Pesquisar neste blog

domingo, 24 de dezembro de 2017

Qual o Verdadeiro Sentido do Natal?


O verdadeiro significado do Natal é o amor. João 3:16-17 diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”. O verdadeiro significado do Natal é a celebração deste ato de amor incrível.
A verdadeira história do Natal é a história de Deus se tornando um ser humano na Pessoa de Jesus Cristo. Por que Deus fez isso? Porque Ele nos ama! Por que o Natal foi necessário? Porque precisávamos de um Salvador! Por que Deus nos ama tanto? Porque Ele é o próprio amor (1 João 4:8). Por que celebramos o Natal a cada ano? Como gratidão pelo que Deus fez por nós, lembramo-nos do Seu nascimento, quando O adoramos e também quando somos especialmente conscientes dos pobres e dos menos afortunados.
O verdadeiro significado do Natal é o amor. Deus amou os Seus e forneceu uma maneira – a única maneira – para passarmos a eternidade em Sua presença. Ele deu o Seu único Filho para carregar em nosso lugar a punição por nossos pecados. Jesus pagou o preço por completo e, quando aceitamos esse dom gratuito do amor, somos livres da condenação. “Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5:8).




Achei o texto resumido e com significado, por isso o publico.
Ok, talvez haja alguém que o questione, discorde dum ou doutro ponto – ou discorde do texto todo.
Alguns dirão que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro – o que parece mesmo ser fato – que era uma data pagã transformada em cristã pela tradição eclesiástica.
Outros dirão que a data não era comemorada pelos cristãos até o século IV da nossa era, etc. etc. etc. Sim, pode haver controvérsias sobre várias coisas, mas há uma coisa inconteste: Deus nos ama e Se humanizou no Cristo por nós! (Pois é, talvez até desta pode alguém discordar).
Mas, ao final e de forma bem objetiva, não importa qual sua posição referente ao texto em si.
Desejo, porém, que cada um aproveite esses dias para encher de amor seu coração – esse amor ensinado por Deus em Cristo – e viva dias de paz com os seres humanos próximos e distantes, e que os ensinamentos d’Ele nos façam aprender a fazer cada dia de “hoje” um pouquinho melhor do que foi ontem!
Então, seja como for, desejo fraternalmente a todos um Feliz Natal!

Kurt Hilbert

domingo, 17 de dezembro de 2017

Palavras de Auxílio 13 - Precisando de Orientação


Precisando de Orientação
Se este for seu estado de momento, veja as passagens abaixo... se quiser, poderão auxiliá-lo.

Salmo 16
Protege-me, ó Deus, pois em ti me refugio.
Ao SENHOR declaro: “Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti”. Quanto aos fiéis que há na terra, eles é que são os notáveis em quem está todo o meu prazer. Grande será o sofrimento dos que correm atrás de outros deuses. Não participarei dos seus sacrifícios de sangue, e os meus lábios nem mencionarão os seus nomes.
SENHOR, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro. As divisas caíram para mim em lugares agradáveis: Tenho uma bela herança!
Bendirei o SENHOR, que me aconselha; na escura noite o meu coração me ensina! Sempre tenho o SENHOR diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo, porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição. Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.

Salmo 25:4-10
Mostra-me, SENHOR, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em ti o tempo todo. Lembra-te, SENHOR, da tua compaixão e da tua misericórdia, que tens mostrado desde a antiguidade. Não te lembres dos pecados e transgressões da minha juventude; conforme a tua misericórdia, lembra-te de mim, pois tu, SENHOR, és bom.
Bom e justo é o SENHOR; por isso mostra o caminho aos pecadores. Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho. Todos os caminhos do SENHOR são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança.

Salmo 32:8
Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você.

Salmo 119:105
A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho.

Isaías 30:21
Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você dirá: “Este é o caminho; siga-o”.


Saudações,
Kurt Hilbert

domingo, 10 de dezembro de 2017

A Bíblia é um Manual Confiável Para o Homem?


          Eu diria que ela é, sim, confiável, mas não particularmente para o homem, mas a respeito do homem Jesus. Mas primeiro vamos tratar da dificuldade que há, por muitos terem ouvido dizer que a Bíblia estaria cheia de erros, e algumas pessoas chegaram a essa conclusão pelo fato de as versões que existem não serem baseadas no texto original, porém em sucessivas cópias de manuscritos. Considerando que os manuscritos que deram origem à Bíblia foram copiados muitas vezes, existiria a possibilidade de alguém ter feito alterações nessas cópias. Alguns alegam que a Igreja Católica teria reservado os manuscritos originais, produzindo outros para introduzir neles os erros.

          Outra alegação é a de que a Bíblia também não seria digna de crédito por não ser um documento histórico e, sim, um conjunto de lendas, ideias e costumes de uma época. Outros dizem que a Bíblia não serve para uma civilização tão moderna e bem instruída quanto a nossa. Segundo estes, ela podia ter sido muito boa para controlar as civilizações selvagens e bárbaras da antiguidade, porém, em nossos dias, não precisaríamos de um livro assim, já que teríamos atingido um grau mais elevado de evolução e esclarecimento. Resumindo, estas e outras opiniões tentam, de várias formas, minar a legitimidade deste livro que conhecemos como a Palavra de Deus e, muitas vezes, estes ataques partem daqueles que se dizem teólogos, especialistas em grego e hebraico, etc.

          No primeiro capítulo do Evangelho de Lucas encontramos: “Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.” (Lucas 1:1-4).

          Lucas escreveu o seu evangelho e o livro de Atos dos Apóstolos, porém ambos são praticamente um só texto e foram escritos em sequência cerca de 30 ou 40 anos após o desenrolar dos fatos descritos ali. Muitos alegam que tudo o que foi escrito naquela época, ou seja, os evangelhos, as cartas e o livro de Apocalipse, seria fruto da imaginação de seus autores. Mas quando lemos o início do Evangelho de Lucas notamos logo que ele escreve como se fosse um repórter, um jornalista. Antes de criar o texto que leva o seu nome, ele diz ter entrevistado pessoas, conversado com muitos, e procurado investigar se era aquilo mesmo que tinha acontecido.

          A minha convicção, e também de muitos cristãos, é que os evangelhos foram escritos por inspiração divina, mas sabemos que Deus usou homens para escrevê-los. É possível perceber isto claramente pela diferença de estilo entre os diferentes evangelhos, entre as diferentes cartas dos diferentes apóstolos, enfim, entre todos os livros que compõem a Bíblia. Foram homens que a escreveram, porém, divinamente inspirados.

          Alguns acham que escrever por inspiração divina seja algo como ver a mão do escriba se movendo sozinha, como se ele entrasse numa espécie de transe mediúnico e recebesse assim a mensagem vinda de Deus. Mas não é o que acontece. Deus usa o ser humano integralmente e o mantém no pleno controle de seus sentidos. “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”, escreve Paulo em 1 Coríntios 14:32. O Espírito Santo de Deus inspirou as palavras na mente dos diferentes escritores da Bíblia como se as ditasse em forma de pensamentos audíveis, e fez com que cada profeta ou apóstolo as escutasse da maneira como elas foram ditadas.

          Ao falar desse processo de inspiração palavra a palavra, Paulo explica assim: “Deus no-las revelou [as palavras] pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus... As quais [coisas] também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as [palavras] que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” (1 Coríntios 2:10-13). 

          Em diversas passagens do Antigo Testamento encontramos Deus dando uma ordem direta aos seus profetas e dizendo coisas como “escreve num livro todas as palavras que [Eu] te tenho falado.” (Jeremias 30:2). Mesmo assim cabia ao homem a responsabilidade de transformar as palavras ditadas pelo Espírito de Deus em um texto fiel às suas intenções. E este cuidado fica claro no modo de Lucas proceder guiado pelo Espírito Santo. A introdução de seu evangelho mostra que, embora inspirado, seu texto é também um documento histórico, não uma mera lenda.

          J. R. R. Tolkien, autor de “O Senhor dos Anéis”, foi uma das maiores autoridades do mundo em lendas europeias, tanto é que seu livro traz muito desse seu conhecimento transformado em um romance épico, “O Senhor dos Anéis”, que é uma imensa mescla de lendas. Tolkien era também cristão e conhecedor da Bíblia. Outro autor, seu amigo e colega de ensino, era C. S. Lewis, um ateu (que depois de converteu a Cristo). Lewis alegava que os evangelhos não passavam de um conjunto de lendas, porém Tolkien, com seu conhecimento do assunto, explicou a ele que os textos não traziam qualquer característica de lenda, uma vez que, para se formar uma lenda, é preciso tempo e, principalmente, a ausência de testemunhas para contestar a sua veracidade. 

          Os evangelhos, porém, formam um conjunto de fatos registrados enquanto seus protagonistas e a maioria das testemunhas ainda viviam. Não faria sentido alguém escrever uma lenda quando ainda existia tanta gente capaz de contestar o que havia sido escrito. Quando o apóstolo Paulo fala da morte e ressurreição de Cristo, ele menciona que mais de quinhentas pessoas tinham visto Cristo ressuscitado, e a maior parte delas ainda vivia quando escreveu sua carta. É difícil você enganar um número tão grande de pessoas com uma lenda.

          Tudo nos evangelhos nos leva a crer que seus autores narraram os fatos exatamente do modo como eles ocorreram. O tempo passado entre os acontecimentos e seu registro era muito pequeno para a narrativa ser considerada uma lenda. Além disso, os evangelhos são tão ricos em pormenores que seria impossível alguém escrever uma lenda com tamanha riqueza de detalhes.

          Existem outras coisas importantes a serem consideradas. Quando você cria uma lenda, ou compõe um romance, o herói de sua história dificilmente será alguém como Jesus, que é o tema central dos evangelhos. Nós o vemos antes da cruz em agonia por saber o que viria sobre si, dizendo: “Pai... afasta de mim este cálice.” (Marcos 14:36). Da mesma forma, dificilmente os autores do texto falariam de seus próprios defeitos, como alguns fazem nos evangelhos. Nos evangelhos e no livro de Atos temos os apóstolos e outros discípulos fazendo coisas que não são propriamente corretas. 

          Como Pedro poderia falhar como falhou? E como iria permitir que suas falhas ficassem registradas se elas não fossem realidade? Qualquer outro teria maquiado situações constrangedoras, como fizeram com a história do Brasil que estudamos na escola. Hoje sabemos o quanto ela foi alterada para que seus heróis fossem apresentados como íntegros e irrepreensíveis. Até mesmo as biografias de homens famosos trazem muitas partes inventadas ou alteradas, para não deixarem transparecer o que seus personagens realmente eram. Por estas e outras razões não existe fundamento para dizermos que os textos bíblicos são uma obra meramente humana ou uma lenda.

          Mais um detalhe deve ser considerado. Se os evangelhos não passassem de lendas judaicas do primeiro século, a primeira coisa que seus autores fariam seria colocar homens como testemunhas da ressurreição de Cristo, jamais mulheres. Isto porque, na sociedade daquela época, as mulheres não eram tomadas como testemunhas, a menos que aquelas mulheres tivessem realmente visto a ressurreição de Jesus, caso contrário os autores dos evangelhos não teriam registrado aquilo do modo como fizeram. Quando alguém diz que a Bíblia não serve para os nossos dias está, obviamente, tirando conclusões a partir da cultura em que vive.

          Na passagem do capítulo 24 do Evangelho de Lucas encontramos dois discípulos caminhando decepcionados, pois confiavam que Jesus seria aquele que libertaria Israel. Enquanto eles conversam com o próprio Jesus, sem que o tivessem reconhecido, um deles diz: “Nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel”. Eles enxergavam a vida, morte e ressurreição de Cristo dentro do contexto cultural no qual estavam inseridos. Desde a infância aqueles dois homens haviam sido ensinados que o Messias viria para libertar Israel e, agora, eles falavam disso para o próprio Messias ressuscitado que tinha vindo com uma missão muito mais ampla do que simplesmente libertar Israel: aquele que tinha vindo salvar pecadores. Eles estavam diante de uma Pessoa e de um evento muito maior. Mas isso eles não conseguiam enxergar através das lentes culturais que traziam.

          Mesmo dentro do condicionamento cultural em que vivemos, você encontrará limitações para se entender a amplitude daquilo que a Bíblia ensina. Experimente mostrar a um jovem, criado no Ocidente, o que dizem os evangelhos e as cartas dos apóstolos sobre as relações sexuais, que devem ocorrer apenas no matrimônio e entre um homem e uma mulher. É bem provável que o jovem ocidental rejeite tal ideia. Ele dirá que isso era para o primeiro século, não para hoje, quando existe liberdade para as pessoas terem relações sexuais fora do casamento e inclusive entre pessoas do mesmo sexo. Mas se você mostrar outra coisa que Jesus ensinava, por exemplo, perdoar os inimigos, esse jovem ocidental dirá: “Ah, com isso eu concordo; é politicamente correto amar, perdoar, não revidar, etc.” Veja que das mesmas páginas você consegue extrair dois assuntos, um que é refutado imediatamente por alguém criado em uma cultura ocidental moderna, e outro que é imediatamente aceito pela pessoa dentro da mesma cultura.

          Agora tente mostrar estes mesmos assuntos tirados da Bíblia para um fundamentalista islâmico e a reação será inversa. Ele irá concordar com a parte do Novo Testamento que ensina que as relações sexuais devem ficar restritas ao casamento e que sexo entre dois homens ou duas mulheres seria uma aberração. Porém, não irá concordar com a ideia de perdoar um inimigo e a considerará até absurda, pois no islamismo ele foi ensinado de acordo com a velha máxima da Lei mosaica que dizia: “Vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.” (Êxodo 21:23-25) . Portanto, considerando apenas duas culturas, já é possível perceber que cada uma irá enxergar a Palavra de Deus dentro do seu contexto cultural, e ambas acabarão rejeitando o completo teor da Bíblia, apesar de concordarem com fragmentos de seu ensino.

          Outro tema normalmente usado pelos céticos e pelos que se opõem à fidelidade da Bíblia é o da escravidão. Se a Bíblia fosse a Palavra de Deus, como ela poderia admitir a escravidão ou não combatê-la? O problema é que, quando encontramos servos ou escravos na Bíblia, logo pensamos na escravidão no Brasil e em outros países no período colonial. Os escravos dessa época eram pessoas negras, sequestradas na África, discriminadas pela cor da pele e tratadas como animais. É assim que enxergamos a escravidão, pois é assim que ela está inserida em nossa memória cultural. Mas se você voltar no tempo, aprenderá que os escravos nos tempos bíblicos não eram nem um pouco parecidos com os do Brasil colônia. Eles não eram diferenciados pela cor de sua pele e podiam até pertencer ao povo de Israel. Um israelita podia dar-se a si mesmo como escravo para o pagamento de uma dívida, e também recuperar sua liberdade mediante pagamento. Portanto, estamos diante de um modelo de sociedade completamente diferente do que conhecemos.

          Por esta razão, não é tarefa simples pegar uma Bíblia e dizer que ela está errada, como fazem muitos céticos e inimigos da Palavra de Deus. Nosso referencial é por demais influenciado pelo contexto cultural em que vivemos, para que nossa conclusão sobre a Bíblia seja imparcial. Querer julgar a Bíblia por aspectos como os que mencionei aqui denota, além de ignorância, uma boa dose de soberba daquele que tenta fazê-lo, pois o ser humano sempre achará que a sua cultura está acima de todas as outras como referencial. 

          As pessoas de minha geração se lembram do modo como nos vestíamos nas décadas de 1950 e 1960, e das gírias que falávamos. Hoje nossos filhos riem das roupas que veem nas fotos antigas, mas para nós elas eram a última moda. Naquela época achávamos que o nosso modo de vestir devia ser o referencial adotado por todos, e zombávamos das roupas dos mais velhos do mesmo modo como a geração atual zomba das roupas que usávamos quando éramos jovens. Mas logo virá uma próxima geração e será ela que irá rir dos costumes dos jovens de hoje. Portanto, ainda que nenhuma cultura seja permanente, a Bíblia é permanente. E ela deve permanecer tendo este caráter, mesmo que algumas coisas nela nos deixem intrigados, nos desagradem ou estejam fora de nossa compreensão.

          Os homens tentam adaptar a Palavra de Deus aos seus interesses e o resultado é sempre ridículo. Nos Estados Unidos existe uma edição da Bíblia da qual foram excluídas todas as passagens “ruins”, como as que falam do lago de fogo e da condenação eterna. Apenas as palavras bonitas, agradáveis e politicamente corretas foram deixadas. O problema é que as pessoas que fizeram essa edição se consideraram mais sábias que o próprio Deus, quando ousaram dizer o que estaria correto e o que não estaria. No momento em que alguém decide julgar o que é certo e o que é errado, essa pessoa acaba assumindo a função de Deus, caso seja ela ou sua opinião o referencial adotado. 

          É mais ou menos como um casamento. Imagine você se casar com uma pessoa que concorde com tudo o que você diz. Você diz que gosta de azul, e ela diz que gosta também. Você gosta de feijão, e ela adora feijão. Você decide pintar a casa de uma determinada cor e ela diz que sempre sonhou em ter uma casa assim. A princípio pode parecer muito bom viver com uma alma gêmea nos mínimos detalhes, mas não demoraria muito para você achar que estava vivendo com uma pessoa sem personalidade. A opinião dela seria igual à sua nos mínimos detalhes, o que seria o mesmo que você se casar com um clone. Chegaria um momento quando nem mesmo haveria diálogo entre vocês, pois um saberia de antemão o que o outro iria falar e estaria de acordo de qualquer maneira.

          Deus quer ter um relacionamento com você, mas não nas bases que você estabelecer e, sim, nas bases que ele estabeleceu. E se ele realmente é Deus e a Bíblia a Sua Palavra, esta não irá concordar com você em tudo. Se concordasse, não seria mais a Palavra de Deus, e sim de alguém idêntico a você, com os mesmos gostos, as mesmas ideias e opiniões. É importante entender isto, pois quando você entende, percebe que não terá o poder de julgar a Bíblia, mas será ela o gabarito pelo qual você será julgado. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” (Hebreus 4:12-13). 

          Portanto, a Bíblia, a Palavra de Deus, denuncia quem nós realmente somos, e não gostamos nem um pouco disso. Ela revela que somos pecadores, descendentes de seres criados por Deus que um dia decidiram viver segundo a própria vontade e por isso mergulharam na ruína. Se você duvida que o ser humano é intrinsecamente mau, abra o jornal de hoje para ver a quantas anda o mundo habitado por uma humanidade avessa a Deus. Algumas pessoas ainda dizem que, se Deus existisse, que se Deus fosse realmente bom, o mundo não estaria assim. Realmente, se o ser humano tivesse permanecido submisso a Deus para que ele dirigisse todas as coisas, o mundo não estaria do jeito que está. Mas o homem excluiu a Deus de seus planos e o resultado está aí para ninguém poder contestar.

          Outro argumento bastante frágil contra a Bíblia é dizer que a Igreja Católica teria escondido os manuscritos originais e produzido outros, a partir dos quais teria sido elaborada a Bíblia que temos em mãos. Para aceitar tal argumento você precisaria ter acesso aos originais para comparar, o que nem mesmo os adeptos dessa teoria alegam possuir. A verdade é que a Bíblia que temos foi produzida a partir de muitas cópias de muitos manuscritos e nem todos se encontram no Vaticano. A maioria dos manuscritos e fragmentos nos quais se baseia o texto bíblico, está fora de Roma, em universidades e museus de todo o mundo, e em grande medida eles concordam entre si. 

          Hoje é possível você pegar, por exemplo, o livro de Isaías de sua Bíblia, o qual foi traduzido de uma cópia de cópias dos originais, e compará-lo com o manuscrito descoberto em 1947 nas cavernas de Qumran próximas ao Mar Morto. Naquele ano um pastor de ovelhas descobriu uma série de cavernas que continham diversos vasos, e dentro deles muitos manuscritos. O de Isaías encontrado ali é setecentos anos mais antigo do que o que foi usado na atual versão da Bíblia e, no entanto, os textos são considerados idênticos. Ninguém sabe quantas cópias foram produzidas nos setecentos anos que se passaram entre o que foi encontrado em Qumran e o que foi utilizado em nossa Bíblia atual, mas isto já dá uma ideia da fidelidade do trabalho dos escribas e copistas da antiguidade e, acima de tudo, do cuidado de Deus em preservar a Sua Palavra.

          Um argumento recente que tem sido adotado por alguns cristãos e igrejas é o de que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus. Os que defendem tal argumento dizem, por exemplo, que quando Satanás diz algo a Eva, ou os amigos de Jó lhe dão conselhos equivocados, ou Salomão fala de filosofia humana em Provérbios e de coisas terrenas em Eclesiastes, isso não seria palavra de Deus, mas palavras do diabo e de homens. O que esses não entendem é que essa informação, ou seja, o que o diabo e esses homens disseram, não teria chegado até nós se Deus não tivesse nos contado tudo isso. Portanto, a Bíblia é, sim, a Palavra de Deus, inclusive naquilo que Deus está dizendo que outros falaram.

          Como você pode perceber, os argumentos levantados contra a Bíblia costumam ser bastante frágeis quando examinados com o devido cuidado. O que não podemos é ter medo deles e adotar a postura de quem prefere nem ouvir falar do assunto. Podemos confiar que Deus teve o devido cuidado de preservar este livro que se denomina a si mesmo de “Palavra de Deus”, para que nós tivéssemos acesso a ele séculos ou milênios após seus textos originais terem sido produzidos.

          Agora quero voltar à questão de a Bíblia não ser um manual para o homem, mas ser a respeito do homem Jesus, embora encontremos nela muitos ensinos de como termos uma vida feliz neste mundo e também de como encontrar o caminho da salvação. No Evangelho de Lucas, após a ressurreição de Jesus, você encontra dois discípulos o questionando, porém sem o reconhecerem, porque seus olhos estão espiritualmente vendados: “És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?” (Lucas 24:18). Os discípulos estavam limitados em seus pensamentos. Eles falavam das mulheres, que tinham tido uma visão de anjos dizendo que Jesus estaria vivo. Tudo aquilo os deixava confusos, porém Jesus os repreende: “Ó néscios e tardios de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?” (Lucas 24:25-26). 

          Jesus não apenas mostra que os profetas do Antigo Testamento eram dignos de crédito em tudo o que haviam escrito, como vai além ao revelar ser ele, Jesus, o tema central das Escrituras: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” (Lucas 24:27). Se ele começou por Moisés, que escreveu o Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, e terminou falando de “todas as Escrituras”, fica evidente que Jesus deu o seu aval divino ao que hoje chamamos de Antigo Testamento.

          Os discípulos não haviam conhecido pessoalmente os profetas do Antigo Testamento, porém, para Jesus, os seus escritos eram dignos de crédito e para os discípulos deviam ser também. Hoje podemos ler o profeta Isaías falando do Servo sofredor, daquele que viria irreconhecível e iria para o matadouro como ovelha muda e, no Salmo 22, Davi relata os sentimentos daquele que seria colocado entre ladrões e os detalhes de sua morte em cruz. Davi escreveu que nenhum de seus ossos seria quebrado, que em sua sede ele beberia vinagre, teria suas vestes repartidas entre os soldados e que estes lançariam sorte sobre elas.

          Se para Davi e Isaías aquelas coisas eram ainda futuras, para nós é história e todas elas se cumpriram na vida e morte de Jesus. Se o próprio Senhor autenticou o testemunho dos profetas do Antigo Testamento, temos razões para crer também no testemunho dos apóstolos e profetas do Novo Testamento. O apóstolo Pedro, ao falar das cartas de Paulo, as colocou no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento. Ele escreveu: “Em todas as suas epístolas [de Paulo], entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras (2 Pedro 3:16).

          Portanto, temos as Escrituras do Antigo e Novo Testamento, mas o que fazemos com elas? Quando você dá uma Bíblia de presente a alguém, a primeira coisa que a pessoa faz é achar que aquele livro seja uma espécie de "Manual do Fabricante", e aí passa a procurar em suas páginas o que deve fazer ou como deve viver para agradar a Deus e ser recompensada com bênçãos nesta vida e na vida além. “O que devo fazer pra ser salvo? O que devo fazer pra ser feliz? O que devo fazer pra ser abençoado? O que devo fazer pra ser curado das minhas doenças? O que devo fazer para ser próspero e ganhar dinheiro?” Estas são as primeiras indagações de quem começa a ler a Bíblia. É como se tivesse nas mãos um manual do tipo “O que devo fazer”. Mas a Bíblia não é um livro escrito sobre aquele que lê. Ela certamente foi escrita para você, mas não é um livro sobre você. Toda ela é sobre Jesus. “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” (Lucas 24:27).

          No início da Bíblia encontramos os livros escritos por Moisés, um grande herói do ponto de vista humano. Devemos seguir a Moisés? Não! Moisés já nos falava de Jesus quando os israelitas ainda eram prisioneiros no Egito. Deus ordenou a eles que sacrificassem um cordeiro e passassem seu sangue sobre os batentes exteriores das portas das casas onde viviam. Aquele cordeiro era uma figura de Cristo, pois, séculos mais tarde, no Novo Testamento, isso fica claro quando João Batista aponta para Jesus e diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29).

          Se continuarmos voltando no tempo, até Adão e Eva, descobriremos que Adão foi colocado num sono profundo, o seu lado aberto, e uma costela tirada a partir da qual Deus criou uma esposa para ele. Cristo, na cruz, foi colocado no sono profundo da morte, o seu lado foi rasgado pela lança do soldado e dali saíram o sangue da expiação e a água da purificação que expiam o pecado do pecador e o deixam apto para ter acesso à presença de Deus sem ser destruído. Foi do lado aberto de Jesus que saíram os elementos necessários para Deus formar aquela que é a Igreja, a noiva de Cristo.

          Nos tempos de Moisés, o povo andou pelo deserto carregando a “Arca da Aliança”, e aquela arca era uma figura de Cristo. Assim como Cristo andou pelo deserto deste mundo, aquela arca de madeira — figura da humanidade que vem da terra — viajava escondida sob uma cobertura de pele de animais marinhos e um tecido azul. Qualquer um podia ver em Jesus algo de celestial enquanto ele caminhava neste mundo, mas nem pecado, nem tentação alguma podiam ter acesso a ele, do mesmo modo como nada podia atravessar aquela capa impermeável de peles finas que cobria a arca.

          À semelhança da “Arca da Aliança”, ainda que os homens conseguissem ver o exterior de Jesus, ninguém via sua glória interior, representada pelo ouro que revestia a arca por dentro e por fora. Dentro dela estavam as tábuas da Lei dadas a Moisés, o que nos fala do único que realmente pôde cumprir toda a Lei, o Filho de Deus, perfeito, puro e sem pecado. Em sua peregrinação pelo deserto, os israelitas bebiam água de uma rocha que tinha sido ferida pela vara de Moisés, e aquela rocha também era uma representação ou figura de Cristo.

          Já deu para você perceber que a Bíblia inteira é sobre Cristo? Não se trata de um livro para você ter em mãos e procurar em suas páginas o que você deve fazer para ser salvo. Pelo contrário, a Bíblia é o livro cujas páginas mostram o que Cristo fez por você. É disso que as Escrituras falam desde o princípio. O que Jesus fez para você ser salvo, o que ele fez para limpar os seus pecados, o que ele fez pra Deus lhe perdoar, o que ele fez para Deus lhe aceitar, o que ele fez para você poder ir para o céu. O que Jesus fez, não o que você deve fazer! 

          Se alguém fizesse qualquer coisa em prol da própria salvação, a glória seria da pessoa e o céu estaria cheio de gente dizendo “cheguei aqui porque fui muito honesto, dei muitas esmolas, ajudei muitas pessoas, etc.”, enquanto outros diriam “estou aqui porque fui um grande artista, muito trabalhador, um grande cientista, médico ou inventor, etc.”. Todas estas coisas que nós valorizamos numa pessoa neste mundo, e que costumam ser mencionadas naquelas elogias nos velórios, seriam consideradas como créditos para a salvação. Porém no céu só existe um tipo de pessoa, aquela que diz: “Estou aqui porque Cristo morreu por mim; estou aqui porque eu era um pecador perdido e Jesus foi à cruz pagar por meus pecados, derramou ali o seu sangue para minha purificação e ressuscitou ao terceiro dia para minha justificação”.

          Lembro-me de um irmão, que pregava o evangelho numa praça na Bolívia, e foi abordado por um ouvinte, que lhe disse:

          — Gostei do que você falou; achei muito bonita a sua pregação, porém só não concordei com uma coisa. Você disse que todos nós somos pecadores perdidos. Mas eu não sou pecador, sou uma pessoa que sempre fez o bem. Eu nunca pensei mal de ninguém, nunca prejudiquei ninguém, nunca matei, roubei ou adulterei. Enfim, sou uma pessoa boa e eu vou para o céu porque eu creio que Deus irá ver a minha bondade e me receberá.

          O pregador comentou:

          — Bem, então teremos um problema no céu. Você sabe o que vai fazer no céu?

          — Não faço ideia.

          — Então vou lhe contar. No livro de Apocalipse há uma cena que se passa no céu e lá todos os salvos estão cantando.

          — Bem, então eu também vou cantar — disse o homem.

          — Pois é aí que está o problema — continuou o pregador — Todos estarão cantando um hino de louvor a Cristo, cuja letra diz: “Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” (Apocalipse 5:9). Todos estarão cantando assim e você estará cantando outro hino que diz: “Digno sou de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque fui bom, honesto, caridoso, etc. para comprar a mim mesmo para Deus.” Percebe como você estaria cantando completamente fora do tom celestial?


          Um texto de Mario Persona

domingo, 3 de dezembro de 2017

Palavras de Auxílio 12 - Sem Desejo de Participar na Igreja


Sem Desejo de Participar na Igreja
Se este for seu estado de momento, veja as passagens abaixo... se quiser, poderão auxiliá-lo.

Salmo 25:8
Bom e justo é o SENHOR; por isso mostra o caminho aos pecadores.

Salmo 84
Como é agradável o lugar da tua habitação, SENHOR dos Exércitos! A minha alma anela, e até desfalece, pelos átrios do SENHOR; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo.
Até o pardal achou um lar, e a andorinha um ninho para si, para abrigar os seus filhotes, um lugar perto do teu altar, ó SENHOR dos Exércitos, meu Rei e meu Deus. Como são felizes os que habitam em tua casa; louvam-te sem cessar!
Como são felizes os que em ti encontram a sua força, e os que são peregrinos de coração! Ao passarem pelo vale de Baca (de lágrimas), fazem dele um lugar de fontes; as chuvas de outono também o enchem de cisternas (de bênçãos). Prosseguem o caminho de força em força, até que cada um se apresente a Deus em Sião.
Ouve a minha oração, ó SENHOR Deus dos Exércitos; escuta-me, ó Deus de Jacó. Olha, ó Deus, que és o nosso escudo; trata com bondade o teu ungido. Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios. O SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR concede favor e honra; não recusa nenhum bem aos que vivem com integridade.
Ó SENHOR dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia!

Salmo 133:1
Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!

Efésios 3:14-19
Ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite no coração de vocês mediante a fé; e oro para que, estando arraigados e alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.

Hebreus 10:23-25
Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.

Obs: Quando aqui falo em “Igreja”, não falo de denominações “igreja”,  já que entendo que “Igreja” são todos os que vivem suas vidas alicerçadas em Jesus Cristo, independentemente de denominações eclesiásticas, participando ou não de denominações “igreja”. Assim, “participar na Igreja” é, antes de tudo, sermos solidários em amor nos encontros com o ser humano mais próximo de nós.
A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo (Tiago 1: 27).


Saudações,

Kurt Hilbert

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O Encontro de Jesus e Zaqueu em Dez Passos



1Jesus entrou em Jericó, e atravessava a cidade. Jericó é uma antiga cidade bíblica situada na Palestina, às margens do rio Jordão. O nome Jericó significa “perfumado” e deriva da palavra cananeia que tem o mesmo significado. Acredita-se que Jericó seja uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo, e uma importante fonte de informações sobre as antigas habitações humanas no Oriente. Jericó é descrita no Antigo Testamento como a “cidade das palmeiras”, pois tinha muitos campos e era um lugar atrativo para morar. E naquele tempo, segundo o Evangelho, Jesus atravessava esta cidade.
2 Havia ali um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos. Os publicanos eram cobradores de impostos. Eram normalmente judeus, designados pelo Império Romano para cobrar impostos dos próprios judeus. Não eram bem-quistos entre a população. Pudera: judeus cobrando impostos de outros judeus para repassar ao Império que os estava subjugando. E nosso amigo Zaqueu, mais do que um cobrador de impostos, era o chefe da turma. Devia ter poucos amigos, o sujeito. Em Zaqueu sendo rico, há teses que afirmam que ele desviava alguns impostos coletados para o seu próprio bolso. Não devia ter fama de honesto, o carinha aí.
3 Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não o conseguia, por causa da multidão. Podemos perceber que Zaqueu, sabendo que Jesus daria umas bandas por Jericó, não iria desperdiçar a oportunidade de vê-Lo, mesmo que fosse por curiosidade – a Bíblia não nos fala a razão que motivava Zaqueu, apenas podemos especular sobre o fato. O que ocorria era que Zaqueu era baixinho, e a turma da frente, por certo, não o deixava passar para ficar na “primeira fila”. Ainda mais sendo um publicano. A multidão o impedia de ver a Jesus. Penso cá: muitas vezes nos sentimos de “pequena estatura” na vida, insignificantes, reduzidos, incapazes de ver por cima da multidão de problemas que nos acometem. Assim como Zaqueu tinha suas limitações físicas de tamanho e barreiras, assim, muitas vezes, temos nossas limitações espirituais e psíquicas, sentindo-nos ínfimos e barrados, com a visão encoberta.
4 Assim, correu adiante e subiu numa figueira brava para vê-lo, pois Jesus ia passar por ali. Usando nosso amigo publicano como exemplo, quando estamos pequenos e limitados, temos que tomar uma atitude, “correr” ao encontro do que desejamos. O primeiro passo pode parecer pouca coisa, pode não nos levar ao destino almejado, mas, ao menos, faz com que saiamos do lugar onde nos encontramos. Temos que nos mover na vida, “subir”, nos elevar para que possamos avistar as coisas com nova perspectiva. Da perspectiva em que estava, o baixinho Zaqueu não via a Jesus, pois havia barreiras à sua frente, mas, movendo-se do lugar em que estava e subindo na árvore, ele adquiriu nova perspectiva, novo ponto de vista. E ele o fez porque sabia que Jesus passaria por ali, bem por ali onde estava a figueira na qual trepara. Quando sabemos que temos a oportunidade de encontrar ao Senhor, quando sabemos onde e como O podemos encontrar, mexamo-nos! Jesus sempre “passa” por nossa vida, mas, muitas vezes, estamos escondidos atrás da multidão.
5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: “Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje”. Jesus sempre chega onde estamos quando realmente queremos vê-Lo, encontrá-Lo. E assim como Jesus olhou para cima para ver Zaqueu, Ele olha para nós e nos vê. Por certo Jesus sabia do desejo e do esforço de Zaqueu. Por certo Ele sabe do nosso desejo e esforço. Assim como Jesus falou com Zaqueu, Ele fala conosco, por intermédio da Sua Palavra. Assim como Zaqueu correu e subiu na figueira, podemos nós “correr” em direção à Bíblia – a Sua Palavra – e “subir” nela, subir em sua leitura e viajar por ela, diariamente, se possível – e é. Assim como Jesus olhou para Zaqueu e falou com ele, olhará para nós e falará conosco. “Desça depressa”, disse Ele. Jesus chamava Zaqueu para junto de Si, assim como nos chama para junto de Si quando nos vê O buscando. Assim como Jesus queria ficar na casa de Zaqueu – “hoje”, Ele dizia –, assim também “hoje” Ele quer ficar na nossa casa, que é o nosso coração, a nossa alma, o nosso ser.
6Então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria. Agora Zaqueu não fica ali trepado na árvore, boquiaberto pela surpresa de Jesus saber o seu nome e Se auto-convidar para ficar na casa de Zaqueu. Ele desce rapidamente e O recebe com alegria. Podemos estar seguros de que o Senhor nos conhece pelo nome. Cabe a nós, em sendo chamados e tocados pela fé em Jesus, nos movermos em direção a Ele cada vez mais, e recebê-Lo com alegria em nosso ser a cada dia, reafirmando e promovendo a cada dia nosso encontro com Ele, pois Ele sempre está disponível para nós – nós é que muitas vezes não nos encontramos disponíveis para Ele, lamentavelmente.
7 Todo o povo viu isso e começou a se queixar: “Ele se hospedou na casa de um ‘pecador’”. Quando vamos ao encontro de Jesus – porque Ele veio ao nosso encontro antes e nos viu – as pessoas veem, inevitavelmente elas veem, pois não passamos incólumes por um encontro com o Senhor – isso se manifesta visivelmente em nossa vida, e visivelmente aos outros, pois o nosso relacionamento com o próximo se modifica. E muitas vezes o povo fala da gente, especialmente se o nosso passado “nos condena”, assim como condenava Zaqueu. Jesus não Se importa com que fomos no passado; Ele Se importa com quem passaremos a ser de agora em diante. Os Evangelhos estão repletos de exemplos disso, basta lermos. E, agora, o que me impressiona é uma grande ironia de Jesus: Ele simplesmente não dava a menor bola para a opinião pública! Não Se importava nem um pouquinho com o que falavam d’Ele. Se Ele Se importasse, será que Ele Se misturaria com publicanos, prostitutas e “pecadores”? Claro que não! Se Ele Se importasse com aparências, fama e reputação, seria mais um chato politicamente correto. E se há uma coisa que Ele não era, era ser politicamente correto. Não era mesmo! Ele estava “andando” para a opinião pública!
8 Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”. A presença de Jesus na casa de Zaqueu provocou mudanças profundas – assim como provoca em nós quando O recebemos em nossa casa. Zaqueu abriu seu coração, pedindo para o Senhor “olhar” para a sua vida agora – “Olha, Senhor!”, disse ele. Zaqueu passou a ser desapegado da materialidade, uma vez que se dispunha a partilhar o que tinha com quem tinha pouco ou nada, a quem chama de pobres. “E se extorqui alguma coisa”, diz ele, praticamente confessando seu passado desonesto, agora se propunha a restituir quatro vezes à vítima – o que era um costume hebreu desde o Velho Testamento, quando no livro de Levítico Moisés legou várias leis de trato social. Zaqueu se propunha a mudar de vida. Assim, quando nos colocamos no discipulado de Cristo, também adequamos a nossa vida àquilo que Ele chama de vida. Passamos a ter outro modo de vida. O discipulado do Senhor passa a ser nosso modo de vida.
9 Jesus lhe disse: “Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão”. Assim o Senhor diz a nosso respeito, quando nos coadunamos com Ele. Jesus não disse a Zaqueu que nalgum dia haveria salvação para a sua casa, significando dizer que a salvação tocava a vida de Zaqueu e sua casa, ou seja, também a sua família. Ele não disse que seria nalgum dia, mas “hoje”. “Hoje” também a salvação nos toca. Hoje! Assim como Zaqueu também era filho de Abraão, nós, convertidos ao Senhor, também somos Seus filhos, somos filhos de Deus!
10 “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”. Lembra que a multidão se queixou quando Jesus disse que queria ficar na casa de Zaqueu? Talvez alguém dentre a multidão se achasse mais digno que Zaqueu – talvez só uns 90% achassem isso! – talvez muitos se achassem mais merecedores... Agora vem a resposta do Senhor: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”. E eu louvo o Senhor por isso! E o faço por mim. Graças a Deus que Ele vem ao meu encontro, que já estive tão e muito perdido por essas veredas da vida! Obrigado, Senhor! Obrigado por meu irmão Zaqueu – e obrigado por mim – e por quem aqui lê! Louvado seja o Senhor!

(O texto original está em Lucas 19:1-10)

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
      Kurt Hilbert

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Palavras de Auxílio 11 - Enfrentando uma Tentação


Enfrentando uma Tentação
Se este for seu estado de momento, veja as passagens abaixo... se quiser, poderão auxiliá-lo.

Romanos 12:1-2
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

I Coríntios 10:12-13
Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.

Hebreus 2:17-18
Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados.

Hebreus 4:14-16
Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
Assim, aproximemo-nos do trono de graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.

Tiago 1:12-15
Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.
Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.

Tiago 4:7
Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.

   
Saudações,
   Kurt Hilbert

domingo, 8 de outubro de 2017

Conversão



          Conversão é não ter absolutamente nenhum outro ponto de vista que não venha do Evangelho.
          Conversão é não ter nenhum outro ponto de partida que não parta do Evangelho.
          Conversão é não ter nenhum outro chão para caminhar que não seja o do Evangelho de Jesus Cristo.
          Conversão é não almejar nenhum outro ponto de chegada que não seja o do Evangelho, sem nenhum interesse a não ser caminhar com Jesus.
          Conversão é estar impregnado do Evangelho, dando razão a Deus todo dia, em um processo que pode ter começado um dia, mas que só terminará no dia em que, transformados de glória em glória, nós nos tornarmos conforme a semelhança de Jesus.
          Conversão é renovar a mente todo dia, sendo que, a cada dia, se faz ou se tenta ser melhor do que ontem.
          Conversão é discernir este século e não nos conformarmos com ele.
          Conversão é ver o mundo no mundo, e ver “mundo” também no que se chama de “igreja”, lar e em si mesmo.
          Conversão é chamar de mundo não necessariamente o ambiente fora das paredes eclesiásticas, e nem tampouco chamar de “igreja” o ambiente dentro das paredes eclesiásticas, pois o mundo pode estar dentro, como a igreja fora.
          Conversão é ter discernimento, se fundamentar em Cristo.
          Conversão é saber que mundo é um espírito, um pensamento, ou uma atitude que pode estar em qualquer lugar, principalmente dentro de si, com seus preconceitos fora do Evangelho, e está frequentemente nos concílios de um modo muito mais sofisticado do que está nos congressos políticos explicitamente definidores de política no mundo.
          Conversão é manter a mente num estado de arrependimento constante, de metanoia, de mudança que, por vezes, acontece com dor e, outras vezes, só pela consciência que vai abraçando o entendimento e vai dando razão a Deus, e vai dando razão a Deus, e vai dando razão a Deus, e vai dizendo que Deus tem razão.
          Conversão é crer que a Palavra tem razão sempre; e se ela tem razão eu quero converter a minha vida conforme a verdade do Evangelho.

       Um texto de Caio Fábio D’Araújo Filho