Pesquisar neste blog

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Semelhantes a Cristo

John Stott

“O Paradigma: Tornando-nos Mais Semelhantes a Cristo”.


Lembro-me muito claramente de que há vários anos, sendo um cristão ainda jovem, a questão que me causava perplexidade (e a alguns amigos meus também) era esta: Qual é o propósito de Deus para o seu povo? Uma vez que tenhamos nos convertido, uma vez que tenhamos sido salvos e recebido vida nova em Jesus Cristo, o que vem depois? É claro que conhecíamos a famosa declaração do Breve Catecismo de Westminster: “O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre”. Sabíamos disso e críamos nisso. Também refletíamos sobre algumas declarações mais breves, como uma de apenas sete palavras: “Ama a Deus e ao teu próximo”. Mas de algum modo, nenhuma delas, nem outra que pudéssemos citar, parecia plenamente satisfatória. Portanto, quero compartilhar com vocês o entendimento que pacificou minha mente à medida que me aproximo do final de minha peregrinação neste mundo. Esse entendimento é: Deus quer que seu povo se torne semelhante a Cristo. A vontade de Deus para o seu povo é que sejamos conformes à imagem de Cristo.

Sendo isso verdade, quero propor o seguinte: em primeiro lugar, demonstrarmos a base bíblica do chamado para sermos conformes à imagem de Cristo; em segundo, extrairmos do Novo Testamento alguns exemplos; em terceiro, tirarmos algumas conclusões práticas a respeito. Tudo isso relacionado a nos assemelharmos a Cristo.

Então, vejamos primeiro a base bíblica do chamado para sermos semelhantes a Cristo. Essa base não se limita a uma passagem só. Seu conteúdo é substancial demais para ser encapsulado em um único texto. De fato, essa base consiste de três textos, os quais, aliás, faríamos muito bem em incorporar conjuntamente à nossa vida e visão cristã: Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18 e 1 João 3:2. Vamos fazer uma breve análise deles.
Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo.

O segundo texto é 2 Coríntios 3:18: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Portanto é pelo próprio Espírito que habita em nós que somos transformados de glória em glória — que visão magnífica! Nesta segunda etapa do processo de conformação à imagem de Cristo, percebemos que a perspectiva muda do passado para o presente, da predestinação eterna de Deus para a transformação que ele opera em nós agora pelo Espírito Santo. O propósito eterno da predestinação divina de nos tornar como Cristo avança, tornando-se a obra histórica de Deus em nós para nos transformar, por intermédio do Espírito Santo, segundo a imagem de Jesus.

Isso nos leva ao terceiro texto: 1 João 3:2: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é”. Não sabemos em detalhes como seremos no último dia, mas o que de fato sabemos é que seremos semelhantes a Cristo. Não precisamos saber de mais nada além disso. Contentamo-nos em conhecer a verdade maravilhosa de que estaremos com Cristo e seremos semelhantes a ele, eternamente.

Aqui há três perspectivas: passado, presente e futuro. Todas apontam na mesma direção: há o propósito eterno de Deus, pelo qual fomos predestinados; há o propósito histórico de Deus, pelo qual estamos sendo transformados pelo Espírito Santo; e há o propósito final ou escatológico de Deus, pelo qual seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Estes três propósitos — o eterno, o histórico e o escatológico — se unem e apontam para um mesmo objetivo: a conformação do homem à imagem de Cristo. Este, afirmo, é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo.

Prosseguindo, quero ilustrar essa verdade com alguns exemplos do Novo Testamento. Em primeiro lugar, creio ser importante que nós façamos uma afirmação abrangente como a do apóstolo João em 1 João 2:6: “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”. Em outras palavras, se nos dizemos cristãos, temos de ser semelhantes a Cristo. Este é o primeiro exemplo do Novo Testamento: temos de ser como o Cristo Encarnado.

Alguns de vocês podem ficar horrorizados com essa idéia e rechaçá-la de imediato. “Ora”, me dirão, “não é óbvio que a Encarnação foi um evento absolutamente único, não sendo possível reproduzi-lo de modo algum?” Minha resposta é sim e não. Sim, foi único no sentido de que o Filho de Deus revestiu-se da nossa humanidade em Jesus de Nazaré, uma só vez e para sempre, o que jamais se repetirá. Isso é verdade. Contudo, há outro sentido no qual a Encarnação não foi um evento único: a maravilhosa graça de Deus manifestada na Encarnação de Cristo deve ser imitada por todos nós. Nesse sentido, a Encarnação não foi única, exclusiva, mas universal. Somos todos chamados a seguir o supremo exemplo de humildade que ele nos deu ao descer dos céus para a terra. Por isso Paulo diz em Filipenses 2:5-8: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. Precisamos ser semelhantes a Cristo em sua Encarnação no que diz respeito à sua admirável humildade, uma humilhação auto-imposta que está por trás da Encarnação.

Em segundo lugar, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua prontidão em servir. Agora, passemos de sua Encarnação à sua vida de serviço; de seu nascimento à sua vida; do início ao fim. Quero convidá-los a subir comigo ao cenáculo onde Jesus passou sua última noite com os discípulos, conforme vemos no evangelho de João, capítulo 13: “Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido”. Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo” — note-se a palavra — “para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

Há cristãos que interpretam literalmente esse mandamento de Jesus e fazem a cerimônia do lava-pés em dia de Ceia do Senhor ou na Quinta-feira Santa — e podem até estar certos em fazê-lo. Porém, vejo que a maioria de nós fez apenas uma transposição cultural do mandamento de Jesus: aquilo que Jesus fez, que em sua cultura era função de um escravo, nós reproduzimos em nossa cultura sem levarmos em conta que nada há de humilhante ou degradante em o fazermos uns pelos outros.

Em terceiro lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em seu amor. Isso me lembra especificamente Efésios 5:2: “Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. Observe que o texto se divide em duas partes. A primeira fala de andarmos em amor, um mandamento no sentido de que toda a nossa conduta seja caracterizada pelo amor, mas a segunda parte do versículo diz que ele se entregou a si mesmo por nós, descrevendo não uma ação contínua, mas um aoristo, um tempo verbal passado, fazendo uma clara alusão à cruz. Paulo está nos conclamando a sermos semelhantes a Cristo em sua morte, a amarmos com o mesmo amor que, no Calvário, altruistamente se doa.

Observe a idéia que aqui se desenvolve: Paulo está nos instando a sermos semelhantes a Cristo na Encarnação, ao Cristo que lava os pés dos irmãos e ao Cristo crucificado. Esses três acontecimentos na vida de Cristo nos mostram claramente o que significa, na prática, sermos conformes à imagem de Cristo.

Em quarto lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em sua abnegação paciente. No exemplo a seguir, consideraremos não o ensino de Paulo, mas o de Pedro. Cada capítulo da primeira carta de Pedro diz algo sobre sofrermos como Cristo, pois a carta tem como pano de fundo histórico o início da perseguição. Especialmente no capítulo 2 de 1 Pedro, os escravos cristãos são instados a, se castigados injustamente, suportarem e não retribuírem o mal com o mal. E Pedro prossegue dizendo que para isto mesmo fomos chamados, pois Cristo também sofreu, deixando-nos o exemplo — outra vez a mesma palavra — para seguirmos os seus passos. Este chamado para sermos semelhantes a Cristo em meio ao sofrimento injusto pode perfeitamente se tornar cada vez mais significativo à medida que as perseguições se avolumam em muitas culturas do mundo atual.

No quinto e último exemplo que quero extrair do Novo Testamento, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua missão. Tendo examinado os ensinos de Paulo e de Pedro, veremos agora os ensinos de Jesus registrados por João. Em João 17:18, Jesus, orando, diz: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”, referindo-se a nós. E na Comissão, em João 20:21, Jesus diz: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Estas palavras carregam um significado imensamente importante. Não se trata apenas da versão joanina da Grande Comissão; é também uma instrução no sentido de que a missão dos discípulos no mundo deveria ser semelhante à do próprio Cristo. Em que aspecto? Nestes textos, as palavras-chave são “envio ao mundo”. Do mesmo modo como Cristo entrou em nosso mundo, nós também devemos entrar no “mundo” das outras pessoas. É como explicou, com muita propriedade, o Arcebispo Michael Ramsey há alguns anos: “Somente à medida que sairmos e nos colocarmos, com compaixão amorosa, do lado de dentro das dúvidas do duvidoso, das indagações do indagador e da solidão do que se perdeu no caminho é que poderemos afirmar e recomendar a fé que professamos”.

Quando falamos em “evangelização encarnacional” é exatamente disto que falamos: entrar no mundo do outro. Toda missão genuína é uma missão encarnacional. Temos de ser semelhantes a Cristo em sua missão. Estas são as cinco principais formas de sermos conformes à imagem de Cristo: em sua Encarnação, em seu serviço, em seu amor, em sua abnegação paciente e em sua missão.

Quero, de modo bem sucinto, falar de três conseqüências práticas da assemelhação a Cristo.

Primeira: A assemelhação a Cristo e o sofrimento. Por si só, o tema do sofrimento é bem complexo, e os cristãos tentam compreendê-lo de variados pontos de vista. Um deles se sobressai: aquele segundo o qual o sofrimento faz parte do processo da transformação que Deus faz em nós para nos assemelharmos a Cristo. Seja qual for a natureza do nosso sofrimento — uma decepção, uma frustração ou qualquer outra tragédia dolorosa —, precisamos tentar enxergá-lo à luz de Romanos 8:28-29. Romanos 8:28 diz que Deus está continuamente operando para o bem do seu povo, e Romanos 8:29 revela que o seu bom propósito é nos tornar semelhantes a Cristo.

Segunda: A assemelhação a Cristo e o desafio da evangelização. Provavelmente você já se perguntou: “Por que será que, até onde percebo, em muitas situações os nossos esforços evangelísticos freqüentemente terminam em fracasso?” As razões podem ser várias e não quero ser simplista, mas uma das razões principais é que nós não somos parecidos com o Cristo que anunciamos. John Poulton, que abordou o tema num livreto muito pertinente, intitulado A Today Sort of Evangelism, escreveu:

“A pregação mais eficaz provém daqueles que vivem conforme aquilo que dizem. Eles próprios são a mensagem. Os cristãos têm de ser semelhantes àquilo que falam. A comunicação acontece fundamentalmente a partir da pessoa, não de palavras ou idéias. É no mais íntimo das pessoas que a autenticidade se faz entender; o que agora se transmite com eficácia é, basicamente, a autenticidade pessoal”.

Isto é assemelhar-se à imagem de Cristo. Permitam-me dar outro exemplo. Havia um professor universitário hindu na Índia que, certa vez, identificando que um de seus alunos era cristão, disse-lhe: “Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo”. Eu penso que a Índia já estaria aos seus pés hoje mesmo se os cristãos vivessem como Jesus viveu. Oriundo do mundo islâmico, o Reverendo Iskandar Jadeed, árabe e ex-muçulmano, disse: “Se todos os cristãos fossem cristãos — isto é, semelhantes a Cristo —, hoje o islã não existiria mais”.

Isto me leva ao terceiro ponto: Assemelhação a Cristo e presença do Espírito Santo em nós. Nesta noite falei muito sobre assemelhação a Cristo, mas será que ela é alcançável? Por nossas próprias forças é evidente que não, mas Deus nos deu seu Santo Espírito para habitar em nós e nos transformar de dentro para fora. William Temple, que foi arcebispo na década de 40, costumava ilustrar este ponto falando sobre Shakespeare:

“Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus”.

Para concluir, um breve resumo do que tentamos pensar juntos aqui hoje: O propósito de Deus é nos tornar semelhantes a Cristo. O modo como Deus nos torna conformes à imagem de Cristo é enchendo-nos do seu Espírito. Em outras palavras, a conclusão é de natureza trinitária, pois envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

_________________________________________
Fonte do original em inglês: http://www.langhampartnership.org/2007/08/06/john-stott-address-at-keswick/
Tradução: F. R. Castelo Branco | Outubro 2007

Caleri

sábado, 22 de junho de 2013

A Luz e as Trevas

João 1:5
          A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.
                                                                

          A Luz é o que és...
Calor e Amor
Claridade e Verdade
Sabedoria e Empatia
Ver e Conhecer
Iluminar e Inspirar
Brilhar e Doar

          As trevas são o que não és...
Ignorância e Ganância
Tormento e Sofrimento
Frio e Sombrio
Tenebroso e Mentiroso
Escuridão e Confusão
Perturbação e Desolação

          Saiba o que és
          com o que não és...
seja o Conhecimento... na Ignorância
que Ilumines... na Confusão
seja a Doação... na Ganância
a Claridade... na Escuridão
seja a Verdade... ao Mentiroso
ao Sombrio... seja a Visão
faça Brilhar... ao Tenebroso
no Tormento... seja a Inspiração
no Sofrimento... a Empatia
no Frio... seja o Calor
na Perturbação... a Sabedoria
na Desolação... seja o Amor
 

Kurt Hilbert

sábado, 15 de junho de 2013

Cristo Morreu e Ressuscitou

          Hebreus 9:26-28
          Se assim fosse, Cristo precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo. Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo. Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam.

          Neste ponto bíblico há uma indicação sobre o porque do sacrifício de Cristo.
          O sacrifício no Antigo Testamento era de um animal sem defeitos, imaculado, para alcançar o perdão divino ou em favor de um agradecimento. Ora, em função disso Cristo deveria morrer imaculado por nós? Na verdade, Cristo não se sacrificou por causa dos sacrifícios do Antigo Testamento, mas estes existiram para antecipar, de certo modo, a morte e ressurreição de Cristo.
          Explico: Cristo sempre manteve um relacionamento perfeito com Deus. Foi este relacionamento que foi imaculado. Esta perfeição foi possível porque ele amava a Deus de forma perfeita através dos homens. Cristo não pecou, não falhou nesta prática do amor divino.
          Sobre alguém que nunca permitiu que nenhuma situação rompesse o seu relacionamento com Deus, mantendo Sua relação com o Pai imaculada, a morte não tinha efeito. Por isso ressuscitou. E estendeu o mérito desse acontecimento a nós, para que nós, por intermédio d’Ele, alcançássemos a graça plena.
          O salário do pecado é a morte? Sim, mas vejamos o inverso: o salário do “não pecado” é a vida! Na terra, a física; na eternidade, a eterna!
          Junto ao amor de Deus, à sua misericórdia, à sua compaixão, também anda, em paralelo, a sua justiça, a justiça de Deus. Não devemos esquecer-nos da justiça de Deus; ela faz parte da “personalidade” de Deus. Deus não pode deixar de ser, também, justiça. O sacrifício de Jesus, sua morte, atendeu à necessidade de satisfazer à justiça de Deus.
          Foi por isso, dito em poucas palavras, que Cristo morreu e ressuscitou. Esse foi o mais extremo ato de amor de Deus para com os seres humanos.
          Mas vale à pena se aprofundar mais, pois o exposto aqui é muito superficial; é importante ir mais a fundo. Isso só se faz estudando a Palavra e trazendo para a vida cotidiana o exemplo de Cristo, como um modo de vida.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,
Kurt Hilbert

sábado, 8 de junho de 2013

Palavra Humanizada

João 1:1-4
         No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens.
 

No princípio... a Palavra;
com Deus... a Palavra;
era Deus... a Palavra.
No princípio, Ele... a Palavra!
A Palavra, o Verbo, a Declaração,
o Vocábulo, o Termo, o Testamento,
a Afirmação, a Promessa, a Manifestação...
... Ele... o homem... o Filho do homem.
A Palavra em humanização!

No princípio... a Vida;
com Deus... a Vida;
era Deus... a Vida.
No princípio, Ele... a Vida!
A Vida, o Vigor, a Efervescência,
a Vitalidade, o Ânimo, o Entusiasmo,
o Movimento, o Universo, a Existência...
... Ele... o homem... o Filho unigênito.
A Vida humana em essência!

No princípio... a Luz;
com Deus... a Luz;
era Deus... a Luz.
No princípio, Ele... a Luz!
A Luz, a Energia, a Luminosidade,
o Brilho, o Clarão, o Fulgor,
a Iluminação, o Esclarecimento, a Verdade...
... Ele... o homem... o Filho de Deus.
A Luz da humanidade!
 

Kurt Hilbert

sábado, 1 de junho de 2013

Precisar na Oração

I Reis 8:59
          “Que as palavras da minha súplica ao SENHOR, o nosso Deus, tenham acesso ao SENHOR, dia e noite, para que ele defenda a causa do seu servo e a causa de Israel, o seu povo, de acordo com o que precisarem”.

          Este ponto bíblico está contido na oração que o rei Salomão proferia enquanto consagrava o Templo que mandara construir, entregando-o ao povo.
          Dentre as muitas coisas que Salomão colocava em sua oração de consagração e dentre tantas coisas que pedia, já quando encerrava a oração ele proferia essas palavras, suplicando a Deus para que Ele ouvisse as orações dele próprio e do povo de Israel, a hora que fosse, de dia ou de noite. Ele pedia que Deus defendesse as causas que lhe fossem apresentadas em oração.
          Chamou-me muito a atenção a parte final desse versículo: “para que ele defenda a causa do seu servo e a causa de Israel, o seu povo, de acordo com o que precisarem”. Justamente sobre a parte em negrito que eu quero falar e, dentro dela, especificamente da palavra “precisar”.
          Em primeiro lugar, “precisar”, dentro do contexto citado, significa “aquilo do qual se tenha precisão, necessidade, aquilo de que se carece”. Ok, essa é uma definição de “precisar”.
          Antes de passar à segunda definição – aquela que chega ao ponto em que quero chegar –, quero lembrar que Jesus disse que o Pai sabe de tudo o que precisamos antes mesmo de pedi-lo (Mateus 6:8). E isso é bom, é bom que Ele saiba, pois nos deixa seguros de alguma forma. Mas, mesmo que Ele saiba antecipadamente, Jesus também nos ensinou que, ainda assim, peçamos (Mateus 7:7). Isso nos deixa claro que, sim, Deus sabe, mas isso não nos dispensa de pedirmos o que precisamos. Precisamos pedir o que precisamos. Parece um joguinho de palavras o que vou citar a seguir, mas não é: Precisamos precisar o que precisamos! Juro que não é um joguinho de palavras. Explico a seguir.  
          Chegamos agora à segunda definição de “precisar”. Precisar também significa “especificar, particularizar, explicar”. Enfim, “precisar” é também sermos precisos com relação a algo.
          E agora quero voltar à oração de Salomão. Se prestarmos atenção, Salomão tanto pedia para que Deus atendesse o povo naquilo que “precisasse”, ou seja, “que necessitasse, tivesse carência e precisão”, quanto naquilo que o povo “precisasse”, ou seja, “que especificasse, particularizasse, explicasse”. Interessante, não? Ok, eu sei que no hebraico original provavelmente não se possa fazer esse desdobre na Palavra, viajar nela desta forma; talvez nem em outras línguas modernas seja possível fazer isso. Mas o que importa? Falamos português! E, na língua portuguesa, podemos expandir o conceito da palavra “precisar”. Graças a Deus por isso!
          Agora que desdobramos e ampliamos o significado da palavra “precisar”, quero fazer um convite à reflexão. Reflitamos novamente sobre essa definição: Precisamos precisar o que precisamos!
          E para que necessitamos disso, uma vez que Deus não necessitaria da nossa especificidade nas orações?
          Em primeiro lugar, para nós mesmos. Quando somos específicos em nossas orações, relembramos de cada coisa, refletimos sobre elas, argumentamos conosco mesmo sobre elas, as compartilhamos com Deus, fazemos um exercício de memória e de sensações, de mente e de coração. Quando detalhamos cada coisa que colocamos na oração – seja louvor, agradecimento, petições e intercessões –, exercitamos a nossa alma a orar. E o Senhor nos ensina a orar sem cessar (I Tessalonicenses 5:17). Indubitavelmente, isso é bom!
          Em segundo lugar, para compartilharmos com Deus. Quando oramos metodicamente, Deus percebe em nós que, além de pedirmos por nossas coisas, também dialogamos com Ele, investimos tempo em nossa relação com Ele. E Ele se contenta com isso. Jesus, em seu tempo de terráqueo, orava muito, conversava muito com Seu Pai. E o Pai adora um bom bate-papo!  Ele adora conversar conosco!
          Assim, meus brothers e minhas sisters, pensemos nisso.  
          Converse com Deus. Precise a Ele todas as coisas nessas conversas. Precise a Ele o quanto você O ama, o quanto O louva – isso se chama louvor! Precise a Ele o quanto você é agradecido – isso se chama agradecimento! Precise a Ele tudo o que você pede para você mesmo – isso se chama petição! Precise a Ele tudo o que você pede pelos seus semelhantes – isso se chama intercessão! E, para encerrar, precise a Ele de novo seu louvor e seu agradecimento!
          Passado pouco tempo, comece tudo de novo. Lembre-se: Ele adora conversar conosco!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,
Kurt Hilbert