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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

32 – Jesus e os Samaritanos (Lucas 9 e João 4)

 

 

Quando51(versículo de Lucas 9) se aproximou o seu tempo de ser levado ao céu, Jesus resolutamente tomou o caminho de Jerusalém I. E52, à frente, enviou mensageiros II, que entraram numa aldeia samaritana para deixar as coisas preparadas; mas53, como ele ia para Jerusalém, o povo não quis recebê-lo. Vendo54 isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: “Senhor, quer que chamemos o fogo do céu III para destruí-los?” Mas55 Jesus se voltou para eles e os repreendeu, e56 foram para uma outra aldeia.

Nem sempre Jesus era rejeitado pelos samaritanos. Ele viajou muitas vezes pela Samaria e, numa ocasião anterior de sua vida pública, foi acolhido numa cidade samaritana chamada Sicar.

Assim5(versículo de João 4), ele chegou a uma cidade de Samaria chamada Sicar, perto do terreno que Jacó dera a seu filho José. Lá6 estava o poço de Jacó, e Jesus, cansado da jornada, sentou-se junto do poço... Quando7 chegou uma mulher samaritana para tirar água, Jesus lhe disse: “Podes me dar de beber?” (Seus8 discípulos tinham isso à cidade comprar comida).

A9 mulher lhe disse: “Tu és um judeu e eu uma samaritana. Como podes me pedir de beber?” (Pois os judeus não tratavam com samaritanos).

Jesus10 lhe respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede de beber, serias tu que lhe pedirias, e ele te daria água viva IV”.

“Senhor11”, disse a mulher, “não tens nada para retirar a água e o poço é fundo. Onde podes conseguir essa água viva? És12 maior que nosso pai Jacó, que nos deu o poço...?”

Jesus13 respondeu: “Quem bebe desta água tem sede outra vez, mas14 quem beber a água que eu darei, nunca mais terá sede. De fato, a água que eu lhe darei será uma fonte de água jorrando para a vida eterna”.

Disse-lhe15 a mulher: “Senhor, dai-me dessa água, e assim não terei mais sede nem terei de continuar vindo aqui buscar água”.

Ele16 lhe disse: “Vai, chama o teu marido e volta”.

“Não17 tenho marido”, respondeu ela.

E Jesus lhe falou: “... de18 fato, tiveste cinco maridos, e o homem que agora tens não é teu marido...”

“Senhor19”, disse a mulher, “posso ver que és um profeta. Nossos20 pais adoraram neste monte V, mas vocês judeus dizem que o lugar onde devemos prestar culto é Jerusalém”.

Disse-lhe21 Jesus: “Acredita-me, mulher, está chegando um tempo em que não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém... Os23 verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade... Deus24 é espírito, e seus adoradores devem adorá-lo em espírito e em verdade...”.

A samaritana voltou para sua cidade e contou às pessoas todas as coisas que Jesus lhe dissera. E muitos vieram para escutar Jesus.

Em39 razão do testemunho da mulher – “ele me disse tudo o que eu fiz” – muitos samaritanos daquela cidade acreditaram nele. Ao40 virem ao seu encontro, os samaritanos insistiam com ele para ficar, e ele acabou ficando dois dias. E41, por causa de suas palavras, muitos mais passaram a crer.

 

v     Para entender a história

Os judeus consideravam os samaritanos impuros e se recusavam a tratar com eles. Quebrando a tradição judaica – e também o preconceito –, Jesus desfruta abertamente da hospitalidade deles. Sua missão é remover a barreira entre judeus e não-judeus e apresentar o Evangelho – como o chamamos hoje em dia – a todos os povos.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Tomou o caminho de Jerusalém” – Assinala-se aí o início da vida pública de Jesus na Judeia. Sua missão termina em Jerusalém, onde ele morre e ressuscita.

                                   II.     “À frente, enviou mensageiros” – Jesus estava viajando com seus discípulos e muitos outros seguidores. Uma pequena aldeia não poderia dar hospitalidade a toda essa gente; por isso, um grupo ia adiante para fazer preparativos.

                                III.     “Chamemos o fogo do céu” – Tiago e João eram também conhecidos como “filhos do trovão”, por sua personalidade impulsiva – consta que Jesus mesmo os apelidara assim (Marcos 3:17), o que mostra que Jesus tinha senso de humor. Suas palavras – de Tiago e João – lembram as de Elias, que em seu tempo, enviara chamas do céu para consumir os mensageiros de Aasias, o ímpio rei da Samaria (II Reis 1:10).

                                IV.     “Água viva” – A água que Jesus oferece é sua Palavra e o dom da vida eterna. Os que seguem seus ensinamentos não terão mais sede espiritual.

                                   V.     “Nossos pais adoraram neste monte” – Trata-se do Monte Gerizim, lugar sagrado dos samaritanos. Moisés dissera ao povo para proclamar a bênção de Deus dali (Deuteronômio 11:29). Os samaritanos adoravam – que é o mesmo que prestar culto – ao Deus de Israel e, em cerca de 400 a.C., construíram um templo no Monte Gerizim para rivalizar com o de Jerusalém.

 

Samaria: A viagem da Galileia para Jerusalém, passando pela Samaria, levava poucos dias. Os viajantes judeus evitavam a Samaria e viajavam pela margem leste do Jordão. Os samaritanos eram seus inimigos e não os recebiam.

Poços: Os poços ainda são importantes na Palestina atual, pois a água seca nos meses de verão.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 27 de setembro de 2020

O Shabat

 

 

Uma das questões que podem suscitar dúvidas em algumas pessoas – inclusive de fé cristã – é a guarda do sábado. Para mim, esta foi uma questão tranquila e desde sempre resolvida; nunca me causou dúvidas, por tão claro ser o que, no decorrer da Bíblia – e especialmente no Novo Testamento –, se tem sobre o tema. Mas há aqueles para quem pairam dúvidas, ou “certezas” contrárias.

Assim, quis compartilhar neste espaço e nesta mídia algo que fosse esclarecedor com relação ao sábado.

Busquei, didaticamente, um argumento pautado nas Escrituras e na centralidade de Cristo para justificar esta tranquilidade minha em relação ao tema, e encontrei um artigo cuja posição é bastante ponderada e satisfatória no site https://www.gotquestions.org e o reproduzo abaixo.

 

Frequentemente se diz que “Deus instituiu o Shabat no Éden” por causa de sua conexão com a criação em Êxodo 20:11, onde diz: Pois em seis dias o SENHOR  fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o SENHOR abençoou o sétimo dia e o santificou. Apesar do descanso de Deus no sétimo dia (Gênesis 2:3) ter sugerido uma futura lei do Shabat, não há registro bíblico do Shabat antes dos filhos de Israel terem deixado a terra do Egito. Em nenhum lugar das Escrituras há qualquer indício de que guardar o Shabat tenha sido praticado de Adão a Moisés.

A Palavra de Deus deixa muito claro que guardar o Shabat era um sinal especial entre Deus e Israel: E o SENHOR o chamou do monte, dizendo: “Diga o seguinte aos descendentes de Jacó e declare aos israelitas: Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim. Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações” (Êxodo 19:3-5). Os israelitas terão que guardar o sábado, eles e os seus descendentes, como uma aliança perpétua. Isso será um sinal perpétuo entre mim e os israelitas, pois em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, e no sétimo dia ele não trabalhou e descansou” (Êxodo 31:16-17).

Em Deuteronômio 5, Moisés reafirma os dez mandamentos à próxima geração de israelitas. Aqui, após ordenar que se guardasse o Shabat nos versos 12-14, Moisés dá a razão por que o Shabat foi dado à nação de Israel: Lembra-te de que foste escravo no Egito e que o SENHOR, o teu Deus, te tirou de lá com mão poderosa e com braço forte. Por isso o SENHOR, o teu Deus, te ordenou que guardes o dia de sábado” (Deuteronômio 5:15).

Repare na expressão “por isso”. A intenção de Deus em dar o Shabat a Israel não foi que se lembrassem da criação, mas que se lembrassem de sua escravidão egípcia e o livramento do Senhor. Observe os requisitos para se guardar o Shabat:

a)     A pessoa sob a lei do Shabat não poderia deixar sua casa no Shabat: Vejam que o SENHOR lhes deu o sábado; e por isso, no sexto dia, ele lhes dá pão para dois dias. No sétimo dia, fiquem todos onde estiverem; ninguém deve sair” (Êxodo 16:29).

b)     Não poderia acender fogo: Nem sequer acendam fogo em nenhuma de suas casas no dia de sábado!” (Êxodo 35:3).

c)      Não poderia fazer ninguém trabalhar: Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu nem teu filho ou filha, nem o teu servo ou serva, nem o teu boi, teu jumento ou qualquer dos teus animais, nem o estrangeiro que estiver em tua propriedade; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu” (Deuteronômio 5:14).

d)     A pessoa que quebrasse a lei do Shabat seria colocada à morte: Em seis dias qualquer trabalho poderá ser feito, mas o sétimo dia é o sábado, o dia de descanso, consagrado ao SENHOR. Quem fizer algum trabalho no sábado terá que ser executado” (Êxodo 31:15).  Certo dia, quando os israelitas estavam no deserto, encontraram um homem recolhendo lenha no dia de sábado. Aqueles que o encontraram recolhendo lenha levaram-no a Moisés, a Arão e a toda a comunidade, que o prenderam, porque não sabiam o que deveria ser feito com ele. Então o SENHOR disse a Moisés: “O homem terá que ser executado. Toda a comunidade o apedrejará fora do acampamento” (Números 15:32-35).

Um exame das passagens do Novo Testamento nos mostra quatro pontos importantes:

1)      Quando Cristo aparece em Sua forma ressuscitada (e o dia é mencionado), sempre é o primeiro dia da semana. Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro (Mateus 28:1). De repente, Jesus as encontrou e disse: Salve! Elas se aproximaram dele, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Então Jesus lhes disse: Não tenham medo. Vão dizer a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá eles me verão (Mateus 28:9-10). Quando Jesus ressuscitou, na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, de quem havia expulsado sete demônios (Marcos 16:9). No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro (Lucas 24:1). Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém (Lucas 24:13). Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles (Lucas 24:15). Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja com vocês!(João 20:19). Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja com vocês!(João 20:26).

2)     A única vez em que é mencionado o Shabat, desde Atos até Apocalipse, isto é feito para fins evangelísticos aos judeus e sempre no contexto da sinagoga (Atos capítulos 13-18). Paulo escreveu: Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, tornei-me como se estivesse sujeito à lei, (embora eu mesmo não esteja debaixo da lei), a fim de ganhar os que estão debaixo da lei (1º Coríntios 9:20). Paulo não foi à sinagoga para ter comunhão com os santos ou edificá-los, mas para convencer os compatriotas e salvá-los.

3)     Desde o momento em que Paulo afirma, ao ser rejeitado, “de agora em diante irei para os gentios” (Atos 18:6), o Shabat não mais é mencionado.

4)      Ao invés de sugerir que se observe o Shabat, o restante do Novo Testamento sugere o oposto (incluindo a única exceção, no ponto 3 acima), encontrada em Colossenses 2:16: Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado.

Olhando mais de perto o ponto 4 acima, este revela que não há obrigação para o crente do Novo Testamento de guardar o Shabat, e mostra também que a ideia de um domingo (“Shabat cristão”) também não se encontra nas Escrituras. Como discutido acima, apenas uma vez o Shabat é mencionado depois que Paulo objetiva os gentios: Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo (Colossenses 2:16-17). O Sábado Judeu (Shabat) foi abolido na cruz, onde Cristo cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz (Colossenses 2:14).

Esta ideia é repetida mais de uma vez no Novo Testamento: Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz (Romanos 14:5-6). Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez? Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos! (Gálatas 4:9-10).

Alguns afirmam, entretanto, que um mandato de Constantino em 321 d.C. “mudou” o Shabat de sábado para domingo. Em que dia a Igreja primitiva se reunia para adoração? As Escrituras nunca mencionam o Shabat (sábado) como dia de reuniões pelos crentes para comunhão ou adoração. Entretanto, há passagens claras que mencionam o primeiro dia da semana. Por exemplo, Atos 20:7 afirma: No primeiro dia da semana reunimo-nos para partir o pão, e Paulo falou ao povo. Em 1º Coríntios 16:2, Paulo exorta aos crentes coríntios: No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda. Uma vez que Paulo designa esta oferta como “serviço” em 2º Coríntios 9:12, esta coleta deve ter sido ligada com a adoração do culto de domingo da assembléia cristã. Historicamente, domingo, não sábado, era o dia normal de encontros dos cristãos na Igreja, e sua prática vem desde o primeiro século.

O Shabat foi estabelecido para Israel, não para a Igreja. O Shabat ainda é sábado, não domingo, e nunca foi mudado. Mas o Shabat é parte da Lei do Velho Testamento, e os cristãos são livres da servidão da Lei: Vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça (Romanos 6:14).

Guardar o Shabat não é algo cobrado dos cristãos, seja um sábado ou domingo. O primeiro dia da semana, domingo, celebra a Ressurreição de Cristo. Não somos obrigados a seguir o Shabat de Moisés – descansando, mas somos agora livres para seguir o Cristo ressuscitado – servindo. O apóstolo Paulo disse que cada cristão deveria decidir se observa ou não o descanso do Shabat: Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente (Romanos 14:5).

Devemos adorar a Deus todos os dias, não somente no sábado ou domingo.

 

Ainda dentro do contexto, quero lembrar o que diz o 4º mandamento, segundo a Lei dada a Moisés: “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo” (Êxodo 20:8).

Questionado se o não guardar um dia da semana chamado de “sábado” seria uma desobediência a este mandamento, respondo dizendo que “não”, pelo fato de o sábado ter sido feito para o descaso do homem, segundo o modelo do “descanso” de Deus. “Santificar” o dia significa reservar um tempo para a “adoração e comunhão com Deus, podendo ser um dia específico – para quem o desejar e puder em sua agenda – ou um “tempo”, que pode ser – e digo: deve ser – a cada dia.

Lembro também de Jesus dizendo: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim, pois, o Filho do homem é Senhor até mesmo do sábado (Marcos 2:27-28).

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 20 de setembro de 2020

31 – As Jornadas de Jesus Para Jerusalém

 

Depois de uma fase de popularidade, começou a crescer a reação contra Jesus. A transfiguração servira de início da preparação dos discípulos para a morte do Mestre. Jesus sabia que isso aconteceria em Jerusalém. No começo do ano 30, ele partiu para a sua última viagem à Cidade Santa. No seu Evangelho, Lucas narra os dias finais da vida pública de Jesus, como uma longa jornada desde a Galileia, prosseguindo pela Samaria, Judeia e Pereia e terminando em Jerusalém – um lento avanço rumo ao destino final. Muitos dos eventos contados por Lucas aparecem em contextos diferentes nos outros Evangelhos. Isso talvez se deva a que Jesus repetia os mesmos ensinamentos em mais de uma ocasião.

 

Samaria

A Samaria era a região montanhosa central da Palestina; ela se limitava ao norte com a Galileia, ao sul com a Judeia, a leste com o rio Jordão e a oeste com o mar. A fertilidade do seu solo e a sua localização estratégica fizeram com que fosse muitas vezes invadida.

Durante a monarquia israelita, a Samaria era habitada pelas tribos do norte de Israel. Mas após a conquista assíria, no século VIII a.C., houve casamentos entre israelitas, babilônios, e outros povos trazidos pelos assírios. Dois séculos mais tarde, depois do exílio das tribos meridionais de Judá, os judeus, que se reassentaram em Judá (Judeia) e reconstruíram Jerusalém, encaravam os samaritanos como uma raça impura. Durante séculos houve muita inimizade entre os dois povos. No tempo de Jesus, muitos judeus evitavam a Samaria, preferindo cruzar o Jordão e viajar através da Pereia. Jesus, porém, foi à Samaria, e muitos samaritanos se tornaram seus seguidores.

 

Pereia

O nome dessa pequena região situada na margem oriental do Jordão significa “além”. Com 16 km de largura, ela se estendia do rio Yaarmuk, ao norte, ao rio Arnon, ao sul.

Durante a ocupação romana, a área era habitada por judeus. Correspondia à terra de Gileade, no Antigo Testamento, e é mencionada no Novo Testamento como a região “além do Jordão”.

A Pereia era uma atraente região serrana, com plantações de olivais, vinhedos e campos de trigo e cevada. Suas regiões baixas eram também conhecidas pelas suas pastagens de estepes. Nos tempos de Jesus, ela fazia parte do Império Romano e era governada por Herodes Antipas.

 

Judeia

A terra montanhosa e árida da Judeia contrastava fortemente com as ricas terras agrícolas da Samaria e Galileia. Entretanto, a Judeia tinha os seus próprios vinhedos e culturas de oliveiras e figueiras, e a área produzia vários cereais. Também havia terras de pastagens, onde se criavam ovelhas. Do Mar Morto se extraía sal, tanto para consumo local como para exportação.

A população da Judeia se concentrava sobretudo em Jerusalém e seus arredores; as comunidades agrárias habitavam pequenos vilarejos. Jesus passou por esses lugares, percorrendo as estradas principais ou os caminhos através dos campos, e pregando, em muitos deles, com os seus discípulos.

 

Como Jesus viajava

Viajar por terra era frequentemente perigoso, por causa dos bandidos. Viajar sozinho era muito arriscado e as pessoas costumavam se juntar em caravanas ou grupos. Jesus viajava com seus discípulos, e alguns deles levavam espadas. Para evitar o calor do meio-dia, caminhava-se de manhã e ao anoitecer. A cada nova área fiscal que se atravessava, era preciso pagar pedágios.

Os romanos construíram, por todo o seu império, uma extensa rede de boas estradas. Elas eram retas, niveladas, e tinham sistemas apropriados de drenagem. As estradas que levavam às principais cidades tinham calçadas para pedestres. Mas, mesmo no tempo dos romanos, as estradas menores eram muito precárias.

As estalagens eram lugares ambíguos onde, às vezes, a prostituição era parte do serviço. Os viajantes preferiam pernoitar em casas particulares. Em Israel, a hospitalidade era encarada como um dever sagrado. A hospedagem costumava ser gratuita, mas a comida era levada pelos próprios viajantes ou comprada no caminho.

 

Habitação

As casas onde Jesus e seus discípulos se hospedavam eram, em sua maioria, modestas. As pessoas mais pobres moravam em casas de um só cômodo, com telhados planos a que se tinha acesso por uma escada externa. Muitas vezes, os aldeões trocavam notícias, gritando uns aos outros de seus telhados, por cima do ruído das ruas. No verão, os telhados eram usados como lugar de dormir e também para secar linho e amadurecer frutas e legumes. Frequentemente, construía-se um cômodo extra na parte de cima. Os mais ricos moravam em casas com colunas, contendo vários cômodos em volta de um pátio central, onde muitas vezes de guardavam animais.

 

Reação contra Jesus

Neste período, Jesus encontrou muita oposição da parte de poderosos grupos religiosos. Os fariseus eram puristas que preconizavam a observância da Lei nos seus mínimos detalhes. A maioria dos escribas, eruditos que estudavam e interpretavam a Lei, pertencia a esse grupo. Os saduceus eram basicamente ricos proprietários das famílias aristocráticas. Muitos dos grandes sacerdotes eram saduceus.

Conceitos como ressurreição, alma, anjos e demônios eram rejeitados pelos saduceus, enquanto os fariseus acreditavam neles. Assim, a oposição a Jesus não era unificada. Os fariseus rejeitavam a aspiração messiânica de Jesus, mas concordavam com muitos de seus ensinamentos. Os sacerdotes não aceitavam que ele pudesse perdoar pecados, pois confiavam nos ritos de sacrifício para o perdão.

 

Esse era, em poucas palavras, o cenário político-social nos tempos das viagens de Jesus.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 13 de setembro de 2020

Jesus e Uma Pecadora



Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa.
Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma “pecadora”, trouxe um frasco de alabastro com perfume, e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.
Ao ver isso, o fariseu que o havia convidado disse a si mesmo:
“Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora’”.
Respondeu-lhe Jesus:
“Simão, tenho algo a lhe dizer”.
“Dize, Mestre”, disse ele.
“Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais?”
Simão respondeu:
“Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior”.
“Você julgou bem”, disse Jesus.
Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão:
“Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés. Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama”.
Então Jesus disse a ela:
“Seus pecados estão perdoados”.
Os outros convidados começaram a perguntar:
“Quem é este que até perdoa pecados?”
Jesus disse à mulher:
“Sua fé a salvou; vá em paz”.

(Texto de Lucas 7:36-50)

Comentário: Deduz-se, pelo contexto histórico/social da época, que esta “pecadora” seja uma prostituta, ou alguém que levasse uma vida de devassidão causada pelo abandono. Muitas vezes, às mulheres a quem era dada “carta de divórcio” por seus maridos, que o podiam fazer por qualquer motivo – mesmo os mais fúteis –, não restava outra coisa senão a mendicância ou a prostituição, uma vez que não eram bem-recebidas de volta à casa dos pais ou familiares, e ficavam desamparadas. Ainda, neste texto – como em outras passagens das Escrituras –, quando se fala que a mulher “amou” muito e, na comparação que Jesus fez, dizendo que aquele a quem muito foi perdoado, muito “amou”, este “amar” tem o significado de “ficar agradecido”, “demonstrar gratidão”.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

30 – A Transfiguração (Mateus 16-17)



Quando13(versículo do cap. 16) chegou à região de Cesareia de Filipe I, Jesus perguntou aos seus discípulos: “Quem as pessoas dizem que é o Filho do homem?” Eles14 responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros Elias; e ainda outros Jeremias ou algum dos profetas”.
“E15 vocês?”, perguntou ele. “Quem vocês dizem que eu sou?” Simão16 Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Afirmou17 Jesus: “Bem-aventurado é você, Simão, filho de Jonas, pois quem lhe revelou isso não foi o homem, mas meu Pai no céu. E18 lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja II, e as portas do Hades III não prevalecerão sobre ela. Eu19 te darei as chaves do Reino do Céu IV; o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu”. Então20 ele recomendou a seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.
Desde21 aqueles dias, Jesus começou a explicar a seus discípulos que deveria ir a Jerusalém e sofrer muitas coisas nas mãos dos anciãos, dos altos sacerdotes e dos escribas da lei, e que deveria ser morto e no terceiro dia ressurgiria para a vida.
Pedro22 chamou-o de lado e começou a censurá-lo: “Jamais, Senhor!”, disse ele. “Isso nunca te acontecerá!”. Jesus23 se voltou e disse: “Vai-te, Satanás! V Tu és um estorvo para mim; não tens em mente as coisas de Deus, mas as dos homens”.
Então24 disse a seus discípulos: “Quem quiser vir após mim deve se negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir-me. Pois25 quem quiser salvar sua vida vai perdê-la, mas quem perder a sua vida por mim vai encontrá-la. De26 que serve a um homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma? Pois27 o Filho do homem está para ir à glória do seu Pai com os anjos, e então ele recompensará a cada um segundo o que tiver feito. Em28 verdade lhes digo que alguns dos que estão aqui não experimentarão a morte antes que vejam o Filho do homem vindo em seu Reino”.
Seis1(versículo do cap. 17) dias depois, Jesus chamou à parte Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou a uma alta montanha VI. Lá2 transfigurou-se diante deles. Sua face brilhava como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. No3 mesmo instante, apareceram diante deles Moisés e Elias, falando com Jesus VII.
Pedro4 disse a Jesus: “Senhor, é bom que estejamos aqui. Se quiseres, armaremos três tendas – uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias”. Enquanto5 ele ainda falava, uma nuvem brilhante os envolveu, e uma voz falava da nuvem: “Este é meu Filho, a quem amo; nele está o meu agrado. Escutem-no!”
Ouvindo6 isso, os discípulos se prostraram atemorizados, com o rosto em terra. Mas7 Jesus veio e tocou-os. “Levantem-se”, disse. “Não tenham medo”. Quando8 olharam para cima, eles não viram ninguém, senão Jesus.

v     Para entender a história
O reconhecimento pelos discípulos de que ele é o Filho de Deus é um momento-chave na missão de Jesus. Ele agora deve prepará-los para a sua paixão e morte na cruz. A visão de seu Mestre transfigurado ajuda os vacilantes seguidores a acreditarem que ele realmente ressurgirá dos mortos.

v     Curiosidades
                                      I.     “Cesareia de Filipe” – Inicialmente denominada Paneas, do deus grego Pã, esta cidade foi reconstruída por Herodes, o Grande. Seu filho Filipe mudou o nome para homenagear Tibério César, imperador romano. Era chamada de Cesareia de Filipe para ser distinguida do porto de Cesareia.
                                   II.     “Você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja” – Jesus dá a Simão o novo nome de Pedro, significando “pedra”, ou “rocha”. Líder dos apóstolos, Pedro será o fundador da comunidade cristã.
                                III.     “As portas do Hades” – A expressão significa “o poder da morte”. Nos tempos bíblicos, as portas representavam o poder de uma cidade. Hades é a palavra grega para o lugar dos mortos. A palavra correspondente do Antigo Testamento é Sheol. Nenhum poder será forte o bastante para derrotar a igreja.
                                IV.     “Eu te darei as chaves do Reino do Céu” – Conduzidos por Pedro, os apóstolos continuarão a obra de Jesus. A igreja que eles fundarão anunciará a vida eterna aos que seguirem os ensinamentos. “Ligar” e “desligar” são termos que indicam a autoridade para decretar leis e mantê-las. Os apóstolos estabelecerão os padrões para a igreja.
                                   V.     “Vai-te, Satanás!” – Agora, a “pedra” se torna um “estorvo” para Jesus, pois Pedro não aceita o destino reservado a seu Mestre. Jesus usara as mesmas palavras no deserto, quando o demônio tentou desviá-lo de sua missão.
                                VI.     “Os levou a uma alta montanha” – O local tradicionalmente considerado como o da transfiguração é o Monte Tabor, na Galileia, mas o Monte Hermon fica bem mais próximo de Cesareia de Filipe.
                             VII.     “Moisés e Elias, falando com Jesus” – Moisés representa a Lei de Deus, que Jesus confirma. Elias representa os profetas que falaram sobre um Messias.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 6 de setembro de 2020

Disciplina


Provérbios 3:11-12
Meu filho, não despreze a disciplina do SENHOR nem se magoe com a sua repreensão, pois o SENHOR disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem.

Quando eu ia à escola, as matérias estudadas eram comumente chamadas de “disciplinas”. Havia até um espaço próprio no caderno para anotarmos. Disciplina: Matemática. Disciplina escolar, então, era algo a se estudar e aprender.
Segundo o dicionário, disciplina inclui a obediência às regras, aos superiores, aos regulamentos. Também traz como significado ordem, regulamento, conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento de algo.
As palavras disciplina e discípulo também têm a mesma raiz. Discípulo define-se como alguém que estuda, um aluno, um aprendiz, alguém receptivo a ensinamentos, e alguém que segue a um mestre.
Jesus tem uma definição muito legal sobre o discípulo: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor” (Mateus 10:24-25). Segundo Jesus, então, é lícito dizer uma frase que eu gosto muito: “O discípulo tem o desejo de ser como o seu mestre”.
O educador Içami Tiba escreveu um livro intitulado “Quem Ama, Educa!”, onde sintetiza que a educação é um fruto do amor.
Esta Palavra que uso hoje como mote, encontrada no livro de Provérbios, fala justamente de amor – e é justamente o amor que perpassa toda a Palavra de Deus. É porque o Pai nos ama, que Ele nos educa, nos disciplina, nos corrige, nos orienta, nos faz ver onde e como erramos, e nos mostra como nos arrependermos, mudarmos nossas atitudes e novamente nos colocarmos no rumo correto. Deus não hesita em nos disciplinar e repreender, pois, se Ele não fizesse assim, o Seu amor seria menor do que é.
É uma ajuda que Ele nos dá através da Sua disciplina, pois, muitas vezes, não prestamos atenção aos nossos caminhos e não nos auto-avaliamos. O apóstolo Paulo, escrevendo à Igreja em Corinto, diz que se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo (1º Coríntios 11:31-32).
O escritor aos Hebreus usa uma Palavra muito parecida – e carinhosa – a que uso aqui hoje, citando-a como referência: “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho” (Hebreus 12:5-6).
E veja com que esperança ele a complementa: Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados (Hebreus 12:7-11).
Somos disciplinados como filhos de Deus!
O problema é que, não raras vezes, ficamos magoadinhos com a repreensão e a disciplina do Senhor! Ou não é assim?
Preferimos, por vezes, ouvir aquilo que nos agrada ao invés de ouvir aquilo que, naquele momento, precisamos ouvir para o nosso bem. Temos a tendência de sermos condescendentes conosco mesmos, sermos indulgentes e tolerantes ao extremo.
Uma coisa é perdoarmo-nos a nós mesmos – o que é absolutamente necessário e salutar à alma e a psique – e outra coisa é sermos relapsos conosco no que diz respeito àquilo que Deus nos quer ensinar para a vida.
A Bíblia traz vários relatos de pessoas que passaram por provas de disciplina: Abraão, a quem Deus pediu o filho; Isaque, que, cego, doou sua bênção de forma enganada e teve que conviver com isso; Jacó, que enganou seu pai e seu irmão para obter esta bênção, e a quem o Senhor ensinou, pela vida, a trilhar o caminho de volta, buscando perdão – e encontrando; José, que passou pelo que passou até se tornar uma alta autoridade egípcia; Moisés, que empreendeu a tarefa de liderar à liberdade um povo cheio de mimimis; Josué, que teve a tarefa de suceder Moisés e consolidar este povo reclamão numa terra conquistada à duras penas; Davi, que peleou pela consolidação de um reino, e viu seus filhos brigarem pela herança, até entronizar Salomão; os profetas, que, anunciando os vaticínios divinos, foram perseguidos, castigados e mortos; Jesus – cujo sacrifício dispensa comentários aqui neste texto; os apóstolos, que travaram batalhas físicas e espirituais para pavimentar os caminhos da Igreja. E isto é só um apanhadinho que cabe num parágrafo. Havia disciplina divina em cada referência.
Lembremo-nos sempre: um puxão de orelhas divino dói no momento, mas nos fará ouvir melhor depois!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert