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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Palavras Flechadas



Efésios 4:29
          Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.
                                                           
O que estou falando?
A palavra falada,
assim como a flecha lançada,
depois de disparadas,
não voltam mais.
Produzem seu efeito e chegam ao alvo.
Minha palavra é alva, falada com calma?
Ou minha palavra é torpe,
torpedeada de modo fútil, inútil,
apenas útil para arrasar?
Na minha palavra, o que identifico?
Com ela edifico, construo o amor
em quem me possa escutar?
Que as flechas de minhas palavras,
tensionadas e disparadas pelo arco de Cristo,
tenham pontaria clara e definida,
e nunca levem ruína e morte,
mas paz, esperança, amor e vida!
 
Kurt Hilbert

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Amar Mais a Ferramenta que a Obra


          Marcos 9:38-40
          “Mestre”, disse João, “vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos”. “Não o impeçam”, disse Jesus. “Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós está a nosso favor”.

          Filipenses 1:18
          O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro.

          Vamos imaginar a seguinte situação: há uma lavoura a ser feita e há um terreno para isso. Mas o terreno precisa ser preparado. É um local totalmente inexplorado. O que se precisa fazer? Primeiro, precisamos desmatá-lo, derrubar as árvores (antes que a turma do “politicamente correto” me xingue, quero dizer que não estou fazendo apologia ao desmatamento, isso é só um exemplo); segundo, depois das árvores derrubadas, é preciso limpar o restante, tirar os arbustos e a vegetação menor; em terceiro lugar, precisamos arar a terra; em quarto, capinar para aplainar os sulcos; por último, lançar a semente.
          Para cada passo desses há ferramentas apropriadas. Para o primeiro, podemos utilizar um machado; para o segundo, uma foice dá conta; para o terceiro, um arado cai bem; para o quarto, uma enxada. Por fim, semeamos.
          Não é lá muito inteligente arar com um machado, derrubar as árvores com uma enxada, capinar com uma foice ou usar um arado para limpar a vegetação menor. Para cada trabalho, a sua ferramenta.
          Podemos perguntar-nos: “Qual é a obra em questão?”
          Repostas possíveis: “É preparar a terra”. “É semear”. Alguém mais adiantado no pensamento poderia dizer: “É colher”. Bem, nenhuma delas está totalmente errada, tampouco está totalmente certa.
          A resposta mais acertada seria: “A obra em questão é produzir alimento para sustentar a vida”. Que tal? Concorda?
          Na chamada “Obra de Deus” também é assim.
          A Obra de Deus consiste em nos dar condições de produzir-se o alimento para sustentar a vida, a terrena e a transcendental – a chamada “vida eterna”.
          A Obra em si não é desmatar, limpar o terreno, ará-lo, capiná-lo – ou carpi-lo, dependendo da pronúncia que se use –, ou tão-somente semear. A Obra de Deus consiste em tudo isso. É desmatar, limpar, arar, capinar, semear, esperar o crescimento, colher, e alimentar-se da colheita!
          Para tudo na vida – e na Obra de Deus – há as ferramentas e os modos mais eficazes de se fazer as coisas. Todas são importantes. Nenhuma deve ser relegada a um segundo plano. Todas são dons, são bênçãos, são atos de amor.
          Quero voltar agora aos dois pontos bíblicos acima mencionados.
          No primeiro, Jesus ensina a seus discípulos que não há exclusividade. João relatou que eles – os discípulos de Jesus – queriam impedir de fazer a Obra aquele que “não era um dos nossos. Jesus ensina que não há essa coisa de “os nossos” e “os deles”. A resposta d’Ele foi sensacional: Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida, pois quem não é contra nós está a nosso favor”. Bingo!
          Depois, Paulo, em sua carta aos Filipenses, esclarece que não arrogava a si mesmo a prerrogativa de ser o único com “aval” para pregar o Evangelho, nem tampouco fazia questão de exclusividade ou de ser reconhecido como o melhor. Segundo ele, “o importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro”. Paulo entendia que o importante era pregar o Evangelho, não importando por quem e como. Paulo não desmerecia o trabalho dos outros, nem mesmo julgava este trabalho como certo ou errado em si mesmo, ou inferior ao seu trabalho. Paulo apenas se alegrava quando via Cristo sendo pregado! Que ensinamento!
          Juntando agora a historinha da lavoura e essas duas passagens bíblicas, quero fazer uma reflexão:
          Como é comum em nossos dias, nos meios cristãos, alguns arrogarem para si o direito de exclusividade! Quando não, fazem questão de deixar nas entrelinhas que, se não são exclusivos, ao menos os seus caminhos são os melhores. “Esta é a Obra de Deus”, dizem com relação à “sua” Igreja. Com isso, nas entrelinhas dizem que a “dos outros” não é. Assim como João disse a Jesus, eles dizem não são dos nossos”.
          Ou então dizem a si mesmos e aos do “seu grupo”: “O melhor modo de pregar o Evangelho, a melhor doutrina, o melhor dogma, a melhor Igreja, a verdadeira, é a nossa”. E a Palavra do Senhor diz que “o importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado.
          Estou convencido de que cada Igreja cristã, cada movimento, cada grupo, cada organização, cada site ou blog, cada revista, enfim, cada ferramenta que se usa para pregar e fomentar a fé em Deus através de Jesus Cristo, tudo isso, são tão-somente ferramentas. Não são a Obra de Deus em si – esta é muito maior, é imensurável.
          O problema é que algumas pessoas amam mais a ferramenta que a Obra! Estão tão concentradas em seu machado, em sua foice, em seu arado, em sua enxada, que não conseguem ver a lavoura como um todo. Não conseguem ver o processo como um todo. A Obra de Deus é mais até do que a lavoura, é o processo todo! E cada um faz parte do processo, e não é exclusivamente “o” processo.
          Lembro de uma música do Oswaldo Montenegro, onde há um verso que cita um pescador “que se encanta mais com a rede que com o mar”. Temos que amar as ferramentas como ferramentas, e a Obra como Obra. É necessário discernir.
          A Igreja A ou B não é sozinha a Obra de Deus. A doutrina A ou B não é somente ela a Obra de Deus. O site ou blog A ou B não são eles só a Obra de Deus. Ninguém, absolutamente ninguém – somente Cristo – é o “dono” da Obra de Deus. Tudo e todos somos ferramentas. E beneficiados.
          Os LIVRES DISCÍPULOS DE CRISTO são um modo de vida, como diz aí em cima no cabeçalho, junto ao logotipo. É uma ferramenta de internet. O trabalho de divulgar a Palavra, seja por e-mail, por blog, pessoalmente, tudo isso que usamos são ferramentas.
          Dia desses fui criticado por usar essa ferramenta. Fui criticado por irmãos de fé, por pessoas que lideram a Igreja, por pessoas que me são muito caras e amadas. Solicitaram que eu não enviasse mais e-mails, que tirasse o blog do ar, que suspendesse o trabalho sob o título LIVRES DISCÍPULOS DE CRISTO.  Fiquei muito triste com isso, claro, mas aceito a crítica, pois críticas servem – também – para construir. A resposta para esse tipo de crítica não serei eu quem a dá. Apenas peço a esses críticos que leiam Marcos 9:38-40 e Filipenses 1:18 – está logo acima, no cabeçalho deste texto.
          Precisamos todos – eu também – aprender a amar mais a Obra do Senhor do que as ferramentas em si.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

          Saudações,
          Kurt Hilbert

sábado, 14 de junho de 2014

O Dia-a-Dia



Romanos 12:9-21
          O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade. Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança, eu retribuirei” (Dt 32:35), diz o Senhor. Ao contrário: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele” (Pv 25:21-22). Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.
                                                             

Que o amor seja sincero!
Apegue-se ao que é bom.
Dê-se ao irmão no amor.
Que cresça o irmão mais que você.
Sem perceber, você também crescerá!
Zele, viva em espírito no amor;
servindo ao irmão, servirá ao Senhor!
Tenha alegria na esperança,
paciência na tribulação,
perseverança na oração.
Compartilhe o que tem
com o que não tem.
Se alguém o maldiz, bendiga-o.
Retribua maldição com bênção!
Alegre-se com os que se alegram,
chore com os que choram,
mas esteja sempre ao lado!
Trate a todos da mesma forma, em amor;
isto é humildade!
Não seja sábio aos seus próprios olhos.
Faça o que é certo.
Viva em paz com todos e nunca se vingue;
você não tem que fazer isso. Há quem o faça!
Se você tiver um inimigo,
se ele tiver fome, alimente-o;
se ele tiver sede, sacie-o.
Assim, você tocará a sua consciência!
Não se deixe vencer pelo mal;
ao mal, vença com o bem que você é!
E faça-o todos os dias.

 
Kurt Hilbert

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Reconhecimento Para Orar

         
          Lucas 23:42-43
          Então ele disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”.
 
          Dia desses estava na Igreja e quem oficiava falou que “quando não oramos, é por falta de reconhecimento”. Depois, quem co-oficiou salientou que para que possamos “reconhecer” é preciso que antes “conheçamos”, pois “reconhecer” é “conhecer novamente e continuamente, dia a dia”.
          Fiquei matutando naquilo. E concordo.
          Orar. Uma oração não tem necessariamente uma fórmula. Uma oração pode ser um pensamento, em sentimento, algumas palavras, enfim, uma oração é tudo aquilo que direcionamos a Deus. Isso é orar.
          Lembrei-me do assim chamado “bom ladrão”, aquele que foi crucificado com Jesus. A Bíblia diz que Jesus foi crucificado entre dois malfeitores. Um deles zombou de Jesus, enquanto que o outro “reconheceu” em Jesus a salvação. Por isso este é chamado popularmente de “bom ladrão”, porque reconheceu a Jesus (ainda que não saibamos se era de fato ladrão, pois malfeitor é aquele que faz coisas más, mas não necessariamente rouba. Enfim, esse não é o ponto central da história...).
          Para “reconhecer” a Jesus, subentende-se que já O conhecia de antemão, mesmo que fosse só de ouvir falar. Podemos deduzir isso, porque “xingou” o outro malfeitor, quando este insultava a Jesus; chamou-lhe a atenção para o fato de eles – os malfeitores – serem merecedores daquilo que padeciam, mas que Jesus era um homem justo, não merecendo passar por aquilo. Ali este homem “reconheceu” Jesus, pois podia vê-Lo como realmente era.
          E isso motivou o pedido que ele fez: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. Esse pedido foi uma oração. Ele reconheceu Jesus e “orou” a Jesus.
          A resposta de Jesus à oração feita pelo malfeitor que se arrependia e intercedia a Ele foi imediata: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”. Jesus não disse “amanhã”, ou “depois que Eu ressuscitar”, ou “quando eu voltar pela segunda vez”, ou coisas do tipo remetendo a um futuro sabe-se lá se distante ou provável. Não. Ele disse: Hoje. E não disse “vou ver o que posso fazer por você lá com meu Pai...”. Ele disse claramente: Eu lhe garanto”.
          Isso é uma oração! E isso é uma resposta à oração!
          Podemos crer nisso?
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert