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domingo, 30 de dezembro de 2018

Provérbios



A chave do livro dos Provérbios é a sabedoria.
Entre os Provérbios, a sabedoria começa em Deus; sua centralidade, sua situação básica é dada em todo o livro. Os sábios se colocam em um mesmo nível. Trata-se dos que confiam em Deus, que O conhecem, que refletem esta confiança e este conhecimento mediante sua conduta reta e amorosa para com seus semelhantes, de acordo com princípios divinamente aprovados. O bem e o mal estão vinculados com a recompensa e com o castigo, uma vez que Deus incorpora em Si mesmo o amor e a justiça, de modo que se deve promover o bem e evitar o mal.
Os padrões positivos e negativos do livro dos Provérbios proporcionam-nos uma prova valiosa de conduta pessoal. A sabedoria dos Provérbios é o adorno do Antigo Testamento, por assim dizer. No que respeita às muitas exortações práticas das epístolas do Novo Testamento, é uma verdade aplicável tanto ao grande discurso como à ampla, expressiva e concisa série de instruções e observações de que se compõe a maior parte deste livro, referindo-se aos muitos aspectos de nossa conduta diária.
Provérbios 1:1 cita Salomão como seu principal autor; 10:1 – 22:16 são diretamente seus. Incorporou o primeiro grupo de “palavras” em 22:17 – 24:22 (“minha ciência”, 22:17); e a passagem de 24:23-24 foi, talvez, acrescentada por ele, ou pelos homens de Ezequias, juntamente com a segunda série de Salomão, capítulos 25 a 29. Os discursos, capítulos 1 a 9, não têm data, porém existia um bom precedente oriental antiquíssimo que justificaria o fato de Salomão os antepor como uma introdução aos provérbios principais. Os poemas de Agur, de Lemuel, e da esposa virtuosa não têm data conhecida, mas poderiam ter sido acrescentados anteriormente, no tempo de Ezequias, embora talvez mais tarde. Assim, a data mais antiga para o livro dos Provérbios seria o reinado de Ezequias, imediatamente depois do ano 700 a.C., ou, quem sabe, algum tempo depois.
A literatura proverbial escrita já era antiga no Oriente Próximo. Estudos recentes (nem todos publicados) de contatos linguísticos e fundos literários da região norte de Canaã, do Egito, da Mesopotâmia e de países heteus, ou hititas, indicariam que o livro de Provérbios foi escrito na primeira metade do primeiro milênio antes de Cristo.

Kenneth A. Kitchen

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Meu Natal


Meu Natal não é mais o Natal de um menino que ficava esperando um presente que, no meu caso, nunca veio.
Me virava com brinquedos artesanais que eu mesmo fazia e me alegrava com o que tinha.
Me alegrava com o fato de poder tomar uma Coca-Cola no Natal e não uma Tubaína que era comum no resto do ano.
Me alegrava com as reuniões da igreja e os espetáculos amadores que eram produzidos para celebrar o Natal.
Meu Natal hoje é o Natal de quem cresceu, de quem envelheceu, de quem já viveu mais de 63 Natais nesta vida.
Meu Natal hoje é o Natal de quem ganhou entendimentos sobre o significado do Natal que, hoje, ocupam meu ser por inteiro.
Meu Natal tem um Nome, Jesus de Nazaré, o melhor presente que recebi em toda minha vida.
Quando compartilho Jesus de Nazaré, compartilho o melhor presente que ganhei na minha vida toda e para toda a eternidade.
O meu Natal hoje é a constatação de que estou salvo porque Deus encarnou em Cristo e, mais, em Cristo o Pai Eterno me convida para a vida e a partilha do Pão da Vida.
O meu Natal hoje é o Natal que acontece em cada encontro com qualquer pessoa, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, e me entrego à convivência e à busca de relacionamentos saudáveis na certeza que isto me torna um ser humano melhor.
O meu Natal hoje é de um homem, não mais de um menino.
Um homem consciente de suas responsabilidades, que crê em utopias, que sonha, que trabalha para realizar sonhos, os meus e os de alguns que comigo compartilham sonhos.
O meu Natal hoje é o Natal da fé, da esperança e do amor.
O Meu Natal é calmo, é simples, é quieto, é silencioso, é terno, de alguns encontros singelos e das melhores memórias de todos os outros Natais.
O Natal nasceu dentro de mim e, por isso, meu Natal é de profunda intimidade com Aquele que é o Natal.
Feliz Natal!

Um texto de Carlos Bregantim

domingo, 23 de dezembro de 2018

Salmos



É o Livro de louvores de Israel.
Os Salmos, metade dos quais é atribuída, por suas inscrições, a Davi, o suave cantor de Israel, em geral procedem da idade áurea de Israel, por volta do ano 1000 a.C. Sem a menor dúvida, alguns foram escritos mais tarde, na época do cativeiro (por exemplo, o Salmo 137).
Os Salmos expressam verdades profundas num estilo poético, com a intenção de penetrar os recônditos do coração. Devem ensinar-nos que o conhecimento intelectual não é suficiente; o coração deve ser alcançado pela graça redentora de Deus.
A poesia hebraica não consiste no ritmo, mas, principalmente, na repetição de pensamentos apresentados em cláusulas paralelas, como, por exemplo: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades” (103:10). Se prestarmos atenção a este paralelismo, poderemos, às vezes, interpretar palavras obscuras mediante o paralelo mais claro. Outro recurso que se emprega com frequência no artifício poético é a dramatização. Davi não escreve para si próprio. Escreve para outros. O salmista escreve para todos nós, e podemos nos apropriar de que aqui também Davi escreve, às vezes, na primeira pessoa do singular; não obstante isso, nos proporciona pormenores vividos das experiências do Messias.
Cerca da metade dos Salmos pode ser classificada como orações de fé proferidas em épocas de angústia. Salmos tão preciosos como os de número 23, 91, 121 e muitos outros, sustentam-nos nos momentos de necessidades mais urgentes. Seria bom que aprendêssemos de cor estes Salmos e os repetíssemos com frequência, a fim de fortalecer-nos com a Palavra quando a hora da provação nos apanha de surpresa. Mais ou menos 40 Salmos são dedicados ao tema do louvor. A nota de louvor a Deus deve constituir-se em uma parte da respiração mesma do crente, e Salmos tais como os de números 100 e 103 devem figurar com proeminência em nossas devoções.
É difícil fazer uma classificação minuciosa dos Salmos, visto como são obras profundamente poéticas, e um Salmo pode tratar de assuntos diferentes. Sugerimos, contudo, várias categorias: os Salmos do homem justo são representados pelos de números 1, 15, 101, 112 e 133. Seis poderiam denominar-se Salmos messiânicos: 2, 21, 45, 72, 110 e 132. Os Salmos 32 e 51 são chamados, de modo geral, penitenciais, juntamente com partes dos Salmos 38, 130 e 143. Os Salmos imprecatórios pedem vingança sobre os inimigos de Deus; são eles: 69, 101, 137 e parte dos Salmos 35, 55 e 58. Há, pelo menos, quatro Salmos históricos: 78, 81, 105 e 106. Dois ressaltam a revelação: 19 e 119.
Os Salmos messiânicos que se referem a Cristo são: 2, 8, 16, 22, 40, 41, 45, 68, 69, 89, 102, 109, 110 e 118. Alguns destes são tipicamente messiânicos, isto é, escritos a respeito de nossas experiências em geral, mas aplicados a Cristo. Outros são diretamente proféticos. Os Salmos 2, 45 e 110 predizem o Rei messiânico. No Salmo 45:6, o Messias é Deus; no 110, é Ele o Sacerdote, Rei e Senhor de Davi; no Salmo 2, é o Filho de Deus que deve ser adorado. Outros Salmos fazem referência a Seus sofrimentos (22), Seu sacrifício (40), Sua ressurreição (16:10-11). No Salmo 89, Ele é quem completa a aliança davídica em cumprimento das esperanças de Israel.
Segundo os títulos, Davi foi o autor de 72 Salmos; Asafe, de 12. Os filhos de Coré, 11; Salomão, 2; Moisés e Etã, um cada um. No caso de 45 Salmos, não se menciona seu autor. A versão dos Setenta ou Septuaginta acrescenta Hallel como autores de 6 Salmos.
O valor das inscrições tem sido posto em dúvida, mas é evidente que figuravam muito antes do ano 200 a.C., visto que a Versão dos Setenta, traduzida em torno dessa época, interpretou erroneamente várias das anotações musicais dos títulos. As composições poéticas que figuram nos livros históricos da época do pré-exílio assinalam o uso semelhante de inscrições (Habacuque 3:1; Isaías 38:9; II Samuel 1:17; 23:1). O Salmo 18, atribuído a Davi por sua inscrição, também se diz em II Samuel 22:1 que foi escrito por ele. Esta reputação de Davi como músico é mencionada repetidamente (II Samuel 23:1; I Samuel 16:18; Amós 6:5). Os livros das Crônicas explicam com clareza que Davi organizou coros no templo e compôs Salmos para eles (I Crônicas 16:4-5; 25:1-5). As expressões musicais enigmáticas das inscrições acham-se frequentemente relacionadas pelo livro das Crônicas com este trabalho de Davi (I Crônicas 15:20-21; 16:4; compare os títulos dos Salmos 12, 38, 46; e 105:1; 148:1 e outros). Finalmente, o Senhor Jesus Cristo fundamentou um importante argumento sobre a validez do título do Salmo 110 (Marcos 12:36).
Não parece existir prova positiva contra o ponto de vista tradicional de que a maior parte dos Salmos foi escrita em torno do ano 1000 a.C., como afirmam as inscrições. As novas provas derivadas dos pergaminhos do Mar Morto descartam a ideia de que a escritura de alguns Salmos se estendeu até ao segundo século antes de Cristo conforme o sustentaram alguns exegetas no passado.
Tabela de Salmos e autores:
· Davi: (3 a 9; 11 a 32; 34 a 41; 51 a 65; 68 a 70; 86; 101; 108 a 110; 122; 124; 131; 133; 138 a 145)
· Salomão: (72 e 127)
· Filhos de Coré: (poetas) (42; 44 a 49; 84 e 85; 87 e 88)
· Asafe: (50; 73 a 83)
· Etã: (89)
· Moisés: (90)
· Hallel: (113 a 118)

R. Laird Harris

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Simplificando o Que é Mesmo Ser Cristão



          Sejam fortalecidos em seu coração, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Eu lhes digo isso para que ninguém os engane com argumentos que só parecem convincentes. Porque, embora esteja fisicamente longe de vocês, em espírito estou presente, e me alegro em ver como estão vivendo em ordem e como está firme a fé que vocês têm em Cristo.
          Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão.
          Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.
          Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estarmos nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude. Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne. Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.
          Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.
          Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo. Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa. Trata-se de alguém que não está unido à Cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e unido por seus ligamentos e juntas, efetua o crescimento dado por Deus.
          Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não toque!”? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.
          Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados em glória.
          Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência, as quais vocês praticaram no passado, quando costumavam viver nelas. Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente ao falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.
          Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.
          Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai.
   
          (Texto de Colossenses 2:2 a 3:17)

          O apóstolo Paulo fala em circuncisão aos irmãos de Colossos. A circuncisão era – e é ainda hoje – um ritual judaico, que consiste em se cortar o prepúcio do pênis do menino, ao seu oitavo dia de vida, confirmando a aliança do antigo pacto de Deus feito desde o tempo de Abraão, no Antigo Testamento. Por este pacto, a pessoa se tornava parte do “povo de Deus”. Se um estrangeiro quisesse se converter em um judeu, também tinha que passar por esse ritual, independente da idade que tivesse.
          No tempo dessa carta apostólica, os colossenses e outras igrejas recebiam doutrinação de judeus convertidos a Cristo, mas que insistiam nos rituais judaicos. Paulo confirma que só a centralidade em Cristo é o que importa.
          Paulo também compara a incircuncisão espiritual com o estado do estar-se em pecado. Com a conversão a Cristo, somos espiritualmente feitos circuncisos e perdoados, sempre apontando que rituais físicos não importam tanto como eles achavam que importavam, mas, sim, a real aceitação do senhorio de Cristo e a adaptação da vida aos Seus ensinamentos, vivendo-os no corpo e no espírito.
          Assim, ele também alude ao batismo, significando que com ele há a “morte espiritual” do “velho homem” e o “renascimento/ressurreição em Cristo”.
          Cristo é a Cabeça da igreja – e dos cristãos – e estes são as partes do corpo de Cristo, metaforicamente.
          Paulo instrui os cristãos a buscarem as coisas do alto, significando dizer que busquem elevar-se espiritualmente em direção a Deus, para que os mandamentos de Cristo norteiem os comportamentos, os pensamentos e os sentimentos, em contraponto às coisas terrenas e materiais.
          Paulo fala aos cristãos para “suportarem-se uns aos outros”. Gosto muito da compreensão que ensina que este “suportar-se” é “dar suporte”, ou seja, base, força e apoio.
          Neste texto bíblico que compilei acima, vejo um enunciado de um ser-se cristão, de forma bem objetiva.
          Oro para que o que aqui compartilho dê agora também o apoio necessário a quem lê!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 9 de dezembro de 2018



Provação é a chave do livro de Jó.
A apresentação claramente visível do livro – prólogo, discurso e epílogo, além dos ciclos dentro dos próprios discursos – demonstra-nos que se trata de uma interpretação teológica de certos acontecimentos da vida de um homem chamado Jó. Do começo até ao fim o autor procura com diligência responder a uma pergunta básica. Qual é o significado da fé?
Chefe tribal de extraordinária piedade e integridade, Jó é abençoado por Deus com prosperidade terrena que o converte no homem “maior do que todos os do oriente” (1:3). De repente, Jó sofre vários reveses de fortuna. Vítima de uma série de grandes calamidades, se vê privado primeiro de seus bens e de seus filhos (1:13-19). Seu corpo se cobre de uma enfermidade repulsiva (2:7). Três amigos, que se apresentam com a intenção evidente de consolar Jó, insistem em que seu sofrimento é castigo pelo pecado e, por isso mesmo, seu único recurso é o arrependimento. Mas Jó repudia com veemência esta solução, afirmando sua integridade, e admitindo, ao mesmo tempo, sua incapacidade de entender sua própria condição. Outro amigo, Eliú, sugere que Jó está passando por um período de disciplina de amor ordenada por Deus, para impedi-lo de continuar pecando. Jó rejeita também esta interpretação. Finalmente, Deus responde às contínuas solicitações de Jó de uma explicação direta de seus sofrimentos. Deus responde, não mediante uma justificação de sua conduta, nem mediante uma solução imediata, mas em virtude de Sua apresentação de Si mesmo com sabedoria e poder. Esta apresentação é suficiente para Jó; observa ele que, por ser Deus quem é, deve haver uma solução, e nela apóia sua fé.
Conquanto o tema do sofrimento e suas causas seja predominante no livro, este preenche um fim mais amplo na mente do autor: o de demonstrar que a certeza da fé não depende das circunstâncias externas nem das explicações conjeturais, mas do encontro da fé com um Deus onipotente e onisciente.
O livro não nos dá indicações certas do autor nem do tempo em que foi escrito. Embora muitos, atualmente, afirmem que foi escrito no exílio ou em época pós-exílio (séculos VI a III a.C.), tradicionalmente tem-se fixado a data na época dos patriarcas (século XVI a.C.), ou nos dias de Salomão (século X a.C.).

Robert B. Laurin

domingo, 2 de dezembro de 2018

O Que Fere o Evangelho?



A injustiça.
O ódio.
O preconceito.
A acepção entre pessoas.
A discriminação.
A pobreza.
A miséria.     
A falta de compaixão.
A acusação falsa.
A mentira.
O medo.
A tirania.
O despotismo.
A tortura.
As ameaças.
Qualquer tipo de dominação por força, ganância, egoísmo.
A indiferença.
A ausência de misericórdia.
A exposição pública.
O olhar altivo.
A intolerância.
A condenação sem provas e um julgamento justo.
Negar a quem quer que seja o: “Nem eu te condeno, vai e não peques mais”.
Cercear a liberdade a quem quer que seja.
Deixar de confrontar quem quer que seja com a verdade, lembrando que  a verdade sem a graça é Lei e a Lei mata.
Fere o Evangelho tudo que há de mal e maldade dentro de cada um de nós, que, se temos o Espírito Santo, temos um aliado também dentro de nós que nos confronta e nos ajuda a não nos corrompermos e a neutralizar o mal e a maldade que há em nós.
Fere o Evangelho, matar, roubar, destruir, adulterar relações, criar inimizades, impedir reconciliações.
Fere o Evangelho desesperançar.
Fere o Evangelho negar o perdão que é graça e é de graça.
Fere o Evangelho não buscar e promover a paz o tempo todo.
Fere o Evangelho não amar.
Claro, falo por mim e pelo modo como entendo e creio no Evangelho, que tem um Nome, que é Boa Notícia do Reino.
Do Reino que tem um Rei a quem sirvo e que, para mim, é o Único Salvador Humano em quem deposito toda minha confiança.
Fiquem à vontade pra incluir o que vocês acham que fere o Evangelho – falo do Evangelho, só do Evangelho.

Um texto de Carlos Bregantim