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sábado, 25 de fevereiro de 2023

Um Pouco Mais Sobre o Fruto do Espírito


 

Gálatas 5:22-23

Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.

 

Existem os dons do Espírito e o fruto do Espírito.

Os dons – também chamados de manifestações do Espírito – são dados a quem o Espírito de Deus quer, como quer e são dados para a edificação mútua: A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, , pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer (1º Coríntios 12:7-11).

Já o fruto do Espírito pode ser desenvolvido pela prática diária. São características que vamos aprendendo e desenvolvendo e que vão se perenizando em nós conforme nós os vamos vivendo.

Mesmo sendo chamado de “fruto”, no singular, são várias as características, como se fossem gomos desse fruto. A Palavra cita pontualmente nove.

Há o fruto chamado amor – que também aparece como um dom/manifestação. O amor é a principal virtude do Espírito e pode ser considerado o cerne do Evangelho. Jesus ensinou que toda Lei se resume no amor a Deus e ao próximo: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40).

Há o fruto chamado alegria, que não é um estado alienante, mas um estado de espírito onde há a leveza do ser em se saber envolto pelo amor de Deus, que reflete no próximo. Verdadeira alegria na vida de alguém é também gratidão, contentamento, otimismo, senso de liberdade. Sobre a alegria em Deus, há vários ensinamentos e exortações: Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus (Filipenses 4:4-7).

Há o fruto chamado paz. Jesus diz que aqueles que O seguem seriam chamados de pacificadores: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:9). Paz é uma necessidade! A paz de Cristo vem na nossa harmonização com Deus e entre nós, quando construímos nossa caminhada de vida segundo os ensinamentos de Jesus.

Há o fruto chamado paciência, que é a junção da paz com o saber. Ter paciência é crer na Palavra de Deus e perseverar no caminho. A paciência é um suporte para o amor fraternal: Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4:2-3).

Há o fruto chamado amabilidade, que é o tratamento que se dá a todos com amor. A pessoa amável é também amada pelo seu modo de ser. Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor (Filipenses 4:5). A amabilidade reflete a Cristo, que dá ao nosso próximo a sensação da Sua proximidade, seja em Sua segunda vinda, seja em Sua presença em nós e entre nós aqui e agora.

Há o fruto chamado bondade, que é o exercitar-se no modo de ser de Deus. Meus irmãos, eu mesmo estou convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros (Romanos 15:14). O próprio aconselhamento só tem eficácia quando exercido com bondade.

Há o fruto chamado fidelidade, que é ser também fiel àquilo que se crê, e ser fiel conosco mesmos, além da fidelidade para com Deus e o próximo. Devemos considerar sempre que Deus é fiel (2º Coríntios 1:18). Nossa fidelidade apenas reflete a fidelidade de Deus, e somente podemos ser fiéis se essa fidelidade estiver condicionada à obediência a Cristo.

Há o fruto chamado mansidão, ou serenidade, que é a forma de ser de quem se sabe absorvido pelo cuidado de Deus. É muito significativo que Jesus nos deu também o exemplo de mansidão: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:29-30). Somente alguém manso e humilde se torna um ser ensinável pelo Evangelho de Cristo.

E há o fruto chamado domínio próprio, que é a faculdade de termos controle sobre nós mesmos, sobre nossas ações e reações, em todos os momentos. É um fruto que precisa ser trabalhando cotidianamente, pois é muito fácil perdermos o autocontrole. Escrevendo a Tito, o apóstolo Paulo aconselha: Tenha domínio próprio e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina (Tito 1:8-9).

Podemos ver que contra esse “pomar divino” plantado em nosso ser não há lei!

 

É isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

sábado, 18 de fevereiro de 2023

115 – Moisés e os Israelitas (Êxodo 1 – 2)


Ora6(versículo de Êxodo 1), morreram José, todos os seus irmãos e toda aquela geração. Os7 israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos I e fortaleceram-se muito, tanto que encheram o país.

Então8 subiu ao trono do Egito um novo rei II, que nada sabia sobre José. Disse9 ele ao seu povo: “Vejam! O povo israelita é agora numeroso e mais forte que nós. Temos10 que agir com astúcia, para que não se tornem ainda mais numerosos e, no caso de guerra, aliem-se aos nossos inimigos, lutem contra nós e fujam do país”.

Estabeleceram11, pois, sobre eles chefes de trabalhos forçados, para os oprimir com tarefas pesadas. E assim os israelitas construíram para o faraó as cidades-celeiros de Pitom e Ramessés III. Todavia12, quanto mais eram oprimidos, mais numerosos se tornavam e mais se espalhavam. Por isso os egípcios passaram a temer os israelitas, e13 os sujeitaram a cruel escravidão.

O faraó mandou as parteiras dos hebreus matarem todos os meninos nascidos dos israelitas. Mas elas temiam a Deus e não fizeram isso. Quando o faraó as questionou, as parteiras disseram que as hebréias eram fortes e davam à luz filhos antes que elas chegassem. Deus recompensou-as e também lhes deu famílias.

Por22 isso o faraó ordenou a todo o seu povo: “Lancem ao Nilo todo menino recém-nascido, mas deixem viver as meninas”.

Um1(versículo de Êxodo 2) homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo, e2 ela engravidou e deu à luz um filho. Vendo que era bonito, ela o escondeu por três meses. Quando3 já não podia mais escondê-lo, pegou um cesto feito de junco IV e o vedou com piche e betume. Colocou nele o menino e deixou o cesto entre os juncos, à margem do Nilo. A4 irmã do menino ficou observando de longe para ver o que lhe aconteceria.

A5 filha do faraó descera ao Nilo para tomar banho. Enquanto isso as suas servas andavam pela margem do rio. Nisso viu o cesto entre os juncos e mandou sua criada apanhá-lo. Ao6 abri-lo viu um bebê chorando. Ficou com pena dele e disse: “Este menino é dos hebreus”.

Então7 a irmã do menino aproximou-se e perguntou à filha do faraó: “A senhora quer que eu vá chamar uma mulher dos hebreus para amamentar e criar o menino?”

“Quero”8, respondeu ela. E a moça foi chamar a mãe do menino. Então9 a filha do faraó disse à mulher: “Leve este menino e amamente-o para mim, e eu lhe pagarei por isso”. A mulher levou o menino e o amamentou. Tendo10 o menino crescido, ela o levou à filha do faraó, que o adotou V e lhe deu o nome de Moisés VI, dizendo: “Porque eu o tirei das águas”.

 

v     Para entender a história

O faraó sente-se ameaçado pelo número cada vez maior de israelitas, mas todas as suas tentativas de destruí-los são frustradas. Moisés, que futuramente livrará os israelitas de seu sofrimento, é salvo pela própria filha do faraó e cresce sob a sua proteção.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Os israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos – Moisés nasceu quase 300 anos depois da morte de José e, durante esse tempo, os israelitas se tornaram uma grande nação. A antiga promessa de Deus para Abraão havia sido cumprida (Gênesis 17:2).

                                   II.     “Um novo rei” – Esse rei, provavelmente, era Ahmósis I (cerca de 1550 – 1525 a.C.), que expulsou todos os soberanos estrangeiros do Egito e fundou o Novo Império. Uma fonte egípcia, a estela de Merenptah, menciona os israelitas como um povo assentado.

                                III.     “Pitom e Ramessés” – Essas cidades-entrepostos ficavam situadas na região do delta do Nilo. “Ramessés” costumava ser atribuída Ramsés II (cerca de 1279 – 1213 a.C.), famoso pelos seus grandes projetos arquitetônicos. É provável, entretanto, que tenha sido construída anteriormente, já que Ramsés costumava assumir o crédito por construções de cidades que apenas reformava.

                                IV.     “Um cesto feito de junco” – A palavra em hebraico para “cesto” é também usada para descrever a “arca” de Noé. A arca salvou Noé de uma enchente e levou a humanidade a uma nova era. O cesto oferece proteção a Moisés, que livrará os israelitas da escravidão.

                                   V.     “O adotou” – Não era incomum, nessa época, no Egito, meninos estrangeiros serem criados no palácio real e treinados para servir no exército ou no templo.

                                VI.     “Lhe deu o nome de Moisés” – Em hebraico, Moisés significa “arrancado”. Na língua egípcia, “nascido de”. Esse nome, vez por outra, ligava faraós a deuses egípcios; Tuthmósis quer dizer “filho de Tuth”. Tuth era o deus da sabedoria.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

A Defesa da Verdade


Existe tal coisa?

Claro! Paulo fala de “lutar juntos pela fé” e ainda menciona a “defesa do Evangelho”.

Além disso, todos os profetas foram defensores da verdade na sua geração!

No entanto, o que é defender a verdade? A verdade precisa de defesa?

Ora, para Paulo, defender a verdade ou o Evangelho era basicamente algo a se fazer em duas frentes:

1.                         Na encarnação coerente dos ensinos do Evangelho de Jesus conforme recebido dos apóstolos e entregue aos demais, sem alterações.

2.                        Na afirmação da verdade do Evangelho mediante a palavra ensinada.

Assim, defender o Evangelho não é viver brigando contra nada nem ninguém. Ao contrário, a defesa do Evangelho é, sobretudo, a sua própria proposta, vivida de modo sincero e prático, e com toda harmonia entre o ensino e a encarnação dele – que é a única forma bíblica de ortodoxia.

Portanto, a defesa do Evangelho só acontece pela vivência do Evangelho!

O que passa disso é discussão.

Sim, apenas apologias tolas e desprovidas de significado.

A defesa do Evangelho é a sua prática encarnada em amor!

O resto é papo teológico.

Mera distração.

 

(um texto de Caio Fábio d’Araújo Filho)

domingo, 5 de fevereiro de 2023

114 – Da Escravidão à Liberdade


 

No Egito, a família de Jacó cresceu e se transformou nas tribos de Israel, que viviam em paz até o início do Novo Reinado. Então, os egípcios começaram a sentir-se ameaçados pelos israelitas, e os escravizaram. Isso foi previsto na aliança de Deus com Abraão: “Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos” (Gênesis 15:13). Passado esse período, Deus escolheu Moisés para libertar o seu povo e levá-lo de volta a Canaã, a terra prometida aos seus antepassados.

 

O Novo Império do Egito

Por volta de 1750 a.C., um príncipe tebano derrubou os hicsos e se tornou Ahmósis I, fundador da 18ª dinastia de faraós. Foi o início do Novo Império (1550 – 1086 a.C.). Neste período o Egito expandiu os seus territórios e se transformou no poder dominante no Mundo Antigo.

Mênfis tornou-se a capital política e Tebas permaneceu como o centro religioso. O Egito prosperou e os faraós realizaram grandiosos projetos arquitetônicos. O clima seco do sul preservou alguns templos, como o de Luxor, e as estátuas esculpidas na pedra de Abu Simbel.

 

O poder do faraó

Para os egípcios, o rei era um deus vivo e, através dele, lhes seria alcançada a vida eterna. O faraó era o comandante do exército e chefe religioso. Governava o país com a ajuda de um vizir, ou ministro-chefe, que executava um complexo serviço público, empregando milhares de escribas.

 

Prisioneiros e escravos

A escravidão não era comum antes da 18ª dinastia, quando o Egito passou a desenvolver uma política de expansão e a tornar escravos os prisioneiros de guerra estrangeiros.  Os israelitas eram um dos vários povos não-egípcios que haviam se instalado no fértil delta do Nilo, durante o período sob controle dos hicsos. A expulsão dos hicsos do Egito marcou uma nova era de nacionalismo. Colonos estrangeiros eram designados para executar o trabalho pesado dos grandes projetos arquitetônicos dos faraós.

 

Adoração e idolatria

Os egípcios adoravam inúmeros deuses, os quais, acreditavam, governavam suas vidas. A maioria os cultuava em altares dentro de casa e usava amuletos para afastar a má sorte. O deus mais importante era Rá, o deus-sol, o provedor da vida. Muitos deuses tomavam a forma de animais, como Bastet, uma deusa felina que ajudava no desenvolvimento das plantações. O Nilo era o suor de Sobeque, um deus crocodilo.

 

O Êxodo

Quando Deus disse a Moisés que o tinha escolhido para conduzir os israelitas em sua partida do Egito, ele sentiu-se incapaz de assumir uma missão tão grandiosa. Mas sua fé em Deus lhe deu coragem para desafiar o poder do faraó.

 

As dez pragas

O faraó não estava disposto a libertar seus escravos israelitas. Como os egípcios continuavam com a sua profunda crença em magia, o cajado de Arão, irmão de Moisés, foi transformado em uma serpente, a fim de convencer o faraó do poder de Deus, mas ele não se convenceu. Deus, então, enviou nove pragas devastadoras, o que também não fez o faraó mudar de ideia. Entretanto, após a morte de todos os primogênitos egípcios, ele, finalmente, rendeu-se e deu permissão a Moisés para os israelitas deixarem o Egito.

 

Vida no deserto

As condições no deserto são duras. A temperatura, alta durante o dia, fica abaixo de zero à noite. A comida e a água são escassas. Os israelitas eram bastante numerosos. Somente a miraculosa intervenção de Deus conseguiu garantir a sobrevivência deles, durante os três meses de viagem do Egito até o monte Sinai.

 

A Lei

Cercados pela idolatria no Egito, os israelitas eram constantemente tentados a seguir falsos deuses. E estavam para entrar numa terra onde os habitantes adoravam deuses pagãos. Foi por isso que os israelitas receberam a Lei de Deus no deserto do monte Sinai, antes de entrarem em Canaã. Deus entregou a sua Lei aos israelitas por intermédio de Moisés. As palavras ditas por Deus cobrem todos os aspectos da vida social, moral e espiritual, e estão contidas no Livro da Aliança (Êxodo cap. 20). Posteriormente, ele foi ampliado para incluir o Deuteronômio. A Lei de Deus é resumida nos Dez Mandamentos.

 

O Tabernáculo

Tratava-se de um santuário portátil e tornou-se o ponto central da vida religiosa. Quando os israelitas acampavam, o Tabernáculo era colocado em uma área fechada.

·  O pátio externo: Os sacrifícios eram preparados no pátio externo e oferecidos no altar. Os sacerdotes se lavavam em uma bacia de bronze antes de executar o sacrifício.

·  Os santuários: O Tabernáculo era dividido em santuário interno e externo por um véu. No santuário interno (o Santo dos Santos) ficava a Arca da Aliança, que guardava as tábuas de pedra com a inscrição dos Dez Mandamentos.

·  Sacerdotes do Tabernáculo: Arão, irmão de Moisés, foi o primeiro sumo sacerdote. Ele e os filhos eram responsáveis pelo culto. Arão era um levita, e foi o antepassado do sacerdócio israelita.

 

Datando o Êxodo

Há duas datas para o Êxodo. Em 1º Reis 6:1, Salomão começou a construir o Templo 480 anos após os israelitas deixarem o Egito, o que remete o Êxodo para 1446 a.C., a data “antiga”. Alguns afirmam que o faraó, na época, era Ramsés II, da 19ª dinastia. A data “nova” seria cerca de 1275 a.C. Aqui, para uma questão de referência, usa-se a cronologia antiga.

·  Entrada no Egito (1876 a.C., na 12ª dinastia)

·  Novo Império (1550 – 1086 a.C.)

·  Reinado de Tuthmósis III (1479 – 1425 a.C.)

·  Êxodo (1446 a.C.)


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.