Provérbios
19:11
A
sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas.
Paciência. Podemos fazer a seguinte brincadeira com essa
palavra: podemos dividi-la em duas e, assim, dissecá-la a fim de a
compreendermos melhor. Assim, ó: paz-ciência.
A paciência só é paciente quando inicia pela paz. Não
necessariamente a paz do ambiente em que nos encontramos fisicamente, mas a paz
no ambiente de nossa alma. Quando nossa alma, nosso ser interior, está em paz e
pacificado pelo amor de Cristo, então torna-se bem mais fácil sermos pacientes
com quem quer que seja.
A paciência também só é paciente quando contemplada pela
ciência, que é o caráter de se saber. Quando temos ciência – quando sabemos –
que Deus é paciente conosco, que Ele nos ama e que mostra esse amor
personalizado em Cristo, quando sabemos que Ele nos perdoou e que, assim, em
Cristo, estamos reconciliados em amor com Ele, então fica muito mais fácil
sermos pacientes com quem quer que seja.
E fica mais fácil tolerarmos a não-paz e o não-saber do próximo.
Fica infinitamente mais fácil perdoar, porque temos paz e
ciência em nós suficientes para sabermos que, muitas vezes, os outros são como
são, porque não sabem o que fazem... e perdoamos!
E seguimos pacificados!
Isso tudo nos traz sabedoria!
A sabedoria de saber ser. A sabedoria que vem do alto, da Fonte
de toda sabedoria.
Somente podemos nos sentir ofendidos por alguém, quando não nos
conhecemos a nós mesmos. Somente a falta de autoconhecimento pode me fazer
aceitar as ofensas.
Se tenho conhecimento de mim mesmo, e quando sei quem sou em
Cristo, nada pode me ofender, pois sei quem sou, e sei que Deus sabe quem eu
sou. Isso me traz segurança, e uma segurança tal que me torna impenetrável à
ofensa.
Perguntemo-nos: Quando O ridicularizaram e insultaram, Cristo Se
sentiu ofendido? Ele nunca deu o menor sinal disso! E por quê? Porque Ele sabia
Quem era. Ele era o Filho de Deus e o Filho do homem, sem que nisso residisse a
menor contradição, ao contrário, residia complementariedade, posto que era
divino e humano concomitantemente. Apenas Quem sabe bem Quem é pode afirmar de
Si isso, como Ele afirmou! E nada que dissessem d´Ele Lhe tiraria a paz.
Quando me falta conhecimento de mim mesmo, posso me sentir
ofendido com algo que digam de mim. Se me xingam de alguma coisa, apenas se não
tenho certeza de mim mesmo, eu me ofendo, e necessito me defender, posto que,
pelo desconhecimento de quem sou, sinto minha reputação atingida. Mas se me
conheço, mantenho-me pacificado, uma vez que sei quem sou – e quem não sou!
Ainda: quando decido realmente me tornar um seguidor de Cristo,
um discípulo d´Ele, já nem dou mais importância às reputações, pois já neguei a
mim mesmo – que é uma condição do discipulado e do seguimento. Mas não nego
minha essência; nego aquilo que não sou de fato, mas que o mundo rebocou em mim
me dizendo que era assim que eu era. É dessa negação que Jesus fala. O nega-te a ti mesmo não tem a ver com
nossa essência, mas com os nossos auto-enganos e falsas projeções que os outros
e nós mesmos fazemos de nós. Somente quando nego aquilo que não sou – mas que achava que era – é que
posso ser eu mesmo em Cristo, naquilo que Deus chama de vida em abundância, ou
vida de verdade e na Verdade.
Isso tudo nos traz força para ignorarmos os insultos, a falta de
paz, de ciência e de sabedoria dos outros.
Isso tudo nos traz paz e ciência – paciência.
E nos faz orar por todos, sempre, pois isso também é amar.
E essa é a nossa glória, segundo Deus e Sua Palavra!
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
Nenhum comentário:
Postar um comentário