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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Relacionamento com Deus

2º Crônicas 15:2
O SENHOR está com vocês quando vocês estão com ele. Se o buscarem, ele deixará que o encontrem, mas, se o abandonarem, ele os abandonará”.

O ponto bíblico acima menciona algo que está latente em nossa dimensão: o relacionamento.
Nós, os seres humanos, não vivemos na esfera do absoluto, onde está Deus. A esfera do absoluto, o que os cristãos chamam de eternidade ou céu, os budistas chamam de nirvana, e tantas outras religiões tem seus nomes apropriados para denominá-la, essa é a esfera, a “morada” de Deus. Cristo a chamou de “casa do meu Pai”, onde há “muitas moradas”, onde Ele “nos prepararia lugar” para estarmos juntos a Ele (João 14:2-3). Ali não há as condições de tempo nem espaço (essas duas faces vitais à Física); não há relatividade, apenas o absoluto. É a essência de Deus.
Mas nós ainda vivemos aqui, na esfera do relativo – donde vem os termos “relatividade” e “relacionamento” – onde é imperioso nos relacionarmos com os demais seres e com Deus. Deus vem a nosso encontro aqui nesta esfera. Deus vem a nosso encontro aqui onde nos encontramos. Ele “desce” do Seu absoluto para Se relacionar conosco. Já o fez em forma física (por meio do Cristo), e permanece por meio do Seu Santo Espírito. Deus está sequioso para ter um relacionamento conosco, como sempre o tivemos em Seu lar no absoluto e para onde Ele nos quer reconduzir.
A Palavra diz que “o SENHOR está com vocês quando vocês estão com ele”. Podemos perceber que é um “estado de ser” com uma condicional de momento: quando. E este “quando” depende tão-somente de nós. Não depende de Deus a promoção deste encontro, depende de nós. E, como promotores da nossa vida, em que pé está nosso esforço para que este “estar com Deus” seja algo concreto em nossa vida? Não algo teórico, mas algo prático. Como está nosso relacionamento com Deus?
A Palavra citada, além do condicional de momento – quando –, mostra também uma condicional de circunstância: se. “Se o buscarem, ele deixará que o encontrem”. Podemos ver que, se e quando O buscamos, Ele se deixa encontrar. Deus não brinca de esconde-esconde conosco. Ele está louco para ser encontrado! E Ele “se entrega”, não faz força nenhuma para não se mostrar, ao contrário, facilita a brincadeira para nós. Basta que o procuremos, que Ele salta de onde está e diz: “Achou!”.
No “jogo da vida”, Deus está muito a fim de jogar conosco. Ele se deixa encontrar e divide conosco toda a Sua essência, a Sua plenitude, a Sua providência, a Sua paz, a Sua alegria, o Seu amor...
Basta que a gente queira que Ele “jogue” em nosso time. Mas é ainda melhor quando nós nos dispomos a “jogar” no time d’Ele. O time d’Ele não é retranqueiro, não joga com volantes de contenção, não joga pelo empate, joga pra frente, pra ganhar. Mas joga limpo, joga pelas regras. Ele é o dono do time. Ele é o dono da bola. Ele é quem faz as regras. E Ele é também o juiz. É mole ou quer mais? Jogar no time d’Ele é vitória certa. E a taça do campeonato é irmos em estado absoluto para junto d’Ele. E não é que seremos recepcionados como campeões apenas lá, junto a Ele, mas Seu Filho nos virá buscar pessoalmente.
E poderíamos ir divagando mais e mais sobre os frutos desse relacionamento com Deus...
Mas, e há sempre um “mas” em tudo: “mas, se o abandonarem, ele os abandonará”.
Francamente, gostaria que não fosse preciso falar nesse “mas”. O que você acha?


Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Falta de Conhecimento

Mateus 22:29
Jesus respondeu: “Vocês erram porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!”.

Oséias 4:6
“Meu povo foi destruído por falta de conhecimento”.

Será que Oséias já profetizava, além de para seu povo em sua época, para a nossa época e para nós também? Acho que é uma boa questão. Nos dias de hoje, o conhecimento é fundamental em todas as áreas. Já faz algum tempo em que escutamos os pais dizerem a seus filhos coisas como: “Estude, meu filho. O que você sabe ninguém pode lhe tirar”. Ou então: “Estude, meu filho, para que você possa ter uma vida melhor”. Sábios conselhos paternos, uma vez que vivemos hoje na era do conhecimento. Governos dirigidos por políticos honestos investem na educação do seu povo; já políticos desonestos investem pouco, pois quanto mais ignorante o povo, mais manipulável ele é.
Mas não quero falar de política. Quero falar de espiritualidade, de fé e equilíbrio emocional. Quero falar de cristianismo. Em Mateus 22:29, Cristo falava do que pode levar ao erro. E hoje, muitos erram em seu caminho espiritual por falta de conhecimento. Veja que Ele falava que a falta de conhecimento das Escrituras alija a pessoa da experiência do poder de Deus. Quem não O conhece, em Sua Palavra, não consegue experimentá-Lo em Seu poder. Para quem não O conhece, parece que Deus e Sua Palavra são “teoria”. Para quem cresce em Seu conhecimento, Deus se torna “prática”. Veja como o conhecimento está ligado à prática, à vida, às experiências, à edificação. E a falta de conhecimento está, em proporção diametralmente oposta, ligada, conforme Oséias fala, à destruição. Falando em destruição, não quero ser catastrófico, até porque sou um otimista incorrigível. Mas quero alertar para o que é importante: o saber.
E o saber (ou a sabedoria) divino busca-se pelo empenho no aprendizado do caminho. Quero pedir licença a Oséias e inverter as palavras que ele diz, sem inverter o sentido. Quando ele fala que “meu povo foi destruído por falta de conhecimento”, eu gostaria de dizer, então, que “nosso povo hoje pode ser edificado pelo conhecimento”. Pedindo licença também ao Cristo, gostaria de dizer que “nós acertamos se conhecemos as Escrituras e o poder de Deus!” No sentido divino da Palavra, era para isso que Oséias e Jesus chamavam a atenção. No sentido da fé, tanto a primeira quanto a segunda sentença não são estáticas, mas são um movimento constante. Explico: o “conhecimento” e a busca por ele, nunca cessam. Nunca teremos conhecido o bastante – sempre haverá mais para conhecer; nunca teremos experimentado o “poder de Deus” ao seu limite – sempre haverá mais e novas experiências.
Isso é a vida, seu ciclo, a energia que nos move. Nunca param, nunca morrem, sempre se renovam e se transformam. Isso é a nossa vida no relacionamento com Deus e com o próximo.
Esses dois pontos bíblicos supra mencionados são alguns dos motores que nos movem na busca constante do conhecimento divino perscrutando as Escrituras. Isso traz edificação pessoal e experiência divina.


Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Um Texto Inspirado

Oi!
Hoje me senti inspirado e decidi escrever um texto que expressasse essa inspiração. Um texto sobre união, resultados legais na vida, darmo-nos bem uns com os outros, sobre a unicidade da vida – o fato de sermos todos parte de um só –, sobre o amor, enfim, um texto que pudesse transmitir como a vida pode ser bela (com o perdão do clichê) e como vale à pena viver (opa, outro clichê, perdão de novo). Mas, espera aí, pensei: clichês não tem nada a ver com inspiração. Aí vi que talvez eu não estivesse tão inspirado assim.
Desta forma, decidi não escrever nenhum texto inspirado. Decidi pegar emprestado um com o qual me deparei esses dias, um texto que fala dessas coisas que citei no parágrafo anterior. Esse, sim, um texto inspirado. É um texto de um amigo. Ele mesmo, diretamente, não o escreveu. Ele falou a respeito, e alguém, um outro amigo, de antenas ligadas, ouviu e decidiu tomar nota, achando que valia à pena. E ele estava certo. Valia mesmo. Aí vai:

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo o que dá fruto ele poda e limpa, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.
Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido. Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos.
Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço.
Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido.
Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.
Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros.

Valeu, João, por ter tomado nota destas palavras! Depois de muito tempo de escrito, alguém deu um título a esse texto: o chamou de “A Videira e os Ramos”. Quem é o verdadeiro autor? Aposto que vocês já sabem... Caso queiram dar uma conferidinha – eu recomendo! – consultem João 15:1-17.


Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,

Kurt Hilbert

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Milagres são Provisórios

1º Reis 17:14

“Pois assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra’”.



Se você ler o capítulo 17 de 1º Reis achará o desdobramento dessa história. Resumindo, Elias foi mandado a Sarepta por Deus para ali ser sustentado por uma viúva com um filho pequeno. Não chovia havia muito, e não se tinha idéia de quando a chuva voltaria. Faltava alimento e havia todas as mazelas imagináveis numa escassez dessas.

Elias chegou a essa mulher, que tinha somente um pouco de farinha e azeite, e ela planejava fazer uma última refeição com o que tinha, para ela e para o filho. Achava que esta seria a refeição derradeira, depois disso só restaria a morte. Foi o que ela disse a Elias. Elias disse que ela fizesse conforme seu intento, mas que antes fizesse para ele um bolo e o trouxesse, e depois fizesse o alimento para ela e o filho. Ela insistiu com ele mencionando aquela escassez alimentícia, e foi quando ele falou a ela o que está no ponto bíblico acima citado.

Passou-se muito tempo em que Elias ficou na casa daquela viúva, comia e dormia ali, e o que ele falou se cumpriu. Quanto mais farinha ela tirava da vasilha, mais farinha havia; quanto mais azeite saía da botija, mais aparecia.

Elias usou a “sua palavra” quando, sob incumbência de Deus fora para lá, e disse para a mulher “fazer como dizia”. E teve a “cara-de-pau” para, diante da paupérrima situação, não ser nem um pouco cavalheiro e pedir para ela fazer primeiro para ele um bolo com o que havia na vasilha e na botija. Humanamente falando, o cara foi um sem-noção. O que ele estava fazendo? Indo a uma viúva com filho pequeno, em estado de miséria, constatar que tinha só um punhadinho de comida e pedir: “primeiro eu”, depois, se sobrasse, ela e o filho. Francamente, hein seu Elias?

Calma. Depois de usar a “sua palavra”, Elias usou a “palavra de Deus”: “Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra’”. Beleza, dom Elias!

Ele estava tão confiante na incumbência divina que não tinha nenhuma dúvida que se daria conforme a palavra que dizia. E fez-se exatamente como Elias disse, segundo a palavra do SENHOR.

Um milagre! Uma atuação sobrenatural na vida daquela viúva, do seu filhinho e de Elias!

Sim, tudo isso, mas por tempo limitado!

Milagres não são eternos, são provisórios. Provisório, neste caso, não vem de “improviso”; vem de provisão, de providência. O milagre é uma provisão divina, uma providência divina. Mas ele é provisório, é para durar um tempo. E a prova disso está contida no próprio versículo acima.

Deus diz que “a farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará...”, sim. Mas, por quanto tempo? Aí há uma palavra que conota tempo: ATÉ. Tudo isso que Deus dissera por intermédio de Elias aconteceria até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra”. Dá para perceber o detalhe? Até chover sobre a terra. Depois que a chuva voltar, tchau farinha e azeite que não finda mais na vasilha e na botija! Depois que voltar a chover, se a viúva quisesse farinha e azeite na botija, tinha que providenciar por ela mesma, cultivando a terra que voltara a ter condições de produzir frutos.

É isso que esta Palavra nos ensina. Deus submete a natureza à sobre-naturalidade em situações em que e enquanto não tivermos condições de nos provermos sozinhos. Ele produz o milagre até aí. Depois, cabe a nós submetermos a natureza das situações para provermo-nos. É isso que ele demonstra.

Deus não nos ensina a sermos dependentes dele de forma incondicional. Ele nos condiciona para que sejamos independentes. Essa é uma dicotomia divina notável!

Deus nos capacita!

Gosto muito duma frase: “Devemos dar asas a nossos filhos, ensinando-os a nunca perderem suas raízes”. É isso que Deus faz.

Em nossos dias, infelizmente, vivemos um cristianismo de milagres. Um verdadeiro negócio da fé. Muitos cristãos são ensinados a depender incondicionalmente duma “indústria de milagres” em escala de fábrica, e não é ensinado o quanto Deus capacita a cada um de nós que o buscamos verdadeiramente. Cristo intervinha miraculosamente quando necessário, mas a essência do seu ministério estava em anunciar o “reino de Deus”, buscar a “Deus e a sua justiça EM PRIMEIRO LUGAR”.

Simplesmente produzir milagres não é a essência de Cristo. Ela é muito maior.

Felizmente, muitos ainda podem perceber essas nuances de sabedoria divina incrustadas em sua Palavra. Há muitos que não perdem a meta de vista.



Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,
Kurt Hilbert

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quem são os Livres Discípulos de Cristo?

Me perguntaram: o que são os Livres Discípulos de Cristo? Acho que se pode começar dizendo o que não são. Os Livres Discípulos de Cristo não são uma Igreja, não são um clube exclusivo, restrito ou fechado, não são uma simples filosofia de vida ou um movimento religioso, e tampouco tem ligação com denominação religiosa A ou B. Os Livres Discípulos de Cristo são um modo de vida.
A proposta conceitual dos LDC está estampada em seu símbolo: João 8:31-32. Essa passagem bíblica é o lema, a inspiração e o conceito inicial dos LDC.
Os LDC entendem que o discipulado, no mais amplo e profundo sentido, é a forma mais próxima de andarmos junto a Deus em nossa peregrinação terráquea. Sendo o Cristo a manifestação humana de Deus (o Filho de Deus), devemos permanecer em Sua Palavra, ou seja, aprofundarmo-nos nos escritos bíblicos. O conhecimento da verdade depende disso, e disso depende também a nossa verdadeira liberdade. A disciplina nisso é que nos remete ao verdadeiro discipulado, fechando-se um círculo vital.
O relacionamento mestre/discípulo já foi ensinado pelo Mestre dos mestres na passagem de Lucas 6:40: “O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre. Esse ensinamento resume uma das metas dos LDC, ou seja, revestirmo-nos do Cristo e adquirirmos a consciência de que somos todos um, conforme Gálatas 3:26-28: Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.
Vejamos algumas definições conceituais de mestre e discípulo, segundo o dicionário:
- Mestre: pessoa que ensina; pessoa de muito saber; aquele que serve de base ou de guia.
- Discípulo: aquele que recebe os ensinamentos ou doutrina de alguém; aquele que segue essa doutrina; aquele que deseja ser como o seu mestre.
No nosso relacionamento com Deus impera a teocracia – em que a autoridade e soberania emanam de Deus. No nosso relacionamento entre nós mesmos, os seres humanos, deve imperar a democracia – em que a autoridade e soberania emanam do relacionamento com base na igualdade de poder e peso atribuídos a cada indivíduo, concedendo liberdade de decisão e respeito. A teocracia reflete o amor de Deus para conosco e o nosso para com Ele; a democracia reflete o amor dos seres humanos entre si.
Parte-se do pressuposto que entre os LDC não deve haver um “chefe” – “Mas vocês não devem ser chamados ‘rabis’ (mestres); um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. A ninguém na terra chamem ‘pai’(no sentido espiritual), porque vocês só tem um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados ‘chefes’, porquanto vocês tem um só Chefe, o Cristo. O maior entre vocês deverá ser servo. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mateus 23:8-12). Isso demonstra tanto a teocracia divina, quanto a democracia humana.
Entre os LDC há um respeito irrestrito às diferentes opiniões e interpretações. Isso promove o exercício da tolerância, mantém a harmonia e promove o crescimento, respeitando-se as diferenças. Alimentar as controvérsias só provoca dissensões e afastamentos, que são contrários aos princípios cristãos. Há suportes bíblicos abonando essa conduta de respeito mútuo às diferenças: “Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus” (Atos 15:19); Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos (Romanos 14:1); Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3:15-16); Evite, porém, controvérsias tolas, genealogias, discussões e contendas a respeito da Lei, porque essas coisas são inúteis e sem valor (Tito 3:9); Falem e ajam como quem vai ser julgado pela lei da liberdade, porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não for misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo! (Tiago 2:12-13).
Os LDC desejam trabalhar profundamente nos pontos convergentes que há entre os cristãos – e também entre aqueles que não são cristãos –, deixando que os pontos divergentes sejam resolvidos com dois ingredientes do modus operandi divino: o amor e o tempo. Se, entre 10 pontos de fé, houver 6 ou 7 que são concordantes entre nós, que os trabalhemos efusivamente! Quanto aos 3 ou 4 discordantes, deixemos que o passar do tempo e o amor divino nos façam sábios o suficiente para lidarmos com eles em paz e harmonia!
Os LDC incentivam a todos a participarem ativamente da Igreja (qualquer que seja a denominação eclesiástica em que congreguem). Concorda com isso Hebreus 10:25: Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.
Para concluir, propomos alguns pontos pragmáticos para orientação de todos os que desejam viver do modo de um Livre Discípulo de Cristo, pontos esses que podem ser seguidos por quem assim o desejar. Passemos a eles:
·         Amar a Deus à Mateus 22:37-38: Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento (e de todas as suas forças)’. Este é o primeiro e maior mandamento”.
·         Amar ao próximo e a si mesmo à Mateus 22:39: “O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”. Só podemos amar ao próximo quando nos amamos a nós mesmos, pois Jesus ensina que amemos aos outros como nos amamos a nós mesmos!
·         O lema do livre discipulado (João 8:31-32) àSe vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. Este lema relaciona-se diretamente com os dois pontos iniciais, uma vez que o próprio Cristo conclui o ensinamento de amor a Deus e ao próximo nas palavras de Mateus 22:40, conceito este que muitas vezes é esquecido de citar: Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. A Lei e os Profetas representavam os escritos sagrados da época em que Jesus viveu na terra como um ser humano; conclui-se que os “escritos sagrados” de nossa época também devem depender destes dois mandamentos de Cristo. O lema de João 8:31-32 incentiva ao conhecimento da Palavra. Concorda com esse lema outro ensinamento do Mestre: Jesus respondeu: “Vocês erram porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!” (Mateus 22:29).
·         Ler e estudar a Bíblia, pelo menos 1 hora por dia à Ler e estudar a Bíblia concorda com os pontos até agora citados, e o tempo de uma hora é perfeitamente cabível no dia de quem prioriza o discipulado e o considera como fundamento. Lembremos da passagem de Mateus 22:29 (citada acima) e também de Oséias 4:6: “Meu povo foi destruído por falta de conhecimento”. Lembremos também, com muito apreço, do ensinamento em Provérbios 2:1-5: Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos; se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento; se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto; se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o SENHOR e achará o conhecimento de Deus. Este ponto dos LDC também incentiva as reuniões em grupo (2 ou 3 pessoas já está bom, para começar) com o propósito de estudar e discutir – no bom sentido da palavra – as Escrituras, visando trocar idéias, promovendo integração e crescimento mútuo, sempre considerando o princípio do respeito às diferentes opiniões. Assim, estudar as Escrituras sozinho é muito útil; em grupo, é ainda mais.
·         Respeito amplo e irrestrito às diferenças culturais, sociais e religiosas, conduta democrática e incentivo à liberdade de expressão à Essa é uma orientação sine qua non há um modo LDC de vida. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3:15-16).
·         Oração à Jesus nos ensinou, através do seu exemplo, a orar. As Escrituras dão testemunho disso em muitas passagens, como esta de Lucas 6:12: Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. Há inúmeras instruções que Cristo nos dá a respeito da oração; basta correr os olhos pelos evangelhos e nos depararemos com elas aos borbotões.
·         Demonstrar em nossas atitudes o fruto do Espírito Santo à Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão (serenidade) e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei (Gálatas 5:22-23). Cada uma das características ali citadas são como um “gomo” desse fruto, que todos nós devemos nos esforçar para demonstrar em nós mesmos. Diferentemente dos dons do Espírito, que são uma liberalidade deste e “dados” conforme a vontade do Espírito Santo, as multifacetadas características do fruto do Espírito são uma liberalidade nossa, dependem da nossa decisão de colocá-las em prática para serem visíveis.
·         Buscar sempre os dons do Espírito Santo à 1º Coríntios 12:7-10: “Os dons do Espírito Santo são: palavra de sabedoria; palavra de conhecimento; ; dons de curar; poder para operar milagres; profecia; discernimento de espíritos; variedade de línguas; interpretação de línguas. Esses dons se buscam pela oração e pela prática daqueles dons que já temos. Devemos atentar para o fato de estes dons serem uma liberalidade do Espírito – Ele concede a quem Ele quer – e que são distribuídos a cada um para o bem comum. Mas orar por eles demonstra o nosso interesse em tê-los – e quando nós nos mostramos interessados, Deus sempre leva isso em consideração: “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta (Mateus 7:7).
·         Trabalhar de forma metódica e tranqüila, para produzir frutos da fé à Nos é ensinado em I Coríntios 15:58: Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não é em vão. Em II Tessalonicenses 3:12 ensina-se: Exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu próprio pão. Cita-se também em Tiago 2:17: Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.
·         Praticar sempre esses pontos, mesmo e também nos momentos em que “não nos sentimos a fim”; dessa forma demonstramos que correspondemos ao amor e à fidelidade de Deus para conosco à Fala em II Tessalonicenses 3:13: Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. Também em I Timóteo 4:16 nos é ensinado: Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO