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domingo, 6 de setembro de 2020

Disciplina


Provérbios 3:11-12
Meu filho, não despreze a disciplina do SENHOR nem se magoe com a sua repreensão, pois o SENHOR disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem.

Quando eu ia à escola, as matérias estudadas eram comumente chamadas de “disciplinas”. Havia até um espaço próprio no caderno para anotarmos. Disciplina: Matemática. Disciplina escolar, então, era algo a se estudar e aprender.
Segundo o dicionário, disciplina inclui a obediência às regras, aos superiores, aos regulamentos. Também traz como significado ordem, regulamento, conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento de algo.
As palavras disciplina e discípulo também têm a mesma raiz. Discípulo define-se como alguém que estuda, um aluno, um aprendiz, alguém receptivo a ensinamentos, e alguém que segue a um mestre.
Jesus tem uma definição muito legal sobre o discípulo: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor” (Mateus 10:24-25). Segundo Jesus, então, é lícito dizer uma frase que eu gosto muito: “O discípulo tem o desejo de ser como o seu mestre”.
O educador Içami Tiba escreveu um livro intitulado “Quem Ama, Educa!”, onde sintetiza que a educação é um fruto do amor.
Esta Palavra que uso hoje como mote, encontrada no livro de Provérbios, fala justamente de amor – e é justamente o amor que perpassa toda a Palavra de Deus. É porque o Pai nos ama, que Ele nos educa, nos disciplina, nos corrige, nos orienta, nos faz ver onde e como erramos, e nos mostra como nos arrependermos, mudarmos nossas atitudes e novamente nos colocarmos no rumo correto. Deus não hesita em nos disciplinar e repreender, pois, se Ele não fizesse assim, o Seu amor seria menor do que é.
É uma ajuda que Ele nos dá através da Sua disciplina, pois, muitas vezes, não prestamos atenção aos nossos caminhos e não nos auto-avaliamos. O apóstolo Paulo, escrevendo à Igreja em Corinto, diz que se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo (1º Coríntios 11:31-32).
O escritor aos Hebreus usa uma Palavra muito parecida – e carinhosa – a que uso aqui hoje, citando-a como referência: “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho” (Hebreus 12:5-6).
E veja com que esperança ele a complementa: Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados (Hebreus 12:7-11).
Somos disciplinados como filhos de Deus!
O problema é que, não raras vezes, ficamos magoadinhos com a repreensão e a disciplina do Senhor! Ou não é assim?
Preferimos, por vezes, ouvir aquilo que nos agrada ao invés de ouvir aquilo que, naquele momento, precisamos ouvir para o nosso bem. Temos a tendência de sermos condescendentes conosco mesmos, sermos indulgentes e tolerantes ao extremo.
Uma coisa é perdoarmo-nos a nós mesmos – o que é absolutamente necessário e salutar à alma e a psique – e outra coisa é sermos relapsos conosco no que diz respeito àquilo que Deus nos quer ensinar para a vida.
A Bíblia traz vários relatos de pessoas que passaram por provas de disciplina: Abraão, a quem Deus pediu o filho; Isaque, que, cego, doou sua bênção de forma enganada e teve que conviver com isso; Jacó, que enganou seu pai e seu irmão para obter esta bênção, e a quem o Senhor ensinou, pela vida, a trilhar o caminho de volta, buscando perdão – e encontrando; José, que passou pelo que passou até se tornar uma alta autoridade egípcia; Moisés, que empreendeu a tarefa de liderar à liberdade um povo cheio de mimimis; Josué, que teve a tarefa de suceder Moisés e consolidar este povo reclamão numa terra conquistada à duras penas; Davi, que peleou pela consolidação de um reino, e viu seus filhos brigarem pela herança, até entronizar Salomão; os profetas, que, anunciando os vaticínios divinos, foram perseguidos, castigados e mortos; Jesus – cujo sacrifício dispensa comentários aqui neste texto; os apóstolos, que travaram batalhas físicas e espirituais para pavimentar os caminhos da Igreja. E isto é só um apanhadinho que cabe num parágrafo. Havia disciplina divina em cada referência.
Lembremo-nos sempre: um puxão de orelhas divino dói no momento, mas nos fará ouvir melhor depois!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

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