Pesquisar neste blog

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Decisão

João 1:10-14
          Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne, nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
                                                           

O que era a Palavra
no mundo estava.
Enquanto falava
o que é perfeito,
eis que tudo foi feito!
Mas quem o percebeu?
Quem o reconheceu?
Não o perceberam, não o reconheceram...
... não o receberam!
Mas (nem tudo está perdido!) alguns creram!
Foram feitos, por ele, filhos,
de ascendência sobrenatural.
Ontem carnal, hoje divino!
Há os que não o reconheceram...
Há os que não o receberam...
Qual deles decido ser?
 

Kurt Hilbert

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Passo a Passo Para Fazer Acontecer

Marcos 11:22-24
          Tenham fé em Deus. Eu lhes asseguro que se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim lhe será feito. Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”.

          Já escrevi que a Bíblia não é um manual pronto, onde basta apertar um ou dois botões e voilà. Não. Ela necessita do guia chamado Espírito Santo para nos fazer perceber seus passos. Mas, vez ou outra, ela nos indica claramente alguns passos de procedimento para realizarmos algo. E o Espírito nos fala tão claramente que ficamos boquiabertos e nos perguntamos como não vimos isso antes. Mas tudo o que o Senhor nos fala, Ele nos fala, por Sua Palavra, no momento certo.
          A passagem bíblica acima se dá no dia seguinte ao que Jesus havia “amaldiçoado uma figueira”. Aconteceu que Ele e seus discípulos passavam num certo lugar e, à beira do caminho, havia uma figueira. Jesus teve fome e pensou em comer alguns figos, mas, como não era época de figos, a figueira só continha folhas – nada de figos. Diante disso, Jesus falou à figueira que “ninguém mais comesse frutos dela”. Os discípulos ouviram aquilo. No dia seguinte, ao passarem por lá novamente, eis que a figueira estava seca. “Veja”, falaram ao Mestre, “a figueira que amaldiçoaste secou!”
          Façamos um parágrafo aparte aqui. Durante muito tempo fiquei encafifado com aquilo. Por qual motivo Jesus teria amaldiçoado a figueira, uma vez que não era tempo de figos? É claro que ela não poderia ter figos! Ele queria o quê? Coitada da figueira! A pobrezinha não tinha nada a ver com aquilo! Por que amaldiçoá-la? Mas, como Ele não dá ponto sem nó, depois de algum tempo entendi o porque. Simples: Ele queria ensinar aos seus pupilos uma lição ímpar, que eles levariam por toda a vida. E a figueirinha serviu de cobaia, por uma boa causa. Agora sim, eu havia entendido!
          Voltando, Jesus ensinou uma espécie de passo a passo para fazer as coisas acontecerem. Esse passo a passo está no versículo acima, e agora vamos destrinchá-lo.
          Primeiro passo: Ter fé em Deus. Tenham fé em Deus”. A fé é um dom do Espírito Santo, pelo qual devemos pedir em nossas orações; a fé é a certeza do que esperamos e a esperança do que ainda não vemos; sem fé é impossível agradar a Deus; a fé se dá por dar ouvidos à Palavra do Senhor; e a fé é uma prática, um exercício diário. Diário. Não anual, mensal ou semanal. Diário.
          Segundo passo: Dizer, determinar, usar a palavra. “Eu lhes asseguro que se alguém disser...” Esse é um grande “segredo”. Temos que dizer. Falar. Usar a palavra – a nossa palavra. Isaías fala que Deus executa a palavra de seus servos (Isaías 44:26). Então, temos que falar. Falar em oração. Falar a nossa oração. Jesus falou à figueira, lembra? Mas não é falar qualquer palavra. A palavra que falamos deve concordar com a Palavra de Deus. Não podemos esperar sucesso falando diferente do que é a Palavra do Senhor. Exemplo: não adianta querer falar, amaldiçoar algo ou alguém, visto que Jesus nos ensinou a nem mesmo amaldiçoar os inimigos, mas orar favoravelmente por eles. E, antes que alguém diga que Jesus amaldiçoou a pobre figueirinha, lembro que Ele teve uma intenção nobre por trás disso. Se Ele não a tivesse, não estaríamos lendo isso aqui hoje. Mas esse é o segundo passo: dizer, determinar, usar a palavra.
          Terceiro Passo: Não duvidar. “... e não duvidar em seu coração...” Dúvidas anulam o que desejamos, o que pedimos, o que falamos no segundo passo. Mas eu tenho dúvidas, alguém pode dizer. Eu também, respondo. Eu também as tenho. Mas temos que tratar de dissipá-las. Como? Pergunte-se: O que eu pedi em minhas orações, já aconteceu para alguém? Já aconteceu “na Bíblia”? Alguém já testemunhou que viveu essa experiência? O que eu pedi em minhas orações, já sucedeu para alguém em algum lugar do planeta, neste ano, neste mês, nesta semana? Se encontrarmos respostas positivas a essas perguntas, se nos dermos conta que sim, que o que pedimos já aconteceu em algum momento a alguém, então estamos começando a dissipar nossas dúvidas, percebendo que nossos pedidos podem ser possíveis para nós também. Sigamos argumentando conosco mesmos, mostrando a nós mesmos as possibilidades de concretização dos nossos pedidos. Agindo assim, sucessivamente nossas dúvidas vão desaparecendo. É um exercício. Haveria alguma coisa impossível para Deus?
          Quarto passo: Acreditar. Crer que acontecerá o que falamos nas orações. “... mas crer que acontecerá o que diz...” Feito o terceiro passo, trabalhar o quarto se torna mais fácil.  Esse passo está intimamente ligado ao quinto e último passo. Não se surpreenda com a forma como chamei o quinto passo. Você vai logo entender o porque.
          Quinto passo: Fazer de conta! Opa! Como assim, fazer de conta? Usar a imaginação? Sim. Explico: vejamos o que Jesus disse: “Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”. Vou repetir a parte dessa citação que é a chave do quinto passo: ... já o receberam... O que é crer que já recebemos? Vamos supor que você recebeu uma boa grana. Ela não está ainda em sua conta, só cairá daqui a dois meses, mas você já tem a comprovação de que, dentro de dois meses, essa grana estará em sua conta, em suas mãos. Beleza. O que você faz? É prudente que você não saia por aí comprando antecipadamente, mas seguramente você se pegará várias vezes por dia pensando, fantasiando, imaginando as coisas que você estará fazendo daqui a dois meses. Vai dizer que não?! Mesmo que esses dois meses ainda estejam “no futuro”, na sua imaginação esse “futuro” já estará bem “presente”. É como se fosse agora! Você estará agindo mentalmente como se já o tivesse. É isso. Isso é o que Jesus dizia com “creiam que já o receberam”. E a promessa d’Ele: “E assim lhes sucederá”. Eu fico pensando aqui que Deus, antes de criar o Universo, “imaginou” como ele seria... e assim sucedeu!
          Outro parágrafo aparte. Desculpe ter usado o exemplo da “grana que você poderia receber”. Evidentemente, o ensinamento-mor de Jesus não é materialista. Jesus falava de coisas muito superiores às simples coisas materiais, ainda que Ele não excluísse as coisas materiais, afinal, usando a metáfora do monte – “... se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’...” – Ele se referia tanto a “montes” espirituais como a materiais. Jesus, nos dando esse ensinamento, nele incluía coisas de todas as ordens. Eu usei o exemplo da grana, pois certamente atiçaria mais facilmente a sua imaginação. Mas nós podemos – e devemos – incluir nas nossas orações primordialmente nossos pedidos por amor, paz, perdão, harmonia, fé, alegria, força, etc. Que tenhamos montes disto! E também por saúde, trabalho, prosperidade, afinal, não há nada de errado com isso também. Mas, por favor, tenhamos o cuidado que priorizar o que realmente é mais importante. Feito esse aparte, concluo.
          Vamos recapitular os passos: TER FÉ, FALAR, NÃO DUVIDAR, CRER, AGIR COMO SE JÁ TIVÉSSEMOS. Nossa oração deve conter esses elementos. Nossa vida deve conter esses elementos. Esse é o passo a passo para fazer acontecer.
          E, por favor, sempre agradeçamos por tudo. O agradecimento é a chave para o coração de Deus. Certa vez li nalgum lugar que, se tivéssemos verdadeira e íntima ligação com Deus, nem precisaríamos pedir nada, somente agradeceríamos pelo que sabemos que já temos... Talvez um dia cheguemos a esse nível. Por hora, façamos o passo a passo completo.
          Gostaria de colocar mais uma vez, no parágrafo final, a sentença completa que Jesus ensinou, que é para nos lembrarmos dela sempre.
          Tenham fé em Deus. Eu lhes asseguro que se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim lhe será feito. Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,
Kurt Hilbert

sábado, 13 de julho de 2013

Coragem

Atos 23:11
          Na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: “Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma”.
                                                                 
Coragem não é ausência de medo,
coragem é agir apesar do medo.
Coragem é sentir que Cristo está ao lado.
Coragem é permitir ser impulsionado.
É decidir que todo caminho leva a Roma,
quando Roma é o destino.
É escolher o caminho que se precisa,
mesmo que seja impreciso.
É ser Seu testemunho,
é cerrar o punho,
é ir em frente,
é enfrentar a oportunidade... e aproveitá-la.
Coragem é postura,
é não paralisar.
É ousadia, é valentia, é bravura,
é intrepidez, é atrevimento, é denodo,
é simplesmente ir...
É a força na fraqueza.
É ter-se certeza
de saber-se parte de Deus!
 

Kurt Hilbert

sábado, 6 de julho de 2013

Sobre a Bíblia (Para Iniciantes)

II Timóteo 3:16-17
          Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.

          As linhas que seguem abaixo são para aqueles que estão iniciando suas leituras e estudos bíblicos. São para aqueles que se depararão com dúvidas, angústias, questionamentos – o que é normal e muito comum. As linhas a seguir não dissiparão nada disso – isso se dissipará com o tempo –, mas podem ajudar um pouco. E, seguramente, serão encontradas, nas viagens pelas páginas bíblicas, em muito maior quantidade, fé, amor, alegria, paz, etc.  
          A Bíblia é um livro que nos oferece, dentro de suas pontuais diferenças, a oportunidade de escolha. Em que pese as características citadas, também nos oferece luz, sabedoria, elevação, destemor e a oportunidade de viver o amor de Deus ensinado por Cristo. Ela é um livro que nos oportuniza exercer o livre arbítrio, fazer as escolhas apropriadas a quem queremos ser. Podemos escolher entre o Deus algumas vezes apresentado como encolerizado, vingativo e destruidor do Antigo Testamento e o Deus apresentado pelo Filho, compassivo e cheio de amor. Podemos escolher agir pelo medo da danação eterna (inferno, demônio, castigo no lago de enxofre, etc.), ou agir sem medo disso, mas pelo puro e simples amor descrito pelo Filho e poetizado por Paulo em I Coríntios 13.
          Ademais, Deus não se manifesta “por completo”, pois aí não seria mais necessária a fé e o “jogo da vida” relativa acabaria. Do mesmo modo, as Escrituras. Há contradições, contrapontos, partes incoerentes, para que cresçamos e aprendamos a escolher, a discernir. Há aí também um pouco de “joio no meio do trigo”, para que possamos aprender a identificar e agir sob a ótica do ensinamento do amor de Cristo.
          Ao lermos as Escrituras, podemos e devemos “filtrar” o que nos “serve” para aquele momento, usando como filtro e prova o amor ensinado por Cristo, um amor incondicional, uma espécie de “ética cristã”. Em Mateus 22:37-40, Ele mesmo ensina que as Escrituras dependem dos mandamentos másteres, os do amor: Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.
          Alguns poderiam dizer que isso seria conveniência, comodidade e certa indução. Refuto essa afirmação com base nas próprias Escrituras. Uso como exemplo o texto de Hebreus 2:11-13, que diz: Ora, tanto o que santifica quanto os que são santificados provém de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos. Ele diz: “Proclamarei o teu nome a meus irmãos; na assembléia te louvarei”(*). E também: “Nele porei a minha confiança”(**). Novamente diz: “Aqui estou eu com os filhos que Deus me deu”(***). A primeira citação(*) é do Salmo 22:22, a segunda(**) de Isaías 8:17 e a terceira(***) de Isaías 8:18, textos aparentemente desconexos entre si – pelo menos entre o Salmo e os escritos pelo profeta –, tanto em que pese a época em que foram escritos quanto ao teor, mas que o escritor aos Hebreus justapõe para dar veracidade e coerência ao seu pensamento. São passagens pinçadas que, ordenadas segundo o ponto de vista do escritor, conferem autenticidade à sua afirmação. A Bíblia, especialmente no Novo Testamento, usa desse subterfúgio, plenamente válido.
          Por que não poderíamos nós usar?
          As Escrituras são também um exercício de inteligência, interpretação e revelação pessoal. É o perguntar-se: “O que isto significa para mim agora? O que Deus está querendo me falar, me ensinar, me mostrar, neste momento e aqui?”
          As Escrituras mostram situações “boas” e “ruins”, pessoas e povos com “acertos” e “erros”. Penso que devemos avaliar o “certo” e o “errado” sempre à luz de Cristo, na sua “lei de amor a Deus e ao próximo”.
          A Bíblia não é simplesmente uma fórmula pronta, mas ela mesma, por seus “erros” e “incongruências”, nos dá a oportunidade de evoluirmos à luz de Deus. Nesse contexto, faz sentido o “livre arbítrio” que Deus nos deu, tão propagado no meio cristão. Quando falo em “erros”, refiro-me, logicamente, a erros historicamente comprováveis; não estou dizendo que o Espírito “errou” ao inspirar o texto, obviamente, mas que o ser humano que segurou a pena sobre o pergaminho – para usar uma figura de linguagem – pode ter cometido seus equívocos.
          Aprender a ver o intento de um escritor nalguma afirmação é útil. Isso faz com que não usemos a “Palavra de Deus” para condenar o nosso semelhante, por suas inclinações ou escolhas pessoais.
          Se nos aproximarmos da Bíblia para encontrarmos erros, encontraremos. Deus, em Sua infinita sabedoria, deixou essa brecha aberta, se por ela quisermos entrar. Porém, se quisermos encontrar na Bíblia o alimento eterno para nossa alma, também o encontraremos, e em maior quantidade, quanto mais por ele buscarmos. Deus, de novo em Sua infinita sabedoria, deixou escancarada essa porta para por ela entrarmos e O encontrarmos. Tudo depende com qual intuito nos aproximamos das Escrituras.
          Ainda uma última coisinha: façamos a experiência de ler e estudar a Bíblia. Nos surpreenderemos!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert