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sábado, 29 de maio de 2021

61 – Os Primeiros Cristãos (Atos 2)


 

Chegando1(versículo de Atos 2) o dia de Pentecostes I, estavam todos reunidos num só lugar. De2 repente veio do céu um som, como de um vento muito forte II, e encheu toda a casa III na qual estavam assentados. E3 viram o que parecia línguas de fogo IV, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos4 ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.

Havia5 em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo. Ouvindo-se6 o som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua V. Atônitos7 e maravilhados, eles perguntavam: “Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando? Então8, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna? Partos9, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, do Ponto e da Província da Ásia, Frígia10 e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, tanto11 judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua!” Atônitos12 e perplexos, todos perguntavam uns aos outros: “Que significa isto?”

Alguns13, todavia, zombavam deles e diziam: “Eles beberam vinho demais”.

Então14 Pedro levantou-se com os Onze VI e, em alta voz, dirigiu-se à multidão: “Homens da Judeia e todos os que vivem em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes isto! Ouçam com atenção: estes15 homens não estão bêbados, como vocês supõem. Ainda são nove horas da manhã! Ao16 contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel:

“‘Nos17 últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre18 os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. [...] E21 todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!’”

“Israelitas22, ouçam estas palavras: Jesus de Nazaré foi aprovado por Deus diante de vocês por meio de milagres, maravilhas e sinais que Deus fez entre vocês por intermédio dele, como vocês mesmos sabem. Este23 homem lhes foi entregue por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus; e vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-o na cruz. Mas24 Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse”.

[...]

“Portanto36, que todo o Israel fique certo disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo”.

Quando37 ouviram isso, ficaram aflitos em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que faremos?”

Pedro38 respondeu: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado VII em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois39 a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar”.

Com40 muitas outras palavras os advertia e insistia com eles: “Salvem-se desta geração corrompida!” Os41 que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas.

 

v     Para entender a história

Os apóstolos não mais estão temerosos e sozinhos. A descida do Espírito Santo lhes dá força para cumprir a missão para a qual Jesus os preparara. O fato é geralmente conhecido como a fundação da Igreja Cristã. Suas portas estão abertas aos povos de todas as nações que creiam em Jesus e sigam seus ensinamentos.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “O dia de Pentecostes” – O nome Pentecostes vem da palavra grega relativa a “cinqüenta”. Era uma das mais importantes festividades do ano, comemorado no quinquagésimo dia após a Páscoa. No Antigo Testamento, o Pentecostes é chamado de a Festa da Colheita. Celebrava o fim da colheita do grão e os judeus davam graças a Deus por sua bênção. Nos tempos apostólicos, a festividade era principalmente para comemorar a entrega da Lei, por Deus, a Moisés.

                                   II.     “Um vento muito forte” – A palavra para “vento” é a mesma que para “espírito”, tanto em hebraico (ruah) quanto em grego (pneuma).

                                III.     “Encheu toda a casa” – A “casa” era, provavelmente, o Templo, já que em hebraico e em grego podem ser traduzidos do mesmo modo.

                                IV.     “Línguas de fogo” – O fogo simboliza a purificação e a luz que os apóstolos devem levar ao mundo, em nome de Jesus. Na Bíblia, o fogo é muitas vezes manifestação da presença de Deus. Quando Deus chamou Moisés para conduzir os israelitas para fora do Egito, falou-lhe de dentro de uma sarça ardente.

                                   V.     “Cada um os ouvia falar em sua própria língua” – Pentecostes era uma festa de peregrinação e, assim, Jerusalém estava cheia de estrangeiros. A descida do Espírito Santo como “línguas de fogo” teve um efeito espantoso sobre as próprias línguas dos apóstolos. Eles estavam falando a palavra de Deus, e isto quebrou as barreiras comuns de linguagem. É o reverso do que aconteceu em Babel, quando a punição de Deus significou que as pessoas não mais se entenderiam umas com as outras.

                                VI.     “Levantou-se com os Onze” – O lugar de Judas foi assumido por Matias, que fora discípulo desde o começo do ministério de Jesus, mas Matias só entrou como apóstolo depois destes acontecimentos. Os apóstolos oraram escolheram Matias por sorteio.

                             VII.     “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado” – Estas palavras haviam sido usadas por João Batista, que foi o primeiro a pregar esta mensagem. Os que acreditavam e pediam o perdão de Deus eram batizados com água. Isto significava sua purificação espiritual e o começo de uma nova vida de união com Deus.

