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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

36 – O Jantar do Fariseu (Lucas 14)


  

Certo1(versículo) sábado, quando Jesus foi comer I na casa de um fariseu importante, estava sendo atentamente observado... Ao7 notar o modo como as visitas disputavam os lugares de honra II à mesa, ele lhes contou esta parábola:

“Quando8 alguém os convida para uma festa de casamento, não tomem o lugar de honra, pois alguém mais importante do que vocês pode ter sido convidado. Neste9 caso, o anfitrião virá dizer-lhes: ‘Dê o seu lugar a este homem’. Então, humilhados, vocês irão para o último lugar. Pelo10 contrário, ao serem convidados, tomem o lugar mais modesto e, assim, quando chegar o anfitrião, ele lhes dirá: ‘Amigo, muda para um lugar melhor’. Então, vocês serão prestigiados na presença de todas as visitas. Pois11 quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.

Ao anfitrião, Jesus disse que não convidasse (apenas) amigos e parentes para jantar ou almoçar, pois estes poderiam retribuir-lhe quando, por sua vez, o convidassem. Em vez disso, ele deveria convidar (também) os pobres e doentes, que não poderiam retribuir o convite. Esses atos serão “pagos” no céu.

Ouvindo15 isso, um dos que estavam à mesa disse a Jesus: “Bem-aventurado o homem que comer na festa do Reino de Deus III”.

 

v     Para entender a história

Jesus ilustra a importância da humildade e da caridade. Ele usa exemplos simples e do cotidiano do seu tempo, que as pessoas que o ouviam podiam entender claramente.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Certo sábado, quando Jesus foi comer” – Era costume não comer aos sábados, até depois do culto na sinagoga, ao meio-dia. A refeição da noite era a mais importante do dia.

                                   II.     “Os lugares de honra” – Em um jantar formal, três divãs eram dispostos em torno da mesa. Quanto mais próximo o convidado estivesse do anfitrião, mas ele era prestigiado.

                                III.     “Festa do Reino de Deus” – No Oriente Médio, as festas eram um acontecimento social importante, e Jesus as usa para ilustrar o Reino de Deus. A refeição era expressão de comunhão espiritual com Deus, assim como um momento de partilha e alegria.

 

A refeição em si: Nas mesas dos mais ricos, eram colocados divãs, sobre os quais as pessoas se reclinavam para comer, seguindo a moda trazida pelos romanos. Esses divãs, muitas vezes, eram feitos de madeira belamente entalhada, com incrustações de marfim. A comida era frequentemente servida num pão redondo e chato, que se fazia pressionando a massa contra a parede de um forno cilíndrico.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 25 de outubro de 2020

O Ministério da Reconciliação


 

Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos persuadir os homens. O que somos está manifesto diante de Deus, e esperamos que esteja manifesto também diante da consciência de vocês. Não estamos tentando novamente recomendar-nos a vocês, porém lhes estamos dando a oportunidade de exultarem em nós, para que tenham o que responder aos que se vangloriam das aparências e não do que está no coração. Se enlouquecemos, é por amor a Deus; se conservamos o juízo, é por amor a vocês.

Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado a Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim.

Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!

Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação.

Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus.

Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus. Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não receberem em vão a graça de Deus. Pois ele diz: “Eu o ouvi no tempo favorável e o socorri no dia da salvação”. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!

Não damos motivo de escândalo a ninguém, em circunstância alguma, para que o nosso ministério não caia em descrédito. Pelo contrário, como servos de Deus, recomendamo-nos de todas as formas: em muita perseverança; em sofrimentos, privações e tristezas; em açoites, prisões e tumultos; em trabalhos árduos, noites sem dormir e jejuns; em pureza, conhecimento, paciência e bondade; no Espírito Santo e no amor sincero; na palavra da verdade e no poder de Deus; com as armas da justiça, quer de ataque, quer de defesa; por honra e por desonra; por difamação e por boa fama; tidos por enganadores, sendo verdadeiros; como desconhecidos, apesar de bem conhecidos; como morrendo, mas eis que vivemos; espancados, mas não mortos; entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.

Falamos abertamente a vocês, coríntios, e lhes abrimos todo o nosso coração! Não lhes estamos limitando nosso afeto, mas vocês nos estão limitando o afeto que têm por nós. Numa justa compensação, falo como a meus filhos, abram também o coração para nós!

