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quarta-feira, 29 de abril de 2020

12 – Preparai o Caminho (Lucas 3)


No1 (versículo) décimo quinto ano do império de Tibério César Isendo Pôncio Pilatos governador II da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia III, seu irmão Filipe tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias tetrarca de Abilene –, durante2 o pontificado de Anás e Caifás IV, a palavra de Deus chegou a João, filho de Zacarias, no deserto. Ele3 percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados V.
Como4 está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Uma voz do que clama no deserto: ‘Preparai o caminho VI do Senhor, aplainai as suas veredas. Todo5 vale será aterrado, toda montanha e colina, abaixada. As estradas sinuosas serão retificadas, os caminhos ásperos, suavizados. E6 todo homem verá a salvação de Deus’”.
João7 dizia às multidões que acorriam para serem batizadas por ele: “Raça de víboras! Quem vos avisou para fugirdes da ira iminente? Produzi8 frutos na penitência e não fiqueis a vos dizerdes: ‘Temos Abraão como pai’. Pois eu vos digo que até destas pedras Deus pode fazer filhos de Abraão. O9 machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bons frutos será cortada e atirada ao fogo”.
“Que10 devemos fazer?”, perguntava-lhe a multidão.
João11 respondia: “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem comida faça o mesmo”.
Coletores12 de impostos também vieram ser batizados e lhe perguntaram: “Mestre, que devemos fazer?”
“Não13 cobreis nada além do devido”, respondeu.
Então14 alguns soldados lhe perguntaram: “E nós, que devemos fazer?”
Ele respondeu: “Não façais extorsão nem acusações falsas – contentai-vos com o vosso soldo”.
As15 pessoas tinham grande expectativa e se perguntavam se João não seria o Cristo. João16 lhes respondeu: “Eu vos batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de desatar as correias das sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. O17 seu forcado está na mão para limpar a eira e juntar o trigo no celeiro; mas a palha ele queimará com fogo inextinguível”. E18 com muitas outras palavras João exortava as pessoas e lhes pregava a boa nova.

v     Para entender a história
A mensagem de João é que Deus oferece o perdão a todos os que realmente se arrependem dos seus pecados, seja qual for a sua raça. Mas só o remorso não traz salvação. João quer que as pessoas entendam que o batismo que ele oferece é um compromisso para mudar de vida. A palavra arrependimento, na concepção bíblica, significa mudança de pensamento e comportamento.

v     Curiosidades
                                      I.     “Império de Tibério César” – Em 14 d.C., Tibério se tornou o segundo imperador de Roma, sucedendo seu pai adotivo, Augusto. Competente administrador no início, Tibério depois se isolou, persuadido de que conspiravam para matá-lo.
                                   II.     “Sendo Pôncio Pilatos governador” – Deposto Arquelau, os romanos passaram a nomear seus próprios governadores para a Judeia, Samaria e Idumeia. Pôncio Pilatos, o quinto governador, permaneceu de 26 a 36 d.C.
                                III.     “Herodes tetrarca da Galileia” – Tetrarcas eram príncipes de menor expressão. Após o exílio do irmão Arquelau, Herodes Antipas e Filipe continuaram a reger suas partes do reino dividido de Herodes, o Grande. Lisânias governava uma área no noroeste.
                                IV.     “O pontificado de Anás e Caifás” – Havia apenas um sumo sacerdote por vez. Caifás, o sumo sacerdote oficial, fora nomeado pelos romanos. Ele substituíra seu sogro Anás, que fora deposto pelos romanos, mas cuja autoridade ainda era reconhecida pelos judeus.
                                   V.     “Um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” – O ato do batismo simbolizava a purificação do pecador, que era totalmente imerso na água. Era tradição dos judeus batizar não-judeus que quisessem entrar na comunidade. João diz aos judeus que também eles precisavam do perdão de Deus e exorta a que sejam batizados.
                                VI.     “Preparai o caminho” – Se um rei ia viajar, as estradas onde ele passaria recebiam melhorias. Igualmente, João está preparando o caminho para Jesus. Ele quer o povo preparado para o Messias, espiritual e moralmente.

O Profeta no deserto: João se vestia como Elias, o profeta do Antigo Testamento que também chamou seu povo de volta a Deus. O Evangelho de Mateus (Mateus 3:4) diz que “suas vestes eram feitas de pelo de camelo”, e que “ele se cingia de um cinturão de couro e comia gafanhotos e mel silvestre”. Os judeus consideravam gafanhotos uma “comida limpa” (Levítico 11:22).

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 26 de abril de 2020

A Falsa Devoção e as Religiosidades das Aparências



Jesus falou aos Seus discípulos e àqueles que O ouviam, segundo segue, alertando para a falsa devoção e denunciando as religiosidades das aparências:
Tenham o cuidado de não praticar suas “obras de justiça” diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial.
Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará.
E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará. E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem.
Vocês, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém”.
Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas.
Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.
Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.
Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios(a) bem largos e as franjas de suas vestes bem longas; gostam do lugar de honra nos banquetes e dos assentos mais importantes nas sinagogas, de serem saudados nas praças e de serem chamados “rabis”(b).
Mas vocês não devem ser chamados “rabis”; um só é o mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. A ninguém na terra chamem “pai”, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados “chefes”, porquanto vocês têm um só Chefe, o Cristo. O maior entre vocês deverá ser servo. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês devoram as casas das viúvas e, para disfarçar, fazem longas orações. Por isso serão castigados mais severamente.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas, porque percorrem terra e mar para fazer um convertido e, quando conseguem, vocês o tornam duas vezes mais filho do inferno do que vocês.
Ai de vocês, guias cegos!, pois dizem: “Se alguém jurar pelo santuário, isto nada significa; mas se alguém jurar pelo ouro do santuário, está obrigado por seu juramento”. Cegos insensatos! Que é mais importante: o ouro ou o santuário que santifica o ouro? Vocês também dizem: “Se alguém jurar pelo altar, isto nada significa; mas se alguém jurar pela oferta que está sobre ele, está obrigado por seu juramento”. Cegos! Que é mais importante: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? Portanto, aquele que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. E o que jurar pelo santuário, jura por ele e por aquele que nele habita. E aquele que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele se assenta.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês edificam os túmulos dos profetas e adornam os monumentos dos justos. E dizem: “Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não teríamos tomado parte com eles no derramamento do sangue dos profetas”. Assim, vocês testemunham contra si mesmos que são descendentes dos que assassinaram os profetas. Acabem, pois, de encher a medida do pecado dos seus antepassados!
Serpentes! Raça de víboras! Como vocês escaparão da condenação ao inferno? Por isso, eu lhes estou enviando profetas, sábios e mestres. A uns vocês matarão e crucificarão; a outros açoitarão nas sinagogas de vocês e perseguirão de cidade em cidade. E, assim, sobre vocês recairá todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem vocês assassinaram entre o santuário e o altar. Eu lhes asseguro que tudo isso sobrevirá a esta geração.
Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta. Pois eu lhes digo que vocês não me verão desde agora, até que digam: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”.

(Textos de Mateus 6:1-18 e Mateus 23:2-39)

(a) Filactérios: pequenas caixas que continham textos sagrados, presas na testa e nos braços.
(b) Rabi: mestre.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 22 de abril de 2020

11 – Do Egito a Nazaré (Mateus 2 e Lucas 2)


Quando13(versículo de Mateus 2) os magos se foram, um anjo do SENHOR apareceu em sonho a José. “Levante-se”, disse, “pegue o menino e sua mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai mandar procurar o menino para matá-lo”.
Ele14 se levantou de noite, tomou o menino e sua mãe e partiram para o Egito, onde15 ficaram até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o SENHOR dissera através do profeta: “Do Egito chamei meu filho I”.
Ao16 notar que fora enganado pelos magos, Herodes se enfureceu e mandou matar todos os meninos de Belém II e das redondezas que tivessem dois anos ou menos, tempo que coincidia com a informação dos magos. Então17, se cumpriu o que dissera o profeta Jeremias: “Ouviu-se18 uma voz em Ramá, choro e grande lamentação, Raquel chorando por seus filhos e recusando ser consolada, pois eles não existem mais”.
Depois19-21 que Herodes morreu... José tomou o menino e sua mão e foi para Israel. Mas22, ouvindo que Arquelau reinava na Judeia III no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Alertado em sonho, dirigiu-se para a região da Galileia e23 foi viver numa aldeia chamada Nazaré. Assim se cumpriu o que fora dito através dos profetas: “Ele será chamado nazareno”.
Todos41(versículo de Lucas 2) os anos, seus pais iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando42 ele tinha doze anos IV, foram à festa, segundo seu costume. Terminada43 a festa, enquanto seus pais voltavam para casa, o menino Jesus permaneceu em Jerusalém sem que eles soubessem. Pensando44 que ele estava na caravana, viajaram por um dia. Então, começaram a procurá-lo entre os parentes e amigos. Não45 o achando, retornaram a Jerusalém para procurá-lo. Três46 dias depois, encontraram-no no Templo, sentado entre os doutores, escutando-os e fazendo-lhes perguntas. Todos47 os que o ouviam se surpreendiam com o seu discernimento e as suas respostas.
Ao48 vê-lo, seus pais se admiraram. Disse-lhe sua mãe: “Filho, por que nos trataste desse modo? Teu pai e eu te procurávamos ansiosamente”.
“Por49 que me procuravam?”, perguntou ele. “Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai? V”. Mas50 eles não compreenderam o que ele lhes dizia.
Ele51 então voltou a Nazaré com seus pais, e lhes era obediente. Mas sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração. E52 Jesus crescia VI em sabedoria e tamanho, e em graça diante de Deus e dos homens.

v     Para entender a história
Nessa história há um paralelo entre os eventos internos e externos da vida de Jesus. A intervenção externa protege Jesus do perigo e lhe provê um ambiente seguro para a infância. À medida que cresce, Jesus vai sendo guiado por uma compreensão interior da sua relação especial com Deus.

v     Curiosidades
                                      I.     “Do Egito chamei meu filho” – Em tempos de fome ou agitação política, o Egito servia de refúgio para os judeus. As palavras se referem ao Êxodo, quando Deus chamou do Egito a jovem nação de Israel (Oséias 11:1). Agora, Deus chama seu Filho, o jovem Jesus, cujo destino está fortemente ligado ao de Israel.
                                   II.     “Matar todos os meninos de Belém” – Tamanha atrocidade não destoava da personalidade de Herodes. Sua sede de poder o levou a matar muitas pessoas, até mesmo a esposa favorita e três de seus filhos.
                                III.     “Arquelau reinava na Judeia” – Com a morte de Herodes, o Grande, seu reino foi dividido entre os três filhos. Em 6 d.C., devido a queixas contra a crueldade de Arquelau, o imperador Augusto o depôs e transformou o seu território em província romana.
                                IV.     “Quando ele tinha doze anos” – Todos os meninos judeus assistiam à festa anual da Páscoa, pelo menos desde um ano antes de completar treze anos. Aos treze anos, eles eram considerados adultos na comunidade religiosa. O cristianismo trouxe consigo esse costume judeu de considerar as crianças – meninos e meninas – espiritualmente adultas por volta dessa idade. Entre algumas denominações cristãs esse passo é chamado de “crisma” ou “confirmação”.
                                   V.     “Eu devia estar na casa de meu Pai” – Os judeus chamam a Deus “nosso Pai” ou “Pai nos céus”, mas raramente “meu Pai”. Desde menino, Jesus tem consciência de sua relação única com Deus Pai. Jesus obedece a José e Maria, mas coloca em primeiro lugar o seu dever para com seu Pai nos céus.
                                VI.     “E Jesus crescia” – Jesus não nasceu com conhecimento e entendimento completos. Ele cresceu normalmente e a sua sabedoria e espiritualidade desenvolveram-se progressivamente.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 19 de abril de 2020

O Evangelho é Uma Consciência



Vamos iniciar falando do que o Evangelho não é:
- O Evangelho não é uma Religião.
- O Evangelho não é uma Filosofia.
- O Evangelho não é um conjunto de normas que facultam abrirem-se confrarias, nem clubes, nem “igrejas” como se fossem franquias.
Agora, quero dizer o que o Evangelho é:
- O Evangelho de Jesus Cristo é uma Consciência!
Assim mesmo, com letra maiúscula e ponto de exclamação.
E o que é uma Consciência?
Ora, o termo já nos diz: é estar-se em estado consciente – e não em estado cego/zumbi/automático/obtuso e obediente a terceiros, sejam esses terceiros homens ou entidades.
Coletei a seguinte definição no site https://www.significados.com.br/
Consciência é o termo que significa conhecimento, percepção, honestidade. Também pode revelar a noção dos estímulos à volta de um indivíduo que confirmam a sua existência.
A consciência também está relacionada com o sentido de moralidade e de dever, pois é a noção das próprias ações ou sentimentos internos no momento em que essas ações são executadas.
O conceito de consciência está intimamente relacionado com termos como “eu”, “existência”, “pessoa”, revelando uma conexão existente entre consciência e a consciência moral. Em várias situações, pode ser o oposto da autoconsciência, onde o “eu” é o objeto de reflexão e da consciência moral.
É possível verificar que, ao longo do tempo, a Filosofia abordou a consciência em duas vertentes: consciência intencional ou não intencional. De acordo com Edmund Husserl (fundador da fenomenologia), a consciência intencional é uma atividade direcionada para alguma coisa da qual há consciência. A não intencional consiste a um mero reflexo da realidade que é apresentada.
Segundo Descartes, pensar e pensar que pensamos são coisas iguais – “Penso, logo existo”.
Kant fez a distinção entre a consciência empírica, que faz parte do universo dos fenômenos e a consciência transcendental, que capacita a associação de todo o conhecimento com a consciência empírica.
Hegel aborda a consciência como um crescimento dialético, que atinge um nível transcendente, alcançando a sua superação. Faz também a distinção entre consciência empírica, racional e teórica.
É também importante referir que a Filosofia contemporânea dá muita importância à vertente de ato da consciência, dando-lhe uma conotação mais funcional.
Diante destas definições comumente aceitas, expostas acima, quero abordar a relação Evangelho/Consciência, justamente do ponto de vista espiritual/existencial.
O Evangelho – as Boas Novas – aponta para o fato de Deus encarnar em Jesus de Nazaré, fenômeno que só a Deus é possível, uma vez que Ele segue, neste período, existindo concomitantemente como Deus e Ser Humano, Sendo na amplitude do absoluto e na individualidade de um Homem, a quem Jesus mesmo chama de “Filho do homem”. Em resumo, Deus era/é Deus e Homem ao mesmo tempo – coisa que, como disse, só é possível mesmo a Deus, já que para Ele não existe o impossível nem a impossibilidade de coisa alguma. Deus pode Ser e Ser múltiplo/concomitante, só não pode “não ser” – até onde se saiba.
E este Evangelho, quando crido assim, como expus no parágrafo anterior, de forma a nos fazer perceber que Deus vem ao encontro do homem como Homem, e que traz neste encontro toda a plenitude da religação d’Ele conosco, desde o perdão, passando pelo sacrifício, tudo embebido no Amor de Graça, produz a Consciência suprema de que eu falava.
E esta Consciência está para muito além de religiosidade ou clubismo eclesiástico; antes, aponta para a existencialidade plena do ser humano – a reconciliação Deus/homem em Cristo.
Deus já vinha anunciando esta nova Consciência desde os tempos antigos pelos profetas, concretizando-a em e por Cristo, e reimplantando-a posteriormente na percepção dos apóstolos, como está atestado pelas Palavras que abaixo transcrevo para, com elas, corroborar o que digo.
“Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias”, declara o SENHOR: “Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:33).
“Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 11:19).
“Livrem-se de todos os males que vocês cometeram, e busquem um coração novo e um espírito novo (Ezequiel 18:31).
“Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26).
Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência (Romanos 13:5).
Comam de tudo o que se vende no mercado, sem fazer perguntas por causa da consciência, pois “do Senhor é a terra e tudo o que nela existe (I Coríntios 10:25-26).
Pois, por que minha liberdade deve ser julgada pela consciência dos outros? (I Coríntios 10:29).
Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano nem torcemos a palavra de Deus. Pelo contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo- nos à consciência de todos, diante de Deus (II Coríntios 4:2).
O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera (I Timóteo 1:5).
Timóteo, meu filho, dou-lhe esta instrução, segundo as profecias já proferidas a seu respeito, para que, seguindo-as, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé (I Timóteo 1:18-19).
Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa. Eram apenas prescrições que tratavam de comida e bebida e de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças exteriores foram impostas até o tempo da nova ordem. Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção (Hebreus 9:9-12).
Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança (Hebreus 9:13-15).
Orem por nós. Estamos certos de que temos consciência limpa, e desejamos viver de maneira honrosa em tudo (Hebreus 13:18).
Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente (I Pedro 2:19).
Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água, e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês – não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus – por meio da ressurreição de Jesus Cristo, que subiu ao céu e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes (I Pedro 3:18-22).
“A Lei é inscrita no coração e, assim, cria uma consciência que busca a justiça na Graça e que passa a ser a marca do ser liberto da Lei para servir a Deus com a justiça de uma boa consciência, esta, é claro, pacificada pela Graça de Deus. Deus não deseja formatar homens, mas antes, dar-lhes consciência segundo o entendimento espiritual do Evangelho”. [conforme “Sem Barganhas Com Deus” (Caio Fabio D’Araujo Filho)]
Era isso que eu queria compartilhar aqui.
Agora, de posse da informação/saber/estar consciente de que essa nova consciência nos é dada por graça divina, sigo diariamente, não mais iludido/enganado/manipulado/cabresteado por ideologias filosóficas/religiosas/eclesiásticas humanas, nem por “doutrinas de homens”, mas segundo a Palavra de Cristo, implantada e reimplantada em mim todos os dias.
É por essa nova Consciência/Evangelho que passamos a enxergar a todos, inclusive a nós mesmos. E é também desse novo modo de ver as coisas que vem a nossa agora total liberdade em Cristo.
Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará (João 8:31-32).

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 15 de abril de 2020

10 – A Visita dos Magos (Mateus 2)



Depois1(versículo) que Jesus nasceu em Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, vieram magos do Oriente I a Jerusalém e2 perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que nasceu? Avistamos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo II”.
Ao3 ouvir isso, o rei Herodes se perturbou, e com ele toda Jerusalém. Reunindo4 todos os principais sacerdotes e doutores da Lei, indagou-lhes onde o Cristo deveria nascer. “Em5 Belém na Judeia”, responderam-lhe, “pois assim escreveu o profeta: ‘Mas6 tu, Belém, na terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre os clãs de Judá; pois de ti sairá o chefe que será o pastor de Israel, meu povo’”.
Então7 Herodes chamou secretamente os magos e descobriu o tempo exato em que a estrela havia aparecido.
Enviou-os8 a Belém e disse: “Ide e procurai cuidadosamente o menino. Assim que encontrardes, avisai-me, para que também eu possa ir adorá-lo”.
Tendo9 ouvido o rei, eles prosseguiram no seu caminho, e a estrela avistada no Oriente ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde estava a criança. Ao10 verem a estrela, eles exultaram.
Chegando11 à casa, viram o menino III com Maria, sua mãe, e se curvaram e o adoraram. Então, abriram seus tesouros e o presentearam com ouro, incenso e mirra.
Alertados12 em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram a seu país por outro caminho.

v     Para entender a história
Embora uma criança fosse considerada uma dádiva de Deus, era dada pouca importância, naquela época, a bebês e crianças. A infância era encarada como a preparação para a vida adulta. Para os evangelistas, porém, o menino Jesus era tão importante como o Jesus adulto. Seu nascimento fora profetizado e pessoas de todas as nações reconheceram sua divindade e o adoraram.

v     Curiosidades
                                      I.     “Magos do Oriente” – No livro de Daniel, os magos eram “sábios” ou astrólogos que interpretavam sonhos e sinais, e atuavam como conselheiros da corte. A palavra grega mago significa feiticeiro ou mágico.
                                   II.     “Avistamos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” – Os magos não eram judeus. A sua homenagem ao “rei dos judeus” representa a alegria de todas as nações que reconhecem Jesus como o seu salvador. Eles foram a Jerusalém, capital dos judeus, porque era lá que esperavam encontrar um rei. A Bíblia não diz que eles eram três.
                                III.     “Viram o menino” – Os magos não visitaram Jesus no dia do seu nascimento, como muitos creem. Jesus já tinha sido circuncidado e depois, aos quarenta dias do nascimento, apresentado no Templo. Os magos encontraram Jesus “na casa”, não numa manjedoura.

 Estudando as estrelas: Na antiguidade, muitas vezes os astrólogos interpretavam o aparecimento de uma nova estrela como sinal do nascimento de um rei. Os catálogos gregos das estrelas foram enriquecidos pelos astrônomos árabes.
Os presentes dos magos: Tradicionalmente se acredita que os magos eram três, por serem três os presentes citados. No antigo Oriente, a oferta de presentes era sinal de homenagem e submissão. Os presentes dos magos eram muito valiosos naquele tempo, e os primeiros líderes da Igreja viram neles os símbolos do reinado (ouro), da divindade (incenso) e do futuro sepultamento (mirra).

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 12 de abril de 2020

Páscoa Coronária



Lucas 24:5-8
Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’”. Então se lembraram das palavras de Jesus.

Na imagem que uso aqui para ilustrar esta crônica pascoal, o artista que a produziu foi muito feliz em retratar uma realidade dos nossos tempos. Nesta “última ceia”, Jesus de Nazaré faz uma espécie de vídeo-conferência com os discípulos, uma vez que vivenciamos cá em nosso século 21 uma pandemia virótica coronária, onde o distanciamento social é recomendado pelos órgãos de saúde. É uma alusão pertinente.
Datas como Páscoa e Natal – que são de cunho comemorativo da cristandade – deram-se, há muito, por serem datas comerciais muito mais do que espirituais.
Nos dias atuais, entretanto, ainda que haja um pequeno cunho comercial – aqui em Gramado as lojas que vendem chocolates foram reabertas esta semana por decreto do nosso alcaide –, a maioria das pessoas está reclusa em casa, sem tantos ovinhos ou coelhinhos derivados de cacau, mas com mais proximidade familiar e uma certa dose de oportunidade de reviverem um sentido mais amplo e próximo do significado desta data – desde a lembrança da crucificação até a celebração da ressurreição.
É um momento oportuno, também, de se ensinar às crianças um pouco mais sobre esse carinha cujo nascimento se celebra no Natal e ressurreição – após uma morte de cruz – na Páscoa.
E as crianças são, dentro da sua inocência/ingenuidade/pureza, o playground mais propício para o desenvolvimento da verdadeira fé no Cristo.
Lembramos sempre do ensinamento de Jesus, sobre o que realmente importa e o quanto importa um ser/criança: Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus” (Mateus 18:2-4).
E ainda: “Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo (Mateus 18:5).
Indo agora à Palavra que uso aqui como mote, quero destacar algumas coisas:
- As mulheres que foram, no primeiro dia da semana (o que para nós corresponde ao domingo), ao túmulo onde Jesus havia sido colocado após ser baixado da cruz, estavam com medo, afinal, o seu Mestre estava morto. Diante da morte não há como não amedrontar-se.
- Dois homens vestidos de branco reluzente – interpretados como sendo anjos – colocaram-se ao lado delas e perguntaram por que procuravam entre os mortos Aquele que estava vivo. Diante da morte, o próximo passo é a vida eterna, a vida numa dimensão que não mais é esta em que momentaneamente estamos. E, em se tratando de Jesus, Ele agora podia ir e vir entre as dimensões físicas/materiais e metafísicas/espirituais, como demonstrou logo após aos Seus discípulos. De uma forma geral, diante da ressurreição já não há de se ter medo, mas saber-se que há Vida!
- As mulheres foram relembradas da necessidade que havia de cumprir-se o processo profético de morte/ressurreição do Senhor da Vida, para que se tornasse possível a todo ser humano que crê ter acesso à Eternidade junto ao Pai.
- E, ainda, foram elas – e nós – relembradas de que sobre tudo isso Jesus já lhes falara, num tempo em que ainda lhes era custoso crer nisso, mas que agora o viam cumprido. Creram, assim, na Palavra do Senhor!
Tudo isso é possível ensinar às crianças, tenham elas a idade que tiverem. De certo modo, essa parada para prevenção que vivemos, contribui para sentarmo-nos juntos como famílias, e fazer ressuscitar o sentido da Páscoa. As crianças vão adorar essa história!
Para terminar, queria aqui contar uma anedota que li há pouco:
Uma mãe diz à criança: “Este ano o coelhinho não vem, por causa do Coronavírus”. A criança respondeu: “Relaxa, mãe! Ele não ataca os bichinhos, só as pessoas”. E arremata: “Eu estou mesmo preocupada é com o Papai Noel!”
Quando for falar de Jesus às crianças, fale de uma forma que elas possam entender. Para isso, pergunte como entenderam. Mas não subestime a inteligência delas. Elas são sabidas!
Feliz Páscoa a todos!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 8 de abril de 2020

9 – A Bênção de Simeão e Ana (Lucas 2)


No21(versículo) oitavo dia, chegando o tempo de circuncidá-lo, ele recebeu o nome de Jesus, o mesmo que o anjo lhe dera antes que fosse concebido.
Quando22 chegou, segundo a Lei de Moisés, o momento de serem purificados I, José e Maria o levaram a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor II (como23 está escrito na Lei: “todo primogênito masculino deve ser consagrado ao Senhor”) e24 de oferecer um sacrifício III, em atenção ao que diz a Lei do Senhor: “um par de pombos ou duas pombinhas”.
Naquele25 tempo, vivia em Jerusalém um homem virtuoso e devoto chamado Simeão. Deus26 lhe dissera que ele não morreria sem ver o Messias. Quando27 Maria e José levaram a criança para ser abençoada, Simeão estava no Templo. Ao ver Jesus, logo soube que aquele era o Salvador que estivera esperando.
Simeão28 tomou-o nos seus braços e louvou a Deus, dizendo: “Como29 prometestes, Soberano Senhor, podeis agora deixar ir em paz o teu servidor. Pois30 meus olhos viram a salvação IV que31 preparastes para todos os povos, uma32 luz para a revelação aos gentios e para a glória de Israel, vosso povo”.
O33 pai e a mãe da criança se maravilharam com o que foi dito sobre ela. Então34, Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: “Este menino está destinado a causar a queda e a ascensão de muitos em Israel, e a ser sinal de contradição V, de35 modo que serão revelados os pensamentos de muitos corações. E a ti, uma espada traspassará tua própria alma VI”.
Havia36 também uma profetisa – Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Muito idosa, ela vivera com seu marido sete anos desde o casamento, e37 depois permanecera viúva até os 84 anos. Não deixava o Templo, prestando culto dia e noite, jejuando e rezando. Chegando-se38 a eles, ela agradeceu a Deus e passou a falar sobre a criança a todos os que ansiavam pela redenção de Jerusalém.

v     Para entender a história
Uma praxe comum judaica abre caminho a um evento muito significativo. Entre tantas pessoas e importantes líderes religiosos no Templo, só Simeão e Ana reconhecem que o menino Jesus é o Messias. Deus escolheu essas duas pessoas humildes porque elas são realmente devotas e, assim, merecedoras de privilégio tão especial.

v     Curiosidades
                                      I.     “O momento de serem purificados” – Pela Lei de Moisés, a mulher que desse à luz um menino deveria aguardar quarenta dias antes de entrar no Templo.
                                   II.     “Apresentá-lo ao Senhor” – Os meninos primogênitos eram consagrados ao serviço de Deus. Mas, desde o tempo de Moisés, os levitas exerciam as funções religiosas dos primogênitos.
                                III.     “Oferecer um sacrifício” – O nascimento de uma criança era considerado uma dádiva de Deus e um evento importante na vida da mãe. Por isso, ela devia oferecer dois animais, um para expressar sua gratidão a Deus e outro para receber o perdão divino por algum pecado que pudesse ter cometido. Maria ofereceu o sacrifício dos pobres: duas aves, em vez de um cordeiro e uma ave.
                                IV.     “Meus olhos viram a salvação” – Simeão reconheceu que Deus enviou o seu Filho ao mundo para trazer a salvação a todos os povos de todas as nações, não só aos israelitas.
                                   V.     “Este menino está destinado... a ser sinal de contradição” – Na sua profecia, Simeão diz a Maria que a pregação de seu filho provocará uma mudança radical na história de Israel. Ao revelar a verdadeira natureza das pessoas, Jesus fará inimigos poderosos, que farão de tudo para derrubá-lo.
                                VI.     “Uma espada traspassará tua própria alma” – Nas palavras finais de sua profecia, Simeão prediz a própria dor e angústia de Maria, quando da morte de seu filho.

 Viajando em jumento: Belém dista 8 km de Jerusalém. Maria e José viajaram em jumentos, modo de transporte comum por lá até hoje.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.