 

- O dom do Espírito Santo: O Espírito Santo é tido como e terceira pessoa da Santíssima Trindade. Deus, no Novo Testamento, é um Deus único em três pessoas: “Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo”.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 23 de maio de 2021

Estatutos de Clubes

 

Mateus 15:8-9

“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens”.

 

Era bastante freqüente Jesus ser confrontado pelos líderes religiosos no que dizia respeito ao Seu ensino e ao Seu comportamento e de Seus discípulos, especialmente porque o povo parava para ouvi-Lo e prestava atenção às Suas palavras.

Justamente o povo parava, povo este que – temiam os religiosos da época – poderia, pelas palavras de Jesus, não mais seguir a enormidade de regras de usos e costumes imputados pelo clero sacerdotal. Jesus nunca quis “desviar” ninguém do seguimento religioso; Ele “apenas” simplificava e validava os ensinamentos de Deus e escancarava a hipocrisia religiosa vigente.

Havia muita tradição a ser seguida, muitas coisas acrescentadas inclusive à Lei de Moisés que, por si só, já não era fácil. Para os sacerdotes de então, já não bastava seguir as Escrituras – era preciso seguir seus estatutos.

O que era comum também era a observância desses estatutos de “clube religioso” apenas na exterioridade, nas aparências, mas, em secreto, sacerdotes, levitas, mestres da Lei, fariseus e saduceus aprontavam das suas, tal qual hoje em meios eclesiásticos se passa também.

Jesus tecia críticas não aos usos e costumes em si, mas à hipocrisia. Pouco antes de falar o que fala na passagem aqui usada como mote para este texto – que é, inclusive, uma fala registrada no livro de Isaías (Isaías 29:13) –, podemos ver por que o assunto se levantou: Então alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram: “Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos antes de comer!” Respondeu Jesus: “E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês?” (Mateus 15:1-3).

Dá para ver a afirmação deles: “tradição dos líderes religiosos”? E é justamente aí que eu quero chegar. Hoje há muitas tradições – ou imposições – de “líderes religiosos”, que são seguidas pelos “fiéis” sem questionamento. A maioria delas não encontra respaldo bíblico e, quando encontra, são por isolamento de pontos fora de contexto, a fim de montar uma “doutrina” daquela “igreja” específica.

Eu, de minha parte, não tenho nada contra nem a favor de doutrinas em si, apenas chamo a atenção para que as pessoas atentem para ver se não são invencionices. Lembro sempre dos irmãos de Bereia, que checavam as coisas que ouviam: Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo (Atos 17:11). A Bíblia chama de “nobre” quem confere nas Escrituras se há base para aquilo que é pregado ou aquilo que é dado como estatuto eclesiástico.

Certo dia, Jesus conversava com uma samaritana, e esta Lhe disse: “Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (João 4:20). Jesus lhe deu esta resposta: “Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém. [...] No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4:21-24).

O que significa isso? Significa que, depois de Jesus, não há mais lugar específico de cultuar a Deus, mas adorá-Lo e cultuá-Lo se faz em espírito e em verdade, ou seja, de coração e com autenticidade, e não por rituais ou coisas afins.

Quando nos reunimos, seja em casa, em um grupo ou mesmo num local/igreja, o fazemos para cultuar a Deus de coração, não apenas com palavras, liturgias ou ritos eclesiásticos.

Podemos nos reunir num local/igreja? Claro que sim! Podemos ter uma “ordem” nesta reunião/celebração, como uma oração inicial, leitura da Palavra, prédica, hinos? Claro, sem problema algum! O que não podemos é fazer do local, dos ritos ou tradições eclesiásticas, o fim em si mesmo, mas o fim – e o começo e o meio – deve ser sempre a centralidade de Jesus Cristo.

Jesus é o centro de tudo. O restante é adereço.

A Igreja são as pessoas (se não existirem pessoas, só existirá um prédio e uma placa).

Se Jesus não for o centro e as pessoas não forem o fator vital, então tudo não passa de um clube com seus estatutos.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quarta-feira, 19 de maio de 2021

60 – O Nascimento da Igreja


 

Jesus escolheu doze homens entre seus muitos seguidores para estarem intimamente juntos dele e para divulgarem sua mensagem depois dele. São conhecidos como “apóstolos”, da palavra grega que significa “enviados”. Após o suicídio de Judas Iscariotes, Matias foi escolhido para substituí-lo e para manter o número original. Supõe-se que Jesus escolheu doze homens por causa das doze tribos de Israel, subentendendo-se que o seu ministério haveria de unir as tribos numa nova Israel – a Igreja.

 

O dom do Espírito Santo

Já não havia dúvida, entre os doze apóstolos e os outros discípulos, de que Jesus estava vivo. Contudo, as muitas “e infalíveis provas” (Atos 1:3) dessa ressurreição não eram bastantes para levar os discípulos a compreenderem integralmente que o reino que Jesus oferecia era um reino espiritual e não a restauração da nação israelita. Precisavam do dom que Jesus prometera, o Espírito Santo, para capacitá-los a divulgar a “boa nova” sobre Jesus ao redor do mundo e fazer discípulos de todas as nações. Dez dias após a ascensão de seu mestre aos céus, no dia de Pentecostes, os apóstolos receberam o dom do Espírito Santo e falaram em muitas línguas. Ao contrário do episódio de Babel, onde o orgulho e a arrogância levaram à dispersão do povo e à confusão de línguas, a descida do Espírito Santo destravou línguas e promoveu compreensão e unidade. Os apóstolos pregaram e três mil pessoas se juntaram aos discípulos naquele dia. A Igreja tinha nascido.

 

Pedro, o líder dos apóstolos

O nome de Pedro em grego significa “pedra”. Este nome lhe fora dado por Jesus, porque ele seria a pedra sobre a qual a Igreja se edificaria. Pedro fez parte do “círculo íntimo” dos discípulos de Jesus e foi testemunha da maior parte dos fatos de seu ministério. Num momento de fraqueza humana, após a prisão de Jesus, negou que conhecesse o mestre. Ficou arrasado por sua falha. Jesus apareceu, após sua ressurreição, especialmente para tranquilizá-lo, dizendo-lhe: “Apascenta meu rebanho” (João 21:16), confirmando-o como o líder já escolhido. Após receber o dom do Espírito Santo em Pentecostes, Pedro pronunciou o primeiro sermão cristão (Atos 2:14-40).

 

Os Atos

A maior parte de nosso conhecimento sobre os fatos que se seguiram à ressurreição de Jesus provém do livro dos Atos, escrito por Lucas, médico grego que também escreveu o terceiro Evangelho, um relato bem documentado da vida de Jesus. Após sua conversão, Lucas viajou com os apóstolos durante, no mínimo, três décadas, e esteve em contato com testemunhas oculares do ministério de Jesus. Teve acesso a documentos, entre os quais o Evangelho de Marcos.

 

Crença e adoração cristãs primitivas

A teologia cristã primitiva era fundamentalmente judaica, usando a linguagem e os conceitos do Antigo Testamento, como o Cordeiro Pascal para simbolizar Jesus. Como todos os primeiros convertidos eram judeus, já acreditavam em Deus. Os primeiros cristãos usaram as Escrituras para provar que Jesus cumprira as profecias.

Formavam uma grande comunidade em Jerusalém e partilhavam tudo. Ainda respeitavam as leis judaicas sobre alimentação e iam ao Templo todos os dias para adorar e pregar. Os cristãos também adoravam nas casas uns dos outros. Ainda mantinha o Sabbath, mas os serviços eclesiásticos eram realizados aos domingos (o dia do Senhor), comemorando a ressurreição de Jesus.

 

Oposição dos líderes judeus

Os primeiros cristãos logo encontraram oposição dos líderes religiosos judeus. Embora os crentes continuassem participando dos sacrifícios formais no Templo, todos consideravam a crucificação de Jesus o sacrifício definitivo. Isto era inaceitável para muitos judeus, que começaram a perseguir os apóstolos. A maior parte da oposição veio dos saduceus, que não acreditavam na ressurreição dos mortos. Aceitavam somente os primeiros cinco livros da Bíblia, e o conceito de ressurreição só aparece em livros escritos após o exílio judeu na Babilônia.

 

Judeus helênicos e cristãos

Durante o século I d.C., os judeus se dividiram em dois grandes grupos: os hebraicos (que viviam na Judeia e formavam a população maior) e os helênicos (que se dispersaram pelo mundo romano).

Os helênicos eram descendentes de exilados, deportados de Israel para a Babilônia e o Egito, durante os séculos VIII a VI a.C. Estes judeus dispersos eram unidos pela cultura comum do helenismo e do dialeto grego da koiné, que Alexandre, o Grande, impôs às terras que conquistou. Tinham uma identidade cultural diferente, mas suas crenças religiosas não se alteraram. Muitos iam a Jerusalém em peregrinação e adoravam nas sinagogas gregas.

A fé dos novos cristãos se espalhou rapidamente pelo Império Romano através dos judeus helênicos.

 

Diáconos

A comunidade de crentes cresceu rapidamente, o que causou muitos problemas práticos. Os helenistas, entre os primeiros cristãos, queixavam-se de que os fundos comuns fossem distribuídos injustamente às suas expensas. Para resolver estes problemas, foram escolhidos sete homens da comunidade helênica para se encarregarem da administração da Igreja. Foram chamados “diáconos”, do grego “servir”.

 

Símbolos cristãos primitivos

Do ano 64 d.C. em diante, os cristãos enfrentaram cruéis perseguições das autoridades romanas. Isto levou à adoção de vários símbolos, como o peixe, a pomba e embarcações, que não incriminavam os seguidores da fé cristã, mas possibilitava que eles se reconhecessem mutuamente.

O peixe foi um dos mais antigos símbolos, evocando o tempo em que Jesus disse aos seus discípulos que eles seriam “pescadores de homens” (Mateus 4:19). O peixe aparece, inclusive, em túmulos dos primeiros cristãos.

A cruz só se tornou um símbolo da cristandade a partir do reinado de Constantino, o primeiro imperador romano convertido ao cristianismo (anos 306-337 d.C.).

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 16 de maio de 2021

A Atemporalidade da Oração


 

João 16:23-24

Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome. Até agora vocês não pediram nada em meu nome. Peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa”.

 

Nesta fala aos Seus discípulos, Jesus nos dá uma garantia impressionante: “Eu lhes asseguro”, disse Ele, quando falava sobre pedir em Seu nome e receber. Jesus assegura e nos deixa seguros sobre a oração.

De fato, quando oramos, temos que estar seguros, primeiramente, de que Deus nos ouve e nos atende segundo a Sua vontade, como também assegurava o apóstolo João numa de suas cartas: Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos (1º João 5:14-15). Podemos nos aproximar de Deus com segurança. Podemos pedir segundo a Sua vontade – que conhecemos mais e mais conforme vamos conhecendo mais e mais as Escrituras e, especialmente, Jesus, pois n’Ele Sua vontade está manifesta em plenitude. Podemos estar seguros que Ele nos ouve em tudo. E podemos estar confiantes de que Ele nos atende conforme Ele julga que nos faça bem!

Pedimos “em nome de Jesus” sempre que pedimos conforme a Sua vontade, e a Sua vontade... bem, é como falei no parágrafo anterior.

“Peçam e receberão”, nos manda Jesus em relação à oração. Que simples! E que direto!

“Peçam e receberão” – e Ele acrescenta que assim será “para que a nossa alegria seja completa”. Com isso, Ele nos tranquiliza para que não caiamos na tentação de acharmos sobre nós mesmos que estamos, de alguma forma, fraquejando ou mesmo tentando a Deus, quando julgamos que “seremos completamente felizes” quando “virmos” o nosso pedido ser atendido. Não estaremos esperando “ver” para “crer”. Não. Estaremos, isto sim, segundo Jesus, tendo a oportunidade de “nos alegrarmos por completo” quando vivenciarmos o “milagre” da nossa oração sendo atendida. Não será um “ver para crer”; será um “alegrar-se sobremodo ao ver”. Ah, isso nos traz um alívio e concreta em nós uma certeza em fé: posso pedir, sem medo de ser feliz, pois sei que estou pedindo segundo a Sua vontade!

E, agora, quero de fato entrar no assunto do título: a atemporalidade da oração. E peço a você, que chegou até aqui na leitura deste texto, que redobre sua atenção para entender o que quero dizer, pois vou tentar ser o mais claro que puder.

Temporal é algo relacionado e “preso” ao tempo cronológico, isto é, ou foi Passado, ou é Presente, ou será Futuro.

Atemporal é o que está “fora” da “dependência da cronologia do tempo”, isto é, pode tanto ter sido Passado, quanto ser Presente, quanto será Futuro.

Aqui agora, por exemplo, você está lendo este texto no Presente. Para você, é temporal neste momento, pois está “preso” no “agora”. Entretanto, alguém já poderá tê-lo lido no Passado, ou ainda o lerá no Futuro, sendo assim, será atemporal, pois este ato de alguém ter lido no Passado ou ainda vir a ler no Futuro não está “preso” ao seu – de você – “agora”.

O mesmo se dá com Deus. Deus é atemporal em Seu Ser, pois Ele tanto É no Presente, quanto É no Passado, assim como É no Futuro.

Dito de outra forma: Deus não “foi” no Passado, “é” no Presente e “será” no Futuro. Deus simplesmente “é” no Passado, “é” no Presente e “é” no Futuro.

De uma forma mais simples ainda, poderíamos dizer que Deus “está” ao mesmo tempo no Passado, no Presente e no Futuro.

Isto se dá porque Passado, Presente e Futuro só existem porque são temporais, relativos, estão “presos” à cronologia no tempo. Deus, por Sua vez, É em todos os tempos, não é relativo, mas é absoluto, não está “preso” a nada.

Usando ainda outra figura de linguagem, outra metáfora, poderíamos dizer que Deus “viaja no tempo”, para frente e para trás, ao Passado e ao Futuro, tudo junto/ao mesmo tempo/agora.

Com isso tudo quero dizer que a nossa oração – esta que podemos estar fazendo “hoje”, no “agora” – pode também “viajar”, junto com Deus, ao Passado e ao Futuro, assim como está no Presente.

Vou usar agora um exemplo prático para ilustrar o que quero dizer com relação a isto. Faça uso da sua imaginação em fé e entre na “viagem” deste exemplo comigo, para poder entendê-lo:

Imagine que você, hoje, está sendo curado de uma enfermidade. E imagine que esta cura se enquadra naquela categoria de surpreendente, ou, em outras palavras, na categoria do que as pessoas chamam de “milagre”. Pois bem. Imagine que alguém orou a Deus pedindo por essa cura – o que se enquadra na Sua vontade, pois, nas Escrituras, há inúmeras afirmações inequívocas que curar é a vontade de Deus. Alguém orou por sua cura, é o que você pensa e sabe. E, de fato, esta oração por sua cura é um fato. Só que você pensa que esta oração foi feita por alguém, mas que este alguém já orou, que isto se deu no Passado, seja este Passado uma hora, um dia, uma semana ou um mês. Mas foi no Passado, você pensa. Ou, no máximo, foi há um minuto. Mas um minuto atrás também é tempo Passado. Ou, no melhor esforço de pensamento, você pode pensar que esta oração está sendo feita “agora”, no Presente, e que o alcançar da cura foi resposta imediata. Até aí você pode chegar no seu pensamento de imaginação de atendimento à oração.

Mas, agora, eis a surpresa que apresento: eu creio seguramente que esta oração, atendida “agora” – pois foi “agora” que você alcançou a sua cura – poderá ainda ser feita, no Futuro. Sim. Pois Deus – não se esqueça do que eu falei antes – “viaja” no Passado/Presente/Futuro “agora”. Deus É em todo tempo, o tempo todo! Assim, alguém ainda poderá orar por algo que já está acontecendo “agora” ou – mais surpreendente ainda! – poderá já ter acontecido. Sim, creio tranquila e claramente em minha fé, que mesmo uma oração que ainda será feita no Futuro já pode, inclusive, ter sido atendida no Passado.

Você conseguiu “acompanhar” esta “viagem” que fiz nos dois parágrafos anteriores? Ficou mais ou menos claro para você? Eu realmente espero que sim; eu realmente espero ter me feito entender. Se quiser, releia os dois parágrafos anteriores, para fixar este pensamento.

Então, é isto que quero dizer com o que mencionei no título deste texto.

Você pode orar tranquila e confiantemente “hoje”, “agora”. E a oração que você fizer “hoje”, “agora”, poderá ser atendida no Presente, agorinha mesmo, como poderá ser atendida no Futuro, como poderá já ter sido atendida no Passado.

Com base nisso, podemos concluir que muitas coisas que você está vivendo agora, por elas já se oraram no Passado. Mas também podemos concluir que muitas coisas que você está vivendo agora, por elas ainda será orado no Futuro!

Se você consegue alcançar este nível de consciência em fé, prepare-se para uma mudança enorme em seu modo de enxergar a vida relacionada à oração!

Vou deixar um spoiler aqui: dentro em pouco, num outro texto, quero falar sobre uma característica/prática da oração, que é o “alcançar a mão pela oração” em direção àquilo que queremos trazer à nossa vida (sempre levando-se em consideração o “orar segundo a vontade de Deus”), com base no “está consumado, está feito”. Aguarde.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quarta-feira, 12 de maio de 2021

59 – Jesus é Elevado aos Céus (Mateus 28, Atos 1)

 

Os16(versículo de Mateus 28) onze discípulos foram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes indicara. Quando17 o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Então18, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade I nos céus e na terra. Portanto19, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os20 a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.

Depois3(versículo de Atos 1) do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias II falando-lhes acerca do Reino de Deus. Certa4 ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai III, da qual lhes falei. Pois5 João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo”.

Então6 os que estavam reunidos lhe perguntaram: “Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel IV?”

Ele7 lhes respondeu: “Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas8 receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra”.

Tendo9 dito isso, foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles. E10 eles ficaram com os olhos fixos no céu enquanto ele subia. De repente surgiram diante deles dois homens vestidos de branco, que11 lhes disseram: “Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado aos céus, voltará da mesma forma como o viram subir”.

Então12 eles voltaram para Jerusalém, vindo do monte chamado das Oliveiras, que fica perto da cidade, cerca de uma caminhada de sábado V. Quando13 chegaram, subiram ao aposento onde estavam hospedados. [...] Todos14 eles se reuniam sempre em oração VI, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele.

 

v     Para entender a história

O número quarenta é simbólico, significando completude e um considerável período de tempo. O aprendizado dos discípulos está agora encerrado, e o mestre deixa a terra e sobe aos céus. Mas Jesus lhes garante que ficará com eles, pela presença do Espírito Santo, para guiá-los enquanto difundem a sua mensagem pelo mundo.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Foi-me dada toda a autoridade” – As palavras de Jesus lembram a profecia de Daniel sobre o futuro Messias: “Ele recebeu autoridade, glória e o reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído” (Daniel 7:14).

                                   II.     “Por um período de quarenta dias” – O período entre a ressurreição e a ascensão era um tempo para os apóstolos se prepararem para o seu novo ministério, quando não mais teriam a presença física de Jesus.

                                III.     “Promessa de meu Pai” – Jesus está se referindo ao Espírito Santo, o Espírito de Deus na terra, que dará aos discípulos a força para realizarem o seu trabalho.

                                IV.     “É neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?” – Os discípulos ainda estão pensando em termos nacionalistas. Jesus diz que o Reino de Deus destina-se a todas as nações.

                                   V.     “Uma caminhada de sábado” – O Monte das Oliveiras estava a cerca de um quilômetro de Jerusalém. Uma “caminhada de sábado”, ou seja, um quilômetro, era o máximo que uma pessoa poderia caminhar, sem desrespeitar a lei do sábado.

                                VI.     “Se reuniam sempre em oração” – Pela primeira vez, homens e mulheres se reuniam ao mesmo tempo numa sala para orar em comunidade.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 9 de maio de 2021

A História é Cíclica


 

Não é de hoje que eu falo que o povo de Israel é um arquétipo de todos os povos da terra e, algumas vezes, é um arquétipo também dos indivíduos, pois é cheio de altos e baixos, quedas e soerguimentos, rupturas e reunificações, decisões resolutas e abandonos catastróficos, pecados e arrependimentos, coisas boas e más, atos e conseqüências.

Israel foi/é assim historicamente, e nos serve de arquétipo/modelo/referência para entendermos todos os povos – e indivíduos.

O livro de Neemias – em parceria com o de Esdras – relata a reconstrução de Jerusalém e do Templo no período imediato pós-libertação do exílio, que se deu gradativamente. Da Babilônia, muitos judeus voltaram à sua terra, ao passo que muitos lá continuaram e outros tantos se espalharam por outras nações.

E não é de hoje que falo que a História é cíclica, isto é, repete-se nas histórias das nações e nas histórias dos indivíduos. Por sorte – ou por divina sabedoria, prefiro crer assim –, temos a possibilidade de aprender com isso, ainda que, como humanos, raramente o façamos.

Nas passagens abaixo, relata-se uma impressionante confissão de aquisição de consciência, um firme propósito de que “agora as coisas serão diferentes”, e uma profunda comoção nacional.

 

Levantem-se e louvem o SENHOR, o seu Deus, que vive para todo o sempre”.

“Bendito seja o teu nome glorioso! A tua grandeza está acima de toda expressão de louvor. Só tu és o SENHOR. Fizeste os céus, e os mais altos céus, e tudo que neles há, a terra e tudo o que nela existe, os mares e tudo o que neles existe. Tu deste vida a todos os seres, e os exércitos dos céus te adoram”.

“Tu és o SENHOR, o Deus que escolheu Abrão, trouxe-o de Ur dos caldeus e deu-lhe o nome de Abraão. Viste que o coração dele era fiel, e fizeste com ele uma aliança, prometendo dar aos seus descendentes a terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos jebuseus e dos girgaseus. E cumpriste a tua promessa porque tu és justo”.

“Viste o sofrimento dos nossos antepassados no Egito, e ouviste o clamor deles no mar Vermelho. Fizeste sinais e maravilhas contra o faraó e todos os seus oficiais e contra todo o povo da sua terra, pois sabias com quanta arrogância os egípcios os tratavam. Alcançaste renome, que permanece até hoje. Dividiste o mar diante deles, para que o atravessassem a seco, mas lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra em águas agitadas. Tu os conduziste de dia com uma nuvem e de noite com uma coluna de fogo, para iluminar o caminho que tinham que percorrer”.

“Tu desceste ao monte Sinai; dos céus lhes falaste. Deste-lhes ordenanças justas e leis verdadeiras, e decretos e mandamentos excelentes. Fizeste que conhecessem o teu sábado santo e lhes deste ordens, decretos e leis por meio de Moisés, teu servo. Na fome deste-lhes pão do céu, e na sede tiraste para eles água da rocha; mandaste-os entrar e tomar posse da terra que, sob juramento, tinhas prometido dar-lhes”.

“Mas os nossos antepassados tornaram-se arrogantes e obstinados, e não obedeceram aos teus mandamentos. Eles se recusaram a ouvir-te e esqueceram-se dos milagres que realizaste entre eles. Tornaram-se obstinados e, na sua rebeldia, escolheram um líder a fim de voltarem à sua escravidão. Mas tu és um Deus perdoador, um Deus bondoso e misericordioso, muito paciente e cheio de amor. Por isso não os abandonaste, mesmo quando fundiram para si um ídolo na forma de bezerro e disseram: ‘Este é o seu deus, que os tirou do Egito’, ou quando proferiram blasfêmias terríveis”.

“Foi por tua grande compaixão que não os abandonaste no deserto. De dia a nuvem não deixava de guiá-los em seu caminho, nem de noite a coluna de fogo deixava de brilhar sobre o caminho que deviam percorrer. Deste o teu bom Espírito para instruí-los. Não retiveste o teu maná que os alimentava, e deste-lhes água para matar a sede. Durante quarenta anos tu os sustentaste no deserto; nada lhes faltou, as roupas deles não se gastaram nem os seus pés ficaram inchados”.

“Deste-lhes reinos e nações, cuja terra repartiste entre eles. Eles conquistaram a terra de Seom, rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã. Tornaste os seus filhos tão numerosos como as estrelas do céu, e os trouxeste para entrar e possuir a terra que prometeste aos seus antepassados. Seus filhos entraram e tomaram posse da terra. Tu subjugaste diante deles os cananeus, que viviam na terra, e os entregaste nas suas mãos, com os seus reis e com os povos daquela terra, para que os tratassem como bem quisessem. Conquistaram cidades fortificadas e terra fértil; apossaram-se de casas cheias de bens, poços já escavados, vinhas, olivais e muitas árvores frutíferas. Comeram até fartar-se e foram bem alimentados; eles desfrutaram de tua grande bondade”.

“Mas foram desobedientes e se rebelaram contra ti; deram as costas para a tua Lei. Mataram os teus profetas, que os tinham advertido que se voltassem para ti; e te fizeram ofensas detestáveis. Por isso tu os entregaste nas mãos de seus inimigos, que os oprimiram. Mas, quando foram oprimidos, clamaram a ti. Dos céus tu os ouviste, e na tua grande compaixão deste-lhes libertadores, que os livraram das mãos de seus inimigos”.

“Mas, tão logo voltavam a ter paz, de novo faziam o que tu reprovas. Então os abandonavas às mãos de seus inimigos para que dominassem sobre eles. E, quando novamente clamavam a ti, dos céus tu os ouvias e na tua compaixão os livravas vez após vez”.

Tu os advertiste que voltassem à tua Lei, mas eles se tornaram arrogantes e desobedeceram aos teus mandamentos. Pecaram contra as tuas ordenanças, pelas quais o homem vive se lhes obedece. Com teimosia te deram as costas, tornaram-se obstinados e recusaram-se a ouvir-te. E durante muitos anos foste paciente com eles. Mediante o teu Espírito os advertiste por meio de teus profetas. Contudo, não te deram atenção, de modo que os entregaste nas mãos dos povos vizinhos. Graças, porém, à tua grande misericórdia, não os destruíste nem os abandonaste, pois és Deus bondoso e misericordioso”.

“Agora, portanto, nosso Deus, ó Deus grande, poderoso e temível, fiel à tua aliança e misericordioso, não fiques indiferente a toda a aflição que veio sobre nós, sobre os nossos reis e os nossos líderes, sobre os nossos sacerdotes e profetas, sobre os nossos antepassados e sobre todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até hoje. Em tudo o que nos aconteceu foste justo; agiste com lealdade mesmo quando fomos infiéis. Nossos reis, nossos líderes, nossos sacerdotes e nossos antepassados não seguiram a tua Lei; não deram atenção aos teus mandamentos nem às advertências que lhes fizeste. Mesmo quando estavam no reino deles, desfrutando da tua grande bondade na terra espaçosa e fértil que lhes deste, eles não te serviram nem abandonaram os seus maus caminhos”.

