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domingo, 30 de janeiro de 2022

Deus é Quase Totalmente Amor?


 

Deus é amor, mas nós não cremos nisto de verdade.

Nada poderia nos ser mais favorável. Todavia, parece que para muitos de nós não é.

Deus ser amor... assim... sem acréscimos... parece algo perigoso... e que é contra nós. Pelo menos contra os que controlam a cabeça dos outros, construindo uma “ideia de Deus” para os que não “pensam e não entendem”, segundo eles próprios.

Na realidade, quase sempre quando ouço algum Teólogo ou Pregador confessar que Deus é amor, tal declaração se faz acompanhar de um “mas”.

Sim, sempre há um “mas”, como se Deus ficasse incompleto sendo amor. Seria como se Deus fosse “somente apenas amor”. Por isso, em geral, quando se diz que Deus é amor, se acrescenta com um “mas também é...”, que Deus é sempre relacionado à “justiça e santidade”... visto que os demais “atributos”, como eles designam – todo poder, todo saber, e todo ser/estar –, já parecem estar convenientemente bem definidos. Afinal, sem eles, não haveria “um Deus”.

A impressão que me dá é sempre a de que se está tentando fazer Deus mais forte, mais parecido com a gente, que somos juízes e santarados, e somos aqueles sem os quais “Deus nada pode fazer na Terra”.

Diz o Homem a Deus: “Sem mim nada podes fazer! Eu sou a Videira, Tu és o Ramo!”

Ora, de repente apenas crer que “Deus é amor” deixa tudo livre, fora do nosso controle, sem a nossa ajuda ou necessidade, sem que tenhamos que nos preocupar com nada...

E nem nos deixa ao menos o imperativo da vingança, da luta, da guerra, da defesa, da honra, da desonra, do juízo, da verdade comprovada, do saber vaidoso, da conquista gloriosa. Afinal, no amor, conforme Ele mesmo, “sem amor... nada aproveita”.

Mas “Deus é amor” soa fraco, romântico, desautorizador de despotismo, demolidor de juízos fixos, e parece elevar demais o padrão dos “fiéis”, tirando-os do espírito de juízo e religiosidade, para o nível do entendimento misericordioso, o que, para a maioria, é a tarefa mais desagradável possível.

“Deus é amor, mas é também justiça e santidade”, dizem, a fim de não deixar as coisas fáceis; ou pelo menos para não serem infiéis na descrição de uma “fórmula de Deus” ou um “retrato teológico de Deus”.

Pregadores e Teólogos são os que mais sofrem dessa necessidade de acrescentar um “mas” ao simples “Deus é amor” de João.

Os Teólogos, que são os alquimistas que estudam a “fórmula da natureza da divindade”, querem enunciá-la com clareza química aos alunos.

Já os Pregadores, que são os pintores do “retrato popular de Deus”, desejam apresentá-Lo de uma maneira a fazê-Lo parecer semelhante a eles mesmos. Por essa razão Deus tem que ser injusto, exigente, impiedoso, e interessado em dinheiro.

Ora, isto tem que ser assim porque simplesmente viver na graça do amor é um “caminho estreito” demais para as naturezas auto-justificadas e, sobretudo, para aqueles que de fato nunca conheceram a Deus, que é amor. Isto apesar de pregarem em casamentos e dias mais poéticos acerca do “caminho sobremodo excelente”.

Dessa forma, tanto o enunciado da “fórmula de Deus” quanto também o “retrato de Deus” precisam se parecer com nossas fórmulas e nossos próprios retratos humanos: santidade de aparência e justiça perversa.

Nós achamos que damos conta do recado da justiça e da santidade, e fugimos do amor. Para nós amor só serve para cantada, mas não é bom para viver e conhecer.

Todos temem o encontro arrebatador com o amor!

Por isso, sempre há o tal do “mas”.

Deus é amor. E Ponto Eterno! Jamais Parágrafo!

Ele é amor, pois somente o amor é justo, posto que somente Aquele que é amor a tudo discerne e, portanto, é também Ele mesmo Aquele que realiza a justiça como Justificação, visto que aquilo que já está Entendido, também já está Justificado no próprio amor que o discerniu. Só não justifica quem não viu com amor total, pois quem o fez, esse sempre encobre multidão de pecados.

Deus é amor, pois somente o amor julga sem passionalidade, e a falta de passionalidade sempre realiza, no mínimo, uma justiça elevadora, pois no amor de Deus a justiça faz melhor até o justiçado. E o amor regozija-se com a verdade.

Ele é amor, pois somente o amor passa por todos os caminhos sem se poluir com nada, e sem deixar que seu curso seja desviado por qualquer que seja a tentativa, sendo, portanto, impoluível e indesviável; e, desse modo, Santo, Santo, Santo.

O amor de Deus não se alegra com a injustiça, por isso jamais pune para sempre, pois punir para sempre não é da natureza de Deus, posto que não é amor, visto que seria uma justiça sádica e uma alegria injusta praticar tal justiça, a menos que haja no tempo algum mal maior que o bem da eternidade.

No amor não existe medo porque o amor triunfa sobre qualquer juízo.

O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta, porque o amor já sabe o fim. O amor vence!

Deus é amor! Ponto Eterno!

Bem-aventurado quem nada tiver a acrescentar!

 

Um texto de Caio Fábio D’Araújo Filho

domingo, 23 de janeiro de 2022

86 – A Mulher e o Dragão (Apocalipse 12)


 

Apareceu1(versículo de Apocalipse 12) no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas I sobre a cabeça. Ela2 estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz. Então3 apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho II com sete cabeças e dez chifres, tendo sobre as cabeças sete coroas (*). Sua4 cauda arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para dar à luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse. Ela5 deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro III. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus IV e de seu trono. A6 mulher fugiu para o deserto V, para um lugar que lhe havia sido preparado por Deus, para que ali a sustentassem durante mil duzentos e sessenta dias VI.

Houve7 então uma guerra nos céus. Miguel e seus anjos VII lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram. Mas8 estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar nos céus. O9 grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra.

Então10 ouvi uma forte voz dos céus que dizia:

“Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. Eles11 o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida. Portanto12, celebrem-no, ó céus, e os que neles habitam! Mas, ai da terra e do mar, pois o Diabo desceu até vocês! Ele está cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo”.

Quando13 o dragão viu que havia sido lançado à terra, começou a perseguir a mulher que dera à luz o menino. Foram14 dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que ela pudesse voar para o lugar que lhe havia sido preparado no deserto, onde seria sustentada durante um tempo, tempos e meio tempo, fora do alcance da serpente. Então15 a serpente fez jorrar da sua boca água como um rio, para alcançar a mulher e arrastá-la com a correnteza. A16 terra, porém, ajudou a mulher, abrindo a boca e engolindo o rio que o dragão fizera jorrar da sua boca. O17 dragão irou-se contra a mulher e saiu para guerrear contra o restante da sua descendência, os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus.

 

v     Para entender a história

As características desta visão aparecem de forma simbólica e representam Deus e Satanás envolvidos numa guerra espiritual. Derrotado pelo trabalho de Jesus, o inimigo de Deus usa o seu poder restante para perseguir a Igreja. Mas a comunidade cristã é protegida por Jesus, que deu sua vida para trazer a salvação.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Uma coroa de doze estrelas – Esta mulher representa o desdobramento da história do povo de Deus. As doze estrelas simbolizam as doze tribos de Israel, de que Jesus, o Messias, descende. Sua passagem pela terra leva ao nascimento da comunidade cristã.

                                   II.     Um enorme dragão vermelho – O dragão representa Satanás, o inimigo primevo de Deus. A besta era freqüentemente descrita como símbolo do mal, nas mitologias do antigo Oriente Médio. Nesta visão, o dragão tem sete cabeças, que simbolizam todo o conhecimento terreno, e dez chifres, que simbolizam grande poder.

                                III.     “Um filho ... com cetro de ferro” – Esta criança é Jesus. O cetro de ferro mostra a força e a duração do seu reino.

                                IV.     “Arrebatado para junto de Deus” – Simboliza a ascensão de Jesus ao céu, para reinar com Deus.

                                   V.     “Deserto” – O deserto é um lugar de refúgio espiritual para a Igreja perseguida, assim como foi refúgio para os israelitas durante o Êxodo.

                                VI.     “Mil duzentos e sessenta dias” – Mil duzentos e sessenta dias (aproximadamente três anos e meio) se referem à expressão “um tempo, tempos e meio tempo” (versículo 14). No livro de Daniel, isto indica um período determinado de tempo, estabelecido por Deus para o reino do mal sobre a terra, antes do Juízo Final (Daniel 7:25).

                             VII.     “Miguel e seus anjos” – Miguel é um arcanjo, cujo nome significa “quem é como Deus?”. Em Daniel, ele é o “grande príncipe” que protege o povo de Deus (Daniel 10:13 e 12:1). Na visão de João, a vitória de Miguel e seu exército sobre o dragão representa a vitória do Messias e seus seguidores sobre Satanás.

 

- (*): ou diademas.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Uma Geração de Inconsequentes


 

Provérbios 29:15

A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.

 

Vivemos no tempo do “politicamente correto”.

É um tempo em que há de se ter cuidado com tudo o que se diz, se escreve, se publica, se faz... É um tempo curioso!

É um tempo ambíguo, pois está à mercê de interpretações, muitas vezes feitas sem base de conhecimento sobre o que se pretende interpretar e, ainda, permeado de “interpretadores” que mal sabem interpretar um parágrafo, ou que não percebem uma frase fora de contexto.

Nos sentimos monitorados full-time, vigiados pelo olho de tudo e de todos. É quase um tempo que retrata aquela fala do policial nos filmes norte-americanos: “Tudo o que você disser poderá ser usado contra você no tribunal”.

O “politicamente correto” está virando o “monitoramento constante”. Isto é delicado!

Para ilustrar o que digo: Tenho uma conhecida, mineira, que, dias atrás, o time dela eliminou um time argentino na Libertadores. Ela colocou um post no Face citando o fato, e eu a parabenizei pelo feito do time dela, escrevendo no comentário: “Esses argentinos são muito chatos!” É claro que eu me referia, em termos futebolísticos, à catimba e à manha portenha, coisa que se gosta quando praticado pelo time da gente, mas que a gente detesta quando o adversário usa dessa artimanha. Meu comentário foi impedido de ser publicado pela plataforma da mídia social, sob alegação de que poderia ser “ofensivo a outros povos”, e dizendo que eu poderia editar para modificar o que comentava. E eu tinha escrito “chatos” mesmo, não usei outra palavra de menor calão... Claro que não fiz edição alguma, excluí e deixei assim, sem postar... Mas isso é só um casinho tolo, isolado, do monitoramento ao qual estamos submetidos.

Há o lado bom também, que faz com que não se saia por aí agredindo fortuitamente em palavras e atos.

Dentro da onda do “politicamente correto” criou-se a “lei da palmada”, nome informal da lei número 13.014/2014, que proíbe o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis e degradantes contra crianças e adolescentes no Brasil. O “tratamento degradante e cruel” estaria relacionado com o ato de humilhar, ridicularizar ou ameaçar gravemente a criança ou o adolescente. A pena prevista nesta lei é detenção de dois meses a um ano e multa, podendo agravar-se para reclusão de quatro a doze anos, dependendo do caso.

Pois bem. Eu sou contrário a atos covardes contra crianças – óbvio! – ou a tratamentos degradantes – óbvio também! – e, ainda, a prática de agressão por pais ou responsáveis a crianças, motivados por embriaguez ou ingestão de qualquer substância que altere a consciência – isto é, novamente, óbvio e fruto de simples bom-senso!

Fato é que a interpretação desta “lei” por parte do público em geral é que gera polêmicas e más condutas. Mesmo especialistas na área psicológica divergem entre si sobre a aplicabilidade desta “lei”, seus efeitos e suas consequências.

Fato é, também, que pais e professores ficaram à mercê de interpretações, e isso gerou um comportamento altamente duvidoso em lares e, especialmente, em salas de aula.

Tenho ouvido casos de crianças e adolescentes que têm ameaçado denunciarem pais e responsáveis a “conselhos tutelares”, resguardando-se na “lei da palmada”, simplesmente por terem recebido um puxão de orelha e serem enquadrados à disciplina.

Tenho ouvido casos de professores agredidos e desrespeitados por crianças e adolescentes em salas de aula, e ficarem calados e acuados, com medo de perderem seus empregos e complicarem-se judicialmente por tentarem colocar o mínimo de disciplina e ordem nas escolas.

Estamos criando uma geração de inconsequentes, cheios de manias e caprichos, amparados por legalidades que amarram e amordaçam pais e responsáveis, e que, mais tarde – infelizmente! – serão alcançados pela vida, que lhes aplicará as lições das quais estavam “protegidos” em tempos infantis e adolescentes, pois a vida não obedece necessariamente a “leis da palmada”, antes pelo contrário. Quem não aprende de criança e adolescente, aprende com a vida, e a vida não está subjugada legalmente, nem é boazinha.

Há muito tempo, Deus nos ensinou algo relevante e sábio com relação à educação dos filhos, e que está estampado neste Provérbio que é a base do que aqui escrevo.

A educação dos filhos é responsabilidade de pais responsáveis.

Quando o Estado tenta ditar as leis da educação familiar, passando por cima daquilo que a experiência de pais e avós tem ensinado, esquecendo-se do básico que a sabedoria divina estampou há muito, este Estado transforma tudo num estado de coisas inconsequentes.

Para finalizar, quero enfatizar – de novo! –, para não deixar margens a cancelamentos: sou absolutamente contra qualquer tipo de abuso, contra quem quer que seja, especialmente contra crianças. Mas sou a favor, sim, de que a basicalidade da educação infantil seja arbitrada por pais e educadores responsáveis.

Crianças precisam aprender que há limites. Quando estes não são acatados na advertência verbal, um tapinha na bunda e um castigo no “cantinho do pensamento” são de uma pedagogia insuperável.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

85 – As Sete Igrejas (Apocalipse 2 e 3)


 

Ao1(versículo de Apocalipse 2) anjo da igreja I em Éfeso escreva:

“Estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro. Conheço2 as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você3 tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra4 você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se5 de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro II do seu lugar. Mas6 há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas, como eu também as odeio. Aquele7 que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus”.

Ao8 anjo da igreja em Esmirna escreva:

“Estas são as palavras daquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver. Conheço9 as suas aflições e a sua pobreza; mas você é rico! Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são, sendo antes sinagoga de Satanás. Não10 tenha medo do que você está prestes a sofrer. Saibam que o diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida III. Aquele11 que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte”.

Ao12 anjo da igreja em Pérgamo escreva:

“Estas são as palavras daquele que tem a espada afiada de dois gumes. Sei13 onde você vive, onde está o trono de Satanás IV. Contudo, você permanece fiel ao meu nome e não renunciou à sua fé em mim, nem mesmo quando Antipas, minha fiel testemunha, foi morto nessa cidade, onde Satanás habita. No14 entanto, tenho contra você algumas coisas: você tem aí pessoas que se apegam aos ensinos de Balaão, que ensinou Balaque a armar ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual. De15 igual modo você tem também os que se apegam aos ensinos dos nicolaítas. Portanto16, arrependa-se! Se não, virei em breve até você e lutarei contra eles com a espada da minha boca. Aquele17 que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por aquele que o recebe”.

Ao18 anjo da igreja em Tiatira escreva:

“Estas são as palavras do Filho de Deus, cujos olhos são como chama de fogo e os pés como bronze reluzente V. Conheço19 as suas obras, o seu amor, a sua fé, o seu serviço e a sua perseverança, e sei que você está fazendo mais agora do que no princípio. No20 entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos. Dei-lhe21 tempo para que se arrependesse da sua imoralidade sexual, mas ela não quer se arrepender. Por22 isso, vou fazê-la adoecer e trarei grande sofrimento aos que cometem adultério com ela, a não ser que se arrependam das obras que ela pratica. Matarei23 os filhos(*) dessa mulher. Então, todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e retribuirei a cada um de vocês de acordo com as suas obras. Aos24 demais que estão em Tiatira, a vocês que não seguem a doutrina dela e não aprenderam, como eles dizem, os profundos segredos de Satanás, digo: não porei outra carga sobre vocês; tão-somente25 apeguem-se com firmeza ao que vocês têm, até que eu venha”.

Ao1(versículo de Apocalipse 3) anjo da igreja em Sardes escreva:

“Estas são as palavras daquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as suas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto. Esteja2 atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer, pois não achei suas obras perfeitas aos olhos do meu Deus. Lembre-se3, portanto, do que você recebeu e ouviu; obedeça e arrependa-se. Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão VI e você não saberá a que hora virei contra você. No4 entanto, você tem aí em Sardes uns poucos que não contaminaram as suas vestes. Eles andarão comigo, vestidos de branco, pois são dignos. O5 vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos. Aquele6 que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

Ao7 anjo da igreja em Filadélfia escreva:

“Estas são as palavras daquele que é santo e verdadeiro, que tem a chave de Davi. O que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir. Conheço8 as suas obras. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome. Veja9 o que farei com aqueles que são sinagoga de Satanás e que se dizem judeus e não são, mas são mentirosos. Farei que se prostrem aos seus pés e reconheçam que eu amei você. Visto10 que você guardou a minha palavra de exortação à perseverança, eu também o guardarei da hora da provação que está para vir sobre todo o mundo, para pôr à prova os que habitam na terra. Venho11 em breve! Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa. Farei12 do vencedor uma coluna VII no santuário do meu Deus, e dali ele jamais sairá. Escreverei nele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu da parte de Deus; e também escreverei nele o meu novo nome. Aquele13 que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

Ao14 anjo da igreja em Laodiceia escreva:

“Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Conheço15 as suas obras, sei que você não é frio nem quente VIII. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim16, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Você17 diz: ‘Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada’. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Dou-lhe18 este aconselho: Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. Repreendo19 e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Eis20 que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Ao21 vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono. Aquele22 que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

 

v     Para entender a história

As cartas de João revelam o interesse de Jesus pelas comunidades cristãs e seu conhecimento das necessidades delas. Aludem às circunstâncias das cidades a que são enviadas. Jesus oferece conselho às diversas comunidades, advertências e promessas para que elas se tornem verdadeiras imagens da Igreja de forma universal.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Anjo da igreja – Os sete anjos (as sete estrelas da primeira visão de João, em Apocalipse 1:20) correspondem aos líderes das sete igrejas e sua íntima relação com Deus.

                                   II.     Tirarei o seu candelabro – Jesus diz aos efésios que seu zelo religioso se tornou mais importante que o interesse de uns para com os outros. Previne-os de que tirará o “candelabro” da igreja de Éfeso, se não se arrependerem, significando mesmo que aquela igreja poderia acabar.

                                III.     “Lhe darei a coroa da vida” – A carta encoraja a igreja de Esmirna, que foi duramente perseguida pelos judeus. Os parapeitos da próspera cidade parecem uma coroa. Jesus oferece a coroa da vida eterna.

                                IV.     “Onde está o trono de Satanás” – Pérgamo tinha o mais antigo templo dedicado à adoração do imperador romano. Insinua-se, assim, que a cabeça do poder romano é a personificação do mal.

                                   V.     “Bronze reluzente” – Tiatira era famosa por suas corporações comerciais, em especial artífices de bronze. “Bronze reluzente” era uma liga, freqüentemente usada para fabricar moedas. Jesus oferece um caminho de vida mais brilhante que o bronze que brilha na cidade.

                                VI.     “Virei como um ladrão” – Sardes fora, certa vez, uma rica cidade, construída sobre uma colina e considerara inexpugnável. Contudo, foi dominada e tomada cinco vezes. Jesus previne contra a mesma complacência na igreja, usando a figura de um ladrão que toma de surpresa.

                             VII.     “Farei... uma coluna” – Filadélfia sofreu muitos terremotos, que deixaram seus prédios inseguros. Jesus promete, usando a figura de uma coluna, um lar seguro e permanente no Reino dos céus.

                          VIII.     “Você não é frio nem quente” – Laodiceia era uma próspera cidade, mas tinha um sistema de água deficiente. A vizinha cidade de Colossos tinha água pura e refrescante, de montanha, e a vizinha Hierápolis tinha fontes medicinais de água quente. Mas a água de Laodiceia era morna e poluída. Jesus, usando uma metáfora, adverte a igreja a ser tão refrescante quanto as águas de Colossos e tão curativa quanto as de Hierápolis.

 

- (*): ou discípulos.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 9 de janeiro de 2022

Mitos Sobre Relacionamentos


 

Não há relacionamento sem tensões. Todo relacionamento passa por solavancos. A maioria sobrevive a estes solavancos, alguns não.

Creio de todo meu coração no perdão, e só o perdão pode fazer com que relacionamentos trincados sejam rejuntados e aplainados pela graça.

Perdão é reiniciar a história na própria vida e na vida do outro em patamares diferentes do que era.

Por outro lado, bom é lidar com sinceridade sobre relacionamentos e, às vezes, desmitificando alguns mitos.

No ambiente familiar, para mim, é onde residem os mitos mais graves e mais complexos de se lidar.

A crença comum é que familiares sejam amigos íntimos e se deem bem o tempo todo.

Bem, isto não é verdadeiro. Familiares, parentes, agregados e mesmo marido e mulher, não são amigos naturalmente, isto é, só porque há um vínculo familiar.

Familiares podem se tornar amigos e até íntimos, desde que construam este vínculo ao longo da jornada da vida, e isto pode levar tempo.

Amizades acontecem no caminho e não por decreto.

Insisto, proximidade gera intimidade que pode ser para o bem ou para o mal, dependendo de como se usa a intimidade adquirida.

A distância gera desinteresse, indiferença, desdém, mesmo entre parentes, familiares e amigos.

Bom é categorizar bem os relacionamentos nos quais estamos envolvidos e identificar em que grau eles estão.

Há familiares que se tornam amigos e há amigos que se tornam mais chegados que irmãos e familiares.

Outro mito é que família ou amigos têm que resolver tudo de todos, o tempo todo. Bem, não necessariamente. O que precisamos é aprender a conviver com nossas mazelas, pois todos as temos, e saborear as alegrias que há quando nos reunimos ou nos encontramos.

Algumas questões podem ser resolvidas, outras não. E isto não nos impede de conviver como família e amigos.

Os vínculos de amizade, não poucas vezes, são mais fortes e duradouros que os vínculos familiares.

Hoje, sei que sou parte das famílias às quais pertenço e escolhi. No entanto, sou amigo dos que desejam minha amizade, sou íntimo de quem deseja minha intimidade.

É comum parentes serem apenas parentes.

Bora pro chão da vida lidar com este complexo ambiente familiar, de roda de amigos, em comunidade, e nos outros tantos níveis de relacionamentos, dando a cada relacionamento o valor e o significado que cada um tem.

Não há relacionamentos perfeitos. Há relacionamentos onde os acordos de paz, lubrificados pelo amor, pelo afeto, pelo cuidado, permanecem por longos anos e, muitos, a vida toda.

Com carinho e responsabilidade.

 

Carlos Bregantim

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

84 – João e a Grande Visão (Apocalipse 1)


 

Revelação1(versículo de Apocalipse 1) de Jesus Cristo I, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer. Ele enviou o seu anjo para torná-la conhecida ao seu servo João II, que2 dá testemunho de tudo o que viu, isto é, a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo. Feliz3 aquele III que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.

João4, às sete igrejas da província da Ásia:

A vocês, graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do seu trono, e5 de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra.

Ele que nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue, e6 nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai. A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém.

Eis7 que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém.

“Eu8 sou o Alfa e o Ômega IV”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-Poderoso”.

Eu9, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos V, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No10 dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta, que11 dizia: “Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia”.

Voltei-me12 para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete candelabros de ouro e13 entre os candelabros alguém “semelhante a um filho de homem”, com uma veste que chegava aos seus pés e um cinturão de ouro ao redor do peito. Sua14 cabeça e seus cabelos eram brancos como a lã, tão brancos quanto a neve, e seus olhos eram como chama de fogo. Seus15 pés eram como o bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de muitas águas. Tinha16 em sua mão direita sete estrelas, e da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes VI. Sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor.

Quando17 o vi, caí aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: “Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último. Sou18 aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades.

“Escreva19, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que estão por vir. Este20 é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas”.

 

v     Para entender a história

A visão de João revela a glória e majestade de Jesus ressuscitado. O Filho do homem tem todos os atributos de Deus e, agora, partilha o trono de seu Pai no Reino dos Céus. A visão é a celebração do triunfo de Jesus sobre a morte e sua eterna supremacia sobre a criação de Deus.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Revelação de Jesus Cristo – A primeira palavra do último livro da Bíblia, “Revelação”, é também o título do livro, assim como “Gênesis” (princípio) é o título do primeiro livro. “Revelação” é a tradução da palavra grega “apokalupsis”. Hoje, o termo “apocalipse” sugere um ato catastrófico, mas na Bíblia significa a revelação de algo oculto.

                                   II.     Seu servo João – Tradicionalmente, considera-se que o autor do Apocalipse seja o apóstolo João, filho de Zebedeu, que escreveu o quarto Evangelho e as três pequenas cartas do Novo Testamento.

                                III.     “Feliz aquele” – Esta expressão vem, em algumas traduções, como “bem-aventurado aquele”. O Apocalipse é um livro de bênçãos para a Igreja. Esta é a primeira das sete bênçãos do livro.

                                IV.     “O Alfa e o Ômega” – Alfa é a primeira letra do alfabeto grego; Ômega é a última. A frase significa que Deus governa sobre sua criação, do começo a fim dos tempos.

                                   V.     “Na ilha de Patmos” – Patmos é uma pequena ilha rochosa do Mar Egeu, a sudoeste de Éfeso. Durante o Império Romano, foi uma ilha-presídio. João, provavelmente, esteve preso ali justamente por pregar a mensagem de Jesus, numa época de perseguição aos cristãos.

                                VI.     “Espada afiada de dois gumes” – Esta espada – figurativamente – pode ser usada tanto para libertar o povo quanto como instrumento de juízo.

 

- As Sete Igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia – cidades onde se localizavam as igrejas destinatárias destas cartas – ficavam na província da Ásia. Embora as cartas tratassem de temas específicos de cada igreja, João envia o livro todo às sete igrejas.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.