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sábado, 31 de dezembro de 2022

2023 é Chegado...



Desde os primórdios os seres humanos têm aprendido a identificar sinais para estabelecerem inícios e fins de ciclos em suas vidas.

Somos seres cíclicos, e pausas para avaliações e planejamentos são salutares.

Ciclos devem ser iniciados, e ciclos devem ser encerrados.

“Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de sinais para marcar estações, dias e anos (Gênesis 1:14).

Esta Palavra nos ensina – segundo a forma que poderia ser compreendida no tempo em que foi escrita – que Deus já inspirou os humanos desde logo a lerem “do céu” os sinais e, com eles, marcarem “estações, dias e anos”.

Findamos um ano e iniciamos outro...

Que possamos, numa prece, agradecer pelo ano que finda, e que possamos elevar ao Senhor nossos pensamentos/sentimentos/desejos/pedidos para o ano que adentra, já agradecendo antecipadamente.

Muitos se dedicam a fazer planos para este novo ano, e é bom que assim se faça, pois, como seres cíclicos, é importante findarmos e iniciarmos ciclos, como já disse a alguns parágrafos acima.

Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do SENHOR (Provérbios 19:21).

Lendo este Provérbio, entendo que, além dos planos, a vida precisa ter propósito.

Propósito significa finalidade ou intuito.

Ter um propósito envolve descobrir o que você ama fazer e o que lhe faz feliz.

Envolve o que vale a pena fazer, o que o faz levantar numa segunda-feira com alegria, com energia e com sentido para o dia, para a semana, para o mês, para o ano – para a vida.

Envolve também – e sobretudo – descobrir o seu propósito espiritual, aquele que vem de Deus, que transcende as efemeridades e torna-se eterno.

Que 2023 possa ser um ano de descoberta de propósitos, e que venha repleto de bênçãos!


Kurt Hilbert

sábado, 24 de dezembro de 2022

A Mídia da Época Anunciando o Natal


Hoje em dia, as mídias também anunciam o Natal.

Muitas delas, com o teor comercial da data. Pouquíssimas anunciam o Natal em seu real significado, como Deus vindo entre nós na forma ainda de um menino, lá em Belém da Judéia.

Se voltarmos no tempo, vemos como Deus providenciou mídias para anunciarem este acontecimento único.

Primeiramente, a mídia usada para anunciar o Salvador aos pastores nos campos, isto é, às pessoas simples que estavam envolvidas em seu trabalho cotidiano, foi um ser de outra dimensão, chamado de anjo.

Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2:10-11).

O anjo midiático abriu o anúncio, pacificando aqueles estupefatos pastores de ovelhas, dizendo para não terem medo. Depois lhes disse que trazia boas notícias, que causariam neles – e na humanidade toda, ao longo dos tempos – grande alegria. Sim, era para a alegria deles que era trazida a notícia, alegria deles e de todo o povo. O Cristo nascia em Belém, a cidade de Davi. A salvação humana se fazia possível, pois Deus vinha habitar entre nós. Que bela notícia!

Este foi o relato de Lucas, o médico que escreveu em forma de reportagem o seu Evangelho, a pedido de um amigo/irmão chamado Teófilo.

Já Mateus – ou Levi –, o coletor de impostos, contado pela sociedade como “um publicano e pecador”, mas que se tornou um discípulo que acompanhou Jesus, aceitando o Seu chamado, nos conta de outra mídia usada para anunciar o nascimento do “rei dos judeus”.

Este não foi um anúncio feito ao povo, nem aos religiosos, nem aos poderosos, mas a estrangeiros – chamados de gentios, mal-vistos pelos judeus –, significando a universalidade do Messias/Cristo/Ungido/Salvador.

A mídia aqui usada seria uma estrela, quase um GPS ou um Waze, a guiar aqueles a quem o anúncio era feito.

Sim, Jesus chegava ao mundo todo, para todo mundo!

Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo” (Mateus 2:1-2).

Mateus nos conta que o evento natalício de Jesus impactou o mundo de tal forma que, num tempo de precários meios de comunicação, magos “vindos do oriente” souberam do Seu nascimento por uma estrela, isto é, o universo O anunciava.

Nas palavras dos próprios magos, a mídia do Cristo era “a sua estrela”.

Os magos não eram judeus. A sua homenagem ao “rei dos judeus” representa a alegria de todas as nações que reconhecem Jesus como o seu Salvador. Eles foram a Jerusalém, capital dos judeus, porque era lá que esperavam encontrar um rei.

Depois, o mensageiro/estrela os conduziu para onde o menino estava.

Esta passagem, incluindo gentes de todos os pagos, representa a universalidade do Cristo, não circunscrito a um povo só, mas a todos os povos, e que transcende oriente e ocidente, além de transcender religiosidades e dogmas doutrinários.

Cumpre-se n’Ele a suprema declaração d’Ele a respeito d’Ele mesmo: Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).

Hoje lhe convido a prestar atenção à sua volta. Muitas mídias podem estar sendo usadas para lhe comunicar a Palavra de Deus.

Podem ser anjos, estrelas, pessoas, formas, sons e silêncios, cores, luzes e pequenos brilhos. Pode ser uma pregação, um livro, a internet... Pode ser qualquer coisa...

Cristo está entre nós, nascendo todos os dias quando a Ele damos espaço e manjedoura em nosso coração.

Até este pequeno texto pode ser uma mídia a lhe anunciar o nascimento do amor.

Se você chegou até aqui, lhe desejo um abençoado e feliz Natal!

 

Kurt Hilbert

sábado, 17 de dezembro de 2022

111 – José e Seus Irmãos (Gênesis 37 a 39)


Quando2(versículo de Gênesis 37) José tinha dezessete anos, pastoreava os rebanhos com os seus irmãos. Ajudava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e contava ao pai a má fama deles. Ora3, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro filho, porque lhe havia nascido em sua velhice; por isso mandou fazer para ele uma túnica longa. Quando4 os seus irmãos viram que o pai gostava mais dele do que de qualquer outro filho, odiaram-no e não conseguiam falar com ele amigavelmente.

José teve dois sonhos. No primeiro, ele o os irmãos atavam feixes de trigo, quando os feixes dos irmãos se prostraram diante dos feixes dele. No segundo sonho, o sol, a lua e onze estrelas, todas se curvavam diante de José. Ao ouvirem isso, os irmãos acharam que ele pretendia dominá-los, e o odiaram ainda mais. Certo dia, Jacó (Israel) mandou José procurar os irmãos, que estavam trabalhando no campo, para ver se estava tudo bem.

“Lá19 vem aquele sonhador!”, diziam uns aos outros. “É20 agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos”.

Quando21 Rúben ouviu isso, tentou livrá-lo das mãos deles, dizendo: “Não lhe tiremos a vida!” E22 acrescentou: “Não derramem sangue. Joguem-no naquele poço no deserto, mas não toquem nele”. Rúben propôs isso com a intenção de livrá-lo e levá-lo de volta ao pai.

Chegando23 José, seus irmãos lhe arrancaram a túnica longa, agarraram-no24 e o jogaram no poço, que estava vazio e sem água.

Ao25 se assentarem para comer, viram ao longe uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade. Seus camelos estavam carregados de especiarias, bálsamo e mirra, que eles levavam para o Egito.

Quando28 os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito.

Então31 eles mataram um bode, mergulharam no sangue a túnica de José e32 a mandaram ao pai com este recado: “Achamos isto. Veja se é a túnica de teu filho”.

Ele32 a reconheceu e disse: “É a túnica de meu filho! Um animal selvagem o devorou! José foi despedaçado!”

Então34 Jacó rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco I e chorou muitos dias por seu filho.

José1(versículo de Gênesis 39) havia sido levado para o Egito II, onde o egípcio Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá.

O2 SENHOR estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio. Quando3 este percebeu que o SENHOR estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava, agradou-se4 de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía.

José6 era atraente e de boa aparência, e7, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: “Venha, deite-se comigo!”

Ela12 o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: “Vamos, deite-se comigo!” Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela.

A mulher de Potifar guardou o manto e disse ao marido que José tinha tentado abusar dela. Potifar ficou furioso e mandou prender José.

 

v     Para entender a história

O favoritismo e os sonhos de José são demais para os irmãos agüentarem, e eles resolvem matá-lo. Entretanto, Deus tem outros planos para José. Sua vida é poupada, e ele consegue prosperar no Egito, apesar das circunstâncias. Deus está com José como esteve, antes dele, como Abraão, Isaque e Jacó.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Vestiu-se de pano de saco – Pano de saco é um material grosseiro feito de pêlo de camelo ou cabra. Os israelitas o usavam como sinal de prece, arrependimento ou pranto. Quando alguém morria, era comum as pessoas consternadas ficarem em casa e jejuar por alguns dias. Também esfregavam cinzas ou terra no rosto e nos cabelos.

                                   II.     “Levado para o Egito” – Embora José tivesse sido levado ao Egito para ser vendido, o comércio de escravos não era uma prática comum. Mercadores árabes, em geral, compravam especiarias e resinas aromáticas. Os egípcios precisavam de grandes quantidades desses produtos para a fabricação de perfumes e medicamentos, e para a mumificação. As principais exportações do Egito eram ouro, linho, papiro, peixe e grãos.

 

- A túnica de José: A tradução grega descreve a túnica de José como sendo multicolorida. Aqui ela é descrita como “longa” e, provavelmente, feita de fios coloridos e ricamente ornamentada. Nessa época, vestes bordadas eram muito valorizadas no Egito e na Mesopotâmia, e conferiam status especial a quem as vestia.

- Caravana de ismaelitas: Os ismaelitas eram descendentes de Ismael, o filho mais velho de Abraão. Dividiam-se em doze tribos e viviam nos desertos da Arábia Setentrional. O termo “ismaelitas” também era um termo genérico usado para descrever todos os mercadores árabes.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 11 de dezembro de 2022

A Eterna Cruz


 

A Cruz da História é somente a da Crucificação.

A Cruz é o que vem antes de tudo, inclusive da Crucificação.

O Cordeiro de Deus foi imolado antes da criação de qualquer criação.

Por essa mesma razão Aquele que tem o poder de “abrir o Livro e lhe desatar os selos” é o Leão de Judá, a Raiz de Davi, mas quando essas faces são procuradas por João — que antes chorava muito em desesperança (Apocalipse 5:4-5) —, quem ele vê é um Cordeiro “que parecia ter estado morto”.

Nós cristãos pensamos que nossa salvação veio do sofrimento de Jesus por nós!

Sofrimento não salva, apenas amargura e mata!

Nossa salvação não vem da Crucificação, mas da Cruz!

A Crucificação é um cenário!

A Cruz é o sacrifício eterno que teve na Crucificação apenas o seu cenário histórico!

Quando Paulo diz que só se gloriava na Cruz, ele não nos aponta um espetáculo histórico, o qual ele nunca nem perdeu tempo em “descrever” como evento martirizante e agonizante.

Para ele a Cruz era “o mistério outrora oculto e agora revelado” — com todas as implicações da graça em nosso favor.

A Crucificação estava exposta às interpretação dos sentidos humanos: “Este era verdadeiramente o Filho de Deus” — confessava o centurião, perplexo com o modo como Jesus morrera. Também reagia assustado diante do fato que a terra tremia enquanto a escuridão envolvia subitamente a tarde daquele dia.

A Cruz, todavia, é infinitamente maior que a Crucificação. O Sangue que purifica de todo pecado não é um líquido; é uma oferta de amor perdoador que existiu como tal ainda antes que qualquer forma de sangue tivesse sido criada.

A Cruz é uma eterna decisão de Deus com Deus. O Sangue Eterno é a Decisão da graça!

Na História, o sangue foi derramado para manifestar aquilo que em Deus já estava feito!

Jesus Consumou o que n’Ele já estava Consumado desde a eternidade!

Na Páscoa, portanto, celebra-se o cordeiro simbólico que aparece desde o Gênesis. Ganha rito instituído no Êxodo, é praticado durante séculos e tem sua Realização Histórica na Crucificação. A Cruz, no entanto, é o Fator Criador por trás de toda criação: o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo!

Nessa consciência o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.

Por isso é que eu posso caminhar sem medo.

Não procurarei aquilo que faz sofrer e que é pecado. Mas também não vivo mais as fobias e neuroses do pecado.

É a certeza da graça eterna aquilo que nos dá paz para viver na terra. Sem o êxodo da Crucificação apenas como cenário para a Cruz como bem eterno que garante paz com Deus e vida na terra, ninguém tem paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

A Crucificação é o Cenário exterior!

A Cruz tem que ser a Realidade interior!

A Crucificação revela a maldade humana!

A Cruz revela a salvação de Deus!

Quem crê é Justificado e tem paz com Deus. Além disso, já passou da morte para a vida!

 

(um texto de Caio Fábio d’Araújo Filho)

domingo, 4 de dezembro de 2022

110 – Jacó Retorna a Canaã (Gênesis 31 – 35)


 

E3(versículo de Gênesis 31) o SENHOR disse a Jacó: “Volte para a terra de seus pais e de seus parentes, e eu estarei com você”.

Então4 Jacó mandou chamar Raquel e Lia para virem ao campo onde estavam os seus rebanhos, e5 lhes disse: “Vejo que a atitude do seu pai para comigo não é mais a mesma, mas o Deus de meu pai tem estado comigo. Vocês6 sabem que trabalhei para seu pai com todo o empenho, mas7 ele tem me feito de tolo, mudando o meu salário dez vezes. Contudo, Deus não permitiu que ele me prejudicasse”.

Raquel14 e Lia disseram a Jacó: “Temos ainda parte na herança dos bens de nosso pai? Não15 nos trata ele como estrangeiras? Não apenas nos vendeu como também gastou tudo o que foi pago por nós! Toda16 a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos. Portanto, faça tudo quanto Deus lhe ordenou”.

Então17 Jacó ajudou seus filhos e suas mulheres a montar nos camelos, e18 conduziu todo o seu rebanho, junto com todos os bens que havia acumulado em Padã-Arã, para ir à terra de Canaã, à casa de seu pai Isaque.

Enquanto19 Labão tinha saído para tosquiar suas ovelhas, Raquel roubou de seu pai os ídolos do clã I. Foi20 assim que Jacó enganou a Labão, o arameu, fugindo sem lhe dizer nada. Ele21 fugiu com tudo o que tinha e, atravessando o Eufrates, foi para os montes de Gileade.

Labão perseguiu Jacó e, quando o alcançou, houve uma violenta discussão. Mas Deus falou com Labão, em um sonho, e o alertou para que não ferisse Jacó; por isso, a disputa foi resolvida pacificamente, e Labão voltou para casa.

Jacó3(versículo de Gênesis 32) mandou mensageiros adiante dele a seu irmão Esaú, na região de Seir, território de Edom.

Quando6 os mensageiros voltaram a Jacó, disseram-lhe: “Fomos até seu irmão Esaú, e ele está vindo ao seu encontro, com quatrocentos homens”.

Jacó7 encheu-se de medo e foi tomado de angústia.

Então9 Jacó orou:

“Livra-me11, rogo-te, das mãos de meu irmão Esaú, porque tenho medo que ele venha nos atacar, tanto a mim como às mães e às crianças. Pois12 tu prometeste: ‘Esteja certo de que eu o farei prosperar e farei os seus descendentes tão numerosos como a areia do mar, que não se pode contar’”.

Depois13 de passar ali a noite, escolheu entre os seus rebanhos um presente para o seu irmão Esaú: duzentas14 cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros, trinta15 fêmeas de camelo com seus filhotes, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentos.

Naquela22 noite Jacó levantou-se, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos para atravessar o lugar de passagem do Jaboque II. Depois23 de havê-los feito atravessar o ribeiro, fez passar também tudo o que possuía. E24 Jacó ficou sozinho. Então veio um homem que se pôs a lutar com ele III até o amanhecer. Quando25 o homem viu que não poderia dominá-lo, tocou na articulação da coxa de Jacó, de forma que lhe deslocou a coxa IV, enquanto lutavam. Então26 o homem disse: “Deixe-me ir, pois o dia já desponta”. Mas Jacó lhe respondeu: “Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes”.

O homem o abençoou e, após ter ido embora, Jacó preparou-se para encontrar Esaú. Para alívio e prazer de Jacó, Esaú o saudou afetuosamente. Esaú aceitou os presentes de Jacó e voltou para Seir. Jacó desfez-se dos ídolos e seguiu para Betel. Lá, Jacó ergueu um altar, e Deus falou com ele.

Depois9(versículo de Gênesis 35) que Jacó retornou de Padã-Arã, Deus lhe apareceu de novo e o abençoou, dizendo10: “Seu nome é Jacó, mas você não será mais chamado Jacó; seu nome será Israel V”. Assim lhe deu o nome de Israel.

E11 Deus ainda lhe disse: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; seja prolífero e multiplique-se. De você procederão uma nação e uma comunidade de nações, e reis estarão entre os seus descendentes. A12 terra que dei a Abraão e a Isaque, dou a você; e também aos seus futuros descendentes darei esta terra”.

Eles16 partiram de Betel, e quando ainda estavam a certa distância de Efrata, Raquel começou a dar à luz com grande dificuldade. E17, enquanto padecia muito, tentando dar à luz, a parteira lhe disse: “Não tenha medo, pois você ainda terá outro menino”. Já18 ao ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo, deu ao filho o nome de Benoni. Mas o pai deu-lhe o nome de Benjamim VI.

Depois27 Jacó foi visitar seu pai Isaque em Manre, perto de Quiriate-Arba, que é Hebrom, onde Abraão e Isaque tinham morado. Isaque28 viveu cento e oitenta anos. Morreu29 em idade bem avançada e foi reunido aos seus antepassados. E seus filhos Esaú e Jacó o sepultaram.

 

v     Para entender a história

Quando Deus fez a sua primeira promessa a Jacó, em Betel, este não reconheceu de imediato Deus como o seu Senhor. Ao contrário de Abraão e Isaque, Jacó teve que lutar com a sua fé. Mas a experiência mostra a Jacó que Deus está sempre com ele. Ao voltar a Betel, Jacó aceitou Deus incondicionalmente.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Os ídolos do clã – Labão e sua família cultuavam os deuses mesopotâmicos locais. As pessoas mantinham em casa reproduções de deuses, acreditando que esses ídolos lhes trariam proteção e bênçãos. Raquel talvez tenha roubado os ídolos na esperança de que os protegessem durante a longa viagem até Canaã.

                                   II.     “Passagem do Jaboque” – O Jaboque é conhecido atualmente como rio Zerqa. Desemboca no rio Jordão 25 quilômetros ao norte do Mar Morto e é um dos principais tributários orientais do Jordão.

                                III.     “Um homem que se pôs a lutar com ele” – Sozinho e com medo, Jacó encontra um homem misterioso. O embate é o ápice de uma vida de lutas para Jacó, tanto com relação à sua família quanto à fé. O homem é uma manifestação de Deus, que disse que estaria sempre com Jacó. Ele surge no momento mais sombrio para Jacó.

                                IV.     “Lhe deslocou a coxa” – O texto bíblico (capítulo 32:31-32) diz que, depois disso, Jacó passou a mancar. Puxar a perna constituía-se em uma marca para Jacó lembrar que, apesar de todos os seus esforços, encontrava-se irremediavelmente dependente de Deus.

                                   V.     “Seu nome será Israel” – O nome “Israel” significa “ele empenha-se com Deus”. Após uma longa luta, finalmente, reconhece Deus como fonte de suas bênçãos. Jacó, o “usurpador”, é um homem mudado. Deus lhe dá um novo nome e renova com “Israel” a aliança feita com Abraão.

                                VI.     “Benoni... Benjamim” – Raquel morreu ao dar à luz o décimo segundo filho de Jacó. O nome que ela lhe deu significa “filho da minha dor”. Jacó deu-lhe o nome de “Benjamim”, que quer dizer “filho de minha mão direita”. O nome também pode ser traduzido por “filho do sul”. Isso porque os hebreus se orientavam encarando o leste; dessa forma, o sul ficava à direita. Benjamim foi o único dos filhos de Jacó a nascer no sul.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 27 de novembro de 2022

Você e os de Sua Casa



Atos 16:31

Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”.

 

A Palavra aqui usada como base para este texto foi a resposta do apóstolo Paulo ao carcereiro que estava incumbido de guardar a prisão onde ele e Silas estavam.

Vamos entender o contexto desta cena, trazendo o que está escrito um pouco antes:

Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus; os outros presos os ouviam. De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados. Imediatamente todas as portas se abriram, e as correntes de todos se soltaram. O carcereiro acordou e, vendo abertas as portas da prisão, desembainhou sua espada para se matar, porque pensava que os presos tivessem fugido. Mas Paulo gritou: “Não faça isso! Estamos todos aqui!” O carcereiro pediu luz, entrou correndo e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Então levou-os para fora e perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os da sua casa” (Atos 16:25-31).

Não estranhe a tentativa do carcereiro se matar ao achar que os prisioneiros tivessem fugido. Era costume de o Império Romano punir severamente um militar que, por negligência – veja que ele estava dormindo –, permitisse a fuga de um prisioneiro. Por vezes, era torturado e até morto. Daí o carcereiro preferir o suicídio ao martírio.

Pois bem, fato é que os prisioneiros não fugiram e isso deu um enorme alívio ao carcereiro, a ponto dele querer saber sobre a “salvação” promovida pelo Deus de Paulo e Silas – lembre que, antes disso, eles estavam “orando e cantando hinos a Deus”.

Diante da pergunta do carcereiro, a resposta do apóstolo foi direcionada não somente a ele, mas também à sua família.

Dia desses, eu conversava com alguém quanto a questão de um ou dois de uma família seguirem o Evangelho, independentemente da denominação da igreja, e os demais da família não seguirem. Por um lado, isso pode entristecer, pois parece que somente quem segue será “salvo”, e os demais não.

Mas não é isso que esta Palavra dita por Paulo ensina. O apóstolo diz claramente que “serão salvos você e os de sua casa”. Isso vem ao encontro de outra Palavra, dita pelo mesmo apóstolo, quando escrevia à igreja em Corinto: Se um irmão tem mulher descrente, e ela se dispõe a viver com ele, não se divorcie dela. E, se uma mulher tem marido descrente, e ele se dispõe a viver com ela, não se divorcie dele. Pois o marido descrente é santificado por meio da mulher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido (1º Coríntios 7:12-14).

E o requerido para isso não é necessariamente ser “membro da igreja”, do ponto de vista de ser um freqüentador de certo local de missa ou culto, ou outro nome que se dê às reuniões eclesiásticas. Não é esse o requisito principal. O requisito principal está no início da Palavra, onde diz para “crer em Jesus”.

Ora, quando cremos em Jesus – mas de verdade, não de faz de conta –, quando a cada dia escolhemos renovar a nossa decisão por Ele, quando colocamos nas mãos d’Ele cada dia diante de nós, quando buscamos na Sua Palavra a leitura diária como hábito salutar à alma, quando vivemos – mas de verdade, não de faz de conta – os Seus ensinamentos e mandamentos, quando Ele tem o senhorio sobre nossas vidas, quando nossas palavras e atitudes se coadunam, dia a dia, com as d’Ele, bem, quando for assim, é muito difícil que o nosso modo de vida advindo de um agir/ser assim não influencie os que estão à nossa volta, especialmente os da nossa casa.

Lembro do que foi escrito aos irmãos da Galácia: E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé (Gálatas 6:9-10).

Será através do nosso ser/agir que a graça de Deus tocará a todos os da nossa família!

Depois, claro, será uma livre decisão de cada um seguir na fé em Cristo ou não.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 20 de novembro de 2022

109 – Jacó e as Filhas de Labão (Gênesis 29 – 30)

 

Labão16(versículo de Gênesis 29) tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o da mais nova, Raquel I. Lia17 tinha olhos meigos, mas Raquel era bonita e atraente. Como18 Jacó gostava muito de Raquel, disse: “Trabalharei sete anos em troca de Raquel, sua filha mais nova”.

Labão19 respondeu: “Será melhor dá-la a você do que a algum outro homem. Fique aqui comigo”. Então20 Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a amava.

Então21 disse Jacó a Labão: “Entregue-me a minha mulher. Cumpri o prazo previsto e quero deitar-me com ela”.

Então22 Labão reuniu todo o povo daquele lugar e deu uma festa. Mas23 quando a noite chegou, deu sua filha Lia a Jacó, e Jacó deitou-se com ela. Labão24 também entregou sua serva Zilpa à sua filha, para que ficasse a serviço dela.

Quando25 chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a Labão: “Que foi que você me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por que você me enganou?”

Labão26 respondeu: “Aqui não é costume II entregar em casamento a filha mais nova antes da mais velha. Deixe27 passar esta semana de núpcias e lhe daremos também a mais nova, em troca de mais sete anos de trabalho III”.

Jacó28 concordou. Passou aquela semana de núpcias com Lia, e Labão lhe deu sua filha Raquel por mulher. Labão29 deu a Raquel sua serva Bila, para que ficasse a serviço dela. Jacó30 deitou-se também com Raquel, que era a sua preferida. E trabalhou para Labão outros sete anos.

Quando31 o SENHOR viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos; Raquel, porém, era estéril. Lia32 engravidou, deu à luz um filho, e deu-lhe o nome de Rúben, pois dizia: “O SENHOR viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará”.

Lia deu mais três filhos a Jacó: Simeão, Levi, e Judá. Mas Raquel permanecia estéril. Embora Raquel fosse amada por Jacó, ela tinha muito ciúme da irmã.

Quando1(versículo de Gênesis 30) Raquel viu que não dava filhos a Jacó, teve inveja de sua irmã. Por isso disse a Jacó: “Dê-me filhos ou morrerei!”

Jacó2 ficou irritado e disse: “Por acaso estou no lugar de Deus, que a impediu de ter filhos?”

Então3 ela respondeu: “Aqui está Bila, minha serva. Deite-se com ela, para que tenha filhos em meu lugar e por meio dela eu também possa formar família”.

Por4 isso ela deu a Jacó sua serva Bila por mulher IV. Ele deitou-se com ela, Bila5 engravidou e deu-lhe um filho. Então6 Raquel disse: “Deus me fez justiça, ouviu o meu clamor e deu-me um filho”. Por isso deu-lhe o nome de Dã.

Bila7, serva de Raquel, engravidou novamente e deu a Jacó o segundo filho. Então8 disse Raquel: “Tive grande luta com minha irmã V e venci”. Pelo que o chamou Naftali.

Quando Lia parou de dar filhos a Jacó, ela lhe deu a própria criada Zilpa como mulher, que teve dois filhos. Depois, Lia teve mais dois filhos e uma filha.

Então22 Deus lembrou-se de Raquel. Deus ouviu o seu clamor e a tornou fértil. Ela23 engravidou, e deu à luz um filho e disse: “Deus tirou de mim a minha humilhação”. Deu-lhe24 o nome de José e disse: “Que o SENHOR me acrescente ainda outro filho”.

Depois25 que Raquel deu à luz VI José, Jacó disse a Labão: “Deixe-me voltar para a minha terra natal. Dê-me26 as minhas mulheres, pelas quais o servi, e os meus filhos, e partirei. Você bem sabe quanto trabalhei para você”.

Labão se dispôs a pagar a Jacó em animais, se ele ficasse. Labão fez de tudo para trapacear Jacó, mas, por mais que fizesse, nada adiantou. Os rebanhos de Jacó não paravam de crescer.

Assim43 Jacó ficou extremamente rico, tornando-se dono de grandes rebanhos VII e de servos e servas, camelos e jumentos.

 

v     Para entender a história

Jacó, que trapaceou com o irmão pelo direito de primogenitura, por sua vez, é enganado pelo tio. Labão ilude Jacó e o faz trabalhar durante vinte anos, embora Jacó se saia muito bem da situação. Com a bênção de Deus, ele se tornou um homem rico e pai de doze filhos, que serão os antepassados das doze tribos de Israel.

 

v     Curiosidades

                                      I.     O nome da mais velha era Lia, e o da mais nova, Raquel – O nome Lia significa “vaca”, e Raquel significa “ovelha”. Esses nomes eram muito populares entre os pastores porque significavam prosperidade.

                                   II.     “Aqui não é costume” – Não há evidências que comprovem essa afirmação. A posterior Lei de Moisés proíbe que um homem se case com a irmã de sua esposa, enquanto esta estiver viva.

                                III.     “Mais sete anos de trabalho” – Um homem devia dar um dote por uma filha. Jacó trabalhou para Labão porque não tinha riquezas para pagar por Raquel. Labão trapaceou, fazendo Jacó trabalhar mais sete anos.

                                IV.     “Ela deu a Jacó sua serva Bila por mulher” – Raquel recorreu à mesma solução adotada por Sara, para lidar com a sua infertilidade. Dando ao marido a criada, Raquel passaria a ser, legalmente, a mãe de qualquer filho dela.

                                   V.     “Grande luta com minha irmã” – A trapaça de Labão causou grande infelicidade às duas filhas. Lia estava desesperada pelo amor de Jacó, e Raquel tinha ciúmes da fertilidade de Lia. O conflito entre elas se reflete nos nomes que deram aos filhos; como Rúben, que significa “veja, um filho”, e Naftali, que quer dizer “minha batalha”.

                                VI.     “Depois que Raquel deu à luz” – Assim que Jacó teve um filho da mulher que amava, preparou-se para voltar à Terra Prometida. Mas a aliança de Deus não seria herdada por um filho apenas. Ironicamente, é Judá, filho de Lia, que será o antepassado da linhagem real de Davi.

                             VII.     “Dono de grandes rebanhos” – Nos tempos seminômades dos Patriarcas, a riqueza de um homem era medida pelo tamanho de seus rebanhos. Ovelhas e cabras forneciam carne, leite, queijo e coalhada, e a lã era usada para fabricar roupas.

 

- O logro de Labão: No Oriente Médio, os homens, em geral, festejavam os casamentos em separado das mulheres, e muito vinho era consumido nos banquetes. Jacó, provavelmente, estava embriagado quando Labão lhe levou a esposa, que, por tradição, usava um véu para ocultar seu rosto do noivo. Para ajudá-lo no logro, Labão contou com a escuridão da noite. Isso nos recorda o modo pelo qual Jacó enganou o pai ao tirar vantagem da cegueira de Isaque.

- O véu facial: Atualmente, no Oriente Médio, o véu é usado como sinal de modéstia. Os estilos variam, de região para região. Alguns véus são enfeitados com borlas e moedas.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.