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domingo, 12 de abril de 2020

Páscoa Coronária



Lucas 24:5-8
Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’”. Então se lembraram das palavras de Jesus.

Na imagem que uso aqui para ilustrar esta crônica pascoal, o artista que a produziu foi muito feliz em retratar uma realidade dos nossos tempos. Nesta “última ceia”, Jesus de Nazaré faz uma espécie de vídeo-conferência com os discípulos, uma vez que vivenciamos cá em nosso século 21 uma pandemia virótica coronária, onde o distanciamento social é recomendado pelos órgãos de saúde. É uma alusão pertinente.
Datas como Páscoa e Natal – que são de cunho comemorativo da cristandade – deram-se, há muito, por serem datas comerciais muito mais do que espirituais.
Nos dias atuais, entretanto, ainda que haja um pequeno cunho comercial – aqui em Gramado as lojas que vendem chocolates foram reabertas esta semana por decreto do nosso alcaide –, a maioria das pessoas está reclusa em casa, sem tantos ovinhos ou coelhinhos derivados de cacau, mas com mais proximidade familiar e uma certa dose de oportunidade de reviverem um sentido mais amplo e próximo do significado desta data – desde a lembrança da crucificação até a celebração da ressurreição.
É um momento oportuno, também, de se ensinar às crianças um pouco mais sobre esse carinha cujo nascimento se celebra no Natal e ressurreição – após uma morte de cruz – na Páscoa.
E as crianças são, dentro da sua inocência/ingenuidade/pureza, o playground mais propício para o desenvolvimento da verdadeira fé no Cristo.
Lembramos sempre do ensinamento de Jesus, sobre o que realmente importa e o quanto importa um ser/criança: Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus” (Mateus 18:2-4).
E ainda: “Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo (Mateus 18:5).
Indo agora à Palavra que uso aqui como mote, quero destacar algumas coisas:
- As mulheres que foram, no primeiro dia da semana (o que para nós corresponde ao domingo), ao túmulo onde Jesus havia sido colocado após ser baixado da cruz, estavam com medo, afinal, o seu Mestre estava morto. Diante da morte não há como não amedrontar-se.
- Dois homens vestidos de branco reluzente – interpretados como sendo anjos – colocaram-se ao lado delas e perguntaram por que procuravam entre os mortos Aquele que estava vivo. Diante da morte, o próximo passo é a vida eterna, a vida numa dimensão que não mais é esta em que momentaneamente estamos. E, em se tratando de Jesus, Ele agora podia ir e vir entre as dimensões físicas/materiais e metafísicas/espirituais, como demonstrou logo após aos Seus discípulos. De uma forma geral, diante da ressurreição já não há de se ter medo, mas saber-se que há Vida!
- As mulheres foram relembradas da necessidade que havia de cumprir-se o processo profético de morte/ressurreição do Senhor da Vida, para que se tornasse possível a todo ser humano que crê ter acesso à Eternidade junto ao Pai.
- E, ainda, foram elas – e nós – relembradas de que sobre tudo isso Jesus já lhes falara, num tempo em que ainda lhes era custoso crer nisso, mas que agora o viam cumprido. Creram, assim, na Palavra do Senhor!
Tudo isso é possível ensinar às crianças, tenham elas a idade que tiverem. De certo modo, essa parada para prevenção que vivemos, contribui para sentarmo-nos juntos como famílias, e fazer ressuscitar o sentido da Páscoa. As crianças vão adorar essa história!
Para terminar, queria aqui contar uma anedota que li há pouco:
Uma mãe diz à criança: “Este ano o coelhinho não vem, por causa do Coronavírus”. A criança respondeu: “Relaxa, mãe! Ele não ataca os bichinhos, só as pessoas”. E arremata: “Eu estou mesmo preocupada é com o Papai Noel!”
Quando for falar de Jesus às crianças, fale de uma forma que elas possam entender. Para isso, pergunte como entenderam. Mas não subestime a inteligência delas. Elas são sabidas!
Feliz Páscoa a todos!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

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