos que o rodeiam. O naufrágio em Malta dá a Paulo a oportunidade de levar a mensagem cristã a uma outra comunidade.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “De Adramítio – O navio de Paulo vinha de um porto situado na costa noroeste da Ásia Menor. Hoje, é a atual Edremit, na Turquia.

                                   II.     Alguns lugares da província da Ásia – Os navios freqüentemente paravam nos portos ao longo da costa do Mar Mediterrâneo, por razões de comércio. Barcos que deixavam o Egito e a costa leste do Mediterrâneo seguiam esta rota mais longa, em vez de velejar diretamente para a Itália, por causa dos ventos fortes do oeste.

                                III.     “Um vento... chamado Nordeste” – Este forte vento era conhecido também como “euroaquilão”, termo usado para vento nordeste que descia das montanhas de Creta. A palavra é uma junção das palavras “euros” (vento leste) e da palavra latina “aquilo” (vento norte).

                                IV.     “Nem sol nem estrelas” – No tempo de Paulo, os navegadores orientavam-se observando a posição do sol e das estrelas. Privados desses recursos, eram incapazes de aferir sua posição.

                                   V.     “A ilha se chamava Malta” – Os romanos chamavam Malta de “Melita”, que significa “refúgio”. Seu porto natural faz dela um refúgio para os navios.

                                VI.     “Os habitantes da ilha” – A palavra bíblica para o povo de Malta é “bárbaros”, que significa “que não falam grego”. Os fenícios estabeleceram-se em Malta aproximadamente em 1000 a.C. Os ilhéus, mais tarde, ficaram sob o domínio grego, depois romano, mas mantiveram seu próprio dialeto.

                             VII.     “Justiça” – O povo local deve ter se referido a Zeus, o rei dos deuses gregos, notoriamente caprichoso. Segundo a mitologia grega, Zeus fazia “justiça” aleatoriamente.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.