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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quem são os Livres Discípulos de Cristo?

Me perguntaram: o que são os Livres Discípulos de Cristo? Acho que se pode começar dizendo o que não são. Os Livres Discípulos de Cristo não são uma Igreja, não são um clube exclusivo, restrito ou fechado, não são uma simples filosofia de vida ou um movimento religioso, e tampouco tem ligação com denominação religiosa A ou B. Os Livres Discípulos de Cristo são um modo de vida.
A proposta conceitual dos LDC está estampada em seu símbolo: João 8:31-32. Essa passagem bíblica é o lema, a inspiração e o conceito inicial dos LDC.
Os LDC entendem que o discipulado, no mais amplo e profundo sentido, é a forma mais próxima de andarmos junto a Deus em nossa peregrinação terráquea. Sendo o Cristo a manifestação humana de Deus (o Filho de Deus), devemos permanecer em Sua Palavra, ou seja, aprofundarmo-nos nos escritos bíblicos. O conhecimento da verdade depende disso, e disso depende também a nossa verdadeira liberdade. A disciplina nisso é que nos remete ao verdadeiro discipulado, fechando-se um círculo vital.
O relacionamento mestre/discípulo já foi ensinado pelo Mestre dos mestres na passagem de Lucas 6:40: “O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre. Esse ensinamento resume uma das metas dos LDC, ou seja, revestirmo-nos do Cristo e adquirirmos a consciência de que somos todos um, conforme Gálatas 3:26-28: Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.
Vejamos algumas definições conceituais de mestre e discípulo, segundo o dicionário:
- Mestre: pessoa que ensina; pessoa de muito saber; aquele que serve de base ou de guia.
- Discípulo: aquele que recebe os ensinamentos ou doutrina de alguém; aquele que segue essa doutrina; aquele que deseja ser como o seu mestre.
No nosso relacionamento com Deus impera a teocracia – em que a autoridade e soberania emanam de Deus. No nosso relacionamento entre nós mesmos, os seres humanos, deve imperar a democracia – em que a autoridade e soberania emanam do relacionamento com base na igualdade de poder e peso atribuídos a cada indivíduo, concedendo liberdade de decisão e respeito. A teocracia reflete o amor de Deus para conosco e o nosso para com Ele; a democracia reflete o amor dos seres humanos entre si.
Parte-se do pressuposto que entre os LDC não deve haver um “chefe” – “Mas vocês não devem ser chamados ‘rabis’ (mestres); um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. A ninguém na terra chamem ‘pai’(no sentido espiritual), porque vocês só tem um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados ‘chefes’, porquanto vocês tem um só Chefe, o Cristo. O maior entre vocês deverá ser servo. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mateus 23:8-12). Isso demonstra tanto a teocracia divina, quanto a democracia humana.
Entre os LDC há um respeito irrestrito às diferentes opiniões e interpretações. Isso promove o exercício da tolerância, mantém a harmonia e promove o crescimento, respeitando-se as diferenças. Alimentar as controvérsias só provoca dissensões e afastamentos, que são contrários aos princípios cristãos. Há suportes bíblicos abonando essa conduta de respeito mútuo às diferenças: “Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus” (Atos 15:19); Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos (Romanos 14:1); Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3:15-16); Evite, porém, controvérsias tolas, genealogias, discussões e contendas a respeito da Lei, porque essas coisas são inúteis e sem valor (Tito 3:9); Falem e ajam como quem vai ser julgado pela lei da liberdade, porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não for misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo! (Tiago 2:12-13).
Os LDC desejam trabalhar profundamente nos pontos convergentes que há entre os cristãos – e também entre aqueles que não são cristãos –, deixando que os pontos divergentes sejam resolvidos com dois ingredientes do modus operandi divino: o amor e o tempo. Se, entre 10 pontos de fé, houver 6 ou 7 que são concordantes entre nós, que os trabalhemos efusivamente! Quanto aos 3 ou 4 discordantes, deixemos que o passar do tempo e o amor divino nos façam sábios o suficiente para lidarmos com eles em paz e harmonia!
Os LDC incentivam a todos a participarem ativamente da Igreja (qualquer que seja a denominação eclesiástica em que congreguem). Concorda com isso Hebreus 10:25: Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.
Para concluir, propomos alguns pontos pragmáticos para orientação de todos os que desejam viver do modo de um Livre Discípulo de Cristo, pontos esses que podem ser seguidos por quem assim o desejar. Passemos a eles:
·         Amar a Deus à Mateus 22:37-38: Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento (e de todas as suas forças)’. Este é o primeiro e maior mandamento”.
·         Amar ao próximo e a si mesmo à Mateus 22:39: “O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”. Só podemos amar ao próximo quando nos amamos a nós mesmos, pois Jesus ensina que amemos aos outros como nos amamos a nós mesmos!
·         O lema do livre discipulado (João 8:31-32) àSe vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. Este lema relaciona-se diretamente com os dois pontos iniciais, uma vez que o próprio Cristo conclui o ensinamento de amor a Deus e ao próximo nas palavras de Mateus 22:40, conceito este que muitas vezes é esquecido de citar: Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. A Lei e os Profetas representavam os escritos sagrados da época em que Jesus viveu na terra como um ser humano; conclui-se que os “escritos sagrados” de nossa época também devem depender destes dois mandamentos de Cristo. O lema de João 8:31-32 incentiva ao conhecimento da Palavra. Concorda com esse lema outro ensinamento do Mestre: Jesus respondeu: “Vocês erram porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!” (Mateus 22:29).
·         Ler e estudar a Bíblia, pelo menos 1 hora por dia à Ler e estudar a Bíblia concorda com os pontos até agora citados, e o tempo de uma hora é perfeitamente cabível no dia de quem prioriza o discipulado e o considera como fundamento. Lembremos da passagem de Mateus 22:29 (citada acima) e também de Oséias 4:6: “Meu povo foi destruído por falta de conhecimento”. Lembremos também, com muito apreço, do ensinamento em Provérbios 2:1-5: Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos; se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento; se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto; se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o SENHOR e achará o conhecimento de Deus. Este ponto dos LDC também incentiva as reuniões em grupo (2 ou 3 pessoas já está bom, para começar) com o propósito de estudar e discutir – no bom sentido da palavra – as Escrituras, visando trocar idéias, promovendo integração e crescimento mútuo, sempre considerando o princípio do respeito às diferentes opiniões. Assim, estudar as Escrituras sozinho é muito útil; em grupo, é ainda mais.
·         Respeito amplo e irrestrito às diferenças culturais, sociais e religiosas, conduta democrática e incentivo à liberdade de expressão à Essa é uma orientação sine qua non há um modo LDC de vida. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3:15-16).
·         Oração à Jesus nos ensinou, através do seu exemplo, a orar. As Escrituras dão testemunho disso em muitas passagens, como esta de Lucas 6:12: Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. Há inúmeras instruções que Cristo nos dá a respeito da oração; basta correr os olhos pelos evangelhos e nos depararemos com elas aos borbotões.
·         Demonstrar em nossas atitudes o fruto do Espírito Santo à Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão (serenidade) e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei (Gálatas 5:22-23). Cada uma das características ali citadas são como um “gomo” desse fruto, que todos nós devemos nos esforçar para demonstrar em nós mesmos. Diferentemente dos dons do Espírito, que são uma liberalidade deste e “dados” conforme a vontade do Espírito Santo, as multifacetadas características do fruto do Espírito são uma liberalidade nossa, dependem da nossa decisão de colocá-las em prática para serem visíveis.
·         Buscar sempre os dons do Espírito Santo à 1º Coríntios 12:7-10: “Os dons do Espírito Santo são: palavra de sabedoria; palavra de conhecimento; ; dons de curar; poder para operar milagres; profecia; discernimento de espíritos; variedade de línguas; interpretação de línguas. Esses dons se buscam pela oração e pela prática daqueles dons que já temos. Devemos atentar para o fato de estes dons serem uma liberalidade do Espírito – Ele concede a quem Ele quer – e que são distribuídos a cada um para o bem comum. Mas orar por eles demonstra o nosso interesse em tê-los – e quando nós nos mostramos interessados, Deus sempre leva isso em consideração: “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta (Mateus 7:7).
·         Trabalhar de forma metódica e tranqüila, para produzir frutos da fé à Nos é ensinado em I Coríntios 15:58: Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não é em vão. Em II Tessalonicenses 3:12 ensina-se: Exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu próprio pão. Cita-se também em Tiago 2:17: Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.
·         Praticar sempre esses pontos, mesmo e também nos momentos em que “não nos sentimos a fim”; dessa forma demonstramos que correspondemos ao amor e à fidelidade de Deus para conosco à Fala em II Tessalonicenses 3:13: Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. Também em I Timóteo 4:16 nos é ensinado: Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

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