 

(Texto de 2º Coríntios 5:11 a 6:13)

 

Comentário: O apóstolo Paulo, escrevendo à igreja em Corinto, dava claramente peso ao seu ministério, que não lhe havia sido outorgado por nenhum colegiado episcopal, nem por algum superior hierárquico da administração eclesiástica, mas pelo Senhor, por Sua misericórdia, como um ministério de serviço e reconciliação. Chamam a atenção estas duas características ministeriais: servir e reconciliar. Assim, a cada cristão que assume o papel de evangelizar, é também pedida a mesma atenção a estas duas posições de coração: servir e reconciliar. Sempre oro para que meu trabalho de evangelista, exercido de forma livre e informal, seja pautado desta forma.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

35 – O Preço de Seguir Jesus (Lucas 9, 14 e 18)


  

Quando57(versículo de Lucas 9) caminhava na estrada, um homem disse a Jesus: “Irei seguir-te para onde quer que vás”. Jesus58 respondeu: “As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça I”.

Disse59 ele a outro homem: “Siga-me”. Mas o homem objetou: “Senhor, deixe-me primeiro ir enterrar meu pai II”.

Disse-lhe60 Jesus: “Deixe que os mortos enterrem seus mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus”.

Ainda61 outro disse: “Vou segui-lo, Senhor; mas primeiro deixe-me voltar e dizer adeus à minha família”.

Jesus62 respondeu: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está pronto para o serviço no Reino de Deus”.

Uma25(versículo de Lucas 14) grande multidão caminhava com Jesus que, voltando-se para ela, falou: “Se26 alguém vem a mim e não me ama mais III que seu pai e mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e irmãs – e até mesmo sua própria vida –, não pode ser meu discípulo. E27 quem não carrega sua cruz IV para me seguir não pode seu meu discípulo. Qual28 de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço V, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois29 se colocar o alicerce e não conseguir terminar a obra, todos que a virem irão ridicularizá-lo, comentando30: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’”.

Um homem de posses perguntou a Jesus o que deveria fazer para ganhar a vida eterna. Jesus lhe disse para seguir os mandamentos. O homem lhe respondeu que sempre tinha feito isso. Jesus lhe disse que havia algo mais a fazer – dar a sua riqueza aos pobres. Só então poderia aquele homem ser um verdadeiro discípulo.

Ao23(versículo de Lucas 18) ouvir isso, ele ficou muito triste, pois era muito rico. Jesus24 olhou para ele e disse: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus! De25 fato, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha VI do que um rico entrar no Reino de Deus”.

Os26 que escutaram isso perguntaram: “Quem, então, pode ser salvo?”

Jesus27 respondeu: “O que é impossível para os homens é possível para Deus”.

Falou-lhe28 Pedro: “Nós deixamos tudo para segui-lo”.

Jesus29 respondeu: “Digo-lhes a verdade: ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais ou filhos, por causa do Reino de Deus, deixará de receber, nesta vida, muitas vezes mais, e na que há de vir, a vida eterna”.

 

v     Para entender a história

Jesus insiste nos sacrifícios que um discípulo precisará fazer. Ele não está pedindo às pessoas que abandonem suas famílias nem que desistam de tudo, mas para terem bem claro o que é mais importante. Quando diz ao homem rico para dar o seu dinheiro, é porque as coisas materiais nunca devem ter prioridade. Os verdadeiros discípulos devem sempre colocar Deus em primeiro lugar nas suas vidas.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Não tem onde repousar a cabeça” – A vida de um discípulo era muito dura. O próprio Jesus não possuía casa e tinha que depender da hospitalidade alheia. Ele esperava o mesmo desprendimento de seus discípulos.

                                   II.     “Deixe-me primeiro ir enterrar meu pai” – No tempo de Jesus, “enterrar” também significava “cuidar até que morresse”, o que podia significar muitos anos. Este homem está dizendo que tem compromissos demais para ser um discípulo desde já. Jesus diz que não se trata de algo que possa ser adiado.

                                III.     “Se alguém vem a mim e não me ama mais...” – Ele não pede a seus seguidores que desprezem suas famílias. O amor a Deus, através de Cristo, quando priorizado, sublima ainda mais o amor à família e aos semelhantes.

