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domingo, 19 de abril de 2020

O Evangelho é Uma Consciência



Vamos iniciar falando do que o Evangelho não é:
- O Evangelho não é uma Religião.
- O Evangelho não é uma Filosofia.
- O Evangelho não é um conjunto de normas que facultam abrirem-se confrarias, nem clubes, nem “igrejas” como se fossem franquias.
Agora, quero dizer o que o Evangelho é:
- O Evangelho de Jesus Cristo é uma Consciência!
Assim mesmo, com letra maiúscula e ponto de exclamação.
E o que é uma Consciência?
Ora, o termo já nos diz: é estar-se em estado consciente – e não em estado cego/zumbi/automático/obtuso e obediente a terceiros, sejam esses terceiros homens ou entidades.
Coletei a seguinte definição no site https://www.significados.com.br/
Consciência é o termo que significa conhecimento, percepção, honestidade. Também pode revelar a noção dos estímulos à volta de um indivíduo que confirmam a sua existência.
A consciência também está relacionada com o sentido de moralidade e de dever, pois é a noção das próprias ações ou sentimentos internos no momento em que essas ações são executadas.
O conceito de consciência está intimamente relacionado com termos como “eu”, “existência”, “pessoa”, revelando uma conexão existente entre consciência e a consciência moral. Em várias situações, pode ser o oposto da autoconsciência, onde o “eu” é o objeto de reflexão e da consciência moral.
É possível verificar que, ao longo do tempo, a Filosofia abordou a consciência em duas vertentes: consciência intencional ou não intencional. De acordo com Edmund Husserl (fundador da fenomenologia), a consciência intencional é uma atividade direcionada para alguma coisa da qual há consciência. A não intencional consiste a um mero reflexo da realidade que é apresentada.
Segundo Descartes, pensar e pensar que pensamos são coisas iguais – “Penso, logo existo”.
Kant fez a distinção entre a consciência empírica, que faz parte do universo dos fenômenos e a consciência transcendental, que capacita a associação de todo o conhecimento com a consciência empírica.
Hegel aborda a consciência como um crescimento dialético, que atinge um nível transcendente, alcançando a sua superação. Faz também a distinção entre consciência empírica, racional e teórica.
É também importante referir que a Filosofia contemporânea dá muita importância à vertente de ato da consciência, dando-lhe uma conotação mais funcional.
Diante destas definições comumente aceitas, expostas acima, quero abordar a relação Evangelho/Consciência, justamente do ponto de vista espiritual/existencial.
O Evangelho – as Boas Novas – aponta para o fato de Deus encarnar em Jesus de Nazaré, fenômeno que só a Deus é possível, uma vez que Ele segue, neste período, existindo concomitantemente como Deus e Ser Humano, Sendo na amplitude do absoluto e na individualidade de um Homem, a quem Jesus mesmo chama de “Filho do homem”. Em resumo, Deus era/é Deus e Homem ao mesmo tempo – coisa que, como disse, só é possível mesmo a Deus, já que para Ele não existe o impossível nem a impossibilidade de coisa alguma. Deus pode Ser e Ser múltiplo/concomitante, só não pode “não ser” – até onde se saiba.
E este Evangelho, quando crido assim, como expus no parágrafo anterior, de forma a nos fazer perceber que Deus vem ao encontro do homem como Homem, e que traz neste encontro toda a plenitude da religação d’Ele conosco, desde o perdão, passando pelo sacrifício, tudo embebido no Amor de Graça, produz a Consciência suprema de que eu falava.
E esta Consciência está para muito além de religiosidade ou clubismo eclesiástico; antes, aponta para a existencialidade plena do ser humano – a reconciliação Deus/homem em Cristo.
Deus já vinha anunciando esta nova Consciência desde os tempos antigos pelos profetas, concretizando-a em e por Cristo, e reimplantando-a posteriormente na percepção dos apóstolos, como está atestado pelas Palavras que abaixo transcrevo para, com elas, corroborar o que digo.
“Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias”, declara o SENHOR: “Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:33).
“Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 11:19).
“Livrem-se de todos os males que vocês cometeram, e busquem um coração novo e um espírito novo (Ezequiel 18:31).
“Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26).
Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência (Romanos 13:5).
Comam de tudo o que se vende no mercado, sem fazer perguntas por causa da consciência, pois “do Senhor é a terra e tudo o que nela existe (I Coríntios 10:25-26).
Pois, por que minha liberdade deve ser julgada pela consciência dos outros? (I Coríntios 10:29).
Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano nem torcemos a palavra de Deus. Pelo contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo- nos à consciência de todos, diante de Deus (II Coríntios 4:2).
O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera (I Timóteo 1:5).
Timóteo, meu filho, dou-lhe esta instrução, segundo as profecias já proferidas a seu respeito, para que, seguindo-as, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé (I Timóteo 1:18-19).
Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa. Eram apenas prescrições que tratavam de comida e bebida e de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças exteriores foram impostas até o tempo da nova ordem. Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção (Hebreus 9:9-12).
Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança (Hebreus 9:13-15).
Orem por nós. Estamos certos de que temos consciência limpa, e desejamos viver de maneira honrosa em tudo (Hebreus 13:18).
Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente (I Pedro 2:19).
Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água, e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês – não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus – por meio da ressurreição de Jesus Cristo, que subiu ao céu e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes (I Pedro 3:18-22).
“A Lei é inscrita no coração e, assim, cria uma consciência que busca a justiça na Graça e que passa a ser a marca do ser liberto da Lei para servir a Deus com a justiça de uma boa consciência, esta, é claro, pacificada pela Graça de Deus. Deus não deseja formatar homens, mas antes, dar-lhes consciência segundo o entendimento espiritual do Evangelho”. [conforme “Sem Barganhas Com Deus” (Caio Fabio D’Araujo Filho)]
Era isso que eu queria compartilhar aqui.
Agora, de posse da informação/saber/estar consciente de que essa nova consciência nos é dada por graça divina, sigo diariamente, não mais iludido/enganado/manipulado/cabresteado por ideologias filosóficas/religiosas/eclesiásticas humanas, nem por “doutrinas de homens”, mas segundo a Palavra de Cristo, implantada e reimplantada em mim todos os dias.
É por essa nova Consciência/Evangelho que passamos a enxergar a todos, inclusive a nós mesmos. E é também desse novo modo de ver as coisas que vem a nossa agora total liberdade em Cristo.
Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará (João 8:31-32).

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

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