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domingo, 28 de maio de 2023

122 – Os Dez Mandamentos (Êxodo 19 – 23)


 

Ao16(versículo de Êxodo 19) amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta ressoou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo. Moisés17 levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O18 monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o SENHOR tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e19 o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu.

E1(versículo de Êxodo 20) Deus falou todas estas palavras I:

Eu2 sou o SENHOR, o teu Deus II, que te tirou do Egito, da terra da escravidão”.

Não3 terás outros deuses além de mim III”.

Não4 farás para ti nenhum ídolo IV, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra”.

“Não7 tomarás em vão o nome do SENHOR teu Deus, pois o SENHOR não deixará impune quem tomar o seu nome em vão”.

“Lembra-te8 do dia de sábado, para santificá-lo”.

“Honra12 teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o SENHOR teu Deus te dá”.

“Não13 matarás”.

“Não14 adulterarás”.

“Não15 furtarás”.

“Não16 darás falso testemunho contra o teu próximo”.

“Não17 cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença”.

Muitas outras leis, com penalidades detalhadas, foram transmitidas ao povo de Israel: leis com relação a escravos, agressões pessoais, danos à propriedade, responsabilidade social, justiça e piedade, e feriados.

“Eis20(versículo de Êxodo 23) que envio um anjo à frente de vocês para protegê-los por todo o caminho e fazê-los chegar ao lugar que preparei. Prestem21 atenção e ouçam o que ele diz. Não se rebelem contra ele, pois não perdoará as suas transgressões, pois nele está o meu nome. Se22 vocês ouvirem atentamente o que ele disser e fizerem tudo o que lhes ordeno V, serei inimigo dos seus inimigos, e adversário dos seus adversários”.

“Não24 se curvem diante dos deuses deles, nem lhes prestem culto, nem sigam as suas práticas. Destruam-nos totalmente e quebrem as suas colunas sagradas. Prestem25 culto ao SENHOR, o Deus de vocês, e ele os abençoará, dando-lhes alimento e água. Tirarei a doença do meio de vocês”.

“Mandarei27 adiante de vocês o meu terror, que porá em confusão todas as nações que vocês encontrarem. Farei que todos os seus inimigos virem as costas e fujam. Causarei28 pânico entre os heveus, os cananeus e os hititas para expulsá-los de diante de vocês. Não29 os expulsarei num só ano, pois a terra se tornaria desolada e os animais selvagens se multiplicariam, ameaçando vocês. Eu30 os expulsarei aos poucos, até que vocês sejam numerosos o suficiente para tomar posse da terra”.

“Estabelecerei31 as suas fronteiras desde o mar Vermelho até o mar dos filisteus, e desde o deserto até o Eufrates. Entregarei em suas mãos os povos que vivem na terra, aos quais expulsarão de diante de vocês. Não32 façam aliança com eles nem com os seus deuses. Não33 deixem que esses povos morem na terra de vocês, senão eles os levarão a pecar contra mim, porque prestar culto aos deuses deles será uma armadilha para vocês”.

 

v     Para entender a história

No princípio, do caos Deus criou a ordem, por meio de dez determinações (Gênesis cap. 1). Da mesma forma, com os dez mandamentos, Deus cria ordem em Israel. A Lei da Aliança é a constituição de Israel. Estabelece o que é certo e o que é errado, e o que agrada e desagrada ao Criador.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Todas estas palavras – No antigo Oriente Médio, as estipulações em um tratado entre um rei e seus vassalos eram conhecidas como “palavras”. As dez “palavras” que Deus fala a Moisés são as exigências que ele faz aos israelitas. Estipulam os princípios das relações de Israel com Deus e com os demais. Esses “dez mandamentos” formam a base da Lei da Aliança de Israel.

                                   II.     “Eu sou o SENHOR, o teu Deus” – O discurso de Deus para Moisés e os israelitas segue o mesmo padrão dos antigos tratados reais. Primeiro, há uma introdução, que identifica o rei. Segue-se um preâmbulo histórico, lembrando aos vassalos os atos indulgentes do rei. Em seguida, são transmitidos os termos do tratado, e eles devem ser obedecidos. Na Lei da Aliança, Deus é o rei, e os israelitas, os vassalos.

                                III.     “Não terás outros deuses além de mim” – Os israelitas devem adorar apenas a Deus. O primeiro mandamento é o princípio essencial sob o qual está apoiado o acordo da aliança.

                                IV.     “Não farás para ti nenhum ídolo” – Diferentemente de tribos e nações contemporâneas, os israelitas são proibidos de fazer imagens de seu Deus. A natureza divina de Deus não pode ser definida através de uma representação visual.

                                   V.     “Fizerem tudo o que lhes ordeno” – As garantias dessas promessas são bem parecidas com as cláusulas protetoras encontradas nos tratados do antigo Oriente Médio. Em troca da obediência total, Deus recompensará os israelitas e garantirá a sua segurança.

 

- O resumo dos Dez Mandamentos:

1) Não terás outros deuses além de mim;

2) Não farás para ti nenhum ídolo;

3) Não tomarás em vão o nome do SENHOR teu Deus;

4) Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo;

5) Honra teu pai e tua mãe;

6) Não matarás;

7) Não adulterarás;

8) Não furtarás;

9) Não darás falso testemunho contra o teu próximo;

10) Não cobiçarás.

 

- Jesus e os Mandamentos: Os mandamentos lidam, em primeiro lugar, com o modo pelo qual as pessoas devem se relacionar com Deus e, em segundo, como devem se relacionar entre si. Um doutor da Lei, certa vez, perguntou a Jesus: “De todos os mandamentos, qual é o mais importante?” Jesus respondeu: “O mais importante é este: [...] Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes” (Marcos 12:29-31). Dessa maneira, Jesus resumia a essência dos Dez Mandamentos.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 21 de maio de 2023

A Solução Divina


 

1º Pedro 5:7

Lancem sobre ele [Deus] toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.

 

Se há uma palavra que define a correria do dia a dia em que vivemos neste século XXI, esta palavra é ansiedade.

 Quando estamos ansiosos, não temos paz, estamos em agito constante, em inquietação da alma, e isso se reflete em tudo, desde a espiritualidade, passando pela parte psicológica e desembocando em nossa parte física, pois tudo está interligado.

É muito comum nosso corpo biológico somatizar em si os sintomas da nossa alma, e a ansiedade resulta em males corporais, que se manifestam em doenças as mais variadas.

Junto da depressão, a ansiedade é um dos males deste século – cada século tem os seus mais salientes males.

Quem trabalha com as chamadas “doenças da alma” está diante de um mercado promissor!

Infelizmente não são só os profissionais específicos que atuam nessa área, como psicólogos e psiquiatras, mas há também os “profissionais do mercado religioso”, que vendem soluções milagrosas – para os bolsos deles, esvaziando os dos ingênuos e incautos. Este também é um mal do século.

Dentro da espiritualidade – e mesmo dentro da religiosidade institucionalizada –, há os sérios e honestos, aqueles que querem mesmo ser de ajuda e de ponto de apoio para a cura da alma. Há aqueles que colocam diante de si, dia a dia, a missão de ajudar ao próximo adoecido, alcançando a Palavra do Senhor que pode curar. A questão é que as pessoas mais simples de cognição têm alguma dificuldade de identificar quem é quem, e caem no laço do oportunista.

Mas o que quero dizer mesmo é que há um campo enorme que se descortina para tratar desses males da alma.

Sabendo que todas as soluções sérias são bem-vindas, quero compartilhar aqui a solução que a Palavra de Deus nos apresenta: ela fala para “lançarmos sobre Deus a nossa ansiedade”, na certeza pela fé que “Ele tem cuidado de nós”.

Há muitas Palavras que nos exortam nesta direção: Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma (Salmo 94:19). Afaste do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo, pois a juventude e o vigor são passageiros (Eclesiastes 11:10). “Não busquem ansiosamente o que hão de comer ou beber; não se preocupem com isso. Pois o mundo pagão é que corre atrás dessas coisas; mas o Pai sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas (Lucas 12:29-31). Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus (Filipenses 4:6-7).

Normalmente lançamos nossas ansiedades sobre os psicólogos, psiquiatras, sobre os amigos, sobre os “religiosos”, sobre os familiares, enfim, sobre muitos. OK, não há problema nisso. Sempre que podemos ter quem nos ajude com honestidade e disponibilidade, é uma bênção!

Mas lançamos nossas ansiedades sobre Deus, em nossas orações? E por que não? Afinal, Ele cuida de nós!

Podemos compartilhar com Deus tudo o que nos aflige. Podemos contar-Lhe tudo o que pensamos e sentimos, tudo o que vem à nossa mente e ao nosso coração naquele momento de oração.

Eu sei que Deus já sabe de tudo, mas falar-Lhe é parte importantíssima do processo de cura!

Veja: quando falamos, sabemos que Deus nos escuta, e nós também nos escutamos. Nos oportunizamos externar e verbalizar nossos males, nossas dores, aquilo que nos causa ansiedade. A gente se escutar claramente também é parte da cura. Faz com que repensemos, naquele momento mesmo, todas as coisas. Por que você acha que, diante de um profissional da saúde psicológica, somos incentivados a falar? Somente para que aquele profissional tome ciência do que nos aflige? Não somente por isso, mas para que nos escutemos e exercitemos o hábito de “colocar para fora” o que nos aflige. Quando retemos, tendemos a “explodir” nalgum momento.

Fale na oração. Se escute na oração. E silencie depois de orar, para poder “ouvir a voz de Deus” que fala em nossa consciência, em nossos pensamentos, em nossa alma, de muitas e variadas formas!

Lance sobre Deus toda a sua ansiedade!

Ele tem cuidado de você!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 14 de maio de 2023

121 – Maná do Céu (Êxodo 16 – 17)


Toda1(versículo de Êxodo 16) a comunidade de Israel partiu de Elim e chegou ao deserto de Sim I, que fica entre Elim e o Sinai. Foi no décimo quinto dia do segundo mês, depois que saíram do Egito. No2 deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão. Disseram-lhes3 os israelitas: “Quem dera a mão do SENHOR nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão!”

Disse4, porém, o SENHOR a Moisés: “Eu lhes farei chover pão do céu. O povo sairá e recolherá diariamente a porção necessária para aquele dia. Com isso os porei à prova para ver se seguem ou não as minhas instruções”.

No13 final da tarde, apareceram codornizes II que cobriram o lugar onde estavam acampados; ao amanhecer havia uma camada de orvalho ao redor do acampamento. Depois14 que o orvalho secou, flocos finos semelhantes a geada estavam sobre a superfície do deserto. Quando15 os israelitas viram aquilo, começaram a perguntar uns aos outros: “Que é isso?”, pois não sabiam do que se tratava.

Disse-lhes Moisés: “Este é o pão que o SENHOR lhes deu para comer. Assim16 ordenou o SENHOR: ‘Cada chefe de família recolha o quanto precisar: um jarro para cada pessoa da sua tenda’. Durante26 seis dias vocês podem recolhê-lo, mas, no sétimo dia, o sábado III, nada acharão”.

Apesar27 disso, alguns deles saíram no sétimo dia para recolhê-lo, mas não encontraram nada.

O31 povo de Israel chamou maná àquele pão IV. Era branco como semente de coentro e tinha gosto de bolo de mel.

Os35 israelitas comeram maná durante quarenta anos, até chegarem a uma terra habitável; comeram maná até chegarem às fronteiras de Canaã.

Toda1(versículo de Êxodo 17) a comunidade de Israel partiu do deserto de Sim, andando de um lugar para outro, conforme a ordem do SENHOR. Acamparam em Refidim, mas lá não havia água para beber.

Os israelitas reclamaram amargamente com Moisés, dizendo que morreriam de sede no deserto. Moisés pediu a ajuda de Deus.

Respondeu-lhe5 o SENHOR: “Passe à frente do povo. Leve com você algumas das autoridades de Israel, tenha na mão a vara com a qual você feriu o Nilo e vá adiante. Eu6 estarei à sua espera no alto da rocha que está em Horebe. Bata na rocha, e dela sairá água para o povo beber”. Assim fez Moisés, à vista das autoridades de Israel. E7 chamou aquele lugar Massá e Meribá V, porque ali os israelitas reclamaram e puseram o SENHOR à prova, dizendo: “O SENHOR está entre nós, ou não?”

Sucedeu8 que os amalequitas VI vieram atacar os israelitas em Refidim. Então9 Moisés disse a Josué: “Escolha alguns dos nossos homens e lute contra os amalequitas. Amanhã tomarei posição no alto da colina, com a vara de Deus em minhas mãos”.

Enquanto11 Moisés mantinha as mãos erguidas, os israelitas venciam; quando, porém, as abaixava, os amalequitas venciam. Quando12 as mãos de Moisés já estavam cansadas, eles pegaram uma pedra e a colocaram debaixo dele, para que nela se assentasse. Arão e Hur mantinham erguidas as mãos de Moisés, um de cada lado, de modo que as mãos permaneceram firmes até o pôr-do-sol. E13 Josué derrotou o exército amalequita ao fio da espada.

Após esses acontecimentos, Moisés escolheu vários sábios para agirem como juízes perante o povo. Os israelitas viajaram até o deserto no Sinai e acamparam diante da montanha de Deus.

 

v     Para entender a história

Diante da fome e da sede, os israelitas começaram a perder a fé em Deus. Entretanto, Deus mostra preocupação com o seu povo ao, miraculosamente, lhes fornecer comida e água, e levá-los à vitória em uma batalha. Apesar das ações de Deus, os israelitas continuam a duvidar dele.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Deserto de Sim – O deserto de Sim era um território da Península do Sinai. Nos tempos bíblicos, a península se dividia em cinco regiões: os desertos de Sim, Sur, Sinai, Parã e Zim. Embora áridos e inóspitos, esses desertos têm sido habitados há milhares de anos pelos beduínos. A Península do Sinai fica entre Egito e Israel e é limitada, ao norte, pelo Mar Mediterrâneo e, ao sul, pelo Mar Vermelho.

                                   II.     “Apareceram codornizes” – Codornizes atravessam a Península do Sinai, em migrações entre a Europa e a África. Essas pequenas aves conseguem voar rapidamente, durante um curto período de tempo. Ao viajarem longas distâncias, esticam as asas e contam com a ajuda do vento. É possível que o vento tenha parado, a as codornizes, exaustas, pousaram.

                                III.     “No sétimo dia, o sábado” – Esta é a primeira vez que a Bíblia usa a palavra “sabbath” – sábado –, que significa “descanso” em hebraico. Deus não fornece comida no sétimo dia, que deve ser reservado para culto e descanso. O princípio do dia de “sabbath” é baseado na criação do mundo por Deus (Gênesis 2:3).

                                IV.     “Chamou maná àquele pão” – “Maná” é uma expressão hebraica que significa “o que é isso?”, pois os israelitas não sabiam dizer ao certo o que era aquilo que viam. Cientistas foram incapazes de identificar formalmente a fonte dessa substância alimentícia. Alguns sugerem que é o líquido adocicado produzido por insetos que vivem nas tamargueiras da Península do Sinai. Outros acreditam que é uma resina pegajosa secretada por um grande número de plantas do deserto, como a “hammada”, que cresce ao sul do Sinai, e produz uma substância doce e leitosa, que os atuais beduínos usam como adoçante.

                                   V.     “Massá e Meribá” – Moisés batizou o local de “Massá”, que quer dizer “teste”, e “Meribá”, que significa “empenho”. Essas palavras hebraicas servem para lembrar aos israelitas seu empenho para manter a fé em Deus.

                                VI.     “Os amalequitas” – Esse povo seminômade descendeu de Amaleque, neto de Esaú (Gênesis 36:12). Na época de Moisés, habitavam principalmente as Penínsulas Árabe e do Sinai e reivindicavam a propriedade desse território. Foram os primeiros a atacar os israelitas e permaneceram seus inimigos por todo o período do Antigo Testamento.

 

- Codorniz: A codorniz é uma ave pequena, com penas malhadas de marrom, e pertence à família do faisão.

- Josué: Josué era da tribo de Efraim. Foi o líder militar dos israelitas e também auxiliar de Moisés. Josué acompanhou Moisés quando ele falou com Deus fora do acampamento (Êxodo 33:11). O nome original de Josué era Oséias. Moisés o rebatizou de Josué (Números 13:16). O nome Jesus é uma variação do nome hebraico Josué.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 7 de maio de 2023

Sabedoria


 

Tiago 1:5

Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.

 

Quantas pessoas buscam por sabedoria nos dias de hoje?

Sabedoria é diferente de “saber”, no sentido de estar-se ciente de conhecimento de fatos e dados, de informações.

São características da sabedoria, sim, ser instruído, mas também ter-se juízo, bom senso e boa conduta. São também características da sabedoria ouvir, responder mais tarde, colocar-se no lugar do outro, dar tempo ao tempo, saber esperar – especialmente esperar no Senhor.

Sabedoria não é necessariamente uma característica de doutos, de eruditos ou de acadêmicos. Freqüentemente se vê sabedoria naquela senhorinha simples do interior, que tem aquele ar de candura e aquele cuidado materno para com todos. Ou naquele senhorzinho, pitando seu palheirinho e escutando as conversas e, quando convidado a dar algum pitaco, discorre, dentro da sua simplicidade, da maneira mais profunda sobre o tema em pauta, de forma a fazer embasbacar qualquer aristotélico.

Quando se trata de sabedoria espiritual e divina, raramente tem a ver com pessoas doutoradas. Jesus disse que veio pregar o Evangelho aos pobres e humildes, aos simples de coração. Pessoas assim são ensináveis, conduzíveis – mas não manipuláveis –, ávidas por aprender do Mestre.

Sim, são características da sabedoria a humildade, a simplicidade e a disponibilidade.

Alguém assim tem plataforma psicológica/espiritual para ser preenchido da sabedoria que vem do alto. Alguém assim ouve os ensinamentos do Evangelho e não se contrapõe a eles, antes dá razão a Jesus.

Quem se dispõe a aprender segundo a Palavra do Senhor, abre espaço para ser preenchido pelo Espírito Santo, cuja manifestação nesta pessoa também vem carregada da palavra de sabedoria. É isto que encontramos em 1º Coríntios 12:7-11, onde diz: A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, , pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer.

Já no Antigo Testamento há um “convite” lindo da “sabedoria”, transcrito de forma alegórica: Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos; se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento; se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto; se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o SENHOR e achará o conhecimento de Deus (Provérbios 2:1-5).

Se você se dispuser a passear pelas Escrituras, encontrará dezenas de citações à sabedoria.

Eu tenho consciência da minha falta de sabedoria. Tenho pouca, gostaria de ter mais hoje em relação àquela de ontem, e amanhã mais àquela que tenho hoje.

E eu sei que tenho limitações. Sou fraco cognitivamente, até mesmo lento para algumas assimilações.

A Palavra me diz, no entanto, que Deus dá sabedoria livremente, ou seja, Deus não está condicionado às nossas limitações ou faltas.

Inclusive, há uma promessa que me traz um enorme conforto: Pois, quando sou fraco é que sou forte (2º Coríntios 12:10). Esta aparente contradição também me mostra que Deus não é sempre linear, lógico ou retórico, mas freqüentemente contradiz a naturalidade das coisas, mostrando Sua sobrenaturalidade, inclusive em relação a mim – e a você.

Se nos damos conta da nossa falta de sabedoria, ou de tê-la em pouca medida, podemos pedir a Deus por ela, e Ele dá livremente a quem pede. Essa é uma liberdade divina: Ele dá conforme Ele quer.

E quando sabemos que Deus sempre quer o melhor para nós, ficamos confiantes. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito (Romanos 8:28).

Assim, podemos confiar que a medida de sabedoria que Ele nos concede é a ideal para nós. Ele não dá demais nem de menos, mas na medida certa!

Confiança n’Ele também é uma característica de sabedoria divina!

Mas lembremos: temos que pedir!

“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mateus 7:7-8).

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert