Pesquisar neste blog

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Joel



Chave do livro: o dia do Senhor.
Uma praga de gafanhotos havia devastado a terra de Judá. Enquanto Joel, filho de Petuel, meditava nesta calamidade, veio-lhe a palavra do Senhor. Transformou-se em um grande profeta que proclamava a seu povo as divinas implicações desta catástrofe. O livro, que traz o seu nome, registra o sermão de Joel nesta ocasião.
O profeta descreve a praga comparando-a a um exército humano que, em seu avanço, deixa atrás de si terra assolada (1:4-12; 2:2-10). Joel sabe que no ataque desta praga Deus estava operando. Sim, é o exército do Senhor (2:11), e o dia da invasão é o dia do Senhor – o dia do juízo de Deus contra um povo pecaminoso (1:15; 2:1,11). O profeta insta com o povo a que se converta, e ao mesmo tempo expressa a esperança de que Deus Se arrependa e Se abstenha de castigar (1:14; 2:12-17).
Não há dúvida de que o ministério de Joel teve maior êxito do que o de muitos outros profetas, visto como o perdão de Deus (2:18-27) indica que o povo se arrependeu de coração. “E aquele que é do norte (isto é, os gafanhotos) farei partir para longe de vós... E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto” (2:20-25), são promessas que o profeta faz em nome de Deus.
Contudo, o sermão de Joel ainda não havia terminado. Havia pela frente juízos ainda mais terríveis para o mundo que não reconhecia a sabedoria de Deus nem tampouco aceitava os padrões comuns de ética das nações pagãs (3:2-8). Deus, misericordiosamente, enviará Seu Espírito sobre toda a carne (2:28-29), porém as nações gentias serão julgadas e castigadas (3:1-2, 9-16). O povo de Deus será libertado desta ira (2:32). Então Judá e Jerusalém gozarão de maravilhosa prosperidade e serão abençoadas eternamente com a presença divina (3:18-21).
Mediante estas palavras, Joel expressa a esperança humana e a promessa divina de que Deus é soberano neste mundo, e fará que Sua vontade se cumpra na terra como no céu. Os reinos deste mundo “vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15).
A respeito de Joel, filho de Petuel, nada se sabe em definitivo. Joel significava “o Senhor é Deus”, e era nome comum, de origem hebraica, no tempo do Antigo Testamento. As numerosas referências que Joel faz acerca de Jerusalém (1:14; 2:1,15,32; 3:1,6,16-17,20) parecem indicar que ele residia nessa cidade.
Não podemos determinar a data da praga dos gafanhotos, a qual constitui o pano de fundo histórico deste livro. Há divergências quanto à data em que foi escrito, embora possamos afirmar que o livro não depende em nada da sua data; sua mensagem se aplica ao homem de nossos dias.

John B. Graybill

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Nossa Páscoa



Sempre que chega esta chamada “semana santa”, faço uma releitura dos últimos dias do meu Senhor, Jesus de Nazaré, narrados nos evangelhos.
Mateus, Marcos, Lucas e João usam lentes diferentes para descrever os mesmos episódios, digo, as cenas secundárias do momento apoteótico da crucificação e, em seguida, da ressurreição do Senhor.
São muitos os detalhes, e cada um deles merece observações de acordo com a percepção de quem lê.
Já fiz estes exercícios muitas vezes ao longo destes anos que leio as Escrituras Sagradas, e tento usar lentes diferentes para observar e ganhar as percepções mais variadas sobre as circunstâncias daqueles últimos dias de Jesus, o Cristo de Deus.
 Impactam-me os títulos que são dados a Jesus, enquanto vamos lendo as narrativas dos evangelistas.
 Pensando nestes títulos e, claro, mais que os títulos, o que de fato é, emocionei-me imaginando os passos d’Ele ao lado dos amigos, discípulos e seguidores distantes.
Imaginei a Eternidade e um instante em que a Trindade Eterna conclui um acordo que implicava em: Um desceria e viraria gente e seria o Redentor da humanidade.
O Trio do Amor decidiu que o Filho, a Segunda Pessoa da Trindade Santa encarnaria, e isto se daria do modo mais comum, isto é, se contentaria em ser formado como homem a partir do útero de uma mulher.
Nascer, crescer, ser formado homem na companhia de uma família de humanos simples.
O Rei dos Reis crescendo numa carpintaria.
O Príncipe da Paz sendo levado pelas mãos ao templo e a todos os lugares onde seus pais O levavam.
O Amado do Céu sendo batizado pelo primo ermitão.
O Maravilhoso Conselheiro sendo inquirido, interrogado desde os primeiros dias do Seu ministério.
O Pai da Eternidade limitado ao corpo de um humano e ao espaço insignificante dos humanos.
O Justo sendo o tempo todo questionado e percebendo dúvidas até entre os Seus melhores amigos.
E, à medida que a plenitude do tempo chegou, a Verdade Eterna Se curva e lava os pés dos amigos que, a partir daquela noite, viveriam as piores complexidades de alma e se tornariam traidores, duvidosos, temerosos e carregados de pavor.
A Vida seria presa por soldados cruéis sob os olhares apáticos e medrosos dos amigos.
A Pedra de Esquina seria interrogada e julgada culpada.
A Água da Vida receberia cusparadas, murros e bofetões e vinagre para beber.
O Santo de Israel, o Pão da Vida, carregaria pelas ruas de Jerusalém a Cruz e levaria sobre Si o pecado de todo mundo.
O Alfa, o Ômega, o Cordeiro Eterno, o nosso Mediador, Se entregaria e, escandalosamente, morreria pendurado na Cruz.
O Verbo Divino seria sepultado e tido como morto definitivamente.
Ninguém, a não ser Ele, o Caminho, sabia que ressuscitaria.
E, para desgraça eterna do inferno e todos os seus moradores – mas para a nossa eterna felicidade –, Jesus, o Cristo de Deus, ressuscitou.
O Seu próprio poder fez com que saísse e deixasse o túmulo vazio para sempre.
Apareceu aos amigos e a muitos.
Subiu aos Céus e está assentado à destra do Pai.
E, como prometeu, virá outra vez e nós O celebraremos e, aí, cantaremos uma canção ou muitas canções.
Talvez uma delas será esta:
Em meu coração há uma canção
Que demonstra minha paixão
Para meu Rei e meu Senhor
Para Aquele que me amou
Formoso és, meu Senhor
Formoso és tu, amado Deus
Tu és a fonte da minha vida
E o desejo do meu coração
Graça, paz e bem a você, à sua família e aos seus queridos todos!
Feliz Páscoa!

Um texto de Carlos Bregantim

sábado, 13 de abril de 2019

Oseias



Adultério espiritual é a chave deste livro.
O livro de Oseias apresenta-nos a intensa rogativa de um gigante espiritual, profundamente consagrado à tarefa de salvar a nação pecadora. Com autêntica solicitude, o pregador busca, repetidamente, conseguir a convicção e o arrependimento do povo a fim de que os escolhidos de Deus se sintam obrigados a voltar ao lar e ali achar o amor, o perdão e a cura. Com fidelidade, Oseias mostra graficamente os aspectos essenciais da verdadeira religião. Carregando nas tintas, lida com o pecado e seus resultados trágicos na vida humana, fala do juízo destrutivo e do inesgotável amor com seus tesouros indizíveis para o homem e para a mulher, trata da verdadeira natureza do arrependimento, da salvação certa que será proporcionada e do pleno perdão de Deus a todos quantos se arrependerem autenticamente com sincera fé.
O veemente profeta conhece seu povo. Sabe o que é derramar lágrimas abundantes enquanto sua esposa infiel chafurda cada vez mais no pecado. Conhece a profundidade do amor e a boa vontade de amar sinceramente, de perdoar, de dar as boas-vindas e de restaurar. Tem consciência da sagrada profundidade do amor no coração de Deus. Dia após dia lança seu desafio pessoal, penetrante e poderoso aos recalcitrantes pecadores que devem voltar para Deus. Mediante a pregação deste profeta, Deus convida Seu povo errante a regressar. Oferece-lhe misericórdia e perdão, a graça é abundante, a salvação os espera. É assombroso encontrar naquele século do Antigo Testamento tanta mensagem do Novo e descobrir o apelo fundamental do verdadeiro evangelista. Todas as notas estão ali. Toda esfera é descoberta. Faz-se todo tipo de apelo. É a forma como Deus Se manifesta.
O autor do livro é Oseias, filho de Beeri, de Israel. Profundamente influenciado pelo profeta Amós, tragicamente ferido pela terrível infidelidade de sua esposa Gomer, agudamente cônscio dos terríveis pecados de seu próprio povo, sensível à voz de Deus dirigida a um povo pecador, o profeta roga intensamente enquanto procura fazer que o povo infiel volte para seu Deus. É o evangelista divinamente escolhido para persuadir os pecadores empedernidos a que se voltem para um Deus cheio de amor, que está ansioso por perdoar-lhes e salvá-los. O ministério de Oseias estendeu-se por vários anos depois do ano de 746 a.C.

Kyle M. Yates

sábado, 6 de abril de 2019

O Paganismo da Amizade Cristã


No meio cristão, em geral, existe a forma de amizade mais pagã possível. E que forma de amizade é esta? É a daquele que ama moralmente.
Amar moralmente significa amar enquanto a pessoa se comporta como a gente. Se ela for diferente ou se tornar diferente, ou mesmo tiver um comportamento diferente, mesmo que tal coisa seja apenas na área particular e privada ou envolva apenas uma decisão de foro íntimo, nesse dia, tal pessoa perderá todos os seus “amados”, pois era amada apenas moralmente.
Para esses, o irmão é o igual, e o próximo é apenas aquele que lhe é semelhante.
Ora, Jesus mandou amar até o inimigo, quanto mais o diferente!
Além disso, Ele disse que amar os que nos amam e tratar bem os que nos tratam bem é apenas um comportamento pagão, posto que é assim que qualquer pagão, minimamente, trata um ao outro.
Jesus disse que deveríamos buscar amar e ser amigos do jeito do Pai Celeste, que é bom para com maus e bons, e derrama graça sobre todos.
Acontece que entre os cristãos, em geral, não se alcança nem mesmo o nível pagão. A sociedade pagã é capaz de aceitar e defender o diferente, mas a “igreja” não é.
Desse modo, enquanto este “pequeno detalhe” for assim, os cristãos não terão o respeito da humanidade, posto que até os bárbaros os superam no trato de uns para com os outros.
O cristão, como é, não passa de ser o bebê da humanidade.
No dia que o cristão amar a todos os homens e for misericordioso para com todos os homens, e não se separar de outros cristãos apenas porque eles se expressam de modo diferente – nesse dia a sociedade que nos cerca verá a nossa luz, e glorificará o nosso Pai Celestial.
Mas jamais antes desse dia...
E, nisto, posso dizer que profetizo sobre a certeza das certezas, pois é conforme a Palavra de Jesus.

Um texto de Caio Fabio D’Araújo Filho