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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Um Natal Luz Para Todos!


          Aqui em Gramado vivemos à mancheia o Natal Luz. Com a cidade enfeitada, movimentadíssima desde novembro, com luzes enfeitando cada cantinho, com desfiles, concertos musicais, musiquinhas natalinas tilintando nas caixinhas de música do centro, personagens natalinos à moda européia saltando aos borbotões, e, claro, papais-noéis à fuzel, é impossível não se deixar embeber pelo clima típico desta época de final de ano.
          Desde que a Coca-Cola, em 1931, repaginou a roupinha do Santa Claus e a pintou com sua cor característica (a da marca, não a do bom velhinho) para uma campanha publicitária, que o Papai Noel (Noël é Natal, em francês), com sua roupinha polar vermelha também grassa entre nós como figurinha inseparável do Natal, mesmo que vivamos num país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza, como cantaria o Jorge Ben Jor – e uma roupinha daquelas faria derreter de calor qualquer bom velhinho aqui na tropicália.
          Mas, bem, Papai Noel não pode faltar, se diria. Dia desses, um grande amigo meu tirou uma foto ao lado do dono das renas e do trenó e postou no Facebook, com uma legenda: “Posando ao lado do personagem principal do Natal”. Mas, hein? Personagem principal? Que vacilo, meu brother! Mas eu não o condeno. Muitos temos estes mesmos vacilos.
          Então, para não vacilarmos, quero propor voltarmos a algumas coisas que julgo propícias a serem relembradas.
          Quero voltar ao Natal Luz, mais especificamente à Luz do Natal. Quero voltar àquele que é, este sim, o personagem principal do Natal – e da existência toda: Jesus Cristo.
          Quero voltar àquele que é a encarnação da Palavra, a encarnação do próprio Deus entre nós, o nosso Emanuel – Deus conosco. No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1:1). Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens (João 1:9). Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14).
          Quero voltar àquele que desde sempre fora vaticinado como sendo o portador do modo de ser divino entre nós, como o salmista já cantava: A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho (Salmo 119:105).
          É a este que quero voltar, nestes instantes que antecedem a data que se convencionou em usar para relembrar o nascimento do Salvador.
          Quero convidar a cada um que lê estas linhas, a refletir no que é de verdade, esquecendo-se um pouco dos pirilampos das luzes comerciais e voltando-se para abraçar e dar a sua luz a quem estiver ao seu lado, pois começamos sempre por quem está mais próximo, para depois deixar que nosso abraço fraterno alcance mais e mais.
          E, agora, sim, posso e quero desejar a todos um Natal cheio de Luz, e que esta Luz permaneça conosco em todos os dias de 2015!

          Grande abraço, saudações e até o ano que vem!

          Kurt Hilbert

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Os 144 Mil Selados (Ap. 7)


Como a ira do Cordeiro contra os judeus registrada em Apocalipse, testemunhamos uma pausa surpreendente no drama terrível. Quatro anjos estão retendo o vento “da terra”, quer dizer, de Israel (7.1-3). Esse ato é uma imagem simbólica, que relata o que Robert Thomas chama de “apocalíptico pitoresco”.
Os anjos não estão literalmente segurando os ventos, mas os ventos de destruição (v. Jr. 49.36,37; 51.1,2). Os primeiros seis selos representam a fase inicial da guerra dos judeus, em que Vespasiano lutou a seu modo pela Galileia em direção a Jerusalém. Mas antes de ele ter uma oportunidade para sitiar Jerusalém, a ação é interrompida enquanto esses anjos selam os 144.000 das doze tribos de Israel (Ap. 7.3). 

O número 144.000, como a maioria dos estudiosos concorda, é certamente simbólico. Na realidade, em Apocalipse todos os milhares perfeitamente arredondados parecem ser simbólicos. Dez é o número quantitativo de perfeição, e mil o cubo de dez. Com freqüência as Escrituras usam o número 1.000 como valor simbólico, e não expressa uma enumeração literal (e.g., Êx. 20.6; Dt. 1.11; 7.9; 32.30; Js. 23.10; Jó 9.3; Sl. 50.10; 84.10; 90.4; 105.8; Ec. 7.28; Is. 7.23; 30.17; 60.22; 2Pe. 3.8). Além disso, nesse livro altamente simbólico, deveríamos notar que exatamente 12.000 pessoas vêm de cada uma das doze tribos. Mas o que simboliza o número? E quem são essas pessoas? Qual é o significado desse episódio?

Para avaliar essas perguntas corretamente, temos de lembrar os seguintes fatos: 
1) Os acontecimentos estão ocorrendo no século I, conforme João tão claramente afirma (1.1,3; 22.6,10); 
2) Os julgamentos estão caindo sobre Israel e se direcionando para Jerusalém; 
3) O cristianismo apostólico tendeu a se focalizar em Jerusalém (v. At. 1.4,8; 18.21; 20.16; 24.11);
4) João considera os judeus não-cristãos como os que “se dizem judeus mas não são”, pois são membros da “sinagoga de Satanás” (Ap. 2.9; 3.9; v. Jo. 8.31-47). 

Por conseguinte, esses “servos de Deus” das “doze tribos de Israel” (7.4-8) são a raça de judeus que aceitam o Cordeiro de Deus para a salvação (aparecem posteriormente com ele no Monte Sião, 14.1-5).
Quando comparamos seu número especificamente definido (144.000) com “a grande multidão que ninguém podia contar” (7.9), esse número é relativamente pequeno. Mas eles representam um número perfeito, especialmente amado por Deus e que pertencem a ele (são verdadeiros judeus, o remanescente, v. Rm. 2.28,29; 9.6,27; 11.5). Assim, o Senhor coloca seu selo (espiritual) neles (Ap. 7.3; v. 2Co. 1.22; Ef. 1.13; 4.30; 2Tm. 2.19). De certo modo, o selar deles é a resposta à pergunta: “Quem poderá suportar?” (Ap. 6.17). A resposta: Somente aqueles que Deus protege – precisamente como o pano de fundo do AT (Ez. 9.4-9). 

Em outras palavras, antes que a guerra dos judeus alcance e subjugue Jerusalém, Deus, providencialmente, proporciona rápida cessação de hostilidades, permitindo aos judeus cristãos na Judeia escapar (como Jesus deseja em Mt. 24.16-22). Isso aconteceu quando o imperador Nero se matou (68 d.C.), fazendo os generais romanos Vespasiano e Tito cessar as operações e bater em retirada por um ano devido ao tumulto em Roma. Sabemos mediante os pais da igreja Eusébio e Epifânio que os cristãos fugiram para Pella antes da guerra subjugar Jerusalém.

Fonte: Apocalipse, C. Marvin Pate (organizador), Editora Vida, p. 58-60.5

Comentário adicional - Rev. Kenneth L. Gentry, Jr:
Os 144.000 representam os primeiros frutos do evangelho de judeus convertidos em Israel. Claro que, como tal são o começo da nova fase de aliança da igreja, mas eles não simbolizam a igreja.
Lucas traduz a terminologia hebraica de Mateus 24.15 de forma que entendemos o que acontece ”Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que as sua devastação está próxima” (Lucas 21.20), e naquele momento seus seguidores irão fugir (Lucas 21.21; cf. Mt. 24.16). Em 68 d.C., os generais Vespasiano e Tito “tinham fortalecido todos os lugares ao redor de Jerusalém [...] cercando a cidade por todos os lados”. Mas quando Vespasiano e Tito são “informados que Nero estava morto” , não “continuaram com sua expedição contra os judeus” até que posteriormente Vespasiano se tornasse o imperador em 69. Após isso “Vespasiano voltou sua atenção ao que permaneceu subjugado na Judeia”. 


Este texto foi enviado pelo irmão na fé Carlos Caleri, desde São Paulo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Comunicar a Fé


          João 12:42-43
          ... muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus.

          A comunicação ocorre de várias formas: pelas palavras, pelas atitudes – o que fazemos e o que deixamos de fazer –, pela postura corporal – o que chamamos de “linguagem do corpo” – e até pelo silêncio – este, uma forma de comunicação eficaz e muitas vezes despercebida. Há, claro, mais formas de comunicação, mas fiquemos com estas.
          E aí?, você pergunta. O que tem isso a ver com o ponto bíblico acima? Tudo – respondo eu. Tem tudo a ver. Senão, vejamos: muitos dos judeus creram em Jesus, pois O ouviam, viam Seus milagres – o que a Bíblia chama de sinais – e foram tocados por isso. Chegaram a ter fé no que viam e ouviam de Cristo. Que bom, não é? Claro!
          Mas aqueles judeus que creram ficaram preocupados com o que os fariseus pensariam deles. Ficaram com medo da reprovação dos outros. Ficaram com medo de perderem a sua posição de liderança dentro da sinagoga – o que lhes conferia uma honraria nada desprezível. Aqueles líderes judeus, que foram tocados pelas palavras e atitudes de Jesus, tiveram medo de serem rejeitados pela opinião dos outros. E fizeram uma escolha: por medo, preferiram dar bola à opinião dos outros do que dar bola à posição deles próprias – uma posição de fé, uma posição daquilo em que eles acreditavam. Desfizeram-se de si mesmos por medo dos outros. Anularam-se a si mesmos para não serem rejeitados. Deram preferência à opinião dos outros em detrimento da de Deus. Que ruim isso, não é? Pois é.
          E eu com isso?, talvez você daí pergunte. Não sei, respondo cá eu. Diga você. Onde você se encaixa no peremptório acima? Quais as suas opiniões? São suas ou dos outros? Quais as suas convicções? São suas ou você engole as convicções dos outros? Quem é você? Você é autenticamente você ou você é uma colagem do que os outros querem que você seja?
          O que você comunica para o mundo, para o seu ambiente, e – principalmente – para você mesmo é aquilo no que você acredita, ou – por medo do que os outros pensam – você se cala ou faz de conta que não é com você?
          Você prefere agradar às suas convicções – à sua fé –, ou tal qual maria-vai-com-as-outras, rumina o que o que agrada aos outros?
          (Claro que tudo o que estou escrevendo aqui vale para mim também!).
          O que estamos comunicando para a vida? É a nossa verdade ou a verdade do mundo?
          Só para refletirmos um pouquinho...
          “De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem(João 18:37). Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade (II Timóteo 2:15). “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).
          Mas, por favor, se decidirmos comunicar a nossa verdade aos outros, o façamos com parcimônia, com persistência mas com moderação, para não sermos inconvenientes. Assim como temos direito à nossa opinião, o nosso próximo tem direito à dele. Mas não anulemos a nossa opinião por medo. Mas por amor, a comuniquemos.
          Vejamos o exemplo: Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (Atos 5:29). E, para terminar, uma palavrinha do grande Mestre: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Marcos 16:15).

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,

          Kurt Hilbert

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O batismo do Espírito Santo e a imposição de mãos


          O que a Bíblia realmente fala a respeito disso?
          Podemos definir o “batismo do Espírito Santo” como a obra através da qual o Espírito de Deus coloca aquele que crê em união com Cristo e em união com outros crentes no Corpo de Cristo, no momento da salvação. I Coríntios 12:12-13 e Romanos 6:1-4 são as passagens centrais na Bíblia onde encontramos esta doutrina. I Coríntios 12:13 declara: Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Romanos 6:1-4 declara: Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Apesar de Romanos 6 não mencionar especificamente o Espírito de Deus, descreve a posição dos que creem perante Deus e I Coríntios 12 nos diz como isto acontece.
          É necessário que observemos três fatos que ajudam a solidificar nossa compreensão do batismo do Espírito. Primeiramente, I Coríntios 12:13 afirma claramente que todos fomos batizados no momento em que bebemos (recebemos o Espírito para habitar em nós). Em segundo lugar, em nenhum lugar das Escrituras ela exorta que os que creem sejam batizados com/no/pelo Espírito. Isto indica que todos os que creem já experimentaram este ministério. Por último, Efésios 4:5 parece se referir ao batismo do Espírito. Se este é mesmo o caso, o batismo do Espírito já é a realidade de cada um que crê, assim como o são “uma fé” e “um Pai”.
          Assim, o batismo do Espírito Santo faz duas coisas: (1) nos une ao Corpo de Cristo, e (2) valida nossa co-crucificação com Cristo. Sermos parte de Seu Corpo significa que somos levantados com Ele para novidade de vida (Romanos 6:4). Devemos, então, exercitar nossos dons espirituais a fim de mantermos este corpo funcionando adequadamente como afirma o contexto de I Coríntios 12:13. Experimentar o batismo do Espírito funciona como base para mantermos a unidade da igreja, como no contexto de Efésios 4:5. Sermos associados com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição através do batismo do Espírito estabelece a base para a conquista da nossa separação do poder do pecado que está dentro de nós e nossa caminhada em novidade de vida (Romanos 6:1-10, Colossenses 2:12).
          A “imposição de mãos” é uma ação bíblica; no entanto, não há um mandamento bíblico que exige fisicamente impor as mãos para um ministério espiritual particular. Jesus certamente impôs as Suas mãos sobre muitos dos que curou; no entanto, Ele também curou sem fazê-lo. Na verdade, houve momentos em que não estava nem perto dos que curou. Mateus 8:8 descreve Jesus curando o servo do centurião sem passar perto da sua casa.
          Seguem-se dois exemplos a serem considerados: em um caso, o Espírito Santo concede o dom de falar em línguas com um apóstolo impondo as suas mãos; no outro, Ele o faz sem a imposição de mãos, mas simplesmente através da pregação do apóstolo.
          Disse-lhes Paulo: “João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus”. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam (Atos 19:4-6).
          Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus (Atos 10:44-46).
          Em 1 Timóteo 5:22, o pensamento não é nem tanto advertir sobre a ação física da imposição de mãos, mas sim que deve se conceder a responsabilidade da liderança espiritual (de qualquer forma em que for feito) com muito cuidado. Não é para ser feito “de repente” ou sem a devida consideração: A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro.
          Sem dúvida, a imposição de mãos na igreja primitiva era um meio de conectar a mensagem com o mensageiro, ou o dom espiritual com o doador talentoso. Ela servia como um “sinal” de autenticação por meio do qual a manifestação física de um dom espiritual era transmitida. Precisamos entender que não existem fórmulas mágicas bíblicas para o ministério da Igreja. Impor as mãos não tem poder em si mesmo, mas só é usado por Deus quando feito de acordo de acordo com a Sua Palavra.