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domingo, 29 de dezembro de 2019

II Pedro



Enquanto a primeira epístola de Pedro é uma carta de jubilosa esperança em face do sofrimento, a segunda epístola desse apóstolo é uma mensagem da verdade fiel diante do erro.
A segunda carta começa por uma declaração direta da verdade de Deus, que se fundamenta tanto na palavra profética como na palavra do testemunho. Adverte contra falsos mestres que procurarão substituir a Palavra divina por palavras humanas. E termina com a afirmação de que a vinda de Cristo é uma realidade futura que destruirá o mundo como o conhecemos e trará novos céus e nova terra.
Há incerteza quanto ao autor, à data e ao destinatário da segunda epístola de Pedro. Contudo, a igreja tem sustentado tradicionalmente o ponto de vista de que o apóstolo Pedro foi o autor desta carta.
A diferença de estilo entre as duas epístolas poderia ser explicada da seguinte maneira: Pedro teve diferentes ajudantes; escreveu a uma só congregação em vez de fazê-lo a um grupo; escreveu com menor urgência porque seu propósito e a situação eram diferentes. Quando, em sua segunda epístola, se refere a uma anterior, não devemos supor que faça alusão à primeira epístola de Pedro e, sim, a uma carta que se perdeu. Existe, inclusive, a possibilidade de que Pedro tenha escrito a segunda epístola antes da que conhecemos como primeira.
As circunstâncias do escrito refletem uma situação na qual as heresias gnósticas contaminavam a igreja. Este falso ensino levava a um comportamento licencioso. Somente a correta compreensão da sabedoria de Deus à luz do retorno de nosso Senhor Jesus Cristo refutaria tais erros.

Robert Paul Roth

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

As Três Árvores



Estamos chegando ao Natal de 2019 e à nova década, a de 2020.
Sim, já estamos entrando nos anos 20 de século 21.
Para mim, que tenho infante lembrança dos anos 70, adolescente lembrança dos anos 80 e jovem lembrança dos anos 90 do século 20, entrar nos anos 20 de século 21, agora, me soa um tanto estranho.
É um marco de virada de etapa, de certo tom de recomeço – assim como recomeço é, para quem tem sua fé em Cristo, cada novo dia.
Lembremos do nascimento de Jesus, o Cristo!
Celebremos o início de uma nova etapa!
Quis escrever um texto para essa data, mas encontrei um já pronto, cuja autoria desconheço, mas Deus sabe – que compartilho abaixo – que fala de sonhos, desejos e etapas – e surpresas da fé. Ficaria feliz se você o lesse.
Feliz Natal!
Feliz 2020!
Kurt Hilbert

Havia, no alto de uma montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.
A primeira, olhando as estrelas, disse:
– Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada.
A segunda olhou para o riacho e suspirou:
– Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.
A terceira árvore olhou o vale e disse:
– Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus.
Muitos anos se passaram e, em certo dia, vieram três lenhadores pouco ecológicos e cortaram as três árvores. Todas ficaram ansiosas em serem transformadas naquilo que sonhavam. Mas lenhadores não costumam ouvir árvores nem entender seus sonhos.
Que pena!
A primeira árvore acabou sendo transformada numa manjedoura para animais, coberta de feno.
A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.
E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em grossas vigas e colocada num depósito.
E todas as três se perguntavam, desiludidas e tristes: Por que isso?
Mas, numa certa noite cheia de luz e estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu neném recém-nascido naquela manjedoura de animais. E, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.
A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou dormindo no barco, mas, quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem levantou e disse: “Haja paz!” E, num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos Céus e da Terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas, já no domingo, o mundo vibrou de alegria, diante da Ressurreição. E a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.
As árvores haviam tido sonhos, mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado!
Temos nossos sonhos, nossos planos e, por vezes, não coincidem com os planos que Deus tem para nós. E quase sempre somos surpreendidos com a Sua generosidade e misericórdia!


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

I Pedro



Esta bela carta foi escrita aos crentes da Ásia Menor, a fim de criar neles uma jubilosa esperança diante da perseguição que ameaçava cair sobre eles. Era intenção do apóstolo que esta carta circulasse entre os crentes de herança predominantemente gentia, em congregações localizadas nas províncias do Império Romano onde, provavelmente, o jugo imperial seria mais severo.
A igreja não desconhecia a perseguição. Desde as primeiras perseguições no tempo de Estevão e a dispersão que se seguiu, até a constante fustigação de que era alvo o apóstolo Paulo por onde quer que fosse, os crentes da igreja primitiva haviam experimentado na própria carne a fadiga e a tensão provocadas pelo antagonismo. E agora a ira do demente imperador Nero estava prestes a explodir em Roma, a expensas da igreja.
Portanto, o apóstolo Pedro procurou preparar a igreja na Ásia Menor para o desastre iminente que se avizinhava nestas províncias orientais, onde a opressão se espalharia, sem dúvida, de sua origem em Roma. Inspirado de um espírito de pastor fiel e bispo das almas, o apóstolo Pedro envia esta carta pastoral para confirmar seu rebanho na esperança consoladora da vinda do Espírito Santo. Uma vez que estão arraigados em Cristo, devem abster-se dos desejos da carne. Caso encontrem-se em uma sociedade hostil, seus sofrimentos por amor à justiça serão, em realidade, uma bênção.
Esta carta de Pedro foi, provavelmente, enviada de Roma aos crentes da Ásia Menor, entre os anos 62 e 69 d.C. Existe uma extraordinária semelhança de pensamentos entre esta carta e a epístola de Paulo aos Romanos (ano 56 a 57 d.C.) e a epístola anônima aos Hebreus (provavelmente em derredor do final dos anos 60 d.C.). Pode ser que o apóstolo Pedro possuísse ambas as cartas quando se encontrava em Roma.

Robert Paul Roth

domingo, 15 de dezembro de 2019

Condutas



Salmo 37:23-24
O SENHOR firma os passos de um homem, quando a conduta deste o agrada; ainda que tropece, não cairá, pois o SENHOR o toma pela mão.

Definição de conduta: modo de agir, de se portar, de proceder, de viver.
Que conduta agrada a Deus?
Para responder a esta pergunta, temos que atentar para o que Jesus disse. Ele disse que seríamos considerados por Ele amigos, se obedecêssemos aos Seus mandamentos: O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno” (João 15:12-14).
Quais eram estes mandamentos? Ora, vamos nos fiar no mais evidente deles: “Amem-se uns aos outros como eu os amei”. Corroborando este, dando-lhe alimento para torná-lo factível, Ele destacou: Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas” (Mateus 7:12). Ainda: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40).
Assim, os mandamentos de Jesus são sempre aqueles que apontam para o amor!
O amor acolhe, inclui, ajuda, se põe à disposição de quem necessita, é altruísta.
Para termos uma ideia do amor ao qual Jesus Se referia, podemos ler em I Coríntios, capítulo 13, como o Espírito define, por intermédio do apóstolo Paulo, o que é o amor:
Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente.
Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá.
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
 Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim, permanecem agora estes três: a , a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.
O amor é o centro da pregação de Jesus, da Sua vinda e da Sua vida terrena. O amor de Jesus aponta para algumas nuances:
- O amor do Pai por nós: Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que esse fosse salvo por meio dele (João 3:16-17).
- Este amor paterno se manifestou em Cristo vindo ao nosso encontro: Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14).
- O amor que Cristo demonstrou e demonstra por meio das Suas condutas e atitudes: Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas (João 10:14-15).
- O nosso amor para com Ele – aperfeiçoado em nós por Deus mesmo! –, andando com Ele, conhecendo a Ele e obedecendo àquilo que Ele disse e diz: Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: “Eu o conheço”, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou (I João 2:3-6).
- Nosso amor por nós mesmos e pelo próximo (repetindo): “Ame o seu próximo como a si mesmo(Mateus 22:39). Quero destacar aqui a palavra “como”: Jesus manda amar ao próximo “como” – da mesma forma – amamos a nós mesmos. Isso é notável!
Nossa conduta – segundo aquilo que agrada a Deus – sempre gira em torno do amor. Tudo gira em torno do amor!
Quem ama, nasceu de Deus e conhece a Deus, como diz o apóstolo João: Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (I João 4:7-8).
Ora, Deus é... amor!
Quem assim ama, é este cuja conduta agrada a Deus.
E a este Deus firma os passos, e Jesus o afirma e confirma.
Mesmo como discípulos de Jesus – e todos aqueles que creem segundo Jesus e buscam andar na vida segundo Jesus são Seus discípulos! – corremos o risco de cair, afinal, ainda somos humanos e imperfeitos. Mas, se e quando caímos, o Senhor nos ajuda a levantar e, muitas vezes, mesmo quando não percebemos, Ele nos apoia para que não caiamos.
Que possamos viver essas experiências de Vida em Cristo.
Que possamos perceber que Deus – metaforicamente – nos toma pela mão.
Que nossa conduta seja o reflexo de um andar neste Caminho, nesta Verdade e nesta Vida.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Tiago



Chave: a fé sem obras é morta.
Imitando o estilo da literatura de sabedoria do Antigo Testamento, com evidentes pressupostos cristãos, Tiago escolhe o tema da “religião pura” (1:27), a religião do amor divino experimentado no coração. Mostra que a religião pura é posta à prova pelas tentações e pelas dificuldades dos fieis, e de si mesma põe à prova o carnal e o egoísta. Estas experiências positivas e negativas da religião pura revelam o contraste entre as qualidades espirituais, da sabedoria benéfica e da falsa, da fé verdadeira e da falsa, do eu espiritual e do eu carnal, e da confiança verdadeira e da falsa.
Inequivocamente cristã em seu reconhecimento das reivindicações de Cristo (1:2; 2:1-7), e em sua referência à segunda vinda (1:12-13; 5:7-8) e à regeneração pessoal mediante a fé (1:18-21), a epístola lembra-nos os ensinos da assim chamada literatura de sabedoria do Antigo Testamento, como se observa em Jó, em alguns dos Salmos, em Provérbios e em Eclesiastes. Coloca o bem e o mal em justaposição e faz referência basicamente ao tema da religião pura e da religião falsa.
O autor tem em mente os crentes fieis que constituem exemplos da “religião pura” nas provações e vicissitudes. A estes ele anima. Tiago leva em conta também os mais carnais e egoístas, cuja conduta demonstra que não saíram airosos da prova da “religião do coração”, quer seja posta à prova na vida dos fieis ou pondo à prova e julgando a vida das pessoas carnais.
Tiago emprega repetidas vezes o paradoxo ao afirmar a superioridade dos valores espirituais tão comumente descumpridos. Por isso fala-nos de dois tipos de “eu”. O observaremos à medida que o assunto se desenvolve.
Tiago é prático, e sua ênfase não é teológica. O primeiro capítulo, que nos fala do programa de Deus no que concerne à santificação do crente, apresenta em miniatura os temas que serão ventilados com maior amplitude nos capítulos restantes.
A epístola diz ter sido escrita por Tiago. O Novo Testamento menciona três pessoas com este nome. Todavia, a igreja cristã atribui a Tiago, filho de José e Maria e irmão de Jesus, a paternidade literária desta epístola. Tiago, em seus ensinos, apresenta notável semelhança com Jesus. Uma comparação desta epístola com o “sermão do monte” revela, pelo menos, doze paralelismos evidentes. Eleito moderador da igreja de Jerusalém, na época posterior ao Pentecostes, Tiago imprime a esta epístola uma nota de autoridade. Sem desculpar-se em nenhum momento, os 108 versículos contêm 54 mandamentos.

Stephen W. Paine

domingo, 8 de dezembro de 2019

A Diferença Entre Amar e Gostar



Às vezes a gente ama e gosta.
Outras vezes a gente ama, mas não gosta.
Mas o chamado de Jesus é para amar até quem não se gosta.
Não dá para ser saudável e gostar do inimigo, do perseguidor, do falsificador da vida.
Todavia, é possível amá-lo.
Esta é a aparente contradição de Jesus.
Sim, Ele amava a todos, mas não gostava de um monte de coisas; e, de certo modo, de um monte de gente. Mas amava. E ensinou que é possível e necessário amar, mesmo quando se aborrece alguém.
Às vezes se aborrece algo. Então é fácil separar as coisas. Mas outras vezes a coisa e a pessoa se fundiram de tal modo que não dá para separar. Entretanto, mesmo assim, é possível amar; pois amor, nesse nível, não demanda sentimento, mas tão somente consciência.
Amar o adversário, o inimigo, o falsificador de Deus – acontece assim, nessa dialética que só cabe no amor segundo Jesus.
A ira de Jesus é cheia de amor desgostoso e ferino como uma espada de dois gumes!
Não amar quando não se gosta, não nos é permitido!
Até os abomináveis precisam ser amados com oração!
No entanto, isso não significa ódio.
Apenas quem não conheceu ainda o Evangelho é que pensa que não gostar implica em não amar.
O amor por quem não se gosta não carrega nenhum prazer e, por vezes, vem cheio de enfrentamento e denúncia, como se vê nas práticas de Jesus!
“Ai de vós fariseus” (Mateus cap. 23), é uma fala de um amor desgostado, mas é amor!
Para os religiosos, todavia, amar implica em acordo ou em silêncio obsequioso, mesmo quando se desgosta de tudo.
Em Jesus, no entanto, não é assim.
Porém, ninguém entenderá isso sem que antes fique cheio do Espírito de Cristo!
Minha recomendação é uma só: Leia os evangelhos de carreirinha e você entenderá. Lendo “fragmentos” você nunca entenderá o que Jesus não ensinou para ser fragmentado ou selecionado.
Quem me dera um dia você entendesse isso!
Até lá, eu digo com todo amor desgostado: “Sofrerei a sua estupidez com todo amor e paciência!”
N’Ele, que nunca não amou; e que nunca, por amar, deixou de dizer a verdade como as circunstâncias pediam; ora com denúncia explícita, ora com ironia ou sarcasmo, ora com o grito ungido pelo clamor do Reino de Deus,

Caio.

Um texto de Caio Fábio D’Araújo Filho

Tomo aqui a liberdade de comentar o texto do Caio, pois creio ser oportuno e cabível.
Me chamou a atenção que ele fala que, antes se ser um sentimento, o  amor é uma consciência. É o estar-se consciente de que Deus me amou primeiro, muito antes de eu ter pensado ou querido amá-Lo. Assim, o Seu amor, que é de graça e por graça, pode e deve por mim ser correspondido no próximo. Amando ao próximo, amo a Ele.
Em sendo o amor uma consciência, também estou consciente que muitas vezes fiz e faço coisas das quais Deus não gosta, mas, mesmo não  gostando, Ele não deixa de me amar.
A consciência está nisso: Quando não gostamos de alguém, não gostamos por suas atitudes. São as atitudes que definem esse gostar/não gostar. Nunca é, em princípio, a pessoa em si, pois, em si mesma, uma pessoa não é boa nem ruim até que a conheçamos por suas atitudes.
Nos é permitido, portanto, não gostar.
Não é permitido, porém, não amar.
Pois, agora, que sei que o amor é uma consciência e amar é um verbo que denota ação, sei que posso amar/orar por e com/ajudar quem não gosto.
Pensemos: se Deus só fizesse o bem a nós a partir das nossas “boas atitudes”, estaríamos muito ferrados! Mas é porque Ele é Deus e que Ele É Quem É e faz o que faz, que podemos nos considerar bem-aventurados!
E nos ensina isso: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5:43-48).
Um pedido meu a quem me lê aqui, que me ocorreu agora, agorinha mesmo:
Ofereça aquilo que você tem de melhor!

Kurt Hilbert

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Hebreus



Conquanto Deus tenha falado aos pais pelos profetas, agora falou por intermédio de Seu Filho. O prólogo afirma o caráter distintivo do Filho. Ele é antes da História, está na História, é superior à História, é a meta da História. Compartilha a essência da Deidade e irradia a glória da Deidade. Ele é a suprema revelação de Deus (1:1-3).
A passagem seguinte (1:4-14) declara de forma inequívoca a preeminência de Cristo. Ele é superior aos anjos. Estes ajudam os que serão herdeiros da salvação. Cristo, em virtude de Sua identidade, de Sua nomeação divina e do que realizou, ergue-Se por cima deles. Quão trágico é descuidar a grande salvação que Ele proclama! Ele cumprirá a promessa feita ao homem de que todas as coisas estarão harmoniosamente sujeitas ao homem. Pode fazê-lo, porque é verdadeiro homem e realizou a expiação pelos pecados. É superior a Moisés. Moisés era servo entre o povo de Deus. Cristo é um Filho que está sobre o povo de Deus. Quão trágico é deixar de confiar n’Ele! Por causa da incredulidade, uma geração toda de israelitas não entrou na terra de Canaã. Os crentes são advertidos contra tal incredulidade. Acentua-se tanto a fé como o fervor para se entrar no eterno descanso de Deus. O evangelho de Deus e o próprio Deus esquadrinham o homem.
O sacerdócio de Cristo é também desenvolvido por comparação (4:14 – 10:18). Os requisitos, as condições e as experiências do sacerdócio aarônico se enumeram em comparação com Cristo como sacerdote. Antes de desenvolver com maior amplitude este assunto, o escritor adverte os leitores sobre sua falta de preparação para um ensino mais avançado. Somente a sincera diligência nas coisas de Deus os tirará da imaturidade. Cristo, como sacerdote, à semelhança de Melquisedeque, é superior ao sacerdócio levítico, uma vez que Sua vida é indestrutível; foi ao mesmo tempo sacerdote e sacrifício; Seu sacerdócio é eterno. Seu santuário está no céu e Seu sangue estabelece a validade do novo concerto que é igualmente eterno.
A perseverança dos crentes nasce da comunhão com Deus, da atividade em favor de Deus, da fé n’Ele e da consciência do que o espera (10:19 – 12:29).
A cruz como altar cristão e a ressurreição do Grande Pastor são as bases para a ação divina. Estes acontecimentos históricos e redentores estimulam o crente à ação (13:1-25).
Não se menciona o nome do autor desta epístola. Com exceção da epístola aos Hebreus e da primeira epístola de João, todas as demais epístolas do Novo Testamento designam seu autor, seja pelo nome, seja pelo título.
Desde o primeiro século, o problema da autoria da epístola aos Hebreus tem causado muita discussão. Várias são as respostas dadas pelos crentes da igreja primitiva. Na margem oriental do mar Mediterrâneo e perto de Alexandria atribui-se o livro a Paulo. Orígenes (185-254 d.C.) considerava que os pensamentos do livro eram de Paulo, mas a linguagem e a composição pertenciam a outrem. No norte da África, Tertuliano (155-225 d.C.) sustentava que Barnabé escreveu a epístola aos Hebreus. Embora a carta tenha sido conhecida primeiro em Roma e no Ocidente (a I carta de Clemente, datada ao redor do ano 95 d.C., cita Hebreus com frequência), a opinião unânime nesta região durante 200 anos foi que Paulo não escreveu a epístola aos Hebreus. Estes crentes da igreja primitiva não disseram quem, a seu ver, havia escrito a epístola. Simplesmente não o sabiam.
Em nossos dias os crentes não devem ser dogmáticos acerca de um assunto mantido em dúvida durante tanto tempo. Todavia, os estudiosos das Sagradas Escrituras devem estudar o livro de Hebreus. Um cuidadoso exame do texto grego diz-nos muitas coisas sobre o autor. O livro está escrito num grego brilhante, da pena de um escritor eloquente. Não se parece, pois, com o estilo de Paulo. Com frequência, o apóstolo Paulo segue o fio de um novo pensamento antes de haver finalizado o anterior. O escritor da epístola aos Hebreus nunca segue esse processo. O vocabulário, as figuras de dicção e de pensamento apontam a influência alexandrina e filônica (Filo, 20 a.C. – a 60 d.C.). Paulo não tem essa origem intelectual. O escritor da carta aos Hebreus cita o Antigo Testamento diferentemente de Paulo. Frases de Paulo “como está escrito”, “a Escritura diz”, “boas novas da vossa fé e amor” nunca se encontram na epístola aos Hebreus, embora o escritor cite com profusão o Antigo Testamento.
Não sendo Paulo o autor, quem será? Apolo parece preencher as condições que se encontram no livro. Vinha de Alexandria. Era homem eloquente e instruído. Era fluente nas Escrituras Sagradas. As seguintes passagens do Novo Testamento falam-nos de Apolo: Atos 18:24-28; 19:1; I Coríntios 1:12; 3:4-6 e 22; 4:6; 16:12; Tito 3:13. É provável que nunca venhamos a estar seguros do nome do autor; se, porém, lermos a epístola com cuidado, chegaremos a conhecê-lo.
A data mais aceita para a escritura desta epístola oscila entre os anos 68 e 70 d.C.

A. Berkeley Mickelsen

domingo, 1 de dezembro de 2019

Os Dez Mandamentos



Desejo compartilhar aqui os célebres – e pouco conhecidos em verdade – “dez mandamentos”, na ordem e conforme se apresentam na Bíblia. Estes mandamentos, como se sabe, foram dados aos israelitas antes de entrarem na “terra prometida”, para que os cumprissem nesta terra e lá vivessem segundo a promessa feita por Deus a Abraão e aos seus descendentes.
Então, lá vai:
Eu sou o SENHOR, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão. Não terás outros deuses além de mim(Êxodo 20:2-3).
“Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra” (Êxodo 20:4).
Não tomarás em vão o nome do SENHOR, o teu Deus, pois o SENHOR não deixará impune quem tomar o seu nome em vão” (Êxodo 20:7).
“Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo(Êxodo 20:8).
Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o SENHOR, o teu Deus, te dá” (Êxodo 20:12).
Não matarás(Êxodo 20:13).
Não adulterarás(Êxodo 20:14).
Não furtarás(Êxodo 20:15).
Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20:16).
Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença” (Êxodo 20:17).
Se contarmos, dá para perceber que são mesmo dez.
Depois, no livro de Deuteronômio, há novamente um compêndio destes mandamentos, que grifei em negrito, contextualizados com explicações adicionais, que Deus dá, por meio de Moisés, ao povo de Israel.
Se contarmos, novamente dá para perceber que são os mesmos dez.
Eu sou o SENHOR, o teu Deus, que te tirei do Egito, da terra da escravidão. Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o SENHOR, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelo pecado de pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações os que me amam e obedecem aos meus mandamentos. Não tomarás em vão o nome do SENHOR, o teu Deus, pois o SENHOR não deixará impune quem usar o seu nome em vão. Guardarás o dia de sábado a fim de santificá-lo, conforme o SENHOR, o teu Deus, te ordenou. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é um sábado para o SENHOR, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu nem teu filho ou filha, nem o teu servo ou serva, nem o teu boi, teu jumento ou qualquer dos teus animais, nem o estrangeiro que estiver em tua propriedade; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu. Lembra-te de que foste escravo no Egito e que o SENHOR, o teu Deus, te tirou de lá com mão poderosa e com braço forte. Por isso o SENHOR, o teu Deus, te ordenou que guardes o dia de sábado. Honra teu pai e tua mãe, como te ordenou o SENHOR, para que tenhas longa vida e tudo te vá bem na terra que o SENHOR, o teu Deus, te dá. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não darás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. Não desejarás a casa do teu próximo, nem sua propriedade, nem seu servo ou serva, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença (Deuteronômio 5:6-21).
Talvez você tenha aprendido um pouquinho diferente, especialmente quando à numeraçãodeles – se foi doutrinado ou catequizado quando criança na igreja –, pois foram adaptados segundo a “doutrina” da igreja/instituição, mas, no original, está tal qual está acima. Pode conferir na sua Bíblia.
Em Seu tempo terreno, Jesus sintetiza esses mandamentos – e todos os mais de seiscentos que se encontram no Antigo Testamento – em dois. Estes dois não “eliminam” os dados anteriormente; apenas que, se prestarmos atenção a eles, neles estão o cumprimento de todos os demais. Ainda, Jesus submete tudo – Lei, Profetas, Escrituras – a estes dois mandamentos excelsos:
Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40).
E nunca devemos nos esquecer de que em Jesus está todo o cumprimento da Lei.
Para encerrar, achei interessante compartilhar esse tópico dos “dez mandamentos” tal qual se encontram nas Escrituras, pois, como disse no início, apesar de serem muito “célebres”, são também muito “desconhecidos”.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert