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domingo, 29 de janeiro de 2023

Utopia Divina



Gálatas 5:14

Toda a Lei se resume num só mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.

 

O Evangelho tem um quê de utopia.

Utopia é um estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre as pessoas.

Sim, o Evangelho é utópico em si mesmo, porque resume de forma absolutamente simples a forma de viver segundo Jesus.

Nada poderia ser mais simples e proposital!

Os antigos conterrâneos e contemporâneos de Jesus – e de Paulo, que escreveu esta carta aos irmãos da igreja na Galácia, cujo ponto utilizo aqui como mote para este texto – tinham, como judeus que eram, mais de seiscentas leis a cumprir, para serem justificados diante de Deus e dos homens. Eram as leis que regiam o judaísmo como religião e como sociedade, e com um agravante: Pois quem obedece toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente (Tiago 2:10). Dá para imaginar a esquizofrenia que era viver sob um jugo assim?

Era assim para que as pessoas se dessem conta justamente da impossibilidade de justificação pelo cumprimento de leis, pele mérito próprio, pela justiça própria, pelos próprios esforços, sem a ajuda e, sobre tudo, a graça divina.

Havia que se depender da graça – e é disso que Deus trata, em e por Jesus.

O Evangelho mudo tudo isso, e para infinitamente melhor, trazendo a graça de Deus em estado puro!

Pois vem Jesus, Deus feito gente, e simplifica tudo de modo absurdo, dizendo que “tudo” depende do amor a Deus e ao próximo: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40).

Tudo se resume ao convívio amoroso com Deus e com as pessoas!

Tudo se resume a tratar os outros como gostaríamos de ser tratados pelos outros: Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles (Lucas 6:31).

Isso resume toda a Lei, seja de Moisés, seja de que homem for.

Eu não sei quantas leis existem na Constituição Brasileira, mas seriam desnecessárias, se cumpríssemos essa Lei proposta por Jesus.

Poderíamos legislar em termos de normas de tratamento institucional, regulamentação de leis trabalhistas, de negócios e negociações, de burocracias administrativas, em termos de contratos, das coisinhas do cotidiano, mas não teríamos necessidade de lei alguma e de nenhuma legalidade constituída no que tange ao tratamento entre os humanos, se tão-somente levássemos em consideração a “lei de Jesus”, aquilo que propõe o Evangelho.

É tão difícil assim?

É tão difícil tratarmos “todas” as pessoas como gostaríamos de ser tratados?

Quero que me cumprimentem com alegria nos lugares em que chego? Que eu faça isso!

Quero que não mintam para mim? Que eu não minta!

Não quero ser roubado? Que eu não roube!

Quero ser visitado se estou doente? Que eu visite os doentes!

Quero ser ajudado? Que eu ajude!

Quero ser amado? Que eu ame!

Sim, é uma utopia divina!

 

É isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 22 de janeiro de 2023

113 – A Família de José no Egito (Gênesis 41 a 46)


O42(versículo de Gênesis 41) faraó tirou do dedo o seu anel de selar I e o colocou no dedo de José. Mandou-o vestir linho fino I e colocou uma corrente de ouro I em seu pescoço.

O45 faraó deu a José o nome de Zafenate-Panéia II e lhe deu por mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois José foi inspecionar toda a terra do Egito.

José46 tinha trinta anos de idade quando começou a servir ao faraó, rei do Egito.

Antes50 dos anos de fome, Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, deu a José dois filhos. Ao51 primeiro, José deu o nome de Manassés III, dizendo: “Deus me fez esquecer todo o meu sofrimento e toda a casa de meu pai”. Ao52 segundo filho chamou Efraim III, dizendo: “Deus me fez prosperar na terra onde tenho sofrido”.

Durante os sete anos seguintes, José armazenou grãos. A fome, então, começou, e as pessoas de países distantes vinham ao Egito comprar o grão de José. Vieram seus irmãos, mas não o reconheceram. José quis saber se seus irmãos haviam mudado. Ele os testou escondendo uma taça de prata no saco de Benjamim. Quando os irmãos partiram de volta para casa, José mandou o seu mordomo atrás deles, para revistar os sacos. O mordomo achou a taça e a levou de volta a José. Judá implorou a José para que não escravizasse Benjamim e se ofereceu para ficar no lugar dele.

A1(versículo de Gênesis 45) essa altura, José já não podia mais conter-se diante de todos os que ali estavam.

“Cheguem4 mais perto”, disse José a seus irmãos. Quando eles se aproximaram, disse- lhes: “Eu sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito! Agora5, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês. Já6 houve dois anos de fome na terra, e nos próximos cinco anos não haverá cultivo nem colheita. Mas7 Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes as vidas com grande livramento”.

“Voltem9 depressa a meu pai e digam-lhe: Assim diz o seu filho José: Deus me fez senhor de todo o Egito. Vem para cá, não te demores. Tu10 viverás na região de Gósen IV e ficarás perto de mim – tu, os teus filhos, os teus netos, as tuas ovelhas, os teus bois e todos os teus bens. Eu11 te sustentarei ali, porque ainda haverá cinco anos de fome. Do contrário, tu, a tua família e todos os teus rebanhos acabarão na miséria.

Israel1(versículo de Gênesis 46) partiu com tudo o que lhe pertencia. Ao chegar a Berseba, ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai. E2 Deus falou a Israel por meio de uma visão noturna: “Jacó! Jacó!”

“Eis-me aqui”, respondeu ele.

“Eu3 sou Deus, o Deus de seu pai”, disse ele. “Não tenha medo de descer ao Egito, porque lá farei de você uma grande nação. Eu4 mesmo descerei ao Egito com você e certamente o trarei de volta. E a mão de José fechará os seus olhos”.

Jacó e sua família instalaram-se em Gósen e passaram a cuidar dos rebanhos do faraó. José fez as pazes com seus irmãos. Ele foi um grande governante do Egito, durante toda a sua vida, e morreu com a idade de cento e dez anos.

 

v     Para entender a história

José percebe que o ato de maldade dos irmãos salvou a sua família da fome, e que a sua ascensão ao poder fazia parte do plano de Deus. Com a família reunida no Egito, José, finalmente, entende o significado dos seus sonhos. As onze estrelas e feixes de trigo representam os seus irmãos, que agora servem a ele.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Anel de selar... linho fino... corrente de ouro – O faraó nomeou José para o cargo de vizir, o ministro-chefe do faraó e responsável pela administração do país. No Egito, era costume o vizir ganhar o anel do rei, que significava o selo real da autoridade, e ricas vestes que denotavam a sua alta posição. Acredita-se que a corrente de ouro representava o controle sobre os estoques de alimentos.

                                   II.     “Zafenate-Panéia” – O novo nome egípcio de José é uma lembrança do modo pelo qual chegou ao poder. Significa “revelador de segredos”.

                                III.     “Manassés... Efraim” – Em hebraico, “Manassés” significa “esquecer”. O nascimento do primeiro filho de José ajudou-o a esquecer a experiência amarga de seus primeiros anos. José chamou o segundo filho de “Efraim”, que quer dizer “frutífero”. Os descendentes de Efraim vieram a formar uma das mais numerosas das doze tribos de Israel.

                                IV.     “Na região de Gósen” – A região de Gósen ficava situada na parte nordeste do delta do Nilo. Era uma área fértil e é descrita como “a melhor parte da terra” (Gênesis 47:11). Na Bíblia, é também chamada de “terra de Ramassés”.

 

- Potífera, sacerdote de Om: Potífera vivia na cidade de Om, cerca de 10 quilômetros a nordeste do Cairo atual. Om era centro de adoração de Rá, o deus-sol, e o sacerdote de Om era um dos homens mais influentes do Egito. A cidade foi rebatizada pelos gregos de “Heliópolis”, que significa “Cidade do Sol”.

- Benjamim: O filho mais novo de Jacó era particularmente amado pelo pai. Jacó acreditava que Benjamim era o único filho sobrevivente de Raquel, a sua esposa favorita. José se lembrava do modo como fora tratado pelos irmãos, e somente os perdoou após ter certeza de que haviam mudado. Judá deu prova disso, quando se ofereceu para ficar preso no lugar de Benjamim.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Assuntos Controvertidos


Romanos 14:1

Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos.

 

O que é um assunto controvertido? Conceitualmente, é algo que é alvo de uma disputa, que tem uma característica específica ou uma particularidade; é algo que causa polêmica.

No tempo do “politicamente correto”, pode ser qualquer coisa com a qual não afinamos, sobre a qual tenhamos posições diferentes, e que temos que tratar “cheios de dedos”, sob pena de sermos “cancelados” nas mídias sociais ou mesmo na internet toda. E agora virou moda as pessoas “cancelarem” umas às outras, seja lá qual for o significado e o impacto psicológico que isso cause.

Aqui, agora, neste espaço, desejo falar daqueles que podem ser assuntos controvertidos dentro da fé, mesmo sem entrar neste ou naquele tema específico.

Dentro da própria fé cristã, podemos encontrar vários assuntos controvertidos, conquanto encontremos pessoas com diferentes opiniões formadas.

E é bom que haja opiniões formadas! Ruim é quando um se deixa guiar pela cabeça do outro e, neste caso, pode ser que ambos sejam cegos, espiritualmente falando, achando juntos o mesmo buraco. Sobre estes, Jesus diz: “Deixem-nos; eles são guias cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco” (Mateus 15:14). Somente Cristo deve ser a cabeça a nos guiar, segundo os ensinamentos dos Evangelhos: Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador (Efésios 5:23).

A Palavra usada aqui como mote deste texto diz para “aceitarmos o que é fraco na fé”. Isso não significa dizer que quem esteja nesta condição – a de estar fraco na fé – seja inferior, apenas que está em outro estágio no caminho, que é Cristo.

Cada um de nós é um ser individual, único e, portanto, percebedor das coisas de formas particulares. Cada um de nós olha a vida pelas suas próprias lentes. Cada um de nós é como é, pois foi educado por pessoas diferentes, com valores distintos, com uma história de vida diferente e única. Cada um de nós viveu suas próprias experiências, tristezas, alegrias, conquistas, perdas, traumas, sanidades e insanidades.

Ninguém é como eu sou – nem como você é.

Ninguém também é mais ou menos do que eu, apenas pode estar num degrau diferente na elevação espiritual.

Cada um, em amor, deve ser tratado de forma particular e especial. Gosto de uma expressão que diz que “a melhor maneira de tratar a todos igualmente, é tratar os diferentes de forma diferente”. Esta frase, se analisada sem preconceitos e de forma profunda, contém um grande ensinamento de vida!

Assim, quando alguém se abre ao Evangelho, deve ser tratado de forma particular e especial.

Jesus é o nosso Mestre também neste quesito. Ele tinha doze discípulos, enviados como apóstolos, mas, apesar de a todos tratar de forma igualitária – “Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo.” (Mateus 20:25-26) – tratava alguns de forma diferente: Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou a um alto monte, onde ficaram a sós. Ali ele foi transfigurado diante deles (Marcos 9:2). Até mesmo nalgumas ocasiões do dia a dia Ele fazia assim, mostrando que há ocasiões em que apenas alguns devem estar presentes: Quando chegou à casa de Jairo, não deixou ninguém entrar com ele, exceto Pedro, João, Tiago e o pai e a mãe da criança (Lucas 8:51).

Muitas vezes temos a oportunidade de falar com alguém em particular sobre o Evangelho. E aí, nesta ocasião, veremos, por perguntar, por ouvir e por empatia, como anda a situação desta pessoa na sua vida de fé. E dialogaremos nesse nível, em amor.

Por exemplo, quando você for falar sobre Jesus Cristo com alguém, pergunte como esta pessoa entende Jesus. O que lhe ensinaram, como ela enxerga o tema, como ela viveu sua fé, qual o impacto que o tema causa – tudo isso fará diferença na forma em que você abordará o assunto. Se você falar de forma muito simplória a alguém que já trilhou longo caminho na fé, sua abordagem parecerá por demais infantil e superficial. Se você for mais fundo no tema com alguém que está dando os primeiros passos, sua fala será infrutífera, pois a pessoa não o compreenderá. Quer um conselho? Pergunte às pessoas. Suas respostas lhe apontarão a forma de abordagem.

Seja como for, evite falar de assuntos controvertidos – especialmente nos primeiros momentos.

Assuntos como dízimos, guardar sábados, formas de batismo, dom de línguas, curas físicas, não são bons temas para primeiras conversas, além de pouco – ou nada – contribuírem.

Quer um tema central e que dá bons resultados? Este: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22:37-40). Discorrer sobre esta fala de Jesus rende longos e bons papos!

Eu tenho uma premissa básica, que levo a todos os lugares: “Em termos de fé cristã, havendo dez questões, possivelmente concordaremos em seis ou sete delas. Trabalho nestas questões. E sobre as discordantes – ou controversas –, deixo que o amor de Deus, aliado ao tempo, se encarregue de nos trazer a devida luz”.

Primeiramente, o Evangelho deve acolher, não rejeitar; deve ser inclusivo, não exclusivo; deve abraçar, não afastar.

Assim, iniciemos nos aceitando como somos, segundo o amor de Cristo!

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 8 de janeiro de 2023

112 – Sonhos do Faraó (Gênesis 39 a 41)


José20(versículo de Gênesis 39) ficou na prisão, mas21 o SENHOR estava com ele e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro. Por22 isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia. O23 carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José, porque o SENHOR estava com José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava.

Algum1(versículo de Gênesis 40) tempo depois, o copeiro e o padeiro do rei do Egito fizeram uma ofensa ao seu senhor, o rei do Egito. O2 faraó irou-se com os dois oficiais, o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros, e3 mandou prendê-los na casa do capitão da guarda, na prisão em que José estava. O4 capitão da guarda os deixou aos cuidados de José, que os servia.

Certa noite, os dois oficiais tiveram sonhos proféticos, e José os interpretou. José disse que o copeiro voltaria a servir o faraó, dentro de três dias, e que o padeiro morreria dentro de três dias. José pediu ao copeiro que mencionasse o seu nome ao faraó, quando ele o libertasse.

Três20 dias depois era o aniversário do faraó, e ele ofereceu um banquete a todos os seus conselheiros. Na presença deles reapresentou o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros; restaurou21 à sua posição o chefe dos copeiros, de modo que ele voltou a ser aquele que servia a taça do faraó, mas22 ao chefe dos padeiros mandou enforcar I, como José lhes dissera em sua interpretação.

O23 chefe dos copeiros, porém, não se lembrou de José; ao contrário, esqueceu-se dele.

Dois anos depois, o faraó teve sonhos perturbadores. No primeiro sonho, viu sete vacas gordas e saudáveis saindo do rio Nilo para pastar. A elas se seguiram sete vacas magras, que devoraram as sete vacas gordas. No segundo sonho, sete graúdas espigas de trigo saíam de um mesmo caule. Em seguida, sete espigas murchas e ressequidas brotaram e engoliram as sete espigas saudáveis.

Pela8(versículo de Gênesis 41) manhã, perturbado, mandou chamar todos os magos e sábios do Egito II e lhes contou os sonhos, mas ninguém foi capaz de interpretá-los.

Então9 o chefe dos copeiros disse ao faraó: “Hoje me lembro de minhas faltas”.

E contou ao faraó sobre a experiência que tivera com José na prisão, e de como ele interpretara os sonhos.

O14 faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois de se barbear III e trocar de roupa, apresentou-se ao faraó.

O15 faraó disse a José: “Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de interpretá-lo”.

Respondeu-lhe16 José: “Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma resposta favorável. Deus28 mostrou ao faraó aquilo que ele vai fazer. Sete29 anos de muita fartura estão para vir sobre toda a terra do Egito, mas30 depois virão sete anos de fome IV. Então todo o tempo de fartura será esquecido, pois a fome arruinará a terra”.

José mandou que o faraó estocasse grãos, a fim de que houvesse o suficiente para sustentar o Egito durante a fome. O faraó ficou tão impressionado, que fez de José o seu ministro-chefe.

 

v     Para entender a história

As previsões de José sobre o padeiro e o copeiro se realizaram. Mas ele teve que esperar, pacientemente, que fosse revelado o significado do seu próprio sonho. Deus continuou com ele e, após muitos anos de escravidão e prisão no Egito, José é indicado para o cargo mais importante, sendo o segundo em poder em todo o país, atrás apenas do faraó.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Ao chefe dos padeiros mandou enforcar – Há versões da Bíblia que usam o termo “enforcar”, como também “pendurar”. Ambos podem também representar “empalar”, exibindo o cadáver em público. Não fica claro qual o método usado, neste caso. No Egito, alguns cadáveres eram empalados, após serem degolados. Os egípcios acreditavam que, degolando uma pessoa, evitavam que sua alma seguisse para uma outra vida.

                                   II.     “Todos os magos e sábios do Egito” – Os egípcios acreditavam em magia. Usavam amuletos e recitavam encantos para afastar o mal. A magia também era usada para ajudar a evitar os perigos do parto. A consulta a feiticeiros e intérpretes de sonhos era uma prática comum.

                                III.     “Depois de se barbear” – A maioria dos israelitas usava barba. Posteriormente, isso se tornou uma exigência da Lei de Moisés: “Não cortem o cabelo dos lados da cabeça, nem aparem as extremidades da barba” (Levítico 19:27). Os egípcios, entretanto, usavam raspar a barba. Sacerdotes raspavam inteiramente a cabeça, o que era necessário para assegurar a sua limpeza.

                                IV.     “Sete anos de fome” – Fontes antigas registram graves ondas de fome no Egito, nessa época. O Nilo era vital para a vida no Egito. As enchentes anuais do rio fertilizavam o solo necessário às plantações. Se a água ficasse baixa demais ou alta demais, o resultado era desastroso para a agricultura.

 

- Sonhos: No Oriente Médio antigo, acreditava-se que os sonhos tinham significados específicos, que poderiam determinar o futuro, se fossem interpretados de maneira correta. No Egito, os sonhos do faraó eram considerados particularmente importantes, pois ele era cultuado como a forma terrestre de Hórus, o deus do sol. Os egípcios acreditavam que o destino do Egito dependia do destino do faraó.

- As Sete Vacas: O cenário do sonho do faraó era uma paisagem familiar para os egípcios, pois o gado mergulhava no rio Nilo para se proteger dos insetos e do calor. Hátor, uma das deusas egípcias, costumava ser reproduzida como uma vaca emergindo do Nilo. Ela era considerada a fonte da fertilidade do Egito.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.