Esta bela carta foi escrita aos crentes da Ásia
Menor, a fim de criar neles uma jubilosa esperança diante da perseguição que
ameaçava cair sobre eles. Era intenção do apóstolo que esta carta circulasse
entre os crentes de herança predominantemente gentia, em congregações
localizadas nas províncias do Império Romano onde, provavelmente, o jugo
imperial seria mais severo.
A igreja não desconhecia a perseguição. Desde as
primeiras perseguições no tempo de Estevão e a dispersão que se seguiu, até a
constante fustigação de que era alvo o apóstolo Paulo por onde quer que fosse,
os crentes da igreja primitiva haviam experimentado na própria carne a fadiga e
a tensão provocadas pelo antagonismo. E agora a ira do demente imperador Nero
estava prestes a explodir em Roma, a expensas da igreja.
Portanto, o apóstolo Pedro procurou preparar a
igreja na Ásia Menor para o desastre iminente que se avizinhava nestas
províncias orientais, onde a opressão se espalharia, sem dúvida, de sua origem
em Roma. Inspirado de um espírito de pastor fiel e bispo das almas, o apóstolo
Pedro envia esta carta pastoral para confirmar seu rebanho na esperança
consoladora da vinda do Espírito Santo. Uma vez que estão arraigados em Cristo,
devem abster-se dos desejos da carne. Caso encontrem-se em uma sociedade
hostil, seus sofrimentos por amor à justiça serão, em realidade, uma bênção.
Esta carta de Pedro foi, provavelmente, enviada de
Roma aos crentes da Ásia Menor, entre os anos 62 e 69 d.C. Existe uma extraordinária
semelhança de pensamentos entre esta carta e a epístola de Paulo aos Romanos
(ano 56 a 57 d.C.) e a epístola anônima aos Hebreus (provavelmente em derredor
do final dos anos 60 d.C.). Pode ser que o apóstolo Pedro possuísse ambas as
cartas quando se encontrava em Roma.
Robert Paul Roth
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