Amar o próximo, eis o mandamento.
Não necessariamente ser amado; amar.
Desde que minha conversão ocorreu,
esta alegria me impulsiona a falar para todos da salvação que ganhei por graça,
e nisso arquitetei o meu amor pelo próximo. Se alguém pedir água, é importante
dar o que for necessário ao auxílio; mas aquele que isso nos pede, não pede uma
saciedade provisória? Amor, pois, é levar à Fonte Eterna, depois da qual não há
sede. E isso busco fazer, impulsionado por algo melhor do que eu, alegre,
alegre, alegre, e frustrando-me, ingênuo, quase sempre pela resposta que recebo
das pessoas.
Primeiro, fui contar minha alegria
aos meus amigos religiosos. Houve quem respondesse que minha salvação era
aparente, que eu ainda estava perdido enquanto não fosse para “sua igreja”.
Houve quem, interpelado por minha vontade de batizar, dissesse que preciso
pagar por um curso de batismo; quando apontado na bíblia que isso não tem
cabimento (Atos 8:36-37), ouvi que aquilo, na bíblia, “é uma exceção”. Houve
quem se ofendesse ao ouvir que não me ajoelharia para imagens de barro,
brigasse comigo, me tratando mal por negar sua religião depois de ter me tratado
tão bem nos tempos de quando eu negava a Deus.
Depois, fui contar minha alegria
aos meus amigos nada religiosos. Houve quem se espantasse (quase todos), houve
quem escarnecesse, houve quem duvidasse. Houve quem continuasse debatendo, como
nos velhos tempos, como se em mim não houvesse fé, porque não vou aos templos
dos homens.
Tudo como o Senhor disse que seria.
Não sou detentor da verdade, mas a
verdade me detém. Na prática, isso significa que sou intrinsecamente mentiroso,
mas que a verdade usa tal instabilidade para se revelar. Muitas vezes
considero-a dura, não quero falar o que devo. Quando falo, e o escândalo
ocorre, entristeço-me. Até quando, Pai, até quando? É preciso recordar aquele “em
mim tenhais paz” de João 16:33, porque no mundo não há paz duradoura, só há
água para sedes temporárias. E essa verdade que me usa, essa sim, é eterna.
Quando Jesus pediu água à
samaritana, ela se espantou: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que
sou mulher samaritana? Os judeus não se comunicam com os samaritanos”. O
Senhor, desse modo, utiliza tal escandalozinho nela para apresentar o que traz:
“Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água
que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma
fonte de água que salte para a vida eterna”. Todos têm uma sede infinita. Qual
fonte poderá saciá-la? Todos os povos da Terra sentiram essa sede e criaram
ídolos para satisfazer esse vazio. E Jesus, adiante, diz: “A hora vem, e agora
é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade;
porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que
os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. Eis o fim dos templos, eis
o fim dos ídolos, eis o fim de todas as coisas, e o nascer de tudo melhor!
Não busquemos alegria no
reconhecimento de quem nos ouve; a nós foi dado falar, não sermos aplaudidos. A
nossa fonte não está em Samaria, nem em Jerusalém, nossa fonte está no Cristo
eterno que havia de vir.
E que veio!
Luiz Guilherme Libório
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