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domingo, 25 de outubro de 2015

A Face do Abismo

Gênesis 1:2
          Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.


Sem forma e vazio,
necessito conformação
pela inconformação que sinto.
          Sinto-me inconformado!
          Sinto-me desconforme!
          Sinto-me deformado!
Necessito preenchimento,
pelo vazio que não sinto.
          Sinto-me a esvaziar-me!
          Sinto-me vão!
          Sinto-me evacuado!
          Sinto-me em expansão!
A não-luz das trevas
cobre meu abismo.
          Sinto-me abismado!
Mas isto é só o princípio;
há o principal:
          O Espírito de Deus move-se sobre mim!


Kurt Hilbert

sábado, 17 de outubro de 2015

Conselhos Insensatos


          Provérbios 8:14
          “Meu é o conselho sensato; a mim pertencem o entendimento e o poder”.

          Nestes dias tenho lido muita coisa sobre a assim chamada Nova Era.
          Para quem não sabe, em poucas palavras, este é um movimento que se originou com mais ênfase na década de 1960 – mesmo que haja divergências quanto à precisão de datas – e, neste início de século XXI tem se intensificado. Não tem uma liderança central, mas tem vários líderes ou gurus espalhados mundo afora, com diferentes técnicas de ensino e diferentes abordagens. Muitos de seus livros são classificados nas livrarias como auto-ajuda, e trazem conselhos de como ter uma vida mais plena, feliz, realizada – e quem não quer isso? – e como alcançá-lo.
          Não vou me aprofundar aqui, até porque meu intento não é descrever a Nova Era, mas enfatizar a importância de permanecermos nos ensinamentos de Cristo. Sim, porque uma das premissas desse movimento é negar – mesmo que maquiada e mascaradamente – a Cristo. Dizem eles que não, mas entre o que dizem e o que deixam nas entrelinhas há uma diferença bem marcante – e perigosa!
          Falam ainda em uma espiritualidade de amplitude mundial, com o sincretismo de diversas formas de fé, formando uma só religiosidade – quase sem Deus. Sublimam o homem e diminuem a importância de Deus – mesmo que o façam de forma sutil. Há até quem diga que se trata de um movimento visando uma “nova ordem mundial”, onde todos seriam controlados e monitorados em tempo integral – mas aí já vai muito de “teoria da conspiração” e, pessoalmente, acho que muitos que vão até esses bordos estão “viajando na maionese”. Mas que há de se ter cuidado, isso sim.
          Agora, vamos falar do que eu realmente quero falar.
          Eu prefiro ficar como o mote de Jesus, quando ensinou a Seus discípulos, em João 8:31-32, dizendo-lhes: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Minha escolha é permanecer na palavra d’Ele, firme, sem ventar por aí. Isso não quer dizer que não leia outras coisas de cunho espiritual – até porque é preciso conhecer as espiritualidades que andam por aí – mas permanecer significa sempre escolher a Cristo. E, de posse do conhecimento sobre outras coisas, alertar para o perigo que possam oferecer. Há um ensinamento antigo que diz que é impossível que saiamos de um moinho sem levarmos um pouco de pó de farinha impregnada em nossas roupas. Verdade. Mas se, ao sairmos do moinho, limparmos nossas roupas, o pó de farinha ficará aí, não nos acompanhará. É isso que faço quando me deparo com ensinamentos diferentes dos de Cristo: deixo lá mesmo, não impregno minha alma com isso; mas agora saberei que existem.
          Permanecendo no mote de Jesus, quero olhar para a palavra que está no cabeçalho deste texto.
          “Meu é o conselho sensato. Isso diz tudo. Quando permanecemos em Cristo, nos impregnamos da sensatez da verdadeira doutrina de Deus. Porque a insensatez que diversas fontes nos vendem pode embaralhar nossa cabeça, e desviar-nos do caminho, que é Cristo. Pode nos tirar o foco da verdade, que é Cristo. E pode roubar-nos a vida, que também é Cristo. 
          Segue dizendo que “a mim pertencem o entendimento e o poder”. Esse “a mim”, é a Deus; não ao homem. Muitas doutrinas por aí vendem pseudo-entendimento. Mas, se não vem d’Ele, não é confiável. Pode parecer bonito, concatenado, simétrico, mas será ilusório. Essa é a verdade, e tenho que dizê-la, mesmo que alguns não gostem. Muitas falsas doutrinas vendem a ilusão que o “poder” está dentro do homem, que independe de Deus. De novo, falam isso de modo maquiado, bonitinho, mas falam. Ora, todo o poder vem do Senhor, nós apenas o podemos ter em nós se permanecemos n’Ele: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (João 15:5).
          Com isso, modestamente, espero ter jogado um pouco de luz sobre a diferenciação entre Deus “de verdade” e as ilusões que nos vendem por aí, disfarçados de auto-ajuda e nova espiritualidade. Para encerrar, uma última palavrinha, para que possamos ficar de olho bem aberto quanto aos conselhos insensatos que borboleteiam por aí: Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo (I Coríntios 3:11).

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 11 de outubro de 2015

(Des)Engessado

1º Samuel 17:38-40
          Saul vestiu Davi com sua própria túnica, colocou-lhe uma armadura e lhe pôs um capacete de bronze na cabeça. Davi prendeu sua espada sobre a túnica e tentou andar, pois não estava acostumado com aquilo. E disse a Saul: “Não consigo andar com isto, pois não estou acostumado”. Então tirou tudo aquilo e em seguida pegou seu cajado, escolheu no riacho cinco pedras lisas, colocou-as na bolsa, isto é, no seu alforje de pastor e, com sua atiradeira na mão, aproximou-se do filisteu.



Armaduras que reluzem
oferecem-nos os amigos.
Querem proteger-nos, armar-nos.
Mas tanto zelo e peso nos ombros
podem engessar-nos.
Como nos moveremos?
Tanta proteção, belezas e dogmas
podem engessar-nos.
Tantos sem saber porquês
podem engessar-nos.
          Não consigo caminhar.
E caminhar é preciso...
... e impreciso.
          É preciso enfrentar meus filisteus.
Na maior parte das vezes
não precisamos de armaduras;
nem mesmo de armas duras
de carregar ou usar.
          Um alforje, cinco pedras e uma funda...
          ... uma Bíblia, cinco palavras e a alma profunda,
          inundada dos atos das palavras.
Basta a liberdade do movimento da fé!
A fé em Deus, que nunca falha,
prepara-nos para a batalha.
          Cadê os Golias da vida?
          Eu estou aqui!
          E venho em nome do SENHOR!


Kurt Hilbert

domingo, 4 de outubro de 2015

Uma Data Importante


          Uma data importante. Pelo menos para quem escreve estas linhas. O dia 06 de outubro marca o início de uma atividade instituída em função da destituição de outra. Explico logo mais, mas, antes, quero falar sobre uma definição, a definição de uma palavra: evangelista.
          Segundo uma pesquisa bem simplesinha, destas retiradas da internet, evangelista é aquele que proclama as Boas Novas – o Evangelho. Fala ainda que evangelista é aquele que, obedecendo a ordem de Jesus Cristo, anuncia a Palavra de Deus, apresentando o Caminho para a salvação eterna. É aquele que, como Timóteo, aceita as instruções que dizem para que se “...faça o trabalho de um evangelista...” (II Timóteo 4:5).
          Portanto, um evangelista não é um cargo, mas um dom e um chamado. O que faz um evangelista ser um evangelista não é uma instituição formal feita por um cargo supostamente superior, mas um chamado do Senhor que é ouvido e aceito. Ainda: ninguém pode instituir ou destituir um evangelista, a não ser o Senhor. Ou ainda: ser um evangelista é um dom – não uma condição superior de quem recebe – mas um dom de graça e dado por graça. E mais ainda: “... os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11:29). Em suma: é um evangelista quem é um evangelista. Ponto.
          Feita essa definição da palavra e das atribuições de um evangelista, quero agora falar daquilo que quero falar desde o início: da especialidade que há na data de 06 de outubro – como disse antes, pelo menos para quem escreve estas linhas.
          Este dia, há 4 anos, marcou o início de uma atividade: compartilhar o Evangelho do Senhor usando meios virtuais, como um blog e um e-mail. Assim, foi criado um blog chamado Livres Discípulos de Cristo, onde são publicados textos que versam sobre a Palavra do Senhor; e iniciou-se a distribuição destes – e outros textos – usando-se o e-mail como veículo.
          Hoje, amplia-se o âmbito, não apenas como uma ferramenta virtual para evangelizar – que é o que faz um evangelista, ele evangeliza –, mas criando-se um conceito segundo o qual “não somos uma igreja – no sentido de instituição formal –, um clube, uma religião ou uma filosofia; ser um livre discípulo de Cristo é um modo de vida”. E este “modo de vida” é compartilhado a cada e-mail que é lido, ou a cada clique que o blog recebe. Ainda, saímos da virtualidade para a concretude, pois os frutos desta atividade podem ser percebidos presencialmente, nos encontros de e com pessoas e nas palavras que trocamos.
          O que se quer é simples. Quer-se viver o cerne da doutrina de Cristo: o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-40). Quer-se permanecer firme na Palavra de Cristo, sendo um discípulo livre por conhecer a Verdade e por ela ser sempre liberto (João 8:31-32). Quer-se ler, estudar e divulgar a Palavra (Mateus 22:29; Provérbios 2:1-5). Quer-se praticar a oração, como Ele ensinou e viveu em Seu dia a dia (Lucas 6:12; I Tessalonicenses 5:17). Quer-se demonstrar no dia a dia, com quem quer que seja, o fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22-23). Quer-se desenvolver os dons do Espírito (I Coríntios 12:7-10). Quer-se produzir obras da fé (I Coríntios 15:58; Tiago 2:26). Quer-se incentivar as pessoas a congregarem na igreja a qual pertencem (Hebreus 10:25). Quer-se promover a integração das pessoas, independentemente da denominação eclesiástica (Romanos 12:4-5). Quer-se, sempre, respeitar as diferenças de pensamento em todos os assuntos (Filipenses 3:15-16). Pode até parecer muita coisa, mas, em essência, é simples e leve.
          Foi dito lá em cima, no primeiro parágrafo, que esta atividade foi instituída em função da destituição de outra. Explico agora: iniciou-se esse movimento porque quem aqui escreve exercia o assim chamado cargo – ou ministério – de evangelista – de forma voluntária – numa instituição/igreja formal, mas que, por questões de discordâncias administrativas/doutrinárias foi desabilitado – essa foi a palavra utilizada por quem o fez – do ministério. Algum tempo depois, recebeu-se o convite insistente para que houvesse o retorno à formalidade do cargo, mas o mesmo já se tornara inviável porque a discordância permanecia – ainda que latente e sempre respeitosa.
          Aqui é importante que uma coisa fique bem clara: apesar da mágoa e da dor inicial, com o passar do tempo ficou claro a quem aqui escreve que todo esse processo foi uma bênção, pois, só assim, foi possível crescer na percepção da verdade e do Evangelho em si. Só por meio desse processo, foi possível deixar de ser um “cumpridor de agenda eclesiástica” para passar a ser um evangelista na essência.
          Ainda mais uma coisa que é importante frisar: todos os envolvidos nesse processo de ruptura estão perdoados – perdoamos e fomos perdoados –, são amados e presentes nas orações, pois, afinal, somos todos irmãos em Cristo a caminho da mesma meta: a eternidade com Deus, já desde aqui e agora e para sempre!
          Pois bem. Contado um bocadinho da história, fica aqui o agradecimento a você, que tem recebido os e-mails ou clicado em nosso blog, que tem dado a alegria de trocar impressões sobre o Evangelho e compartilhar sentimentos e pensamentos, a você que, mesmo que não saiba, tornou-se um irmão ou uma irmã em Cristo, a você que permite caminharmos juntos nesse caminho. Muito obrigado!
          Há 4 anos que compartilhamos o que é ser um evangelista, o que é ser um irmão na imensidão da humanidade, o que é ser um livre discípulo de Cristo, muito além de denominações eclesiásticas ou teologias religiosas, muito além de formalidades, agendas ou o que quer que seja.
          Andamos juntos na existência, às vezes tropeçamos, caímos, levantamos e seguimos, pois assim é a vida. Lembremos: Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).
          De novo e sempre: Obrigado a você que nos lê! Obrigado a Deus por isso e por tudo! De novo! E sempre! Amém!

          Kurt Hilbert