É Mesmo Só Por Isso?

1º Coríntios 15:19

Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão.

 

Nesta carta à igreja em Corinto o apóstolo Paulo cunhou uma das frases mais enigmáticas das Escrituras, que serve de base para o que aqui escrevo.

Valia para aquele tempo – mas não só para aquele tempo.

Hoje especialmente, vivemos num tempo em que o Evangelho é vilipendiado, deturpado, maltratado, alterado, usado fraudulentamente, enfim, há bandidos travestidos de “homens de igreja” e de “pregadores do Evangelho”, mas que são isso mesmo, apenas bandidos e maus caráteres! Isso tem que ser dito!

A eles se aplica a mesma sentença que Jesus usava com relação aos falsos sacerdotes da antiguidade: “O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir” (João 10:10). As pessoas normalmente acham que era do Diabo que Ele falava aqui. Bem, esta ideia não está totalmente errada, porém era de outros “diabos” que Ele falava...

A assim chamada “teologia da prosperidade”, que hoje está em voga nos palcos eclesiásticos dos “coaches evangélicos”, prega somente o dinheiro, usando como base pontos bíblicos isolados e fora de contexto, especialmente tirados do Antigo Testamento.

Essa corja criou uma teologia corrupta e corruptora, onde o dinheiro não só fala mais alto, como é o único que fala. O dinheiro grassa à solta nessas “igrejas”, sendo retirado do bolso de muitos e indo para o bolso de poucos.

E, além disso, há casos em que há dinheiro “investido” em outros empreendimentos em que os “donos” das igrejas são sócios e investem usando terceiros, e estão atuando apenas nos bastidores. Sei do que falo. Quem tem olhos para ver, que veja... 

E mesmo aqueles que buscam essas “igrejas” e se deixam enganar, estão, a grande maioria, ali por ganância também, pois apenas vão à “igreja” porque querem melhoras imediatas de vida, e tudo no âmbito físico/material. Ou seja, quem é enganado, na maioria dos casos, o é porque assim o quer e busca.

Há os que buscam curas para as suas doenças físicas, o que poderia ser compreensível, mas não as buscam em Cristo, mas nos “milagreiros” destas instituições.

E aí entra Paulo e a Palavra que o Espírito inspirou para os coríntios – e para todos nós nos dias hodiernos: Se buscamos a Cristo apenas pelas coisas desta vida – terrena –, somos os mais miseráveis e dignos de pena!

Ore-se pelos que estão presos a este mercado religioso disfarçado de evangélico, para que acordem e encontrem a graça divina!

Eu sei. Esse texto é curto. E grosso. Mas tinha que ser.

Durma-se com um barulho desses!

Por outro lado, durmo tranquilo, pois sei que “o Senhor conhece quem lhe pertence” (2º Timóteo 2:19).

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

138 – Noemi e Rute (Rute 1 – 2)

 

Na^{1(versículo de Rute 1)} época dos juízes houve fome na terra. Um homem de Belém de Judá  ^I, com a mulher e os dois filhos, foi viver por algum tempo nas terras de Moabe ^II. O² homem chamava-se Elimeleque, sua mulher Noemi e seus dois filhos Malom e Quiliom. Eram efrateus de Belém de Judá. Chegaram a Moabe, e lá ficaram.

Morreu³ Elimeleque, marido de Noemi, e ela ficou sozinha, com seus dois filhos. Eles⁴ se casaram com mulheres moabitas, uma chamada Orfa e a outra Rute. Depois de terem morado lá por quase dez anos, morreram⁵ também Malom e Quiliom, e Noemi ficou sozinha, sem os dois filhos e o seu marido.

Então, Noemi soube que Deus providenciara comida para os israelitas, e resolveu voltar para Belém. Ela abençoou as duas noras e lhes disse que deveriam voltar a viver com as suas famílias. Noemi tinha esperanças em que fossem capazes de encontrar novos maridos entre o próprio povo delas. Sabia que as duas teriam um futuro muito incerto com ela. Orfa acabou fazendo o que Noemi pedira, e voltou para a sua família. Noemi suplicou para que Rute fizesse o mesmo.

Rute¹⁶, porém, respondeu: “Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!”

Foi²² assim que Noemi voltou das terras de Moabe, com sua nora Rute, a moabita. Elas chegaram a Belém no início da colheita da cevada.

Noemi^{1(versículo de Rute 2)} tinha um parente por parte do marido. Era um homem rico e influente, pertencia ao clã de Elimeleque e chamava-se Boaz.

Rute², a moabita, disse a Noemi: “Vou recolher espigas no campo ^III daquele que me permitir”.

“Vá, minha filha”, respondeu-lhe Noemi. Então³ ela foi e começou a recolher espigas atrás dos ceifeiros. Por acaso entrou justamente na parte da plantação que pertencia a Boaz, que era do clã de Elimeleque.

Naquele⁴ exato momento, Boaz chegou de Belém e saudou os ceifeiros: “O SENHOR esteja com vocês!” Eles responderam: “O SENHOR te abençoe!”

Boaz⁵ perguntou ao capataz dos ceifeiros: “A quem pertence aquela moça?”

O⁶ capataz respondeu: “É uma moabita ^IV que voltou de Moabe com Noemi”.

Disse⁸ então Boaz a Rute: “Ouça bem, minha filha, não vá colher noutra lavoura, nem se afaste daqui. Fique com minhas servas. Preste⁹ atenção onde os homens estão ceifando, e vá atrás das moças que vão colher. Darei ordem aos rapazes para que não toquem em você. Quando tiver sede, beba da água dos potes que os rapazes encheram. O¹² SENHOR lhe retribua o que você tem feito! Que você seja ricamente recompensada pelo SENHOR, o Deus de Israel, sob cujas asas você veio buscar refúgio!”

Assim²³ Rute ficou com as servas de Boaz para recolher espigas, até acabarem as colheitas de cevada e de trigo ^V. E continuou morando com a sua sogra.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Belém de Judá” – O nome dessa aldeia, situada a poucos quilômetros de Jerusalém, significa “casa do pão”. No início desta história, Belém era um lugar sem comida. Mas, no final, Belém faz jus ao nome.

                                   II.     “Nas terras de Moabe” – Os moabitas eram aparentados com os israelitas através de Ló, o sobrinho de Abraão, e ocupavam partes do que atualmente é a Jordânia central, do lado oriental do Mar Morto. Nunca esqueceram a invasão de suas terras pelos israelitas, após o Êxodo, mas havia períodos de relações amistosas, como neste caso.

                                III.     “Recolher espigas no campo” – Em Israel, proprietários de terras deveriam obedecer a esta lei: “Quando fizerem a colheita de sua terra, não colham até os limites extremos de seu campo, nem recolham as sobras de sua colheita. Deixem-nas para o pobre, o órfão e a viúva”. Mesmo nos dias sombrios dos Juízes, ainda havia gente generosa e honesta como Boaz. Mas, entre os segadores, havia gente menos honrada, e Boaz ofereceu a Rute proteção contra eles.

                                IV.     “Moabita” – Rute é estrangeira, de um povo geralmente desprezado pelos israelitas. Mas, por ter fé no Deus de Israel e ser caridosa com a sogra, torna-se um bom exemplo para os israelitas. Na época dos Juízes, grande parte do povo que ela adotou adorava outros deuses e vivia na imoralidade.

                                   V.     “Até acabarem as colheitas de cevada e de trigo” – Cevada e trigo eram colhidos em abril e maio, respectivamente. Os homens cortavam as espigas com foices, e as mulheres as amarravam em feixes. Talos com grãos eram deixados para trás.

 

          - Enterrando os mortos: A maioria dos enterros era feita em cavernas ou em sepulturas rasas. Os pobres, em geral, eram enterrados juntamente com vasos simples de cerâmica, como a “caneca de mergulho” (uma pequena jarra usada para tirar líquidos de recipientes maiores). As câmaras mortuárias dos ricos continham mais objetos de adorno. Nessa época, as pessoas acreditavam que iriam viver no “Sheol”, um lugar de paz e tranquilidade.

          - Mulheres na colheita: O costume de deixar as margens dos campos sem colher continua sendo praticada no Oriente Médio.

 

          Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

Quem Somos Mesmo?

 

Romanos 12:3

Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida de fé que Deus lhe concedeu.

 

Dia desses li um texto que dizia que nós “somos cheios de vontadezinhas, manias e caprichos”. E que tínhamos que aprender a abrir mão de coisas aqui e ali, aprender a aceitar as coisas quando elas não acontecem segundo a nossa vontade, pois, muitas vezes, só assim aprendemos que não somos ilhas, nem somos o centro de nada, nem o mundo gira à nossa volta.

A Palavra que o apóstolo Paulo escreve aos irmãos da igreja em Roma fala de “equilíbrio”.

Não somos mais que ninguém – e não temos que ser menos também. Temos apenas que viver o equilíbrio, a sobriedade e o bom-senso, que remetem à sabedoria de vida.

Estima-se que no Universo há 200 bilhões de galáxias. Uma delas é a nossa, a Via Láctea, que nem é tão grande assim. Calcula-se que ela tenha 100 bilhões de estrelas, e uma delas, chamada de estrela anã, é o Sol. Em torno dessa estrelinha giram algumas massas sem luz própria, e uma delas é a Terra. Neste pequeno planetinha azul, estima-se que haja entre 10 e 50 milhões de espécies diferentes de vida, mas só cerca de 1,5 milhão estão catalogadas até hoje. Uma dessas espécies de vida á a nossa, a espécie humana. Somos aproximadamente 8 bilhões de seres humanos na Terra, e um deles é você – e outro sou eu.

Você percebe como você é “importante” no Universo? Pois é...

Parece má notícia, não é?

A boa notícia é que, mesmo diante da nossa pequenez absurda, Deus nos ama, a cada um de nós!

Deus nos conhece pelo nome e nos ama – a você e a mim!

Apenas não queiramos ser mais do que ninguém. É difícil isso?

Tudo o que foi dito até agora você só reconhece e aprende “de acordo com a medida de fé que Deus lhe concedeu”, segundo o nosso andar em e com Cristo.

Sim, até mesmo para você crer no que escrevi acima, demanda-se fé. Tudo é uma questão de fé. Sempre é.

E a fé, entre outros dons, é um presente de Deus (1º Coríntios 12:7-11).

E a fé vem por se ouvir e dar ouvidos à Palavra de Deus (Romanos 10:17).

E a fé vem, ainda, por a gente se posicionar com um coração penitente diante do Senhor. Lembro sempre dos discípulos/apóstolos de Jesus, que Lhe pediram humildemente: “Aumenta a nossa fé!” (Lucas 17:5).

Somos seres ínfimos, conforme já aprendemos, mas somos, concomitantemente, seres alvos de grande amor divino. E este amor, mediante nossa fé, pode ser vivido dia a dia, de maneira plena e abundante!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

137 – Sansão e Dalila (Juízes 16)

Depois^{4(versículo de Juízes 16)} dessas coisas, ele [Sansão] se apaixonou por uma mulher do vale de Soreque, chamada Dalila ^I. Os⁵ líderes dos filisteus ^II foram dizer a ela: “Veja se você consegue induzi-lo a mostrar-lhe o segredo da sua grande força e como poderemos dominá-lo, para que o amarremos e o subjuguemos. Cada um de nós dará a você treze quilos de prata ^III”.

Disse⁶, pois, Dalila a Sansão: “Conte-me, por favor, de onde vem a sua grande força e como você pode ser amarrado e subjugado”.

Sansão brincou com ela, contando mentiras, e os filisteus tentaram capturá-lo três vezes, sem sucesso. Mas Dalila continuou importunando-o, dia após dia.

Por¹⁷ isso ele lhe contou o segredo: “Jamais se passou navalha em minha cabeça”, disse ele, “pois sou nazireu, desde o ventre materno. Se fosse rapado o cabelo da minha cabeça, a minha força se afastaria de mim, e eu ficaria tão fraco quanto qualquer outro homem”.

Quando¹⁸ Dalila viu que Sansão lhe tinha contado todo o segredo, enviou esta mensagem aos líderes dos filisteus: “Subam mais esta vez; pois ele me contou todo o segredo”. Os líderes dos filisteus voltaram a ela levando a prata. Fazendo-o¹⁹ dormir no seu colo, ela chamou um homem para cortar as sete tranças do cabelo dele, e assim começou a subjugá-lo. E a sua força o deixou.

Então²⁰ ela chamou: “Sansão, os filisteus o estão atacando!” Ele acordou do sono e pensou: “Sairei como antes e me livrarei”. Mas não sabia que o SENHOR o tinha deixado ^IV.

Os²¹ filisteus o prenderam, furaram os seus olhos e o levaram para Gaza ^V. Prenderam-no com algemas de bronze, e o puseram a girar um moinho na prisão. Mas²², logo o cabelo da sua cabeça começou a crescer de novo.

Então²³ os líderes dos filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício a seu deus Dagom ^VI e para festejar, comemorando: “O nosso deus entregou o nosso inimigo Sansão em nossas mãos”.

Quando²⁴ o povo o viu, louvou o seu deus: “O nosso deus nos entregou o nosso inimigo, o devastador da nossa terra, aquele que multiplicava os nossos mortos”.

Com²⁵ o coração cheio de alegria, gritaram: “Tragam-nos Sansão para nos divertir!” E mandaram trazer Sansão da prisão, e ele os divertia.

O templo estava repleto, e cerca de três mil pessoas se apinhavam no terraço. Sansão pediu para ser guiado até as colunas que sustentavam o templo. Lá, orou a Deus para que a sua força voltasse mais uma vez.

“Ó²⁸ Soberano SENHOR, lembra-te de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez, e faze com que eu me vingue dos filisteus por causa dos meus dois olhos ^VII!” Então²⁹ Sansão forçou as duas colunas centrais sobre as quais o templo se firmava. Apoiando-se nelas, tendo a mão direita numa coluna e a esquerda na outra, disse³⁰: “Que eu morra com os filisteus!” Então, ele as empurrou com toda a força, e o templo desabou sobre os líderes e sobre todo o povo que ali estava. Assim, na sua morte, Sansão matou mais homens do que em toda a sua vida.

Foram³¹ então os seus irmãos e toda a família do seu pai para buscá-lo. Trouxeram-no e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no túmulo de Manoá, seu pai. Sansão liderou Israel durante vinte anos.

 

v      Para entender a história

Esta história mostra de que maneira Deus usa a fraqueza de Sansão para conseguir a libertação de Israel. Infringindo as suas obrigações como nazireu e indo atrás de mulheres estrangeiras, Sansão simboliza os israelitas, que abandonaram a Lei de Deus para adorar ídolos. Porém, como o povo que ele lidera, sabe quando voltar atrás num momento de necessidade, e Deus lhe mostra a sua compaixão.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Chamada Dalila” – O nome Dalila significa “flerte” e ficou associado à traição. Também significa “delicada”. Em contraste, Sansão quer dizer “o do sol”, referindo-se à sua força e vitalidade.

                                   II.     “Os líderes dos filisteus” – A Filisteia era uma confederação de cidades prósperas, cada qual governada por um príncipe. Esses príncipes são chamados de “líderes”, no livro dos Juízes.

                                III.     “Treze quilos de prata” – Os filisteus (uma palavra que significa “tiranos”, em hebraico) pagaram uma fortuna para capturar Sansão – cerca de 275 vezes o preço de um escravo.

                                IV.     “O SENHOR o tinha deixado” – A verdadeira fonte da força de Sansão era Deus. As sete tranças de seu cabelo simbolizavam a presença de Deus. Sansão permitiu que uma mulher estrangeira lhe roubasse o sinal de sua consagração a Deus.

                                   V.     “Furaram os seus olhos e o levaram para Gaza” – Enfraquecido e humilhado, Sansão foi levado para a cidade de Gaza, um lugar onde, certa vez, demonstrara grande força. Ele conseguira fugir dos filisteus levantando com os ombros o portão de entrada da cidade.

                                VI.     “Um grande sacrifício a seu deus Dagom” – Dagom era um dos mais importantes deuses filisteus. Em hebraico, a palavra quer dizer “grão”; portanto, Dagom devia ser um deus da vegetação. O culto a Dagom teve início na Mesopotâmia e data de cerca de 2600 a.C. Chegou a ser reproduzido como metade homem e metade peixe, porque, em hebraico, o nome do deus tinha o som parecido com “dag”, que significa “peixe”.

                             VII.     “Faze com que eu me vingue dos filisteus por causa dos meus dois olhos” – O apelo final de Sansão é se vingar pela perda dos olhos. Durante toda a vida, ele combateu os filisteus por motivos pessoais. Entretanto, a Bíblia afirma que, fosse qual fosse o seu motivo, ele era um instrumento de Deus.

 

          - Templos filisteus: Até hoje, foi descoberto apenas um templo filisteu da época de Sansão. As colunas deste templo foram feitas de madeira. Sustentavam um teto plano, que tinha uma área coberta na qual as pessoas podiam se reunir. Essa estrutura de madeira não teria suportado o peso de três mil pessoas. O templo que Sansão derrubou devia, então, ter suas colunas de sustentação feitas de pedras. Como o mesmo caiu, não se acharam ruínas dele.

 

          Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.