                                IV.     “Carregar sua cruz” – As pessoas condenadas à crucificação tinham que carregar sua cruz até o lugar da execução. Simbolicamente, carregar a cruz significa “entrega total”. Os seguidores de Jesus renunciam a toda a ambição egoísta e servem a Deus a qualquer custo, até o fim de suas vidas.

                                   V.     “Assentar e calcular o preço” – Muitos se impressionavam com os ensinamentos de Jesus e queriam segui-lo. Jesus ensina que eles avaliem com cuidado o compromisso envolvido.

                                VI.     “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha” – Os judeus tinham os ricos como abençoados e aprovados por Deus, com maiores chances para o Reino divino. Jesus não rejeita os ricos, mas avisa que a riqueza terrena pode impedir uma relação íntima com Deus. Jesus usa o camelo para ilustrar o que diz, já que seus ouvintes estão familiarizados com este animal.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 18 de outubro de 2020

Bom Sono e Bons Sonhos


 

Salmo 16:7

Bendirei o SENHOR, que me aconselha; na escura noite o meu coração me ensina!

 

Há várias especulações sobre o que acontece durante o sono, e há várias comprovações científicas também. Mas não vou entrar nesse campo, pois o ignoro em grande parte e tudo o que eu disser não passará de chutes e devaneios, suposições e especulações. Mas vou falar daquilo que creio: a Palavra do Senhor.

A Palavra do Senhor diz, neste Salmo, que “o meu coração me ensina”. Gosto das palavras, e de buscar nelas e em suas entrelinhas as mensagens reveladas – sim, pois a Palavra do Senhor não é interpretação, mas revelação. Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo (2º Pedro 1:20-21).

E o que esta Palavra me revela?

Vejamos: Primeiro, diz que “o meu coração me ensina”, ou seja, o ensino que preciso contemplar é aquele que vem do meu coração. Depois, diz que “o Senhor me aconselha”, por isso O bendigo.

Bem, agora posso aprofundar-me na revelação que me vem. Posso perceber o que o Senhor me fala na Palavra.

Dois pontos bem claros:

1)                      É “o meu coração que me ensina”, pois o Espírito Santo está naqueles que se decidem por Cristo, e nos revela o que temos que saber, sempre com base na Palavra. É o Espírito que nos “diz” o que dizer, quando assim é oportuno, e é o Espírito que nos faz lembrar daquilo que temos recebido como ensinamento de Cristo – por Sua Palavra e em Sua Palavra. “Não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizê-lo. Naquela hora lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por intermédio de vocês” (Mateus 10:19-20). “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês (João 14:16-17). “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse” (João 14:26).

2)                      É “o Senhor que me aconselha”, por intermédio do Seu Espírito que está em meu coração, habitando-me. Este “habitar” do Espírito em nós é corroborado pelo “habitar” do Filho e do Pai em nós também, ou seja, é Deus, “por inteiro” que Se faz presente em nós.  “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele (João 14:23).

Agora tenho que me perguntar: Como vou dormir? Sim, porque a Palavra diz que isso – de “o meu coração me ensinar” e “o Senhor me aconselhar” – ocorre na “escura noite”, ou seja, durante o sono.

Antes de dormir, faço minhas orações, agradecendo a Deus pelo dia e encomendando o descanso noturno à Sua proteção? Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos (Colossenses 3:15). O SENHOR concede o sono àqueles a quem ele ama (Salmo 127:1). Quando se deitar, não terá medo, e o seu sono será tranquilo (Provérbios 3:24).

Vou dormir em comunhão com o Senhor? Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor (1º Coríntios 1:9).

Toda essa comunhão com o Senhor e Sua Palavra é importante, para que realmente esteja em nosso coração o que é para a vida, segundo Jesus. Que nossas palavras e atitudes, impulsionadas por aquilo que está em nosso coração, sejam o reflexo do Evangelho. “Pois a boca fala do que está cheio o coração (Mateus 12:34).

Nem tudo o que “está em nosso coração” ou “vem do nosso coração” pode ser tido como tendo origem em Deus e Sua vontade/revelação, pois podemos ser enganados e enganáveis, como Ele mesmo nos ensina, pelo profeta Jeremias: O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa (Jeremias 17:9).

É preciso “discernir os espíritos” para sabermos o que procede de Deus e o que não. Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus; mas todo espírito que não confessa Jesus não procede de Deus (1º João 4:1-3).

Por isso salientei, alguns parágrafos acima, que é “ensino” do Senhor aquilo que temos recebido e se coaduna “por Sua Palavra e em Sua Palavra” – isto é, para ter “vindo do Senhor” tem que se alinhar com Sua Palavra encontrada nas Escrituras.

Em minha oração noturna, tenho por hábito falar ao Senhor: “Obrigado pelo dia a nós concedido, e obrigado também pela noite que está à nossa frente! Que seja uma noite de paz, com bom sono e bons sonhos!”

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

34 – Jesus e os Fariseus (Lucas 11 e João 3)


 

Tendo37(versículo de Lucas 11) Jesus terminado de falar, um fariseu convidou-o a comer com ele; assim foi ele, e se reclinou à mesa. Notando38, porém, que Jesus não se lavara cerimonialmente antes da refeição, o fariseu ficou surpreso.

Então39 o Senhor lhe disse: “Vocês, fariseus, limpam o lado de fora do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de cobiça... Ai42 de vocês, fariseus, que pagam a Deus o dízimo I da hortelã, da arruda e das outras hortaliças, mas negligenciam a justiça e o amor de Deus... Ai43 de vocês, fariseus, que apreciam os primeiros assentos nas sinagogas e as saudações nas praças. Ai44 de vocês, fariseus, pois são como sepulcros disfarçados II, sobre os quais os homens caminham sem saber”.

Um45 dos doutores da Lei replicou: “Mestre, quando fala assim, você insulta também a nós”.

Jesus46 respondeu: “E ai de vocês também, doutores da Lei, que põem sobre as pessoas cargas que mal podem suportar, enquanto vocês mesmos não levantam um dedo sequer para ajudá-las. Ai47 de vocês, que constroem túmulos para os profetas, quando foram seus antepassados que os mataram. Assim48 mostram aprovação pela obra de seus antepassados...”

Quando53 Jesus saiu, os fariseus e os escribas começaram a se colocar violentamente contra ele e a lhe armar questões, esperando54 pegá-lo III por alguma coisa que ele dissesse.

Um fariseu chamado Nicodemos quis saber mais sobre o ensinamento de Jesus e foi vê-lo em segredo. Nicodemos era um membro do Conselho Judaico.

Ele2(versículo de João 3) procurou Jesus de noite IV e disse: “Mestre, sabemos que você é um mestre que veio de Deus. Pois ninguém pode realizar os milagres que você faz sem que Deus esteja com ele”.

Em3 resposta, Jesus declarou: “Em verdade lhe digo que ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo V”.

“Como4 pode um homem nascer de novo, sendo já velho?”, perguntou Nicodemos. “Poderá ele entrar uma segunda vez no ventre da sua mãe e nascer?”

Jesus5 respondeu: “Em verdade lhe digo que ninguém pode entrar no Reino de Deus sem nascer da água e do Espírito... Ninguém13 jamais foi ao céu, exceto aquele que veio do céu – o Filho do homem. Assim14 como Moisés levantou a serpente no deserto VI, também o Filho do homem será levantado VII, para15 que todos os que creem nele possam ter a vida eterna. Pois16 Deus amou tanto o mundo que deu seu único Filho, e quem nele crê não perecerá, mas terá a vida eterna. Pois17 Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para salvar o mundo por seu intermédio”.

 

v     Para entender a história

As pessoas admiravam a devoção dos fariseus; é por isso que Jesus os critica tão duramente, pois identifica em muitos deles sinais de hipocrisia. O mau exemplo dos fariseus conduzia o povo para longe do caminho da salvação. Jesus procura fazer os líderes religiosos entenderem isso, de modo que também eles renasçam espiritualmente.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Pagam a Deus o dízimo” – Os judeus deviam dar um décimo de seus ganhos a Deus. Jesus critica os fariseus por seguirem rigidamente essa lei do dízimo, enquanto se omitiam de ensinar o que constituía o seu espírito. O dízimo tinha o sentido de mostrar gratidão a Deus e experimentar a alegria da doação. Os fariseus o transformaram numa obrigação opressiva.

                                   II.     “São como sepulcros disfarçados” – Os túmulos costumavam ser pintados para que as pessoas, ao vê-los, não corressem o risco de tocá-los e ficarem impuros – conforme a Lei judaica. Jesus compara os fariseus a túmulos disfarçados, pois o povo não suspeitava da impureza moral de seus chefes religiosos.

                                III.     “Esperando pegá-lo” – A crítica de Jesus afrontava os chefes religiosos. Eles infiltraram agentes entre os seguidores de Jesus para lhe colocarem questões difíceis. Um plano era apresentá-lo como ativista político, sabendo que os romanos temiam um levante judaico. Jesus sempre percebeu essas manobras, e não se deixava apanhar em suas respostas. Um exemplo foi quando os fariseus perguntaram a ele se os judeus deveriam pagar impostos a Roma, ao que Jesus respondeu: “Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

                                IV.     “Procurou Jesus de noite” – Nem todos os fariseus se opunham aos ensinamentos de Jesus, como mostra Nicodemos, que queria aprender mais. O fato de Nicodemos ir à noite e em segredo indica que ele não desejava que outros fariseus soubessem do encontro.

                                   V.     “Se não nascer de novo” – A expressão também pode ser traduzida por “nascer de cima”. Quando se dedicam a viver suas vidas segundo a vontade de Deus, as pessoas têm seus pecados perdoados e renascem em espírito.

                                VI.     “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto” – Durante seu tempo no deserto, os israelitas se rebelaram contra Deus, que os puniu, mandando-lhes serpentes. Quem olhasse para uma serpente de bronze que Deus dissera para Moisés levantar numa estaca, salvava-se dos efeitos das picadas (Números cap. 21). Na mensagem do Evangelho, as pessoas devem olhar para o sacrifício de Jesus e seus ensinamentos para se salvarem.

                             VII.     “O Filho do homem será levantado” – Jesus usa palavras de duplo sentido – ele sabe que a sua morte na cruz e sua ressurreição fazem parte dos desígnios de Deus para a salvação da humanidade.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 11 de outubro de 2020

Falamos e Teclamos


 

Mateus 12:34

“Pois a boca fala do que está cheio o coração”.

 

O versículo usado aqui como mote deste texto é antecedido por: “Uma árvore boa dá fruto bom, e uma árvore ruim dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto”.

Ambos pronunciados por Jesus, notamos que Ele fala de pensamentos, sentimentos, palavras e ações. Tudo o que realizamos na vida tem os componentes desse “quarteto” intrinsecamente ligados: tudo nasce do pensamento, que influencia diretamente os sentimentos, que se externam em palavras, e tudo isso nos leva a agir.

Quando nossos pensamentos são bons, desencadeiam bons sentimentos, falamos boas palavras e produzimos boas ações.

Quando nossos pensamentos não são bons, desencadeiam sentimentos na mesma tonalidade psicológica/espiritual, falamos disso e, consequentemente, agimos conforme, ou – o que é pior! – não agimos: ficamos paralisados.

Basta que nos examinemos um pouco para concluirmos a veracidade disto.

Pois bem.

Desde que o homem adquiriu a habilidade da fala, lá nos primórdios da humanidade, não paramos mais de verbalizar quem somos.

Sim. Falamos aquilo – e quem – somos!

É assim que os outros nos conhecem melhor: por nossas palavras.

Por nossas palavras somos julgados – vistos, avaliados, condenados ou absolvidos – como Jesus mesmo dizia: “Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados (Mateus 12:37).

“Sim” – você dirá –, “mas Jesus falava do julgamento de Deus em relação às pessoas”. Sim, de fato. Mas isso se vê também no julgamento das pessoas em relação umas às outras. Ainda que Jesus tivesse dito para não julgarmos pessoas – “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados” (Lucas 6:37) –, insistimos em desobedecer a este mandamento, e julgamos pessoas. E condenamos!

Nossas palavras, nossas ações e nossas posturas formam quem somos aos olhos – e ouvidos – dos outros.

Jesus, em Sua infinita sabedoria, ensinava que “a boca fala do que está cheio o coração”. Somos impulsionados a verbalizar o que está em nós. Podemos até tentar, mas, nalgum momento, aquilo que sentimos vaza em abundância, em doses extras – extravasamos!

Ouvindo o que as pessoas falam à nossa volta, podemos formar um bem fiel retrato de quem as pessoas são. Experimente ouvir as conversas no ônibus, no trabalho, na escola, nalgum lugar social, na “igreja”... em casa. Se não formos deficientes auditivos, ouviremos. E, se formos, a “comunicação” do outro nos chega também, seja por sinais, seja pela “leitura corporal”. A Programação Neuro-Lingüística tem uma premissa: “É impossível não comunicarmos”. E é mesmo.

Segundo o mandamento de Jesus, procuramos não julgar as pessoas, mas as percebemos e entendemos – mesmo, nalguns casos, não concordando com o que vemos/ouvimos. Posso não concordar com alguém, mas sempre procurarei entender. Lembremos: entender é entender; concordar ou não, é outra coisa.

Continuando, aquilo que ocupa a “maior parte” do coração das pessoas é aquilo que elas verbalizam.

Quando ouvimos alguém reclamar continuamente, falar dos outros, falar de si mesmo, falar, falar, falar, percebemos seu sentimento e podemos “ouvir” seu coração. É isso que a pessoa em questão tem “dentro” de si.

Isso vale, então, para as coisas “positivas” e as “negativas”.

O mesmo se passa com aquilo que se costuma compartilhar – em nossos modernos tempos! – nas redes sociais e no mundo digital/virtual.

Parafraseando Jesus, “os dedos teclam do que está cheio o coração”.

Agora, sabedor disso, eu tenho que me perguntar: O que é que eu estou falando – e teclando – por aí? Que coisa os outros ouvem – e leem – de mim? Do que está cheio o meu coração?

Feito o diagnóstico a respeito de mim mesmo e constatando do que está cheio o meu coração, devo agora me perguntar: Estou satisfeito com isso?

De todas as formas, satisfeito ou não, devo, por escolha e decisão minha, optar por Cristo e Seus ensinamentos – e encher disso o meu coração.

Será disso, então, que falarei – e teclarei.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

33 – O Bom Samaritano (Lucas 10)



Certa25(versículo) ocasião, um doutor da Lei se levantou para testar Jesus I. “Mestre”, perguntou ele, “o que devo fazer para herdar a vida eterna”?

“O26 que está escrito na Lei?”, replicou Jesus. “Como a lês?”

Ele27 respondeu: “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento’; e ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’”.

“Respondeste28 certo”, confirmou Jesus. “Pratica isso e viverás”.

Querendo29, porém, justificar-se, ele perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo? II

Em30 resposta, Jesus contou-lhe uma parábola: “Descia um homem de Jerusalém a Jericó III, quando caiu nas mãos de assaltantes. Tiraram suas roupas, espancaram-no e foram embora, deixando-o quase morto. Aconteceu31 que passava por ali, descendo o mesmo caminho, um sacerdote IV; ao ver o homem, ele se desviou e seguiu adiante. Da32 mesma forma, passava um levita e, quando o viu, se desviou e prosseguiu caminho IV. Mas33 um samaritano, estando de viagem, passou por onde estava o homem V; quando o viu, teve compaixão dele. Aproximou-se34 e atou seus ferimentos, derramando sobre eles azeite e vinho VI. Então, colocou o homem sobre seu próprio jumento, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. No35 dia seguinte, tirou dois denários VII e os deu ao hospedeiro, dizendo: ‘Cuida dele que, quando eu voltar, te reembolsarei de qualquer despesa extra que tenhas’. Qual36 desses três te parece que era o próximo do homem que foi assaltado?”, perguntou Jesus.

O37 doutor da Lei respondeu: “Aquele que o ajudou”.

Disse-lhe Jesus: “Vai e faz o mesmo”.

 

v     Para entender a história

Jesus está ensinando que não se deve pôr limites ao amor e à compaixão. O amor deve ser dado de todo o coração, tal como Deus faz. Ajudando um judeu, que normalmente o desprezaria, o samaritano expressa o verdadeiro amor. As ações do sacerdote e do levita mostram que eles estão seguindo a letra da Lei religiosa, mas não o seu espírito.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Um doutor da Lei se levantou para testar Jesus” – Ao mudar o entendimento tradicional da Lei, Jesus questionava muitas crenças prezadas pelos judeus. Os chefes religiosos da época se sentiam ameaçados e, naturalmente, o desafiavam.

                                   II.     “Quem é o meu próximo?” – Para os chefes religiosos, os “próximos” eram apenas uma pequena minoria – judeus que respeitavam a Lei e estrangeiros convertidos ao judaísmo. Muitas pessoas evitavam os que não pertenciam à sua fé e achavam difícil aceitar o ensinamento de Jesus no sentido de acolherem a todos.

                                III.     “De Jerusalém a Jericó” – Jerusalém dista 27 km de Jericó, e a estrada desce íngreme. Esta paisagem rochosa e deserta oferecia muitos esconderijos para ladrões. No tempo de Jesus, os sacerdotes, quando não estavam oficiando no Templo, moravam em Jericó.

                                IV.     “Um sacerdote... [e] um levita... se desviaram e prosseguiram caminho” – Os ouvintes de Jesus não ficavam chocados com as atitudes desses religiosos. O homem que eles viram parecia morto e a Lei proibia sacerdotes e levitas de tocarem em cadáveres, do contrário não permaneceriam puros.

                                   V.     “Um samaritano... passou por onde estava o homem” – O homem ferido era um judeu de Jerusalém. Os ouvintes de Jesus também eram judeus e se surpreenderam ao ouvir que um samaritano – inimigo deles – mostrara compaixão. Os samaritanos habitavam a Samaria. Depois do cerco da capital hebraica, em 724 a.C., muitas pessoas do Império Assírio se estabeleceram na Samaria. Houve casamento com pessoas judias que viviam ali, e os samaritanos tornaram-se uma etnia mesclada. Os judeus queriam distância deles.

                                VI.     “Atou seus ferimentos, derramando sobre eles azeite e vinho” – Azeite e vinho eram remédios usuais. O vinho, às vezes misturado com ervas analgésicas, era usado como antisséptico. Limpas as feridas, derramava-se azeite sobre elas, para aliviar e proteger.

                             VII.     “Tirou dois denários” – Um denário era o pagamento de um dia de um trabalhador braçal. Dois denários cobriam um bom tempo de hospedagem.

 

Samaritanos: A comunidade samaritana baseia as suas práticas religiosas nos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá).


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 4 de outubro de 2020

Fazer Questão


 

Provérbios 16:20

Quem examina cada questão com cuidado prospera, e feliz é aquele que confia no SENHOR.

 

Quando damos importância a alguém ou a alguma coisa, e queremos destacar essa importância prioritária, normalmente iniciamos a frase com: “Faço questão de...”

Fiz questão de iniciar este texto assim, pois quero ressaltar a importância de examinarmos as nossas prioridades, as coisas das quais “fazemos questão”, e questionar com cuidado se realmente estamos priorizando as coisas importantes, e se realmente estamos fazendo questão de fazer questão.

Vivemos numa época em que tudo é dinâmico.

As coisas giram a uma velocidade 4G – e olha que o 5G já está aí...

Conectam-se pessoas da vida virtual e desconectam-se pessoas da vida real. Estamos quase falando via smartphone no café da manhã, mesmo estando sentados na mesma mesa, apenas em lados opostos – ou mesmo lado a lado.

As pessoas perambulam por aí distraídas, com seu mundinho virtual na palma da mão, já quase corcundas, teclando e deslizando os dedos sem parar por sobre a telinha.

As cobranças por resultados vêm aos borbotões, e temos pouco tempo para as nossas outrora prioridades...

Tudo é muito rápido e muito superficial, virtual, artificial...

Não há mais tempo para a vida de verdade...

Vivemos num mundo de muitas informações e pouco conteúdo, muita quantidade de quase tudo e pouca qualidade de quase nada...

O dia passa rápido, a semana passa rápida, o mês passa rápido, o ano passa rápido, a vida passa rápida...

Mas há o que não passa...

... Deus e Sua Palavra, e a nossa possibilidade de relacionamento com Ele, transformada em verdadeiro relacionamento com o próximo.

Mas, para isso, é preciso que paremos de vez em quando, que O ouçamos, que reflitamos sobre o que Ele nos diz, que ouçamos o nosso coração para ver qual o impacto do nosso relacionamento com Ele.

É preciso que reaprendamos a viver. Urgentemente!

Se há algo urgente, é isso: reaprender a viver!

O resto é o resto, e aprenderemos que é resto quando não nos restar mais nada, quando o tempo tiver ido...

Que possamos examinar esta questão com cuidado, para que prosperemos na confiante felicidade – e na feliz idade do agora – de viver!

Faço questão disso!

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert