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domingo, 27 de junho de 2021

Orar é Alcançar a Mão


  

          Marcos 11:22-24

          “Tenham fé em Deus. Eu lhes asseguro que se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim lhe será feito. Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”.

 

          Marcos 11:25-26

          “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados. Mas se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados”.

 

          Há alguns dias escrevi e postei um artigo onde, ao final, eu falava deste que aqui hoje escrevo e posto. Dizia eu ao final daquele artigo intitulado “A Atemporalidade da Oração”:

          Vou deixar um spoiler aqui: dentro em pouco, num outro texto, quero falar sobre uma característica/prática da oração, que é o “alcançar a mão pela oração” em direção àquilo que queremos trazer à nossa vida (sempre levando-se em consideração o “orar segundo a vontade de Deus”), com base no “está consumado, está feito”. Aguarde.

          Pois bem. Não é preciso mais aguardar. Aqui está o texto prometido.

          E começo este texto referenciando acima, logo abaixo do título, duas passagens bíblicas, uma contígua à outra, pois em si elas se complementam.

          Na primeira, Jesus dá uma espécie de “passo a passo para fazer acontecer”, mediante a oração, pois Seus discípulos ficaram impressionados com a “figueira que secara” – você pode ler o acontecido no capítulo 11 do Evangelho de Marcos.

          E na segunda, Jesus coloca uma espécie de “condição sine qua non” para que isso tenha como se cumprir.

          Podemos perceber que o perdão é necessário para que qualquer oração seja ouvida/recebida/atendida pelo Pai. E não é uma condição prévia de perdão de Deus para conosco, antes é uma condição de perdão da nossa parte para com qualquer que tenha pecado/errado contra nós.

          De fato, sem perdão não há como conciliar a oração com a recíproca divina. Sem perdão, não há como esperarmos que, em nós falando com Deus através da oração, possa haver da parte d’Ele resposta.

          Deus, por misericórdia, nos fala pela Sua Palavra – encontrada nas Escrituras – para nos alertar e conscientizar do nosso pecado, a fim de podermos pedir e obter o Seu perdão. Agora, atender de forma responsiva às nossas orações, sem que nós nos predisponhamos a perdoar, isso Ele não faz, segundo Jesus nos ensina: “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no”.

          Assim, para colocarmos em movimento as forças espirituais mediante a nossa oração, é preciso perdoar – é preciso que estejamos pacificados!

          Por aquilo que Jesus ensina na primeira das duas passagens que uso como mote para este texto, há uma seqüência lógica e facilmente entendível, uma espécie de passo a passo.

          Primeiro passo: Ter fé em Deus. Tenham fé em Deus”. A fé é um dom do Espírito Santo, pelo qual devemos pedir em nossas orações; a fé é a certeza do que esperamos e a prova do que ainda não vemos; sem fé é impossível agradar a Deus; a fé se dá por dar ouvidos à Palavra do Senhor; e a fé é uma prática, um exercício diário. Diário. Não anual, mensal ou semanal. Diário.

          Segundo passo: Dizer, falar, usar a palavra. “Eu lhes asseguro que se alguém disser...” Esse é um grande “segredo”. Temos que dizer. Falar. Usar a palavra – a nossa palavra. Isaías fala que Deus executa a palavra de seus servos (Isaías 44:26). Então, temos que falar. Falar em oração. Falar a nossa oração. Jesus falou à figueira, lembra? Mas não é falar qualquer palavra. A palavra que falamos deve concordar com a Palavra de Deus. Não podemos esperar êxito falando diferente do que é a Palavra do Senhor. Exemplo: não adianta querer falar, amaldiçoar algo ou alguém, visto que Jesus nos ensinou a nem mesmo amaldiçoar os inimigos, mas orar favoravelmente por eles. E, antes que alguém diga que Jesus amaldiçoou a pobre figueirinha, lembro que Ele teve uma intenção nobre por trás disso. Se Ele não a tivesse, não estaríamos lendo isso aqui hoje. Mas esse é o segundo passo: dizer, falar, usar a palavra.

          Terceiro Passo: Não duvidar. “... e não duvidar em seu coração...” Dúvidas anulam o que desejamos, o que pedimos, o que falamos. Mas eu tenho dúvidas, alguém pode dizer. Eu também, respondo. Eu também as tenho. Mas temos que tratar de dissipá-las. Como? Pergunte-se: O que eu pedi em minhas orações, já aconteceu para alguém? Já aconteceu “na Bíblia”? Alguém já testemunhou que viveu essa experiência? O que eu pedi em minhas orações, já sucedeu para alguém em algum lugar do planeta, neste ano, neste mês, nesta semana? Se encontrarmos respostas positivas a estas perguntas, se nos dermos conta que sim, que o que pedimos já aconteceu em algum momento a alguém, então estamos começando a dissipar nossas dúvidas, percebendo que nossos pedidos podem ser possíveis para nós também. Sigamos argumentando conosco mesmos, mostrando a nós mesmos as possibilidades de concretização dos nossos pedidos. Agindo assim, sucessivamente nossas dúvidas vão desaparecendo. É um exercício. Podemos, ainda, nos perguntar: Haveria alguma coisa impossível para Deus?

          Quarto passo: Acreditar. Crer que acontecerá o que falamos nas orações. “... mas crer que acontecerá o que diz...” Feito o terceiro passo, trabalhar o quarto se torna mais fácil.  Esse passo está intimamente ligado ao quinto e último passo. Não se surpreenda com a forma como chamei o quinto passo. Você vai logo entender o motivo.

          Quinto passo: Fazer de conta! Opa! Como assim, fazer de conta? Usar a imaginação? Sim. Explico: vejamos o que Jesus disse: “Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”. Vou repetir a parte dessa citação que é a chave do quinto passo: ... já o receberam... O que é crer que já recebemos? É agir e se portar como se aquilo que você pediu já estivesse com você. É como se fosse agora! Você estará agindo mentalmente como se já o tivesse. É isso. Isso é o que Jesus dizia com “creiam que já o receberam”. E a promessa d’Ele: “E assim lhes sucederá”. Eu fico pensando aqui que Deus, antes de criar o Universo, “imaginou” como ele seria... e assim sucedeu!

          Vamos recapitular os passos: ter fé, falar, não duvidar, crer, agir como se já tivéssemos. Nossa oração deve conter esses elementos. Nossa vida deve conter esses elementos. Esse é o passo a passo para fazer acontecer.

          Em seguida – ou mesmo antes de orar – o perdão absoluto a quem quer que seja!

          “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados. Mas se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados”.

          Perdoe: O perdão concedido – e pedido – fará com que você limpe-se das amarguras, rancores, temores, dores, culpas... Perdoe e perdoe-se!

          Receba o perdão: Saiba que o Pai celestial já o perdoou em Jesus. Aceite Seu perdão. Receba Seu perdão.

          Coloquei no título do texto uma cena/gesto que ilustra de forma muito clara o que quero dizer: alcançar a mão. Orar é alcançar a mão, é estendê-la em direção àquilo que se pede.

          Seguindo a simplificação máxima da ilustração, é como se, numa prateleira, houvesse algo que você necessita. Porém, está lá na prateleira, e pode estar à certa altura, necessitando que você coloque uma escada ou uma cadeira para alcançar, mas está ali. Não virá a você flutuando, ou atendendo ao seu desejo, ou à força do seu pensamento. Não. É necessário que você faça algo: coloque a escada ou a cadeira – suba nela – estenda a mão – pegue.

          Orar é isso: é colocar a escada ou a cadeira – é subir – é estender a mão – é pegar.

          Este exemplo, de tão simples, está quase desenhado, não está?

          Lembre-se sempre, porém: tudo é segundo a vontade de Deus.

          Sim. Nada do que pedirmos que estiver em desacordo d’Ele será concedido. Pedir “em nome de Jesus” é isso: é como se Jesus estivesse pedindo. E Ele está: [Cristo] que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós (Romanos 8:34). Lembremos também do que diz Tiago: Vocês cobiçam coisas, e não as têm. [...] Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres (Tiago 4:2-3). E lembremos também de como ensinou João: Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos (1º João 5:14-15).

          Em Jesus, tudo está feito: “Está consumado!” (João 19:30). Pois quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas têm em Cristo o sim (2º Coríntios 1:20).

          Ficamos sabendo, assim, que a oração não é uma “mandinga”, um “abracadabra”, um “encantamento”, para que as coisas aconteçam. Não. É uma relação de intimidade com Deus. É uma conversa com Ele. E é também uma ferramenta, um mecanismo maravilhoso para trazermos à nossa realidade o Futuro, aquilo que Deus preparou para nós – mas que precisamos alcançar a mão!

          Então ore mais. Converse com Deus. Ore até ouvi-Lo. Abra seu coração. Peça. Agradeça. Ore em secreto no seu quarto, como Jesus ensinou. Ore caminhando na rua. Ore quando quiser – e quando não quiser também. Ore o tempo todo. Alcance a mão.

 

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

          Saudações,

          Kurt Hilbert

quarta-feira, 23 de junho de 2021

64 – Os Apóstolos São Perseguidos (Atos 5)


 

Então17(versículo de Atos 5) o sumo sacerdote e todos os seus companheiros, membros do partido dos saduceus, ficaram cheios de inveja. Por18 isso, mandaram prender os apóstolos, colocando-os numa prisão pública. Mas19 durante a noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere, levou-os para fora e20 disse: “Dirijam-se ao templo e relatem ao povo toda a mensagem desta Vida”.

Ao21 amanhecer, eles entraram no pátio do templo, como haviam sido instruídos, e começaram a ensinar o povo.

Quando chegaram o sumo sacerdote e os seus companheiros, convocaram o Sinédrio – toda a assembléia dos líderes religiosos de Israel – e mandaram buscar os apóstolos na prisão. Todavia22, ao chegarem à prisão, os guardas não os encontraram ali. Então, voltaram e relataram: “Encontramos23 a prisão trancada com toda a segurança, com os guardas diante das portas; mas, quando as abrimos não havia ninguém”. Diante24 desse relato, o capitão da guarda do templo e os chefes dos sacerdotes ficaram perplexos, imaginando o que teria acontecido.

Nesse25 momento chegou alguém e disse: “Os homens que os senhores puseram na prisão estão no pátio do templo, ensinando o povo”. Então26, indo para lá com os guardas, o capitão trouxe os apóstolos, mas sem o uso de força, pois temiam que o povo os apedrejasse.

Tendo27 levado os apóstolos, apresentaram-nos ao Sinédrio para serem interrogados pelo sumo sacerdote, que28 lhes disse: “Demos ordens expressas a vocês para que não ensinassem neste nome. Todavia, vocês encheram Jerusalém com sua doutrina e nos querem tornar culpados do sangue desse homem”.

Pedro29 e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens! O30 Deus dos nossos antepassados ressuscitou Jesus, a quem os senhores mataram, suspendendo-o num madeiro I. Deus31 o exaltou, colocando-o à sua direita como Príncipe e Salvador, para dar a Israel arrependimento e perdão de pecados. Nós32 somos testemunhas destas coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe obedecem”.

Ouvindo33 isso, eles ficaram furiosos e queriam matá-los. Mas34 um fariseu chamado Gamaliel II, mestre da lei, respeitado por todo o povo, levantou-se no Sinédrio e pediu que os homens fossem retirados por um momento. Então35 lhes disse: “Israelitas, considerem cuidadosamente o que pretendem fazer a esses homens. Há36 algum tempo, apareceu Teudas III, reivindicando ser alguém, e cerca de quatrocentos homens se juntaram a ele. Ele foi morto, todos os seus seguidores se dispersaram e acabaram em nada. Depois37 dele, nos dias do recenseamento IV, apareceu Judas III, o galileu, que liderou um grupo em rebelião. Ele também foi morto, e todos os seus seguidores foram dispersos. Portanto38, neste caso eu os aconselho: deixem esses homens em paz e soltem-nos. Se o propósito ou a atividade deles for de origem humana, fracassará; se39 proceder de Deus, vocês não serão capazes de impedi-los, pois se acharão lutando contra Deus”.

Eles40 foram convencidos pelo discurso de Gamaliel. Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los V. Depois, ordenaram-lhes que não falassem no nome de Jesus e os deixaram sair em liberdade.

Os41 apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome. Todos42 os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo.

 

v     Para entender a história

O Sinédrio fica enfurecido com a popularidade dos apóstolos, que ele considera iletrados e inferiores. Eles desafiam os líderes religiosos que querem destruí-los. Em vez de serem intimidados por seus perseguidores, os apóstolos consideram que sofrer por Jesus é um verdadeiro privilégio.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Suspendendo-o num madeiro – Esta frase lembra as Escrituras do Antigo Testamento, que afirmavam que os criminosos seriam apedrejados e publicamente pendurados num madeiro (Deuteronômio 21:22). Jesus foi tratado como um criminoso comum.

                                   II.     Um fariseu chamado Gamaliel – Gamaliel era um rabi muito conhecido e respeitado. Ensinava na Escola de Hilel, cujas opiniões sobre a Lei judaica eram claramente moderadas. Gamaliel também fora mestre de Saulo de Tarso, posteriormente chamado de apóstolo Paulo, antes de este converter-se.

                                III.     “Judas... Teudas” – Nos primeiros tempos do Novo Testamento, muitos homens diziam ter recebido de Deus revelações e poderes milagrosos. Estas pessoas se recusavam a pagar impostos a César e promoviam revoltas, para tentar destruir os romanos. Segundo Josefo, famoso historiador judeu, Teudas viveu quarenta anos depois de Judas, não antes. Também é possível que tivesse havido dois rebeldes chamados Teudas.

                                IV.     “Nos dias do recenseamento” – O governo romano determinara um recenseamento oficial do povo a cada 14 anos. O Novo Testamento menciona dois censos. O primeiro foi feito ao tempo do nascimento de Jesus e todos os cidadãos tiveram que ir a suas cidades natais. Este, mencionado por Gamaliel, foi o segundo e ocorreu no ano 6 d.C., para tributar as propriedades da Judeia.

                                   V.     Mandaram açoitá-los” – O açoite era uma forma tradicional de punição. A Lei mosaica proibia que fossem dadas mais de quarenta chicotadas (Deuteronômio 25:2-3). Os açoites usados nos condenados à crucificação, eram feitos de cordas de couro, presas a um cabo. Às vezes amarravam-se pequenas peças de metal ou de osso nas extremidades das cordas, para tornar as chicotadas mais dolorosas. Ao que parece, não foi esse o tipo de açoite usado para açoitar os apóstolos, mas um tipo mais comum.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 20 de junho de 2021

Disciplinar os Filhos


  

Provérbios 29:17

Discipline seu filho, e este lhe dará paz; trará grande prazer à sua alma.

 

Dando uma navegada pela internet em busca de algumas dicas úteis para acompanhar esta Palavra que uso hoje como mote para este texto, encontrei algo num site português.

Sim, como o intuito é mesmo falar da educação/disciplina dos filhos – pois nas Escrituras encontramos várias menções ao tema – eu queria também algo que tivesse uma abordagem pedagógica. Encontrei e reproduzo abaixo:

 

Pequenas, mas com vontades próprias, as crianças necessitam de disciplina para conhecerem os limites e valores importantes como o respeito. No entanto, a disciplina não deve ser reservada exclusivamente para os momentos em que as crianças se portam mal, deve ser algo contínuo para que a criança saiba ela própria distinguir entre o que é certo e o que é errado.

Os 10 passos abaixo listados podem ser bem úteis para auxiliar no processo da disciplina infantil:

1 – Regras e limites: A melhor forma de facilitar a disciplina de uma criança é estabelecer regras e limites claros, isto é, que sejam claramente perceptíveis pela criança. As regras e os limites são fundamentais para a criança aprender o autocontrole, para saber o que está certo e errado, facilitando a vivência dentro e fora da esfera familiar. Conhecidas as regras, a vida torna-se mais fácil para pais e filhos.

 2 – Conseqüências claras: Da mesma forma que as regras para as crianças têm de ser simples e claras, também as conseqüências devem ser. Se existe um castigo para o mau comportamento – ir para a cama mais cedo, não poder ver televisão ou brincar com um certo brinquedo – é importante que essa conseqüência se concretize. Só assim é que as crianças vão perceber que não podem contornar ou burlar as regras, nem desafiar os limites sem terem de lidar com as conseqüências. Por mais custoso que possa ser, tem que se fazer cumprir as conseqüências – nunca ninguém disse que a disciplina ia ser fácil, mas mais importante do que isso é que seja eficaz. A longo prazo valerá a pena.

3 – O respeito é muito bonito: Ensinar a criança a respeitar não só os adultos, mas todas as pessoas que as rodeiam passa por coisas simples como aprender a dizer “por favor” ou “obrigado”. Não gritar ou bater são outras ações que devem ser controladas, para limitar a agressividade nas crianças. Fale com a criança da mesma forma que gostaria que ela falasse com você, e nos dias em que ela se exaltar, mande-a sentar quieta durante cinco minutos para se acalmar antes de voltar a falar com você. É importante que a criança possa falar e expressar tudo o que quiser, mas sempre com respeito pelo outro.

4 – Sim em vez de não: Quando se pensa em disciplina para crianças, a palavra que vem imediatamente à cabeça é “não”; porém, esta deve ser substituída pelo “sim” sempre que possível, ou seja, troque o “não deve” por “deve”. Ao focar o comportamento que você quer ver em vez daquele que não quer ver, é mais fácil a criança aprender – por exemplo, em vez de dizer “não bata com os carrinhos na mesa”, diga “ao fazer isso você pode estragar a mesa, brinque com os carrinhos no chão, aí andam mais rápido”.

5 – Descobrir as causas: Se o mau comportamento é uma constante e todos os atos de disciplina estão sendo infrutíferos, é importante avaliar a situação e perceber qual o motivo por trás da desobediência: Será que aconteceu alguma coisa na escola? Será que a criança não se sente bem? Estará dormindo o suficiente? O mau comportamento nem sempre é capricho infantil, por isso, converse com a criança depois de ela se acalmar e tente avaliar melhor a situação e a forma como pode resolvê-la.

6 – Seja firme: O segredo por trás do sucesso da disciplina infantil é a capacidade de manter-se firme, ou seja, se a criança já sabe que não pode levar brinquedos para a escola, não ceda só porque ela resolveu fazer uma birra gigante; se a hora de dormir é às 20h30, não ceda porque ela quer brincar mais um pouquinho. No momento em que você ceder uma vez, a criança vai continuar a testar seus limites cada vez mais.

7 – Gosto de você: Ser firme não significa que não se pode dizer à criança o quanto se gosta dela ou dar-lhe um abraço depois de lhe chamar a atenção pelo mau comportamento ou de explicar porque você não gostou de determinada atitude dela. É uma forma interessante de mostrar à criança que a disciplina não significa que se goste menos um do outro e que, apesar dos conflitos, tudo vai acabar bem.

8 – O poder é seu: Não há voltas a dar e nem jeitinho: os pais são quem mandam; por isso, utilize isso para o seu benefício. As crianças observam e copiam tudo aquilo que seja do mundo adulto, por isso, se você estiver sempre gritando com elas, elas vão pensar que não há nada de errado com isso e serão certamente um espelho do mesmo tipo de comportamento. Ao respirar fundo e pensar duas vezes antes de falar, você estará lembrando à criança que é assim que se fala e se deve comportar. Cabe a você estabelecer o tom das situações, e as crianças acabarão por seguir esse caminho.

9 – Cuide de você: As crianças são os seres mais maravilhosos do mundo, mas a rotina diária e as diferentes fases do seu desenvolvimento podem revelar-se verdadeiros desafios para qualquer mãe ou pai. Daí a importância de cuidar de si mesmo(a) – encontre tempo de qualidade para estar sozinho(a), mas também com o seu companheiro(a), faça atividades que lhe permitem aliviar o estresse – desta forma estará mais preparado(a) para enfrentar, de forma calma e exemplar, os desafios da disciplina infantil.

10 – Avanços e recuos: Disciplinar uma criança não é algo que acontece de um dia para o outro e, embora seja mais fácil perceberem as regras à medida que vão crescendo, isso não significa que de vez em quando não haja uma grande birra, um bater de portas, irmãos brigando ou outros comportamentos menos positivos. Esteja preparado para tudo.

Fonte: https://pequenada.com/artigos/10-estrategias-para-disciplinar-criancas

 

Dito o que foi dito nos passos acima – e lido e entendido também –, agora desejo falar um pouquinho da nossa relação filial/paternal com Deus.

Sim, nossa relação com Deus deveria ser uma relação de filhos para Pai.

Digo “deveria”, pois, em grande parte das vezes, não é.

Deveríamos tê-Lo como nosso Pai, Aquele que está juntinho de nós a nos amparar, cuidando de nós com cuidados paternos/maternos.

Foi assim que Jesus falou que deveria ser, quando ensinou que, em oração, nos dirigíssemos a Ele como “Pai nosso”.

No livro dos Provérbios Deus nos dá algumas dicas e recomendações sobre disciplina, inclusive para com os filhos – assim como o artigo especializado que compartilhei acima.

Deus mesmo nos disciplina, para que possamos andar com Ele de modo mais seguro, e para que possamos aprender com nossas experiências de vida.

Jesus também disciplinou, quando chamou para junto de Si pessoas às quais queria ensinar mais de perto, dando-lhes preparação para que fossem dar seguimento ao anúncio do Evangelho, a Boa Nova do Reino de Deus que em Jesus se cumpria.

A Bíblia chama a essas pessoas que andaram com Jesus de discípulos. Discípulo e disciplina têm a mesma raiz, ou seja, são palavras da mesma fonte. Um discípulo passa necessariamente por uma disciplina. Foi o que Jesus fez, andando com eles por cerca de três anos, ensinando-os e preparando-os para que depois fossem os responsáveis por pregar o Evangelho a todo o mundo.

Quando o Senhor nos disciplina, nós O alegramos, e Ele nos dá a paz necessária para seguirmos fielmente juntos d’Ele.

Façamos o mesmo com nossos filhos, preparando-os para a vida, para que nos alegrem com o resultado, e para que sigam conosco em seus corações.

Assim, teremos a consciência em paz, sabendo que fizemos o melhor que podíamos fazer, por e com amor.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

quarta-feira, 16 de junho de 2021

63 – A Igreja Primitiva (Atos 4 e 5)


 

Quando23(versículo de Atos 4) foram soltos, Pedro e João voltaram para os seus companheiros e contaram tudo o que os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos lhes tinham dito. Ouvindo24 isso, levantaram juntos a voz e oraram a Deus...

[...]

Depois31 de orarem, tremeu o lugar I em que estava reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus.

Da32 multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham II. Com33 grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles. Não34 havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e35 o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um.

José36, um levita de Chipre III a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa “encorajador”, vendeu37 um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos.

Um1(versículo de Atos 5) homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, também vendeu uma propriedade. Ele2 reteve parte do dinheiro para si, sabendo disso também sua mulher; e o restante levou e colocou aos pés dos apóstolos.

Então3 perguntou Pedro: “Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, ao ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? Ela4 não lhe pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder? O que o levou a pensar em fazer tal coisa? Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus”.

Ouvindo5 isso, Ananias caiu morto. Grande temor apoderou-se de todos os que ouviram o que tinha acontecido. Então6 os moços vieram, envolveram seu corpo, levaram-no para fora e o sepultaram.

Cerca7 de três horas mais tarde, entrou sua mulher, sem saber o que havia acontecido. Pedro8 lhe perguntou: “Diga-me, foi esse o preço que vocês conseguiram pela propriedade?”

Respondeu ela: “Sim, foi esse mesmo”.

Pedro9 lhe disse: “Por que vocês entraram em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Veja! Estão à porta os pés dos que sepultaram seu marido, e eles a levarão também”.

Naquele10 mesmo instante, ela caiu morta aos pés dele IV. Então os moços entraram e, encontrando-a morta, levaram-na e a sepultaram ao lado de seu marido. E11 grande temor apoderou-se de toda a igreja e de todos os que ouviram falar desses acontecimentos.

Os12 apóstolos realizavam muitos sinais e maravilhas entre o povo. Todos os que creram costumavam reunir-se no Pórtico de Salomão. Dos13 demais, ninguém ousava juntar-se a eles, embora o povo os tivesse em alto conceito. Em14 número cada vez maior, homens e mulheres criam no Senhor e lhes eram acrescentados, de15 modo que o povo também levava os doentes às ruas e os colocavam em camas e macas, para que pelo menos a sombra de Pedro se projetasse sobre alguns V, enquanto ele passava. Afluíam16 também multidões das cidades próximas a Jerusalém, trazendo seus doentes e os que eram atormentados por espíritos malignos; e todos eram curados.

 

v     Para entender a história

Os discípulos de Jesus se recusaram a ser silenciados e, apesar dos ataques dos líderes religiosos judeus, a Igreja primitiva cresce. Os apóstolos estão formando uma comunidade que cuida das necessidades de seu povo. O episódio de Ananias e de sua esposa é uma advertência de que não há lugar na Igreja para hipocrisia e falsidade.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Tremeu o lugar – Deus demonstra sua presença através de uma força sobrenatural. Ele responde às orações dos discípulos dando-lhes força para continuar pregando a palavra de Jesus.

                                   II.     “Compartilhavam tudo o que tinham – A Igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que provia as necessidades de seus membros. A entrega da propriedade e terra era voluntária, ninguém era obrigado a vender para compartilhar. Mas, uma vez que se comprometesse a fazê-lo, era uma questão de fidelidade à palavra empenhada.

                                III.     “José, um levita de Chipre” – Quando os israelitas conquistaram Canaã, os levitas não receberam nenhuma terra tribal, mas foram aquinhoados com várias cidades. O fato de que José possuísse terras indica que a divisão de terras do Antigo Testamento estivesse abolida àquele tempo.

                                IV.     “Ela caiu morta aos pés dele” – Safira e Ananias são julgados severamente porque mentiram a Deus, não porque erraram em não dar tudo o que possuíssem. Sua oferta à Igreja foi motivada pelo desejo de impressionar o povo e constituiu um agudo contraste com a generosidade de Barnabé. Sua terrível punição serve como advertência para outros sobre a necessidade de ser honesto com Deus. Podemos até mesmo imaginar a surpresa de Pedro que, mesmo sabendo do engano que Ananias e Safira queriam infligir à Igreja, os viu caírem mortos à sua frente, sem interferência de ninguém.

                                   V.     “Pelo menos a sombra de Pedro se projetasse sobre alguns” – Pedro tomou a si o papel de Jesus de curar e ensinar. O povo tinha tanta fé em Pedro que acreditava que até a sua sombra pudesse curar. Isto lembra o relato de Lucas sobre uma mulher que creu que seria curada se apenas tocasse a orla do manto de Jesus (Lucas 8:43-48).

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 13 de junho de 2021

O Reino em Parábolas


 

Marcos 4:26-34

Ele prosseguiu dizendo: “O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, quer ele durma quer se levante, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita”.

Novamente ele disse: “Com que compararemos o Reino de Deus? Que parábola usaremos para descrevê-lo? É como um grão de mostarda, que, quando plantada, é a menor semente de todas. No entanto, plantada, ela cresce e se torna a maior de todas as hortaliças, com ramos tão grandes que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra”.

Com muitas parábolas semelhantes Jesus lhes anunciava a palavra, tanto quanto podiam receber. Não lhes dizia nada sem usar alguma parábola. Quando, porém, estava a sós com os seus discípulos, explicava-lhes tudo.

 

Os ensinamentos de Jesus eram transmitidos de forma adaptada à compreensão de Seus ouvintes. Ele falava por meio de parábolas, partindo de elementos da vida cotidiana. A simplicidade das parábolas escondia uma riqueza de conteúdo, acessível somente a quem estava sintonizado com Jesus. Caso contrário, corria-se o risco de ficar na materialidade das palavras.

O ambiente agrícola da Galileia oferecia ao Mestre inúmeras possibilidades de montar Suas parábolas. A experiência da semeadura e colheita serviu para mostrar como o Reino tem seu ritmo próprio de desenvolver-se, independente da preocupação humana. A sementinha colocada na terra segue seu ciclo natural, até produzir a espiga, sem deixar-se influenciar pela fadiga do agricultor. A Palavra do Reino, uma vez plantada no coração humano, desenvolve-se e frutifica, de maneira misteriosa, pouco contando a insistência do pregador. Esse deve ser capaz de confiar e esperar. Os frutos, a seu tempo, virão.

O fato de uma minúscula sementinha de mostarda dar origem a uma árvore considerável serviu para ilustrar o destino do Reino. Embora suas origens sejam extremamente simples, está destinado a crescer e abarcar o mundo. A pequenez é uma etapa necessária. Pretender que o Reino seja grandioso desde o início, significa atropelar sua dinâmica. O discípulo conhece-lhe, de antemão, o destino.

É importante semear!

Nem sempre estamos conscientes das profundas mudanças que estão se produzindo na consciência do homem contemporâneo. De acordo com diversos observadores, estamos passando pouco a pouco de “sociedade de crenças”, na qual os indivíduos agiam movidos por alguma fé que lhes proporcionava sentido, critérios e normas de vida, para uma “sociedade de opiniões”, na qual cada um tem sua própria opinião sobre a vida, sem necessidade de fundamentá-la em nenhuma tradição nem sistema religioso.

As religiões vão perdendo a autoridade que tiveram durante séculos. São postos em questionamento os sistemas de valores que orientavam o comprometimento das pessoas. Pouco a pouco vão sendo abandonadas as antigas “razões de viver”. Estamos vivendo uma situação inédita: os antigos pontos de referência não parecem servir para muita coisa e os novos ainda não estão delineados.

Não é fácil medir as conseqüências de tudo isso. Esquecidas as grandes tradições religiosas, cada indivíduo se vê obrigado a buscar, por sua conta, razões para viver e dar sentido à sua breve passagem por este mundo. É inevitável a pergunta: Em que se crê quando se deixa de crer? A partir de onde orienta a sua vida aquele que abandona as antigas “razões de viver”?

O resultado não parece muito lisonjeiro. Existem, sem dúvida, pessoas que conseguem orientar suas vidas de maneira nobre e digna. A maioria, porém, vai deslizando para a indiferença, o ceticismo e a vida medíocre. A crise atual está levando não poucos para o desinteresse, o esquecimento ou o abandono de uma fé que um dia teve um significado em sua vida. Já não interessam as grandes questões, menos ainda as idéias um pouco nobres. Basta viver bem.

Jesus fala de uma semeadura misteriosa da Palavra de Deus no coração humano. Pode parecer que existem pessoas em cujo interior ninguém pode semear hoje semente alguma: as pessoas já não escutam os pregadores; as novas gerações não creem nas tradições. No entanto, Deus continua semeando nas consciências inquietude, esperança e desejo de vida mais digna. Ele o faz não tanto a partir dos pregadores, mestres e teólogos, mas, sobretudo, a partir daquelas pessoas que vivem sua fé em Deus de maneira simples, mas atraente e até invejável.

 

(Um texto do Padre Ari Antonio da Silva, amigo deste Blog)

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quarta-feira, 9 de junho de 2021

62 – Pedro e João (Atos 3 e 4)


 

Certo1(versículo de Atos 3) dia Pedro e João I estavam subindo ao templo na hora da oração II, às três horas da tarde. Estava2 sendo levado para a porta do templo chamada Formosa III um aleijado de nascença, que ali era colocado todos os dias para pedir esmolas aos que entravam no templo. Vendo3 que Pedro e João iam entrar no pátio do templo, pediu-lhes esmola. Pedro4 e João olharam bem para ele e, então, Pedro disse: “Olhe para nós!” O5 homem olhou para eles com atenção, esperando receber deles alguma coisa.

Disse6 Pedro: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande”. Segurando-o7 pela mão direita, ajudou-o a levantar-se, e imediatamente os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. E8 de um salto pôs-se de pé e começou a andar. Depois entrou com eles no pátio do templo, andando, saltando e louvando a Deus. Quando9 todo o povo o viu andando e louvando a Deus, reconheceu10 que era ele o mesmo homem que costumava mendigar sentado à porta do templo chamada Formosa. Todos ficaram perplexos e muito admirados com o que lhe tinha acontecido.

Apegando-se11 o mendigo a Pedro e João, todo o povo ficou maravilhado e correu até eles, ao lugar chamado Pórtico de Salomão IV. Vendo12 isso, Pedro lhes disse: “Israelitas, por que isto os surpreende? Por que vocês estão olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar por nosso próprio poder ou piedade? O13 Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus dos nossos antepassados, glorificou seu servo Jesus, a quem vocês entregaram para ser morto e negaram perante Pilatos, embora ele tivesse decidido soltá-lo. Vocês14 negaram publicamente o Santo e Justo e pediram que lhes fosse libertado um assassino. Vocês15 mataram o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos. E nós somos testemunhas disso. Pela16 fé no nome de Jesus, o Nome curou este homem que vocês vêem e conhecem. A fé que vem por meio dele lhe deu esta saúde perfeita, como todos podem ver”.

Agora17, irmãos, eu sei que vocês agiram por ignorância, bem como os seus líderes. Mas18 foi assim que Deus cumpriu o que tinha predito por todos os profetas, dizendo que o seu Cristo haveria de sofrer. Arrependam-se19, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para20 que venham tempos de descanso da parte do Senhor, e ele mande o Cristo, o qual lhes foi designado, Jesus. É21 necessário que ele permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus restaurará todas as coisas, como falou há muito tempo, por meio dos seus santos profetas. Pois22 disse Moisés: ‘O Senhor Deus lhes levantará dentre seus irmãos um profeta como eu; ouçam-no em tudo o que ele lhes disser. Quem23 não ouvir esse profeta, será eliminado do meio do seu povo’”.

“De24 fato, todos os profetas, de Samuel em diante V, um por um, falaram e predisseram estes dias. E25 vocês são herdeiros dos profetas e da aliança que Deus fez com os seus antepassados. Ele disse a Abraão: ‘Por meio da sua descendência todos os povos da terra serão abençoados’. Tendo26 Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vocês, para abençoá-los, convertendo cada um de vocês das suas maldades”.

Enquanto1(versículo de Atos 4) Pedro e João falavam ao povo, chegaram os sacerdotes, o capitão da guarda do templo e os saduceus. Eles2 estavam muito perturbados porque os apóstolos estavam ensinando VI o povo e proclamando em Jesus a ressurreição dos mortos. Agarraram3 Pedro e João e, como já estava anoitecendo VII, os colocaram na prisão até o dia seguinte. Mas4, muitos dos que tinham ouvido a mensagem creram, chegando o número dos homens que creram a perto de cinco mil.

No5 dia seguinte, as autoridades, os líderes religiosos e os mestres da lei reuniram-se em Jerusalém. Estavam6 ali Anás, o sumo sacerdote, bem como Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da família do sumo sacerdote. Mandaram7 trazer Pedro e João diante deles e começaram a interrogá-los: “Com que poder ou em nome de quem vocês fizeram isso?”

Então8 Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: “Autoridades e líderes do povo! Visto9 que hoje somos chamados para prestar contas de um ato de bondade em favor de um aleijado, sendo interrogados acerca de como ele foi curado, saibam10 os senhores e todo o povo de Israel que por meio do nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem os senhores crucificaram, mas a quem Deus ressuscitou dos mortos, este homem está aí curado diante dos senhores. Este11 Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra angular’. Não12 há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”.

Vendo13 a coragem de Pedro e de João, e percebendo que eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus. E14 como podiam ver ali com eles o homem que fora curado, nada podiam dizer contra eles. Assim15, ordenaram que se retirassem do Sinédrio e começaram a discutir, perguntando16: “Que faremos com esses homens? Todos os que moram em Jerusalém sabem que eles realizaram um milagre notório que não podemos negar. Todavia17, para impedir que isso se espalhe ainda mais entre o povo, precisamos adverti-los de que não falem mais com ninguém sobre esse nome”.

Então18, chamando-os novamente, ordenaram-lhes que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. Mas19 Pedro e João responderam: “Julguem os senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus. Pois20 não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos”.

Depois21 de mais ameaças, eles os deixaram ir. Não tinham como castigá-los, porque todo o povo estava louvando a Deus pelo que acontecera.

 

v     Para entender a história

A coragem e a autoridade dos apóstolos vêm do poder do Espírito Santo, atuando por intermédio deles. Pedro diz repetidamente a seus ouvintes que a fé em Jesus é a fonte da cura milagrosa. A verdade da morte de Jesus na cruz e de sua ressurreição é a mensagem-chave da Igreja que surge.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Pedro e João” – Estes apóstolos muitas vezes faziam companhia um ao outro. Jesus enviara seus discípulos “dois a dois”, durante o tempo do seu aprendizado. Pedro e João, junto com Tiago, irmão de João, eram muito íntimos de Jesus. Agora, são eles que lideram os apóstolos.

                                   II.     Hora da oração – O Templo, neste período, tinha três momentos de oração: às 9h, às 15h, coincidindo com os sacrifícios da manhã e da tarde, e ao anoitecer.

                                III.     Porta do templo chamada Formosa” – Esta porta de bronze coríntio foi provavelmente uma das três que conduziam do Pátio dos Gentios ao Pátio das Mulheres. Ficava do lado leste do complexo do Templo e diante do Pórtico de Salomão.

                                IV.     “Pórtico de Salomão” – Os pátios internos do Templo eram rodeados pelos quatro lados pelo Pátio dos Gentios. Ao longo do lado oriental deste pátio estava o Pórtico de Salomão – duas fileiras de altas colunas de pedra que sustentavam um teto de cedro. Este pórtico era o local de onde Jesus muitas vezes ensinava e se tornou um lugar favorito de reunião para a Igreja primitiva.

                                   V.     “Todos os profetas, de Samuel em diante” – Samuel, o último Juiz, foi o profeta que ungiu os reis Saul e Davi. As profecias de Samuel e as dos profetas depois dele eram tidas como “messiânicas”, porque previam a vinda do Messias. Jesus Cristo foi o cumprimento de suas profecias.

                                VI.     “Perturbados porque os apóstolos estavam ensinando” – Muitos sacerdotes, incluindo o Sumo Sacerdote, eram saduceus. Este partido político da elite era contrário à ideia da ressurreição dos mortos.

                             VII.     “Como já estava anoitecendo” – Quando os sacrifícios da tarde acabavam, fechavam-se as portas do Templo. Qualquer assunto oficial do Sinédrio só podia ser resolvido à luz do dia.

 

- A Parede Oriental: Ficava junto ao lado leste do complexo do Templo e diante do Pórtico de Salomão, e esta é a única parte do Templo que restou depois da destruição do ano 70 d.C., e é conhecida como o Muro das Lamentações. Os judeus vão ali para prantear a destruição do Templo e para orar.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.