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domingo, 5 de abril de 2020

O Buscar Água


Amar o próximo, eis o mandamento. Não necessariamente ser amado; amar.
Desde que minha conversão ocorreu, esta alegria me impulsiona a falar para todos da salvação que ganhei por graça, e nisso arquitetei o meu amor pelo próximo. Se alguém pedir água, é importante dar o que for necessário ao auxílio; mas aquele que isso nos pede, não pede uma saciedade provisória? Amor, pois, é levar à Fonte Eterna, depois da qual não há sede. E isso busco fazer, impulsionado por algo melhor do que eu, alegre, alegre, alegre, e frustrando-me, ingênuo, quase sempre pela resposta que recebo das pessoas.
Primeiro, fui contar minha alegria aos meus amigos religiosos. Houve quem respondesse que minha salvação era aparente, que eu ainda estava perdido enquanto não fosse para “sua igreja”. Houve quem, interpelado por minha vontade de batizar, dissesse que preciso pagar por um curso de batismo; quando apontado na bíblia que isso não tem cabimento (Atos 8:36-37), ouvi que aquilo, na bíblia, “é uma exceção”. Houve quem se ofendesse ao ouvir que não me ajoelharia para imagens de barro, brigasse comigo, me tratando mal por negar sua religião depois de ter me tratado tão bem nos tempos de quando eu negava a Deus.
Depois, fui contar minha alegria aos meus amigos nada religiosos. Houve quem se espantasse (quase todos), houve quem escarnecesse, houve quem duvidasse. Houve quem continuasse debatendo, como nos velhos tempos, como se em mim não houvesse fé, porque não vou aos templos dos homens.
Tudo como o Senhor disse que seria.
Não sou detentor da verdade, mas a verdade me detém. Na prática, isso significa que sou intrinsecamente mentiroso, mas que a verdade usa tal instabilidade para se revelar. Muitas vezes considero-a dura, não quero falar o que devo. Quando falo, e o escândalo ocorre, entristeço-me. Até quando, Pai, até quando? É preciso recordar aquele “em mim tenhais paz” de João 16:33, porque no mundo não há paz duradoura, só há água para sedes temporárias. E essa verdade que me usa, essa sim, é eterna.
Quando Jesus pediu água à samaritana, ela se espantou: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Os judeus não se comunicam com os samaritanos”. O Senhor, desse modo, utiliza tal escandalozinho nela para apresentar o que traz: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. Todos têm uma sede infinita. Qual fonte poderá saciá-la? Todos os povos da Terra sentiram essa sede e criaram ídolos para satisfazer esse vazio. E Jesus, adiante, diz: “A hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. Eis o fim dos templos, eis o fim dos ídolos, eis o fim de todas as coisas, e o nascer de tudo melhor!
Não busquemos alegria no reconhecimento de quem nos ouve; a nós foi dado falar, não sermos aplaudidos. A nossa fonte não está em Samaria, nem em Jerusalém, nossa fonte está no Cristo eterno que havia de vir.
E que veio!

Luiz Guilherme Libório

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