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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os Filhos de Deus


Gálatas 3:26-28
Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.

Há um dito popular, repetido às pencas por aí, que diz que “todos somos filhos de Deus”. Normalmente, quando alguém se julga meritório de desfrutar de alguma regalia ou de uma pequena extravagância, diz, como que a si mesmo, que “afinal, eu também sou filho de Deus”. Nada disso está muito errado, mas tampouco está muito certo. Explico.
Do ponto de vista criacional, todos somos filhos de Deus. Se formos tomar como base justificativa deste argumento que Deus nos criou, estamos certos. Mas, neste caso, também temos que dizer que as plantas, os animais, os minerais, os planetas e o Universo são igualmente filhos de Deus, uma vez que Deus criou tudo. Seguindo ainda nessa linha, temos que concordar que os anjos são filhos de Deus – biblicamente são mesmo e, – pasmemos! –, até mesmo os demônios e seu “chefe” são filhos de Deus, uma vez que Deus também os criou, pois Deus é a causa primeva de tudo – tudo mesmo –, até daquilo que se desviou, que caiu, que se corrompeu, que foi destituído da Sua graça. Sim, do ponto de vista da criação, todos – e tudo – são filhos de Deus.
Mas não é disto que a Palavra acima trata. Ela não trata da criação, mas da regeneração. Assim como a Bíblia nos ensina que Jesus Cristo, o Filho de Deus, não foi criado, mas gerado, que Ele existe desde o princípio junto a Deus – e é Ele mesmo Deus –, assim essa Palavra nos fala não mais como seres criados, mas gerados – regenerados – através da fé em Cristo. É segundo essa visão que a Bíblia nos diz que somos filhos de Deus, e nos diz também quem são os filhos de Deus.
Quando fomos batizados em Cristo, isso é similar à Sua (de Cristo) condição humana, que foi sepultado de forma corruptível – como um ser humano natural – e ressuscitou de forma incorruptível – ainda como um ser humano, mas de forma sobrenatural. Cristo, depois de ressuscitar, não deixou de ser um ser humano, assim como enquanto andava na terra como um ser humano normal, não deixara de ser Deus. Assim, quando somos “sepultados e ressuscitados” mediante o batismo em Cristo, não deixamos de ser seres humanos como os outros, mas nos revestimos de Cristo, isto é, da Sua divindade. Sintetizando, somos, ao mesmo tempo, seres humanos e seres divinos.
É por isso que a Bíblia diz que somos deuses! Com base em quê digo isso? Com base em João 10:33-36: Responderam os judeus: “Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, porque você é um simples homem e se apresenta como Deus”. Jesus lhes respondeu: “Não está escrito na Lei de vocês: ‘Eu disse: vocês são deuses’? Se ele chamou ‘deuses’ àqueles a quem veio a palavra de Deus (e a Escritura não pode ser anulada), que dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo? Então, por que vocês me acusam de blasfêmia porque eu disse: sou Filho de Deus?”; e no Salmo 82:6 – que é a palavra na “Lei de vocês” à qual Jesus se referia na passagem acima – diz: “Eu disse: vocês são deuses, todos vocês são filhos do Altíssimo”. Esses são os filhos de Deus, os que, através de Cristo, são regenerados (gerados de novo) como filhos do Altíssimo. Continuaremos sendo humanos e morrendo como humanos (Salmo 82:7), mas agora já em um estágio mais avançado. São filhos de Deus os que foram revestidos – e permanecem revestidos, não tiram essa veste figurativa – de Cristo.
Espero que eu e você possamos ser encontrados entre esses filhos de Deus.
Tudo isso nos remete à unidade: Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. Com isso, somos ensinados que todos somos um. O que é ser um? É saber-se como parte de Deus, através do Cristo, e como parte do meio em que vivemos, como parte da natureza, do planeta, do Universo – e do outro ser humano, o nosso semelhante, o nosso próximo, para usarmos expressões bíblicas. Sermos um é termos consciência que tudo aquilo que fazemos – ou deixamos de fazer – tem relação direta com o outro, com todos os seres da criação deste Universo criado por Deus. Isso é sermos um.
O conceito de sermos todos um, não é simplesmente um papo esotérico, místico, panteísta, de Nova Era, Era de Aquário ou coisas do tipo... nada disso. É um papo que Deus bate conosco há tempos, em Sua Palavra. É o conceito de sermos filhos de Deus.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO