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sábado, 30 de março de 2024

História da Páscoa



Páscoa é uma das mais importantes festividades do calendário cristão. Essa data comemorativa originou-se com os judeus e teve seu sentido ressignificado após a crucificação de Cristo. Algumas características da Páscoa moderna também possuem elementos herdados de povos pagãos. A Páscoa é uma celebração de data móvel, e o seu significado mais conhecido – o cristão – relembra a crucificação e ressurreição de Cristo. A palavra “Páscoa” no idioma português deriva dos termos em três idiomas: “Pessach”, no hebraico, “Pascha”, no latim, e “Paskha”, no grego.

 

Páscoa Judaica

A Páscoa comemorada pelos judeus possui um sentido completamente distinto daquele assumido na comemoração cristã. A Páscoa judaica é chamada de “Pessach” (que significa “passagem”, no hebraico) e comemora a libertação dos hebreus da escravidão no Egito. Essa festa judaica era comemorada tradicionalmente próximo ao período em que se inicia a primavera no hemisfério norte.

A realização dessa festa na tradição judaica aconteceu por uma ordem expressa de Deus a Moisés, que a repassou para o povo hebreu. A descrição da forma como a comemoração deveria ser realizada e todo o seu contexto estão no livro bíblico de Êxodo. De qualquer forma, essa festa faz menção à passagem do anjo da morte pelo Egito durante a execução da décima praga, que foi responsável pela dizimação de todos os primogênitos daquela terra.

 

Páscoa Cristã

Apesar de sua derivação da comemoração judaica, o sentido da Páscoa cristã é diferente, pois relembra os atos da crucificaçãomorte e ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo é, inclusive, um dos pilares da fé cristã e, por isso, a Páscoa é uma festividade tão importante para os cristãos.

Dentro da tradição cristã, Cristo é visto como o Cordeiro de Deus que foi enviado com a missão de se oferecer em sacrifício para salvar a humanidade dos pecados. Depois de ter sido crucificado e morto, Cristo ressuscitou após três dias. Todos esses eventos teriam ocorrido durante a realização da Páscoa judaica (comemorada durante sete dias), o que criou um paralelo entre as duas comemorações.

Na comemoração da tradição cristã, a Páscoa encerra o período da Quaresma, que é marcado por jejuns e no qual muitos fazem votos. A última semana desse período é conhecida como Semana Santa e inicia-se com o Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém.

 Os dias finais da Semana Santa são a “última ceia”, que aconteceu na quinta-feira santa; a crucificação e morte de Cristo acontece na sexta-feira santa, e a ressurreição de Cristo aconteceu no Domingo de Páscoa.

A data de comemoração da Páscoa, como todos sabem, é uma data móvel e pode acontecer entre o período de 22 de março e 25 de abril. A determinação da Páscoa como comemoração em data móvel foi estipulada durante o Concílio de Niceia, organizado em 325 d.C. Ali se estabeleceu que a Páscoa aconteceria no primeiro domingo após a lua cheia do equinócio da primavera (baseado no hemisfério norte).

 

Outras influências na Páscoa moderna

Além da tradição judaica e cristã, a Páscoa moderna agregou elementos de outras culturas não cristãs, isto é, pagãs. Esse processo aconteceu, sobretudo, a partir da cristianização dos povos germânicos na Europa. Os historiadores afirmam que, durante esse processo, uma série de elementos das culturas desses povos foi sendo apropriada pelo cristianismo.

No caso da Páscoa, existem historiadores que estabelecem uma conexão entre essa festividade no norte da Europa e o culto a uma deusa germânica chamada Eostern. Os termos em alemão e inglês para Páscoa muito provavelmente têm origem nesse culto. Em alemão, o termo para Páscoa é Ostern; em inglês, o termo para Páscoa é Easter.

Alguns historiadores relatam que durante o equinócio da primavera, ou seja, próximo da época em que os cristãos comemoravam a Páscoa, povos germânicos realizavam festividades em homenagem à deusa Eostern, o que criou um paralelo entre as comemorações nessas localidades do hemisfério norte.

Outros símbolos tradicionais da Páscoa moderna – o coelho e os ovos – também são atribuídos a influências pagãs. Acredita-se que coelhos e ovos eram tradicionais símbolos que representavam a fertilidade para diferentes povos e, à medida que esses povos foram sendo cristianizados, esses símbolos foram sendo agregados à comemoração cristã.

 

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/pascoa/historia-pascoa.htm

domingo, 24 de março de 2024

Os Ramos


João 12:12-13

No dia seguinte, a grande multidão que tinha vindo para a festa ouviu falar que Jesus estava chegando a Jerusalém. Pegaram ramos de palmeiras e saíram ao seu encontro, gritando: “Hosana!” “Bendito é o que vem em nome do Senhor!” “Bendito é o Rei de Israel!”

 

A cena é esta: Jesus estava entrando em Jerusalém, montado em um jumentinho, e aquela seria a última semana de Sua vida como mortal na terra.

A população havia ouvido a respeito da ressurreição de Lázaro, que Ele promovera, bem como acerca de outros milagres d’Ele, e estava muito curiosa com tudo isso, ansiando vê-Lo.

Muitos judeus se reuniam naquela semana em Jerusalém, vindos de várias regiões, e mesmo de outras nações, onde residiam, pois era a semana que antecedia a comemoração da Páscoa judaica – onde o povo relembrava da saída/êxodo do Egito, conduzidos que foram por Moisés. Esta era uma tradição de séculos já, e era celebrada todos os anos.

Pois bem. Lá estava Jesus, entrando na cidade, acompanhado de Seus discípulos e mais uma multidão de gente. Na antiguidade, no Oriente Médio, quando um rei adentrava uma cidade, era costume ele ser recebido com honrarias especiais, e estenderem-se ramos e mantos pelo chão do caminho que trilhava era uma dessas honrarias. Dá para imaginar o alvoroço que isso tudo causou, especialmente entre os religiosos do Templo, sempre zelosos pelas tradições.

E o povo, além destas honrarias, também prestava saudações.

“Hosana!”, gritavam eles, uma expressão hebraica de louvor que significa “Salve!”, relembrando o Salmo 118:25.

“Bendito é o que vem em nome do Senhor!”, era outro grito da multidão, relembrando a expressão também constante no Salmo 118:26.

Ainda, o povo dava a Jesus de Nazaré uma saudação dedicada à realeza: “Bendito é o Rei de Israel!”

De forma simbólica, aquele pregador de Nazaré estava sendo recebido em Jerusalém como se fosse um rei.

Pois é. Durma-se com um barulho desses! – especialmente na mente dos religiosos, que já tramavam formas de se livrarem desse incômodo “mestre popular”.

Bem, depois conhecemos a história e o desenrolar daquela semana, que culminaria com a crucificação e a ressurreição.

Hoje, quero me ater a esta entrada triunfal de Jesus de Nazaré em Jerusalém, e me ocorrem algumas perguntas: Qual o motivo daquela agitação popular toda? Eles de fato sabiam Quem Ele era? O que eles esperavam d’Ele? Mais milagres? Surpresas? Que Ele promovesse a libertação de Israel das mãos dos romanos?

Das seis perguntas acima, tenho minhas percepções a respeito, a saber: Para a primeira, a resposta é “variada”, pois uma agitação popular quase nunca tem um motivo único. Para a segunda, creio que “não sabiam” de fato. Para a terceira, também há “várias possibilidades” de expectativa, pois sobre Ele ouviram muitas histórias. Para a quarta, “sim”, seguramente os milagres eram também uma grande expectativa. Para a quinta pergunta, a resposta é “sim” também, pois Jesus costumava surpreender por Seus ensinamentos e Suas atitudes. A para a última pergunta, creio que “sim” também é a resposta, pois muitos esperavam d’Ele algum ato sobrenatural que corresse com os romanos dali – inclusive creio que Judas, o discípulo que O traiu, esperava isso também.

E, agora, chegamos a nós, a mim que escrevo este texto e a você que o lê.

Em Jesus adentrando nossas vidas diariamente, o que esperamos d’Ele? Como O recebemos? Ficamos “agitados” com a Sua presença ou ela passa despercebida? Sabemos de fato Quem Ele É? O que esperamos d’Ele? Milagres? Surpresas? O que esperamos que Ele promova em nossa vida?

Tenho cá minhas respostas pessoais.

E convido a você a pensar sobre as suas.

Vamos refletir nisso nesta semana, uma semana que traz recordações tão importantes a quem tem em Jesus o seu Mestre e Senhor!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 17 de março de 2024

142 – Israel Governada Por Reis


 

O povo de Israel estava insatisfeito com a sua liderança, que havia passado do profeta Samuel para seus filhos. Por essa época, também sofria repetidos ataques dos filisteus, os seus antigos inimigos (cerca de 1100 a.C.). Numa tentativa de unir os grupos tribais contra os filisteus, os anciãos israelitas passaram a exigir um rei. Apesar dos alertas de Samuel com relação à taxação e recrutamento, o povo de Israel decidiu tornar-se uma nação sob o governo de Saul, o primeiro rei de Israel. O reinado atingiu o auge durante a época do rei Salomão, quando se transformou num enorme império comercial.

 

Os primeiros reis

Samuel desempenhou um importante papel no estabelecimento da monarquia. Ajudou a escolher os dois primeiros reis, Saul (cerca de 1050 – 1010 a.C.) e Davi (cerca de 1010 – 970 a.C.), que reinaram, cada um, por volta de quarenta anos. Davi escolheu o filho Salomão para ser o terceiro rei de Israel. Ele também reinou durante quarenta anos (cerca de 970 – 930 a.C.).

 

A unção de reis

Os israelitas costumavam ungir os seus sacerdotes, o que consistia em esfregar um óleo sagrado (*) na pele deles. Esse ato simbolizava a consagração a Deus, para o ofício religioso. A partir da época de Samuel, também ungiam os seus reis. Essa prática indicava que os reis não eram escolhidos pelo povo, mas por Deus.

A unção também significava a fidelidade de um rei a Deus e sua dedicação ao povo de Israel. O rei de Israel passou a ser conhecido como o “messias”, termo hebraico para o “ungido”. A palavra grega para “messias” é “christos”, da qual derivou “Cristo”.

 

O reinado de Saul

Saul pertencia à tribo de Benjamim, a menor das doze tribos de Israel. Os benjamitas ocupavam a terra entre Efraim, ao norte, e Judá, ao sul. Saul foi, portanto, uma boa opção de rei para um Israel unido, pois agradaria tanto às tribos do norte quanto às do sul.

 

Saul, o soldado

Saul era um excelente líder militar. Das diferentes tribos de Israel, ele formou um único exército, que, embora tivesse armamento inferior, combateu com sucesso os amonitas e os filisteus. Entretanto, as vitórias de Saul merecem apenas uma breve menção na Bíblia. Por outro lado, ele é duramente criticado por sua desobediência a Deus (1º Samuel, caps. 13 – 15). Deus o rejeitou, o que fez com que ele se tornasse cada vez mais desconfiado e enciumado, principalmente de Davi, que o servia em seu palácio. Saul perdeu muito tempo perseguindo Davi, e a nação de Israel sofreu com isso. Nos anos finais de seu reinado, ele via Davi como uma ameaça ao seu poder.

 

O reinado de Davi

Após a morte de Saul, Davi foi ungido como rei pelos seus conterrâneos da tribo de Judá. Ele herdou, porém, um reino dividido. Isbaal, um dos filhos de Saul, foi proclamado rei das tribos do norte de Israel, por Abner, o comandante do exército de Saul. Isbaal acabou sendo morto, e Davi foi ungido pelas tribos do norte.

 

Conquistas militares de Davi

Davi foi um soldado corajoso e um general habilidoso. Subjugou nações vizinhas de todos os lados. Derrotou os amonitas, os moabitas e os edomitas no leste; os filisteus, no oeste e os sírios (armênios) no norte. O declínio do Egito e o poder enfraquecido de outras grandes civilizações permitiram que Davi fizesse alianças bem-sucedidas, para garantir as suas fronteiras do Nilo ao Eufrates.

 

Davi conquista Jerusalém

Davi tomou dos jebuseus a antiga cidade de Jerusalém e a tornou o centro religioso e político do seu reinado. Sua localização era ideal, instalada bem no centro, entre as tribos do norte e do sul de Israel. A antiga capital israelita era Hebron, que ficava muito ao sul. Jerusalém também estava convenientemente situada num planalto e era densamente fortificada. Davi instalou a Arca da Aliança (contendo as Leis de Moisés) em sua nova capital.

 

Oposição a Davi

Davi transformou a sociedade tribal israelita em um estado centralizado. Também aumentou os impostos para pagar as suas campanhas militares e projetos de construção. Isso provocou muita hostilidade entre as tribos israelitas, que não sentiram os benefícios de suas reformas. Uma revolta foi liderada por Seba, um benjamita que pretendia dividir o reino e destruir a monarquia. Mas Davi derrotou os revoltosos em Abel-Bet-Maaca.

O reinado de Davi também foi obscurecido por problemas dentro de sua família. Absalão, um de seus filhos, tentou tomar o trono, e Davi foi forçado a fugir de Jerusalém. Esses problemas internos sublinharam a instabilidade da monarquia dessa época.

 

O reinado de Salomão

Davi indicou o filho Salomão para sucedê-lo. O seu reinado foi pacífico e ele expandiu o reino através de tratados assinados com outras nações. Salomão, entretanto, tinha tendência a ser ditatorial, e as pessoas o viam como um soberano opressor. Salomão propiciou grade riqueza e prestígio ao seu reino. Também se destacou por sua sabedoria e erudição. Muitos dos textos de Salomão fazem parte da Bíblia. Formou uma coletânea de provérbios, poemas de amor e salmos.

 

O comércio de Salomão

Salomão iniciou um sistema de acordos comerciais com países vizinhos. Algumas operações comerciais eram realizadas por terra, utilizando caravanas de camelos, mas a maior parte era feita por mar. Ele construiu uma enorme frota de navios, com a ajuda do rei Hirão, de Tiro. As operações comerciais de Salomão o levaram a entrar em contato com a rainha de Sabá (1º Reis 10:1-3).

 

Salomão, o construtor

Não houve guerras durante o reinado de Salomão, o que lhe facilitou a execução de grandes projetos arquitetônicos. O seu palácio, uma série de cinco estruturas, levou treze anos para ser concluído. Construiu cidades-entrepostos e fortalezas para proteger o reino, como as de Hasor, Megido e Geser. Salomão usou escravos estrangeiros como mão-de-obra para esses projetos. Também recrutou israelitas para recolherem materiais de construção no Líbano.

 

O Templo de Jerusalém

O Templo foi o mais importante dos projetos arquitetônicos de Salomão. Hoje em dia, nada resta desse prédio magnífico, mas o livro dos Reis o descreve em grades detalhes (1º Reis, cap. 6). Era dividido em três setores principais: o Santo dos Santos, o Recinto Sagrado e os Átrios Externos. Seu desenho era semelhante ao do Tabernáculo (o santuário portátil dos israelitas). Salomão foi ajudado por Hirão-Abi, um habilidoso artífice de Tiro.

 

(*) Óleos de unção: O Antigo Testamento fornece instruções detalhadas para se fazer o óleo especial de unção (Êxodo 30:22-33). Os ingredientes eram mirra líquida, canela, cana aromática e cássia, que deviam ser misturadas com azeite de oliva puro.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS. 

domingo, 10 de março de 2024

Meu Amigo Jesus de Nazaré


João 15:14

“Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno”.

 

Jesus chamou Seus discípulos de amigos. Ainda que Ele fosse Senhor sobre eles, Ele agora preferia uma relação mais próxima, de amigos: Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido” (João 15:15).

Ele preferia Se aproximar muito mais deles, tendo mais que uma relação de um senhorio sobre sua vassalagem, ou um mestrado sobre seu discipulado – Ele preferia fazê-los amigos de Deus!

Alguns sinais claros disso Ele já dava em Sua conversa com eles, por declarações do tipo: “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço (João 15:9-10). “Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa (João 15:11) Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome (João 15:16).

Costumo dizer que, nas Escrituras, Deus vai Se apresentando de forma cada vez mais próxima do ser humano, conforme a consciência deste vai evoluindo: Ele Se apresenta como Deus, como Criador, como SENHOR, como Salvador, como Pai, como Irmão e como Amigo. Em Jesus de Nazaré, estas designações ganham seu significado mais amplo!

Mesmo em hierarquias humanas, onde existe uma distância de organograma entre superior e subordinado, quando há amizade entre eles, esta distância tende a diminuir consideravelmente e, em alguns casos, mesmo desaparecer. Permanece, sim, a subordinação e a obediência cabíveis, mas não há o “peso” do “maior” sobre o “menor”. Há, sim, uma paridade consentida do superior em relação ao subordinado.

Ora, se nas hierarquias humanas já pode ser assim, quanto mais será na “hierarquia” divina, onde só Cristo é o Senhor – e tem o senhorio –, e os demais são tão-somente irmãos!

E a iniciativa da paridade é d’Ele – e só poderia partir d’Ele!

Essa paridade classifica a nossa relação com Cristo como uma relação de amigos. Continuamos sabendo que Ele é o Senhor e o Mestre, e Ele sabe que nós somos os servos e os discípulos, mas nossa abordagem agora é de amigos: Ele é nosso amigo e nós somos amigos d’Ele! Isso é único!

Até nossa condição de discípulos é potencializada por esta relação agora tão próxima com o Mestre: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor” (Mateus 10:24-25).

Note que, nesta Palavra, Jesus fala que o discípulo é “como” o seu mestre, e o servo é “como” o seu senhor. Ora, isso só pode partir de um Amigo!

Há, no entanto, uma condicional para sermos amigos de Jesus, há um “se”.

Veja: com relação ao amor que Deus tem para conosco, não há nenhuma condicional – pois Seu amor é incondicional – mas para termos uma “amizade” com Ele, há, sim, uma condicional, há, sim, um “se”.

Ele diz que seremos Seus amigos “se” fizermos o que Ele nos ordena, lembra? “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno”.

E que ordenação é esta? Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros (João 15:17).

Assim, a condição que Ele nos coloca para sermos Seus amigos é esta: o amor fraterno!

Somos Seus amigos se somos amigos dos demais irmãos humanos!

Para isso, claro, precisamos de disposição. Precisamos deixar de lado o orgulho. Precisamos de empatia, colocarmo-nos no lugar do outro. Precisamos de perdão: perdoar e aceitarmos perdão. Precisamos querer!

Em suma, é isso que precisamos: querer.

Lembro também do que Ele fala sobre o “querer”: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me (Lucas 9:23).

E aí? Você quer esta amizade?

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

 

domingo, 3 de março de 2024

141 – Os Filisteus e a Arca (1º Samuel 4 – 6)


Os1(versículo de Samuel 4) israelitas saíram à guerra contra os filisteus. Os2 filisteus dispuseram suas forças em linha para enfrentar Israel, e, intensificando-se o combate, Israel foi derrotado pelos filisteus, que mataram cerca de quatro mil deles no campo de batalha. Quando3 os soldados voltaram ao acampamento, as autoridades de Israel perguntaram: “Por que o SENHOR deixou que os filisteus nos derrotassem? Vamos a Siló buscar a arca da aliança do SENHOR I, para que ele vá conosco e nos salve das mãos de nossos inimigos”.

Quando5 a arca da aliança do SENHOR entrou no acampamento, todos os israelitas gritaram tão alto que o chão estremeceu.

Os6 filisteus, ouvindo os gritos, perguntaram: “O que significam todos esses gritos no acampamento dos hebreus?”

Quando souberam que a arca do SENHOR viera para o acampamento, os7 filisteus ficaram com medo e disseram: “Deuses chegaram ao acampamento. Ai de nós! Nunca nos aconteceu uma coisa dessas! Ai8 de nós! Quem nos livrará das mãos desses deuses poderosos? São os deuses que feriram os egípcios com toda espécie de pragas, no deserto. Sejam9 fortes, filisteus! Sejam homens ou vocês se tornarão escravos dos hebreus, assim como eles foram escravos de vocês. Sejam homens e lutem!”

Os filisteus lançaram um ataque feroz contra os israelitas e capturaram a arca de Deus. Os israelitas sofreram perdas pesadas, e os dois filhos de Eli foram mortos. O resto fugiu para suas tendas. Um mensageiro foi enviado a Siló, para dar a notícia a Eli.

Eli18 caiu da cadeira para trás, ao lado do portão, quebrou o pescoço, e morreu II, pois era velho e pesado. Ele liderou Israel durante quarenta anos.

Depois1(versículo de Samuel 5) que os filisteus tomaram a arca de Deus, eles a levaram de Ebenézer para Asdode e2 a colocaram dentro do templo de Dagom III, ao lado de sua estátua. Quando3 o povo de Asdode se levantou na madrugada do dia seguinte, lá estava Dagom caído, rosto em terra, diante da arca do SENHOR! Eles levantaram Dagom e o colocaram de volta em seu lugar. Mas4, na manhã seguinte, quando se levantaram de madrugada, lá estava Dagom caído, rosto em terra, diante da arca do SENHOR! Sua cabeça e mãos tinham sido quebradas e estavam sobre a soleira; só o seu corpo ficou no lugar.

Depois6 disso a mão do SENHOR pesou sobre o povo de Asdode e dos arredores, trazendo devastação sobre eles e afligindo-os com tumores.

A arca foi carregada para outras cidades filisteias. Aonde quer que ela fosse, levava pragas e morte. Após sete meses, os sacerdotes e adivinhos filisteus disseram ao seu povo para que mandasse a arca embora dentro de uma carroça puxada por duas vacas não adestradas e que fizesse reprodução em ouro dos ratos e tumores que estavam dizimando o país.

Colocaram11(versículo de Samuel 6) a arca do SENHOR na carroça e junto dela a caixa com os ratos de ouro e as imagens dos tumores IV. Então12 as vacas foram diretamente para Bete-Semes V.

Ora13, o povo de Bete-Semes estava colhendo trigo no vale e, quando olharam e viram a arca, alegraram-se muito. A14 carroça chegou ao campo de Josué, de Bete-Semes, e ali parou ao lado de uma grande rocha. Então cortaram a madeira da carroça e ofereceram as vacas como holocausto ao SENHOR. Os15 levitas tinham descido a arca do SENHOR e a caixa com os objetos de ouro e colocado sobre a grande rocha. Naquele dia, o povo de Bete-Semes ofereceu holocaustos e sacrifícios ao SENHOR.

A arca foi, então, levada a Quiriate-Jearim, onde permaneceu durante vinte anos. Samuel tornou-se o juiz seguinte e o líder dos israelitas.

 

v     Para entender a história

A Arca da Aliança representa a presença e o poder de Deus. Ao perder a arca, os israelitas aprenderam que não podem manipular Deus. A crença dos filisteus na superioridade de seu deus durou pouco. Deus mostrou que o destino de ambas as nações está sob o seu controle.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Vamos a Siló buscar a arca da aliança do SENHOR – Os israelitas consideravam a arca como um símbolo da presença de Deus. As autoridades lembraram que ela havia levado Israel à vitória em Jericó (Josué cap. 6), e acreditavam que faria o mesmo contra os filisteus. Apesar de formarem uma pequena nação, os filisteus eram oponentes ferozes. Contavam com um exército permanente e bem treinado, ao passo que o exército israelita era formado por lavradores e operários.

                                   II.      Eli... morreu” – Eli serviu como sumo sacerdote de Israel durante quarenta anos e morreu com a idade de 98 anos. Foi julgado severamente por Deus porque não conteve a ganância e o egoísmo dos seus filhos. Eles violaram os rituais dos sacrifícios e seduziram as mulheres que serviam no santuário. A morte dos filhos tinha sido antecipada por um profeta, que previu a ruína da família de Eli ( Samuel 2:31-36).

                                III.     “Tomaram a arca e a colocaram dentro do templo de Dagom” – Nas culturas do Oriente Médio dessa época, era costume uma nação vitoriosa transferir ídolos capturados para os seus próprios templos. Isso simbolizava a crença de que os seus deuses eram superiores àqueles da nação derrotada. Os filisteus trataram a arca como um ídolo capturado.

                                IV.     “Os ratos de ouro e as imagens dos tumores” – As pessoas foram instruídas a fazer modelos de ratos, a causa mais provável da peste, e dos tumores, que eram o seu sintoma. Os modelos foram feitos de ouro para compensar Israel pela tomada da arca. Os filisteus acreditavam que esses modelos tinham poderes mágicos, e achavam que, se fossem mandados embora, a doença iria também.

                                   V.     “Bete-Semes” – Bete-Semes era uma cidade do outro lado da fronteira filisteia. Ficava situada em uma terra cedida à tribo de Judá, mas a cidade pertencia aos levitas (Josué 21:16). O fato de duas vacas não adestradas terem puxado a carroça com a arca na direção de uma cidade israelita é a confirmação de que Deus foi a causa do sofrimento filisteu.

 

          Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.