“Vê, porém, que hoje somos escravos, escravos na terra que deste aos nossos antepassados para que usufruíssem dos seus frutos e das outras boas coisas que ela produz. Por causa de nossos pecados, a sua grande produção pertence aos reis que puseste sobre nós. Eles dominam sobre nós e sobre os nossos rebanhos como bem lhes parece. É grande a nossa angústia!”

“Em vista disso tudo, estamos fazendo um acordo, por escrito, e assinado por nossos líderes, nossos levitas e nossos sacerdotes”.

 

(texto de Neemias 9:5-38)

 

Agora, já com uma Jerusalém em reconstrução e com um Templo novamente restaurado, o povo judeu faz um “abaixo assinado” de comprometimento com a Lei e com Deus, assinado pelo governador, pelos principais líderes do povo, pelos levitas e pelos sacerdotes.

 

O restante do povo: sacerdotes, levitas, porteiros, cantores, servidores do templo e todos os que se separaram dos povos vizinhos por amor à Lei de Deus, juntamente com suas mulheres e com todos os seus filhos e filhas que eram capazes de entender, agora se unem aos seus irmãos, os nobres, e se obrigam sob maldição e sob juramento a seguir a Lei de Deus dada por meio do servo de Deus Moisés e a obedecer fielmente a todos os mandamentos, ordenanças e decretos do SENHOR, o nosso Senhor”.

“Prometemos não dar nossas filhas em casamento aos povos vizinhos nem aceitar que as filhas deles se casem com os nossos filhos”.

“Quando os povos vizinhos trouxerem mercadorias ou cereal para venderem em dia de sábado ou de festa, não compraremos deles nesses dias. Cada sete anos abriremos mão de trabalhar a terra e cancelaremos todas as dívidas”.

Assumimos a responsabilidade de, conforme o mandamento, dar anualmente quatro gramas para o serviço do templo de nosso Deus: para os pães consagrados, para as ofertas regulares de cereal e para os holocaustos, para as ofertas dos sábados, das festas de lua nova e para as festas fixas, para as ofertas sagradas, para as ofertas pelo pecado para fazer propiciação por Israel, e para as necessidades do templo de nosso Deus”.

“Também tiramos sorte entre as famílias dos sacerdotes, dos levitas e do povo, para escalar anualmente a que deverá trazer lenha ao templo de nosso Deus, no tempo determinado, para queimar sobre o altar do SENHOR, o nosso Deus, conforme está escrito na Lei”.

“Também assumimos a responsabilidade de trazer anualmente ao templo do SENHOR os primeiros frutos de nossas colheitas e de toda árvore frutífera”.

“Conforme também está escrito na Lei, traremos o primeiro de nossos filhos e a primeira cria de nossos rebanhos, tanto de ovelhas como de bois, para o templo de nosso Deus, para os sacerdotes que ali estiverem ministrando”.

“Além do mais, traremos para os depósitos do templo de nosso Deus, para os sacerdotes, a nossa primeira massa de cereal moído, e as nossas primeiras ofertas de cereal, do fruto de todas as nossas árvores e de nosso vinho e azeite. E traremos o dízimo das nossas colheitas para os levitas, pois são eles que recolhem os dízimos em todas as cidades onde trabalhamos. Um sacerdote descendente de Arão deverá acompanhar os levitas quando receberem os dízimos, e os levitas terão que trazer um décimo dos dízimos ao templo de nosso Deus, aos depósitos do templo. O povo de Israel, inclusive os levitas, deverão trazer ofertas de cereal, de vinho novo e de azeite aos depósitos onde se guardam os utensílios para o santuário. É ali que os sacerdotes ministram e que os porteiros e os cantores ficam”.

“Não negligenciaremos o templo de nosso Deus”.

 

(texto de Neemias 10:28-39)

 

Depois, sabemos que também esse “comprometimento formal” falha, e a História segue ciclicamente por mais quatro séculos – inclusive com o domínio romano –, até a vinda histórica de Jesus de Nazaré, o Messias, o Cristo de Deus.

Em Jesus, todos os ciclos são interrompidos e estabelece-se a “eternidade nos corações das pessoas que aceitam o Evangelho”.

Em Jesus, já não há maldição nem Lei, pois tudo n’Ele se cumpriu.

Na História da humanidade – e da Israel histórica –, a ciclicidade continua, a “história se repete” e, ironicamente, nada ou pouco aprendemos com ela, e os homo sapiens continuam a cometer os mesmos erros.

Mas em Cristo, já “o Reino de Deus está dentro de nós”, “céus e terra passarão, mas as Suas Palavras não hão de passar”, e “temos n’Ele o descanso e a salvação eterna”.

Em Cristo, já nada mais é cíclico, mas tudo é absoluto, assim como Ele É.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert