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domingo, 27 de novembro de 2016

Canção da Noite

Salmo 42:8
Conceda-me o SENHOR o seu fiel amor de dia; de noite esteja comigo a sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida.


Sonhos que perturbam
turbam minha alma na minha inconsciência.
Antes disso oro por bom sono
e bons sonhos.
Minha mente visita minha alma
e, sem calma, até a alva do outro dia
sonha rebeldia e perturba meu ser.
Ser envolto por Deus é tudo que quero
enquanto espero o dia amanhecer.
Aí oro outra vez.
E desta vez o sonho de tormento
e o sono turbulento
cedem a vez...
Uma melodia,
até raiar o dia,
envolve meu ser e eu volto a ser
envolto numa aura de paz.
É Deus cantando em meus ouvidos
sonidos angelicais.
Com Sua canção,
em amor, segura minha mão
e não me solta mais.


Kurt Hilbert

sábado, 19 de novembro de 2016

Perfeitos?


          Mateus 5:48
          “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês”.

          O Mestre faz aqui uma reflexão bastante aguçada. “Sejam perfeitos”, Ele diz, e o diz a Seus discípulos, que eram tão imperfeitos como imperfeitos eram os Seus contemporâneos, e o faz a nós, pessoas do século XXI, cuja imperfeição atravessou eras e chega a todos nós, e em todos nós. É também a nós que Jesus pede que sejamos perfeitos...
          Como seremos perfeitos? Se somos frutos da imperfeição que nos atinge a todos, como seremos perfeitos?
          A resposta a essa pergunta vem na sequência da própria declaração de Jesus: como perfeito é o Pai celestial de vocês”. Ele não diz aqui que o Pai celestial é o d´Ele (somente), mas o de todos nós.
          Ora, se somos filhos de Deus – e é Jesus quem diz que somos –, e se Deus é perfeito, então há em nós um DNA divino que nos capacita à perfeição. Passa, pois, de Pai para filhos.
          Esse DNA divino nos vem pela criação, uma vez que Ele nos criou à Sua imagem e semelhança. Mas perdemos esse vínculo perfeito, uma vez que pecamos. Então, em Jesus e por Jesus, o caminho à reconciliação nos vem, pois, como diz Sua Palavra “Deus reconciliou-se com o mundo por Cristo” (II Coríntios 5:17-19). Então, ao aceitarmos o pastoreio e o senhorio do único Pastor e Senhor – Jesus Cristo –, nos abrimos novamente à filiação divina, tendo restabelecido esse DNA em nosso âmago.
          Em novamente estando em condições filiais com Deus, podemos nos perguntar: Qual a característica mais intrínseca de Deus? João, o apóstolo, numa de suas cartas no Novo Testamento, nos dá a resposta, quando diz que “Deus é amor”. É esse “é” que diz tudo. “É” é a propriedade de “ser”, ou seja, o Ser de Deus tem o dom de “ser” amor. E só o amor é perfeito! Por conseguinte, Deus é perfeito! Por conseguinte ainda, nós, em estando n´Ele por Cristo, o podemos ser!
          Esse amor do ser-divino-que-podemos-ser é descrito pelo apóstolo Paulo em I Coríntios, capítulo 13. Segue aí, na íntegra:
          Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente.
          Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá.
          O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
          O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
          Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
          Assim, permanecem agora estes três: a , a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.
          Ao final, Paulo diz que o maior dom é o amor, e que este permanece para sempre, pois “nunca perece”!
          Então, quando “somos” amor – assim como Deus o é em Sua perfeição –, e o somos em nossas palavras, em nossas atitudes, em nosso modo de viver a vida, então estamos cumprindo esse ensinamento de Jesus, e estamos sendo “perfeitos”, como “perfeito é o nosso Pai”.
          Mas jamais sejamos presunçosos! Somente podemos ser assim se permanecermos em Cristo, pois Ele mesmo ensina: “Sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15:5).
          É claro que ainda pecaremos, erraremos, falharemos, pois somos humanos e falhos, mas, se nossa vida for um ato de amor, então a perfeição pedida por Jesus será sempre possível - n´Ele e com Ele.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

domingo, 13 de novembro de 2016

Como Deveria Ser... E Como É

Gênesis 1:22
Então Deus os abençoou , dizendo: “Sejam férteis e multipliquem-se!”


Lá pelo princípio do Gênesis,
Lá pelo versículo vigésimo segundo,
Ao mundo
Deus assim falou,
Aos homens
Deus assim abençoou:
          Férteis fiquem,
          Se multipliquem.
Mas nós começamos a nos dividir...
E nós deixamos de somar...
E passamos a diminuir...


Kurt Hilbert

domingo, 6 de novembro de 2016

Paz e Ciência


          Provérbios 19:11
          A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas.

          Paciência. Podemos fazer a seguinte brincadeira com essa palavra: podemos dividi-la em duas e, assim, dissecá-la a fim de a compreendermos melhor. Assim, ó: paz-ciência.
          A paciência só é paciente quando inicia pela paz. Não necessariamente a paz do ambiente em que nos encontramos fisicamente, mas a paz no ambiente de nossa alma. Quando nossa alma, nosso ser interior, está em paz e pacificado pelo amor de Cristo, então torna-se bem mais fácil sermos pacientes com quem quer que seja.
          A paciência também só é paciente quando contemplada pela ciência, que é o caráter de se saber. Quando temos ciência – quando sabemos – que Deus é paciente conosco, que Ele nos ama e que mostra esse amor personalizado em Cristo, quando sabemos que Ele nos perdoou e que, assim, em Cristo, estamos reconciliados em amor com Ele, então fica muito mais fácil sermos pacientes com quem quer que seja.
          E fica mais fácil tolerarmos a não-paz e o não-saber do próximo.
          Fica infinitamente mais fácil perdoar, porque temos paz e ciência em nós suficientes para sabermos que, muitas vezes, os outros são como são, porque não sabem o que fazem... e perdoamos!
          E seguimos pacificados!
          Isso tudo nos traz sabedoria!
          A sabedoria de saber ser. A sabedoria que vem do alto, da Fonte de toda sabedoria.
          Somente podemos nos sentir ofendidos por alguém, quando não nos conhecemos a nós mesmos. Somente a falta de autoconhecimento pode me fazer aceitar as ofensas.
          Se tenho conhecimento de mim mesmo, e quando sei quem sou em Cristo, nada pode me ofender, pois sei quem sou, e sei que Deus sabe quem eu sou. Isso me traz segurança, e uma segurança tal que me torna impenetrável à ofensa.
          Perguntemo-nos: Quando O ridicularizaram e insultaram, Cristo Se sentiu ofendido? Ele nunca deu o menor sinal disso! E por quê? Porque Ele sabia Quem era. Ele era o Filho de Deus e o Filho do homem, sem que nisso residisse a menor contradição, ao contrário, residia complementariedade, posto que era divino e humano concomitantemente. Apenas Quem sabe bem Quem é pode afirmar de Si isso, como Ele afirmou! E nada que dissessem d´Ele Lhe tiraria a paz.
          Quando me falta conhecimento de mim mesmo, posso me sentir ofendido com algo que digam de mim. Se me xingam de alguma coisa, apenas se não tenho certeza de mim mesmo, eu me ofendo, e necessito me defender, posto que, pelo desconhecimento de quem sou, sinto minha reputação atingida. Mas se me conheço, mantenho-me pacificado, uma vez que sei quem sou – e quem não sou!
          Ainda: quando decido realmente me tornar um seguidor de Cristo, um discípulo d´Ele, já nem dou mais importância às reputações, pois já neguei a mim mesmo – que é uma condição do discipulado e do seguimento. Mas não nego minha essência; nego aquilo que não sou de fato, mas que o mundo rebocou em mim me dizendo que era assim que eu era. É dessa negação que Jesus fala. O nega-te a ti mesmo não tem a ver com nossa essência, mas com os nossos auto-enganos e falsas projeções que os outros e nós mesmos fazemos de nós. Somente quando nego aquilo que não sou – mas que achava que era – é que posso ser eu mesmo em Cristo, naquilo que Deus chama de vida em abundância, ou vida de verdade e na Verdade.
          Isso tudo nos traz força para ignorarmos os insultos, a falta de paz, de ciência e de sabedoria dos outros.
          Isso tudo nos traz paz e ciência – paciência.
          E nos faz orar por todos, sempre, pois isso também é amar.
          E essa é a nossa glória, segundo Deus e Sua Palavra!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert