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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Milagres são Provisórios

1º Reis 17:14

“Pois assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra’”.



Se você ler o capítulo 17 de 1º Reis achará o desdobramento dessa história. Resumindo, Elias foi mandado a Sarepta por Deus para ali ser sustentado por uma viúva com um filho pequeno. Não chovia havia muito, e não se tinha idéia de quando a chuva voltaria. Faltava alimento e havia todas as mazelas imagináveis numa escassez dessas.

Elias chegou a essa mulher, que tinha somente um pouco de farinha e azeite, e ela planejava fazer uma última refeição com o que tinha, para ela e para o filho. Achava que esta seria a refeição derradeira, depois disso só restaria a morte. Foi o que ela disse a Elias. Elias disse que ela fizesse conforme seu intento, mas que antes fizesse para ele um bolo e o trouxesse, e depois fizesse o alimento para ela e o filho. Ela insistiu com ele mencionando aquela escassez alimentícia, e foi quando ele falou a ela o que está no ponto bíblico acima citado.

Passou-se muito tempo em que Elias ficou na casa daquela viúva, comia e dormia ali, e o que ele falou se cumpriu. Quanto mais farinha ela tirava da vasilha, mais farinha havia; quanto mais azeite saía da botija, mais aparecia.

Elias usou a “sua palavra” quando, sob incumbência de Deus fora para lá, e disse para a mulher “fazer como dizia”. E teve a “cara-de-pau” para, diante da paupérrima situação, não ser nem um pouco cavalheiro e pedir para ela fazer primeiro para ele um bolo com o que havia na vasilha e na botija. Humanamente falando, o cara foi um sem-noção. O que ele estava fazendo? Indo a uma viúva com filho pequeno, em estado de miséria, constatar que tinha só um punhadinho de comida e pedir: “primeiro eu”, depois, se sobrasse, ela e o filho. Francamente, hein seu Elias?

Calma. Depois de usar a “sua palavra”, Elias usou a “palavra de Deus”: “Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra’”. Beleza, dom Elias!

Ele estava tão confiante na incumbência divina que não tinha nenhuma dúvida que se daria conforme a palavra que dizia. E fez-se exatamente como Elias disse, segundo a palavra do SENHOR.

Um milagre! Uma atuação sobrenatural na vida daquela viúva, do seu filhinho e de Elias!

Sim, tudo isso, mas por tempo limitado!

Milagres não são eternos, são provisórios. Provisório, neste caso, não vem de “improviso”; vem de provisão, de providência. O milagre é uma provisão divina, uma providência divina. Mas ele é provisório, é para durar um tempo. E a prova disso está contida no próprio versículo acima.

Deus diz que “a farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará...”, sim. Mas, por quanto tempo? Aí há uma palavra que conota tempo: ATÉ. Tudo isso que Deus dissera por intermédio de Elias aconteceria até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra”. Dá para perceber o detalhe? Até chover sobre a terra. Depois que a chuva voltar, tchau farinha e azeite que não finda mais na vasilha e na botija! Depois que voltar a chover, se a viúva quisesse farinha e azeite na botija, tinha que providenciar por ela mesma, cultivando a terra que voltara a ter condições de produzir frutos.

É isso que esta Palavra nos ensina. Deus submete a natureza à sobre-naturalidade em situações em que e enquanto não tivermos condições de nos provermos sozinhos. Ele produz o milagre até aí. Depois, cabe a nós submetermos a natureza das situações para provermo-nos. É isso que ele demonstra.

Deus não nos ensina a sermos dependentes dele de forma incondicional. Ele nos condiciona para que sejamos independentes. Essa é uma dicotomia divina notável!

Deus nos capacita!

Gosto muito duma frase: “Devemos dar asas a nossos filhos, ensinando-os a nunca perderem suas raízes”. É isso que Deus faz.

Em nossos dias, infelizmente, vivemos um cristianismo de milagres. Um verdadeiro negócio da fé. Muitos cristãos são ensinados a depender incondicionalmente duma “indústria de milagres” em escala de fábrica, e não é ensinado o quanto Deus capacita a cada um de nós que o buscamos verdadeiramente. Cristo intervinha miraculosamente quando necessário, mas a essência do seu ministério estava em anunciar o “reino de Deus”, buscar a “Deus e a sua justiça EM PRIMEIRO LUGAR”.

Simplesmente produzir milagres não é a essência de Cristo. Ela é muito maior.

Felizmente, muitos ainda podem perceber essas nuances de sabedoria divina incrustadas em sua Palavra. Há muitos que não perdem a meta de vista.



Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,
Kurt Hilbert

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