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domingo, 28 de junho de 2020

O Amor é o Cumprimento da Lei



Romanos 13:10
O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei.

O apóstolo Paulo escreve no contexto imediatamente antecedente da Palavra que aqui uso como mote deste texto que os irmãos da igreja em Roma não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama o seu próximo tem cumprido a Lei. Pois estes mandamentos: “Não adulterarás”, “Não matarás”, “Não furtarás”, “Não cobiçarás”, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: “Ame o seu próximo como a si mesmo (Romanos 13:8-9). E, em seguida complementa, dizendo: Façam isso, compreendendo o tempo em que vivemos. Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos. A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz (Romanos 13:11:12).
Havia, naquele tempo, alta discussão com os judeus convertidos a Cristo, com respeito à Lei de Moisés e seus usos e costumes. Paulo insistia que a própria Lei apontava para o amor, dizendo, como Jesus já ensinara, que do amor dependem a Lei e os Profetas: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40).
Dizer que o amor não pratica o mal contra o próximo parece bastante óbvio. A Palavra, por vezes, é bastante óbvia, mas, por vezes, também, fala mais do que num primeiro momento pode parecer.
A Lei de Moisés era ferrenhamente observada pelos religiosos judeus, muito mais quanto ao cumprimento das aparências do que como consciência na mente e no coração.
Isso ocorre também hoje em dia no meio cristão – não necessariamente quanto à Lei mosaica, mas com a Bíblia como um todo –, especialmente quanto a usos e costumes, rituais, liturgias, “podes e não podes”, e – de forma bem clara – quanto a dízimos e ofertas.
Criam-se doutrinas sistemáticas em cima de pontos isolados das Escrituras, esquecendo-se o contexto.
É sempre importante, diante daquilo que lemos na Bíblia, entender quando foi escrito, para quem foi escrito, qual era o contexto histórico/cultural da época, e discernir o que é Palavra eterna daquilo que, no texto, é aplicativo para aquele momento.
Um exemplo claro disso encontra-se nas cartas aos Coríntios, onde há instruções específicas para os irmãos inseridos naquela cultura, já que era uma cidade cosmopolita para a sua época, inundada de culturas oriundas de muitos locais e, ainda, erguida sobre a cultura helênica. Há, ali, Palavras de validade eterna e orientações pontuais.
Volto a frisar: é importante ter noção do contexto daquilo que lemos, sob pena de sermos ludibriados com pontos isolados tirados justamente deste contexto. Aí corremos o perigo de nos atermos muito à letra e pouco ao sentido da mensagem como um todo. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica (2º Coríntios 3:6).
O Espírito (de Cristo) é sempre mais amplo do que a letra em si, pois abrange os sentidos mais profundos da alma humana e da alma divina, por assim dizer.
O Espírito (de Cristo) sempre se perpassou de amor.
E o amor (e não a letra da Lei) é o nascedouro e o conhecimento de Deus, é a Sua essência, conforme o apóstolo João: Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (1º João 4:7-8).
Assim, tudo o que a Palavra (que é Cristo) nos ensina é que, na mais elevada instância, só o amor decidido e escolhido viver é que vale a pena. O resto é apenas distração da vida.
Qualquer Lei que haja deveria submeter-se ao amor. Quando não se submete, é lei de morte e não Lei da vida.
Portanto, o amor – de e em Cristo – é o cumprimento da Lei.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 24 de junho de 2020

20 – Jesus Limpa o Templo (João 2)



Quando13 (versículo) era quase o tempo da Páscoa Judaica, Jesus subiu a Jerusalém I. Nos14 pátios do Templo, encontrou homens vendendo bois, cordeiros e pombas, e cambistas em bancas.
Ele15 então fez um chicote de cordas e pôs a todos para fora da área do Templo, com os cordeiros e bois; derrubou as mesas com o dinheiro dos cambistas. Aos16 que vendiam pombas disse: “Tirem-nas daqui! Como ousam fazer da casa do meu Pai um mercado? II
Seus17 discípulos lembraram-se do que está escrito: “O zelo por tua casa me consumirá”.
Então18 os judeus lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso você nos pode dar como prova da sua autoridade para fazer tudo isso?”
Respondeu19 ele: “Destruam este Templo, e em três dias eu o reerguerei”.
Os20 judeus retrucaram: “Construir este Templo levou quarenta e seis anos III, e você diz que o reedifica em três dias?” Mas21 o Templo de que ele falara era o seu corpo.

v     Para entender a história
Jesus está indignado porque os que vão ao Templo adorar a Deus são logrados por mercadores desonestos. A autoridade de Jesus é questionada e sua resposta não é entendida. Ele diz que o seu próprio corpo é um templo vivo, onde Deus habita, e que sua morte e ressurreição serão a prova cabal.    

v     Curiosidades
                                      I.     “Jesus subiu a Jerusalém” – Nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, Jesus só vai a Jerusalém no final de sua vida pública. É nesse período posterior que eles mencionam a limpeza do Templo, com algumas diferenças de contexto e detalhes.
                                   II.     “Como ousam fazer da casa do meu Pai um mercado?” – O pátio externo do Templo passara a ser um lugar de comércio, onde os sacerdotes vendiam aos peregrinos, a preços exorbitantes, animais aprovados para oferendas, como bois, cordeiros e pombas. Os fiéis também eram burlados pelos cambistas, que trocavam dinheiro pela moeda de Tiro – exigida para os óbolos do Templo.
                                III.     “Construir este Templo levou quarenta e seis anos” – Herodes, o Grande, começou a construir o Templo por volta de 19 a.C. Ainda em construção no tempo de Jesus, o Templo só ficou pronto em 63 d.C. – e em 70 d.C. foi completamente arrasado pelos romanos.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 21 de junho de 2020

Amar é Ser, Estar e Fazer



João 14:15
“Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos”.

Muitos daqueles que se chamam de cristãos têm convicção de que amam a Deus, de que amam a Jesus Cristo e de que amam ao seu próximo.
Para aqueles que têm certeza disso, parabéns!
Mas também para os mesmos, vale sempre lembrar que isso é uma decisão, é um querer ser, estar e fazer, é uma atitude antes de ser um sentimento.
Sim: o amor – aquele que Jesus ensinou – é antes uma decisão do que um sentimento!
Dizemos que “Jesus ensinou esse amor, ensinou a amar”. Ora, um sentimento não se ensina – ou se o tem ou não. Mas uma escolha, uma decisão, sim, se pode ensinar. Podemos ensinar uma criança, por exemplo, a saber discernir entre o certo e o errado, ensinar a escolher o melhor, ensinar a ser de modo que seja correta para si mesma e para as demais crianças.
Foi isso que Jesus fez: tal qual a crianças, nos ensinou – por Suas palavras e por Seus exemplos – a amar.
Ele nos deu noções claras do que é o amor.
Quando contou a parábola do samaritano que ajuda o pobre desvalido e ferido, caído à beira da estrada, nos ensinou a amar, pois este samaritano não nutria nenhum sentimento pelo desconhecido, mas, ainda assim, parou e fez toda a diferença para ele.
Aliás, me ocorreu agora, enquanto escrevo, que amar é fazer a diferença!
Jesus também nos deu ensinamentos – a que chamamos de mandamentos – ensinando sobre o amor e sobre amar, registrados nas Escrituras.
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5:43-48).
Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40).
“Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica. Dê a todo aquele que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles (Lucas 6:27-31).
Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os ‘pecadores’ amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os ‘pecadores’ agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os ‘pecadores’ emprestam a ‘pecadores’, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso (Lucas 6:32-36).
“Um novo mandamento lhes dou: amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros (João 13:34-35).
Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos (João 14:15) [Esta, a Palavra mote deste texto – está lá em cima, depois do título].
“Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (João 14:21).
“Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço” (João 15:9-10).
O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno” (João 15:12-14).
Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros(João 15:17).
Estas são algumas palavras de Jesus que ensinam sobre o amor e sobre amar. Já dá para se ter uma boa ideia do que se quer dizer!
Depois, nas cartas – ou epístolas do NT – os apóstolos também falam inúmeras vezes sobre o amor e sobre amar. Não é necessário, aqui, citar estas passagens, pois estenderiam muito o texto. Quero apenas salientar uma que o apóstolo João deixou tão bem escrita, que sintetiza numa breve sentença Quem Deus É: Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (1º João 4:7-8).
Amamos quando nos propomos a dar ouvidos aos Seus mandamentos.
Amamos quando nos propomos a dar razão ao Evangelho.
Amamos quando nos propomos a ser, a estar e a fazer.
Amamos quando coadunamos as nossas palavras – agora expressas porque foram precedidas de pensamentos e sentimentos – com nosso modo de ser.
Amamos, enfim, quando importamos ao nosso próximo, no sentido que o importamos para dentro de nós” e somos por ele importados para dentro dele” – é a importância mútua.
Amamos a Deus amando o próximo!
Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê (1º João 4:20).
Todo o demais que poderíamos justificar como sendo amor e amar, seria somente teoria, filosofia, utopia, romance ou comentários.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 17 de junho de 2020

19 – O Senhor do Sábado (Lucas 6)



Certo1 (versículo) sábado, Jesus atravessava um campo e seus discípulos começaram a colher algumas espigas, debulhá-las com as mãos e comer os grãos. Alguns2 dos fariseus perguntaram: “Por que vocês fazem o que é ilícito no sábado? I
Jesus3 lhes respondeu: “Vocês nunca leram o que fez Davi quando ele e seus companheiros tinham fome? ‘Entrou4 na casa de Deus, tomou a pão consagrado e comeu o que a Lei reserva só para os sacerdotes. E também deu aos seus companheiros’”. Então5 Jesus lhes disse: “O Filho do homem II é Senhor do sábado”.
Outro6 sábado, ele foi à sinagoga e se pôs a ensinar. Estava lá um homem cuja mão direita estava atrofiada. Os7 fariseus e escribas procuravam um motivo para acusar Jesus e por isso o vigiavam de perto para ver se ele faria cura no sábado. Mas8 Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse ao homem da mão atrofiada: “Levante-se e fique em pé diante de todos”. Ele se ergueu e ficou em pé. Então9 Jesus lhes disse: “Eu lhes pergunto: o que é lícito no sábado III – fazer o bem ou o mal, salvar a vida ou destruí-la?” Encarou10 a todos eles em sua volta e aí disse ao homem: “Estenda a sua mão”. Assim ele fez, e a mão ficou completamente curada. Mas11 eles ficaram furiosos e passaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer a Jesus.

v     Para entender a história
O sábado era considerado um dia festivo, reservado para se orar e agradecer a Deus pela criação, mas isso se tornou opressivo. Jesus tem autoridade para abolir as restrições da tradição judaica. Os chefes religiosos veem sua autoridade ameaçada pelos ensinamentos de Jesus e pelo seu poder de cura.    

v     Curiosidades
                                      I.     “Por que vocês fazem o que é ilícito no sábado?” – O sábado era um dia de descanso, destinado à restauração física, mental e espiritual. A esse mandamento, os fariseus acrescentaram muitas regras restritivas. O Antigo Testamento não proibia colher grãos para comer, mas os fariseus achavam que isso era trabalho de colheita.
                                   II.      “O Filho do homem” – Jesus usava muitas vezes essa expressão quando se referia a si próprio. Era uma expressão familiar para os judeus, pois o profeta Daniel a usara para narrar sua visão de alguém que parecia homem, mas tinha a autoridade de Deus (Daniel 7:13-14). Com essa expressão, Jesus também deixava claro que, mesmo sendo o Filho de Deus, tinha também a natureza humana, como um homem comum.
                                III.     “O que é lícito no sábado” – A Lei de Moisés não proibia curar no sábado. Mas os chefes religiosos decretavam que só pessoas em perigo de vida podiam ser ajudadas no sábado.

Oração no sábado: o sábado era um dia para os judeus se reunirem na adoração pública. Durante a oração, os homens usavam mantos e levavam duas pequenas caixas (filactérios) contendo passagens da Torá.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 14 de junho de 2020

O Cristianismo Como Gnosticismo de Doutrina e Informação



Nunca consegui entender que sentimento era aquele que fazia os homens declararem que outros humanos estavam no inferno porque não são da sua religião ou da sua cultura, ou mesmo por nunca terem ouvido uma dada informação gnosticamente salvadora.
E quando você vê uma certa alegria vitoriosa na cara da criatura que faz a condenação?
Provavelmente trate-se da mais profunda expressão de sadismo, da mais horrenda forma de ânsia de poder, da mais desumana manifestação de arrogância, e da mais satânica de todas as afirmações auto-glorificantes!
Dizer que alguém foi para o inferno porque não conheceu uma certa informação ou doutrinação é a maior expressão do mais dogmático gnosticismo!
Sim, é salvação pela iluminação de certo conhecimento objetivo, com nome, endereço, geografia, histórica, moral, cívica, e um bocado de outras coisas!
Então alguém diz: Mas é pela fé! Não pelo conhecimento!
Claro que é! Mas se a fé tem que ser produzida por uma informação histórica, então essa fé é apenas conhecimento, ou seja, gnosis; e, portanto, sendo doutrina que ilumina, é gnosticismo, e não fé.
A fé precede a informação, embora a fé venha pelo ouvir; e o ouvir a Palavra de Deus!
E como pode ser então?
Ora, a Palavra de Deus não é uma informação apenas. Informação ela até pode ser, e é também, mas numa escala infinitamente inferior ao que ela é de fato. Sim, pois a Palavra de Deus é Deus, é Pessoa, é Amor, é tudo o que Deus É.
Assim como tudo o que existe, existe da e pela Palavra, do mesmo modo tudo o mais é Palavra de Deus, e somente Deus pode dizer o que não é Palavra d’Ele.
Eu vejo a Palavra muito mais do que a ouço. Sim, pois ela sempre é mais encarnação do que explanação.
Foi tendo essa noção de Palavra que Paulo usou o Salmo 19 em Romanos 10 ao fazer a natureza/criação proclamar a Palavra de Deus salvadora até aos confins do mundo. De tal modo que até os sem informação não ficariam sem noção.
Ora, quem tem a informação tem que confessar a fé com a boca, crendo no coração, conforme Paulo declarou. Mas quem tem a Palavra sem a informação, esse manifesta a sua fé pelas suas obras, posto que ele não tenha a informação que o faça dar explicação à força de suas certezas imponderáveis e inexplicáveis. Então, por suas obras e prudências e manifestações de amor, ele declara a sua fé, conforme Tiago declarou.
Jesus deixou claro em Lucas 13, Mateus 7 e 25, por exemplo, que os que recebem a informação e o ensino, mas que existem apenas da crença acerca de que ensino e informação são as garantias, ficariam de fora.
Em Mateus 25 Ele diz que foram os que não dispunham de qualquer simbolização “de Jesus”, que fizeram o bem sem saber ou o associarem a Ele, esses eram os que seriam os benditos, pois Ele disse: “A mim o fizeste”. Não que não haja muitos e muitos benditos que saibam da informação e, por isto, sinceramente, façam o bem segundo o Evangelho como o mais consciente de todos os privilégios. Todavia, o que se pode dizer é que tanto nas parábolas, quanto também na escatologia de Jesus, quem mais corre perigo é quem diz ter a informação, a gnosis salvadora como doutrina, a certeza de serem “os filhos do reino”.
É impossível ler-se com honestidade humana os quatro evangelhos, observando os modos de Jesus, os tratos de Jesus, e os Seus ensinos, todos coerentes com Seus modos, jeitos e tratos humanos, e não admitir que digo a verdade.
Ora, chegamos de onde partimos: O que pode gerar tamanha maldade humana tão perceptível no prazer mórbido confesso na sentença ao inferno para o próximo diferente de nós?
O pecado de Satanás foi de natureza soberba, gnóstica e narcisista. O poder como conhecimento superior ou qualquer coisa superior, produz tudo o que em Satanás o fez tornar-se diabo.
Ora, por isto o conhecimento, a gnosis da fé em Jesus, não é uma informação primariamente, mas uma formação, uma boa terra que antecede a semente/informação.
O conhecimento salvador decorre da experiência com o amor de Deus expresso como fruto de amor, alegria, paz, bondade, benignidade, longanimidade, mansidão e autocontrole; coisas essas contra as quais não há Lei e, digo a você, nem doutrina alguma.
Um dia ou naquele Dia você me entenderá!

Um texto de Caio Fábio D’Araújo Filho

quinta-feira, 11 de junho de 2020

18 – Jesus Cura e Perdoa (Mateus 4, Lucas 5, Marcos 2)


Jesus23 (versículo de Mateus 4) percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas I, pregando a boa nova do Reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Sua24 fama corria II por toda a Síria, e as pessoas lhe traziam os enfermos de várias doenças, os que sofriam dores, os possessos do demônio, os dementes e os paralíticos – e ele os curava. Seguiam-no25 grandes multidões da Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judeia e da Transjordânia.
Estando12 (versículo de Lucas 5) Jesus numa das cidades, veio um homem que estava coberto de lepra III. Ao ver Jesus, prostrou-se com o rosto em terra e lhe rogou: “Senhor, se quiseres, podes limpar-me”.
Jesus13 estendeu sua mão e tocou o homem. “Quero”, disse ele. “Seja limpo!” E, de imediato, a lepra o deixou. Jesus14 ordenou: “Não diga nada a ninguém, mas vá, mostre-se ao sacerdote IV e faça as oferendas que Moisés prescreveu para a purificação, como testemunho a eles”.
Mas15 as notícias a seu respeito se espalhavam cada vez mais, e multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas. Jesus16, porém, frequentemente se retirava para lugares afastados e orava.
Poucos1 (versículo de Marcos 2) dias depois, quando entrava de novo em Cafarnaum, o povo soube que ele voltara para casa. Juntou-se2 tanta gente, que não havia espaço nem do lado de fora, e ele lhes estava pregando a palavra. Chegaram3 alguns homens trazendo um paralítico, carregado por quatro deles. Não4 podendo levá-lo a Jesus, por causa da multidão, fizeram uma abertura no telhado V e, alargando-a, baixaram a esteira com o paralítico. Ao5 ver aquela fé, ele disse ao homem: “Filho, seus pecados estão perdoados”.
Alguns6 doutores da Lei VI que estavam ali sentados pensaram consigo: “Como7 pode este falar assim? Ele blasfema! Quem, senão Deus, pode perdoar pecados?” Na8 hora, Jesus notou o que eles pensavam em seus corações e lhes disse: “Por que vocês pensam assim? O9 que é mais fácil, dizer ao paralítico: ‘Seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, pegue a sua esteira e ande’? Mas10 saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados...” E disse ao paralítico: “Eu11 lhe digo: levante-se, pegue sua esteira VII e vá para casa”. Ele12 se levantou, pegou a esteira e caminhou à vista de todos, que se admiraram e louvaram a Deus, dizendo: “Nunca vimos nada parecido!”

v     Para entender a história
Os milagres que acompanham os ensinamentos de Jesus evidenciam sua relação especial com Deus. Uma cura pode ser vista e confirmada, mas o perdão dos pecados, não, pois é interior a cada ser humano, não exterior. As curas do leproso e do paralítico mostram que Deus deu a Jesus o poder de perdoar pecados.   

v     Curiosidades
                                      I.     “Ensinando nas sinagogas” – Todo sábado, Jesus ensinava nas sinagogas, explicando o significado dos textos lidos. Nos outros dias, instruía os discípulos e pregava ao ar livre às multidões que vinham vê-lo. Seu poder de cura era um sinal que Deus agia por ele.
                                   II.     “Sua fama corria” – A missão de Jesus era um grande sucesso. Sua popularidade crescia e se espalhava para além da Galileia.
                                III.     “Coberto de lepra” – Na Bíblia, a palavra “lepra” se aplica a várias doenças de pele. Os leprosos eram confinados a lugares ermos e quem tocasse num deles era julgado impuro pela Lei judaica. Ignorando a restrição, Jesus tocou e curou um leproso, mostrando, assim, que estava acima das conveniências ou preconceitos.
                                IV.     “Mostre-se ao sacerdote” – Antes de se reintegrar na sociedade, a pessoa curada de uma doença de pele precisava da confirmação do sacerdote. Ao observar essa prescrição, Jesus sabia que as autoridades teriam de reconhecer o seu poder curativo.
                                   V.     “Uma abertura no telhado” – Uma casa típica daquela região tinha uma cobertura plana de argila, com um trançado rústico estendido sobre traves de madeira. Um lance de escada externa levava ao telhado.
                                VI.     “Doutores da Lei” – Em sua maioria fariseus, essas pessoas estudavam e interpretavam a Lei. Entendiam que só Deus podia perdoar pecados. Foi por isso que acusaram Jesus de cometer blasfêmia, o pior dos pecados.
                             VII.     “Pegue sua esteira” – A maioria das pessoas não tinha cama e dormia no chão, em esteiras que ficavam enroladas durante o dia.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 7 de junho de 2020

O Chamado da Sabedoria



A sabedoria está clamando, o discernimento ergue a sua voz; nos lugares altos, junto ao caminho, nos cruzamentos ela se coloca; ao lado das portas, à entrada da cidade, portas adentro, ela clama em alta voz:
“A vocês, homens, eu clamo; a todos levanto a minha voz. Vocês, inexperientes, adquiram a prudência; e vocês, tolos, tenham bom senso. Ouçam, pois tenho coisas importantes para dizer; os meus lábios falarão do que é certo. Minha boca fala a verdade, pois a maldade causa repulsa aos meus lábios. Todas as minhas palavras são justas; nenhuma delas é distorcida ou perversa. Para os que têm discernimento, são todas claras, e retas para os que têm conhecimento. Prefiram a minha instrução à prata, e o conhecimento ao ouro puro, pois a sabedoria é mais preciosa do que rubis; nada do que vocês possam desejar compara-se a ela”.
“Eu, a sabedoria, moro com a prudência, e tenho o conhecimento que vem do bom senso. Temer ao SENHOR é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso. Meu é o conselho sensato; a mim pertencem o entendimento e o poder. Por meu intermédio os reis governam, e as autoridades exercem a justiça; também por meu intermédio governam os nobres, todos os juízes da terra. Amo os que me amam, e quem me procura me encontra. Comigo estão riquezas e honra, prosperidade e justiça duradouras. Meu fruto é melhor do que o ouro, do que o ouro puro; o que ofereço é superior à prata escolhida. Ando pelo caminho da retidão, pelas veredas da justiça, concedendo riqueza aos que me amam e enchendo os seus tesouros”.
“O SENHOR me criou como o princípio de seu caminho, antes das suas obras mais antigas; fui formada desde a eternidade, desde o princípio, antes de existir a terra. Nasci quando ainda não havia abismos, quando não existiam fontes de águas; antes de serem estabelecidos os montes e de existirem colinas eu nasci. Ele ainda não havia feito a terra, nem os campos, nem o pó com o qual formou o mundo. Quando ele estabeleceu os céus, lá estava eu, quando traçou o horizonte sobre a superfície do abismo, quando colocou as nuvens em cima e estabeleceu as fontes do abismo, quando determinou as fronteiras do mar para que as águas não violassem a sua ordem, quando marcou os limites dos alicerces da terra, eu estava ao seu lado, e era o seu arquiteto; dia a dia eu era o seu prazer e me alegrava continuamente com a sua presença. Eu me alegrava com o mundo que ele criou, e a humanidade me dava alegria”.
“Ouçam-me agora, meus filhos: Como são felizes os que guardam os meus caminhos! Ouçam a minha instrução, e serão sábios. Não a desprezem. Como é feliz o homem que me ouve, vigiando diariamente à minha porta, esperando junto às portas da minha casa. Pois todo aquele que me encontra, encontra a vida e recebe o favor do SENHOR. Mas aquele que de mim se afasta, a si mesmo se agride; todos os que me odeiam amam a morte”.

(Texto de Provérbios, cap. 8)

Comentário: A Sabedoria que, figuradamente, é a protagonista do texto, compara-se ao Cristo, que estava com Deus e era Deus desde o princípio, o mesmo chamado de Verbo, antes de encarnar-se no tempo/espaço como o Filho do homem, em Jesus de Nazaré.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 3 de junho de 2020

17 – As Bodas de Caná (João 2)



No1 (versículo de João 2) terceiro dia houve um casamento em Caná, na Galileia, e a mãe de Jesus estava presente. Jesus2 e os seus discípulos também haviam sido convidados. Quando3 o vinho acabou I, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não tem mais vinho”.
“Que4 temos nós com isto, mulher?”, replicou Jesus. “Meu momento ainda não chegou II.
Sua5 mãe disse aos servidores: “Façam tudo o que ele lhes disser III.
Havia6 por perto seis jarras de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações rituais IV, de oitenta a cento e vinte litros cada uma.
Jesus7 disse aos servidores: “Encham as jarras de água”. Eles encheram-nas até as bordas. Então8 ele lhes disse: “Agora, tirem um pouco e levem ao mestre do banquete”.
Assim fizeram eles, e9 o mestre provou a água que tinha sido transformada em vinho. Ao contrário dos servidores, o mestre não tinha ideia de onde ela vinha. Então ele chamou o noivo à parte10 e lhe disse: “Todos servem o melhor vinho primeiro e deixam o mais barato para quando os convidados já beberam bastante; mas você guardou o melhor até agora”.
Este11 primeiro de seus sinais milagrosos V foi realizado por Jesus em Caná da Galileia. Ele assim revelou sua glória VI e seus discípulos creram nele. Depois12 ele desceu para Cafarnaum, com sua mãe e irmãos e com seus discípulos. E ali ficaram por uns poucos dias.

v     Para entender a história
A purificação ritual era uma prática religiosa básica. Neste milagre, a água pode ser interpretada como a religião judaica da época. Transformando a água em vinho, Jesus demonstra que trará mudança. O vinho pode representar seu próprio sangue, que ele derramará para levar as pessoas a Deus. 

v     Curiosidades
                                      I.     “Quando o vinho acabou” – As festas de casamento costumavam durar sete dias. Os convidados festejavam e bebiam vinho, que o noivo providenciava. Faltar vinho antes do fim da celebração era muito embaraçoso.
                                   II.     “Meu momento ainda não chegou” – No Evangelho de João, o “momento” de Jesus chega quando ele morre na cruz e ressurge dos mortos – e esta é a primeira de oito referências. Todas as suas ações são guiadas por este senso de missão. Jesus quer que sua mãe entenda que o que ele vai fazer atende a esse propósito, mais do que à mera satisfação material dos convidados.
                                III.     “Façam tudo o que ele lhes disser” – Embora sabedora do poder extraordinário do filho, Maria provavelmente não esperasse um milagre. Sua fé na capacidade dele para resolver esse problema doméstico foi amplamente recompensada.
                                IV.      “Jarras de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações rituais” – Os ritos da Lei exigiam que os judeus se lavassem da impureza antes de uma refeição ou cerimônia religiosa. Guardava-se a água em grandes jarras de pedra ou cerâmica, de 80 até 120 litros cada, aproximadamente. Muitos ricos tinham piscinas para banhos rituais.
                                   V.     “Primeiro de seus sinais milagrosos” – Os milagres narrados no Evangelho de João são chamados de “sinais”. Todos os milagres de Jesus têm um significado profundo.
                                VI.     “Ele assim revelou sua glória” – Na Bíblia, a “glória” se refere a Deus, em todo o seu poder e força.  O milagre prova aos discípulos a especial relação de Jesus com Deus.

Caná da Galileia: Caná era a terra do discípulo Bartolomeu. Supõe-se que ela seja a atual Kfar Kanna, onde hoje há duas igrejas erigidas para comemorar o primeiro milagre de Jesus.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.