Provérbios 3:11-12
Meu filho, não despreze a
disciplina do SENHOR nem se magoe com a sua repreensão, pois o SENHOR disciplina a quem ama,
assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem.
Quando eu ia à escola, as matérias estudadas eram comumente chamadas de “disciplinas”.
Havia até um espaço próprio no caderno para anotarmos. Disciplina: Matemática.
Disciplina escolar, então, era algo a se estudar e aprender.
Segundo o dicionário, disciplina inclui a obediência às regras, aos
superiores, aos regulamentos. Também traz como significado ordem, regulamento,
conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento de algo.
As palavras disciplina e discípulo também têm a mesma raiz. Discípulo
define-se como alguém que estuda, um aluno, um aprendiz, alguém receptivo a
ensinamentos, e alguém que segue a um mestre.
Jesus tem uma definição muito legal sobre o discípulo: “O discípulo não está
acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como
o seu mestre, e ao servo, como o seu
senhor” (Mateus 10:24-25). Segundo Jesus, então, é lícito dizer uma frase que eu
gosto muito: “O discípulo tem o desejo de ser como o seu mestre”.
O educador Içami Tiba escreveu um livro
intitulado “Quem Ama, Educa!”, onde sintetiza que a educação é um fruto do
amor.
Esta Palavra que uso hoje como mote,
encontrada no livro de Provérbios, fala justamente de amor – e é justamente o
amor que perpassa toda a Palavra de Deus. É porque o Pai nos ama, que Ele nos
educa, nos disciplina, nos corrige, nos orienta, nos faz ver onde e como
erramos, e nos mostra como nos arrependermos, mudarmos nossas atitudes e
novamente nos colocarmos no rumo correto. Deus não hesita em nos disciplinar e
repreender, pois, se Ele não fizesse assim, o Seu amor seria menor do que é.
É uma ajuda que Ele nos dá através da
Sua disciplina, pois, muitas vezes, não prestamos atenção aos nossos caminhos e
não nos auto-avaliamos. O apóstolo Paulo, escrevendo à Igreja em Corinto, diz
que se
nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor,
estamos sendo disciplinados para que
não sejamos condenados com o mundo (1º Coríntios 11:31-32).
O escritor aos Hebreus usa uma Palavra
muito parecida – e carinhosa – a que uso aqui hoje, citando-a como referência: “Meu filho, não despreze a disciplina do
Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama,
e castiga todo aquele a quem aceita como filho” (Hebreus 12:5-6).
E veja com que esperança ele a complementa: Suportem
as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora,
qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados,
e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos,
mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e
nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos,
para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem,
para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais
tarde, porém, produz fruto de justiça e
paz para aqueles que por ela foram exercitados (Hebreus 12:7-11).
Somos disciplinados como
filhos de Deus!
O problema é que, não raras vezes, ficamos magoadinhos com a repreensão e
a disciplina do Senhor! Ou não é assim?
Preferimos, por vezes, ouvir aquilo que nos agrada ao invés de ouvir
aquilo que, naquele momento, precisamos ouvir para o nosso bem. Temos a
tendência de sermos condescendentes conosco mesmos, sermos indulgentes e
tolerantes ao extremo.
Uma coisa é perdoarmo-nos a nós mesmos – o que é absolutamente necessário
e salutar à alma e a psique – e outra coisa é sermos relapsos conosco no que
diz respeito àquilo que Deus nos quer ensinar para a vida.
A Bíblia traz vários relatos de pessoas que passaram por provas de
disciplina: Abraão, a quem Deus pediu o filho; Isaque, que, cego, doou sua
bênção de forma enganada e teve que conviver com isso; Jacó, que enganou seu
pai e seu irmão para obter esta bênção, e a quem o Senhor ensinou, pela vida, a
trilhar o caminho de volta, buscando perdão – e encontrando; José, que passou
pelo que passou até se tornar uma alta autoridade egípcia; Moisés, que
empreendeu a tarefa de liderar à liberdade um povo cheio de mimimis; Josué, que teve a tarefa de
suceder Moisés e consolidar este povo reclamão numa terra conquistada à duras
penas; Davi, que peleou pela consolidação de um reino, e viu seus filhos
brigarem pela herança, até entronizar Salomão; os profetas, que, anunciando os
vaticínios divinos, foram perseguidos, castigados e mortos; Jesus – cujo
sacrifício dispensa comentários aqui neste texto; os apóstolos, que travaram
batalhas físicas e espirituais para pavimentar os caminhos da Igreja. E isto é
só um apanhadinho que cabe num parágrafo. Havia disciplina divina em cada referência.
Lembremo-nos sempre: um puxão de orelhas divino dói no momento, mas nos
fará ouvir melhor depois!
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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